Raul Castro na Cimeira das Américas
Publicado neste blogue:
Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
Publicado neste blogue:
Os grandes media americanos e europeus previram nos últimos dias que a Cimeira das Américas no Panamá ficaria a assinalar uma grande vitória dos EUA e do seu presidente.
Ocorreu o contrário. Um balanço provisório da Cimeira permite já afirmar que os EUA sofreram uma inocultável derrota politica no encontro em que a Casa Branca depositava grandes esperanças.
Alguns parágrafos elogiosos do discurso de Raul Castro, em que definiu Obama como «um homem honesto» sem responsabilidades na política do bloqueio e de hostilidade permanente a Cuba, permitiram à comunicação social concluir que o presidente norte-americano regressa a Washington como o triunfador da Cimeira.
Ao empolarem o significado desse gesto de Raul Castro (compreensível por diplomático, mas ambíguo) omitiram que o discurso do presidente cubano foi na sua quase totalidade um implacável inventário histórico da agressiva política imperialista dos EUA em relação à Ilha, desde a guerra da independência à atualidade. Raul Castro concluiu aliás afirmando que a normalização das relações com Washington não impedirá Cuba de prosseguir como nação soberana na construção do socialismo, opção incompatível com o capitalismo.
Maduro, numa intervenção duríssima, criticou o intervencionismo permanente dos EUA na América Latina, aconselhando o imperialismo a «tirar as mãos» definitivamente de países que não são já o seu «o pátio traseiro».
Evo Morales, da Bolívia, e Rafael Correa, do Equador, criticaram com severidade a política latino-americana do grande vizinho do Norte, exigindo o fim das políticas de «terror imperialista» e da estratégia da «imposição do medo».
O nicaraguense Daniel Ortega e a argentina Cristina Kirchner pronunciaram também discursos de conteúdo anti-imperialista. Dilma Rousseff já tinha pedido a Obama que pusesse termo à espionagem da NSA que a tem visado.
Incomodado, o presidente dos Estados Unidos retirou-se do salão do Paraninfo da Universidade do Panamá para não escutar as catilinárias que atingiam os EUA.
Não houve consenso para uma Declaração Final. A delegação norte-americana temia que o documento traduzisse a condenação sem apelo do imperialismo. Mas esse veto de John Kerry confirmou a derrota dos EUA na Cimeira.
O documentário de Laura Poitras «Citizenfour», premiado com um Óscar, não tem tido a atenção que merece por parte do público no nosso país.
-
- Claro que me queixaria, mas... e se nos dizem que a culpa é nossa por estarmos aqui no meio?
-
«Os EUA confirmaram a existência de reservas minerais milionárias no Afeganistão e preparam o saque daqueles recursos naturais. Os depósitos inexplorados no subsolo afegão incluem gigantescas quantidades de ferro, cobalto, cobre, ouro e, sobretudo, lítio, um metal fundamental na produção de baterias para telemóveis e computadores portáteis. Um relatório do Pentágono, baseado numa pesquisa efectuada por geólogos ao serviço do governo de Washington, afirma mesmo que o país é a «Arábia Saudita do lítio», podendo as jazidas ultrapassar as conhecidas na Bolívia, maior produtor mundial daquele bem.»
-
_
Hipnosis - Josetxo Ezcurra
Não, não foi Obama. Em Obamês a frase do título traduz-se assim:
Não penso que seja apropriado perseguir aqueles que levaram a cabo algumas destas operações estritamente dentro das opiniões ou instruções legais que lhes foram fornecidas pela Casa Branca.
Resumindo, Obama disse a frase que está no título mas na sua própria linguagem rebuscada!
adaptado de um e-mail enviado pelo Jorge
A Secretária de Estado, Hillary Clinton, está a realizar a sua primeira visita oficial. A parte da Ásia (Japão, Indonésia, Coreia do Sul e China).
É uma novidade. É a primeira vez que um Secretário de Estado americano não começa por visitar a Europa.
Mas é, também, um sinal de mudança. Depois de uma era de fixação obsessiva no "terrorismo", no mundo árabe, na necessidade de conseguir apoios europeus para as suas agressões militares, no apoio a Israel e à sua política expansionista e desestabilizadora e no desconhecimento do mundo (abandono de África, desprezo pela América Latina, ocupação do Médio Oriente, controlo do Paquistão), sopram ventos de mudança na política externa.
Estaremos para ver.
Anunciada que está a retirada do Iraque, ainda está por se saber se se confirma uma mudança estratégica no Afeganistão, com um enfoque especial, mais no desenvolvimento e no apoio às populações e menos nas acções militares.
A questão dos dois Estados, Israel e Palestina, está em cima da mesa. Como irão evoluir as relações com o Irão, a Síria, o Egipto?
Os crimes do Darfur continuam. Será que África vai continuar a ser ocupada por interesses chineses e desinteresses generalizados?
O bloqueio de Cuba continua. E, como a história mostra, essa acção tem servido para reforçar o apoio internacional e, principalmente, regional a essa mesma Cuba. Como irá evoluir a Organização dos Estados Americanos? Permanecerá a relação privilegiada com a Colômbia, em detrimento de todos os outros estados da região?
Depois de um século XX marcado pelo fim dos impérios tradicionais, pelo início do neo-colonialismo, pela que parecia ser a eterna disputa entre dois sistemas políticos e militares, pela globalização e as euforias bolsistas das novas sociedades da comunicação, entrámos numa nova era.
É difícil perceber o que se passa porque estamos, precisamente, dentro da arena. Somos mais participantes do que espectadores. Mas uma coisa é certa, na minha opinião. Faltam, a nível mundial e regional, políticas e líderes que apontem novos caminhos de entendimento e desenvolvimento universais.
Uma vez mais falta valorizar as utopias, os sonhos, as práticas culturais e políticas baseadas no respeito pelas diferenças e na valorização dos objectivos comuns.
Um abraço para todos,
(sublinhados meus)
Fernando
Notícias AQUI
Para além de diversas questões importantes que foram imediatamente abordadas por Obama logo que tomou posse (encerramento da prisão de Guantánamo, regulamentação das obrigações dos membros do gabinete impedidos que estão de participar em actividades de lobbying, informação on-line a todos os cidadãos das actividades do governo) o foco tem sido posto nas medidas de combate à crise: desemprego assustadoramente crescente (mais de 3 milhões de empregos perdidos no período de um ano); continuada crise no sector da habitação (sub-prime, especulação, etc); desastre em que se encontram as infraestruturas (estradas, pontes, maios de comunicação); calamidade na educação (principalmente nas escolas oficiais, completamente degradadas); sistema de saúde que deixa de fora dezenas de milhões de cidadãos, enquanto privilegia o escasso número de famílias que podem pagar, através do negócio das seguradoras e dos hospitais; necessidades de investimento em sectores fundamentais (informática e comunicação, novas formas de energia, educação a todos os níveis); e, claro, suporte para um sistema financeiro que ruiu como baralho de cartas provocando um imenso e universal tsunami!
O pacote de medidas de início de reanimação da economia foi aprovado, com muita polémica à mistura e muita baixa política e muita ignorância e muita manipulação, com grande maioria na House of Representatives e a maioria necessária no Senado (61 votos, num total de 100). Como o Partido Democrático tinha 58 Senadores eleitos (ainda faltava o tal senador de Minnesota) foi preciso que 3 Senadores do Partido Republicano votassem favoravelmente. Tudo isto depois de semanas de discussões, especulações, chantegens e ameaças. Finalmente o pacote foi aprovado. Cerca de 800 mil milhões de dólares!
Tudo isto irá conduzir ao agravamento acentuado da dívida externa americana que, no passado recente, tem tido a contribuição "generosa" dessa pátria da democracia que dá pelo nome de República Popular da China. Só que esta, por sua vez, a conta com crescentes problemas internos, já anunciou que os 600 mil milhões de dólares que tinha reservados para investir no estrangeiro seriam aplicados dentro do país e que, por outro lado, não compraria mais títulos da dívida pública americana.
Estamos, pois, perante um problema tradicional, desde que se inventaram as mantas e os cobertores. Tapa-se a cabeça, destapam-se os pés. Aquecem-se os pés, arrefecem os braços. Usa-se crédito e fica-se sem ele. Não se usa o crédito e morre-se de fome...
Assim vão os frutos do ultraliberalismo económico e financeiro e da desregulamentação e descontrolo iniciados na era Reagan e que arrastaram na sua queda parte importante do sistema financeiro global. Se houvesse alternativa à vista ainda se poderia desejar "paz à sua alma"... O problema é que, nos últimos anos, todo o mundo tem andado distraído com outros assuntos (o futebol, soccer, ou o futebol americano, o "terrorismo", o petróleo e os petro-dólares, as criancinhas que desaparecem, os acidentes de aviação ou comboio, os desastres, o crime organizado, o frio no inverno e o calor no verão, as enchentes e as secas, os incêndios, os casamentos das princesas da Hola, os filhos das artistas de cinema, etc), enquanto os comuns dos mortais tratam da sua própria e difícil sobrevivência...
(sublinhados meus)
Fernando
Como se sabe as eleições presidenciais realizaram-se em 4 de Novembro passado. Até agora decorreram 104 dias, mais de 3 meses! Esta é a primeira nota. "Alguma coisa está podre no reino da Dinamarca!". Como é possível que na maior potência militar da actualidade e no centro do Império se passe tanto tempo antes de se criarem condições de governabilidade?
Não sei se sabem, ou se o assunto é comentado por aí, mas o Senado ainda não está constituído porque falta eleger um Senador (no Estado de Minnesota)! Houve recontagem da totalidade dos mais de 3 milhões de votos!, muita discussão!, muito trabalho!, e o caso acabou nos tribunais! Parece que hoje terá havido uma decisão (que não sei se poderá ser sujeita a mais um recurso, ou mais uma manobra dilatória) no sentido de reconhecer a vitória do candidato do Partido Democrático (Al Franken), com mais 225 votos do que o seu principal opositor e até agora Senador Coleman, do Partido Republicano. Com esta decisão a composição do Senado será de 59 Senadores do Partido Democrático e 41 do Partido Republicano. O Partido Democrático fica a um voto de conseguir a maioria qualificada de dois terços que lhe permitiria governar sem temer bloqueios por parte da oposição.
O que importa referir, na minha opinião, são as razões que estão por detrás deste longo caso.
Primeira. O processo eleitoral precisa de ser revisto e melhorado. De dois em dois anos há eleições simultâneas para eleger os mais diversos representantes e, até, para fazer referendos. Tudo no mesmo boletim de voto, um enorme "linguado" difícil de preencher. Não quero especular dizendo que isso é feito de propósito para desmotivar a participação cívica nos actos eleitorais. Mas não estarei longe da verdade se afirmar que, de facto, essa é uma razão histórica. Por aqui é hábito haver afluências às urnas de 10 a 20% dos eleitores inscritos, sendo que, como a inscrição nos cadernos eleitorais não é obrigatória, isso significa uma participação popular inferior a 10% dos cidadãos com capacidade eleitoral! A única excepção é a das eleições presidenciais em que a participação tem rondado os 50%! Se no nosso país houvesse uma abstenção de 50% o que não se diria! Justificadamente!
Segunda. O sistema não está preparado, nem para uma participação plural e democrática das inúmeras organizações políticas e partidárias que por aqui pululam, nem para "empates técnicos" como o que se verificou, agora, em Minnesota e, com grande escândalo e repercussão, nas eleições de 2000 na Florida em que Al Gore foi roubado e, depois das quais, foi declarada a vitória fraudulenta de George W. Bush! O primeiro aspecto tem a ver com uma ditadura, não do Partido Único, mas dos dois Partidos Quase Únicos. Ninguém fala dos outros! Até parece que não existem! O segundo aspecto tem a ver com a própria forma de preencher os boletins de voto, de os contar e, eventualmente, recontar. As experiências que têm sido feitas com a utilização do voto electrónico (sem possibilidade de controlo) e os votos por correspondência são um cancro no sistema.
Mas, quando me refiro a lentidão, não estou apenas a referir o caso de Minnesota (em 2008) ou da Florida (em 2000). Quero, sobretudo, salientar o tempo demasiado que decorre entre o dia 4 de Novembro e o dia da tomada de posse do novo Presidente (que aqui tem as funções, também, de Presidente do Governo) em 20 de Janeiro. Depois disso, o imenso tempo que leva a constituir o Governo. Não sei se é surpresa para vós, mas o Governo ainda não está constituído! Falta preencher, entre outros casos menores, a importante pasta do Comércio! O primeiro nome (Governador de New Mexico) indicado por Obama saiu da corrida por haver uma acusação de fraude e corrupção que está em processo de análise e o segundo (membro do Partido Republicano) desistiu do lugar depois de ter andado a desenvolver acções de lobbying para o conseguir! Apresentou como justificação que não poderia ocupar o cargo porque viria a ter muitas divergências e discussões com o Presidente...
Cada membro do Governo e outros nomeados (Presidente da CIA, por exemplo) têm de prestar contas, caso-a-caso, perante o Senado, em processos longuíssimos e em que se analisam as contas bancárias, os escândalos sexuais e outros pormenores de grande importância para o futuro da humanidade.
(sublinhados meus)
Fernando
¿Obama probará, desde el gobierno, que sus amenazas guerreras contra Irán y Pakistán fueron no más que palabras, proclamadas para seducir oídos difíciles durante la campaña electoral?
Ojalá. Y ojalá no caiga ni por un momento en la tentación de repetir las hazañas de George W. Bush. Al fin y al cabo, Obama tuvo la dignidad de votar contra la guerra de Irak, mientras el Partido Demócrata y el Partido Republicano ovacionaban el anuncio de esa carnicería.
Durante su campaña, la palabra leadership fue la más repetida en los discursos de Obama. Durante su gobierno, ¿continuará creyendo que su país ha sido elegido para salvar el mundo, tóxica idea que comparte con casi todos sus colegas? ¿Seguirá insistiendo en el liderazgo mundial de los Estados Unidos y su mesiánica misión de mando?
Ojalá esta crisis actual, que está sacudiendo los cimientos imperiales, sirva al menos para dar un baño de realismo y de humildad a este gobierno que comienza.
¿Obama aceptará que el racismo sea normal cuando se ejerce contra los países que su país invade? ¿No es racismo contar uno por uno los muertos invasores en Irak y olímpicamente ignorar los muchísimos muertos en la población invadida? ¿No es racista este mundo donde hay ciudadanos de primera, segunda y tercera categoría, y muertos de primera, segunda y tercera?
La victoria de Obama fue universalmente celebrada como una batalla ganada contra el racismo. Ojalá él asuma, desde sus actos de gobierno, esa hermosa responsabilidad.
¿El gobierno de Obama confirmará, una vez más, que el Partido Demócrata y el Partido Republicano son dos nombres de un mismo partido?
Ojalá la voluntad de cambio, que estas elecciones han consagrado, sea más que una promesa y más que una esperanza. Ojalá el nuevo gobierno tenga el coraje de romper con esa tradición del partido único, disfrazado de dos que a la hora de la verdad hacen más o menos lo mismo aunque simulen que se pelean.
¿Obama cumplirá su promesa de cerrar la siniestra cárcel de Guantánamo?
Ojalá, y ojalá acabe con el siniestro bloqueo de Cuba.
¿Obama seguirá creyendo que está muy bien que un muro evite que los mexicanos atraviesen la frontera, mientras el dinero pasa sin que nadie le pida pasaporte?
Durante la campaña electoral, Obama nunca enfrentó con franqueza el tema de la inmigración. Ojalá a partir de ahora, cuando ya no corre el peligro de espantar votos, pueda y quiera acabar con ese muro, mucho más largo y bochornoso que el Muro de Berlín, y con todos los muros que violan el derecho a la libre circulación de las personas.
¿Obama, que con tanto entusiasmo apoyó el reciente regalito de setecientos cincuenta mil millones de dólares a los banqueros, gobernará, como es costumbre, para socializar las pérdidas y para privatizar las ganancias?
Me temo que sí, pero ojalá que no.
¿Obama firmará y cumplirá el compromiso de Kyoto, o seguirá otorgando el privilegio de la impunidad a la nación más envenenadora del planeta? ¿Gobernará para los autos o para la gente? ¿Podrá cambiar el rumbo asesino de un modo de vida de pocos que se rifan el destino de todos?
Me temo que no, pero ojalá que sí.
¿Obama, primer presidente negro de la historia de los Estados Unidos, llevará a la práctica el sueño de Martin Luther King o la pesadilla de Condoleezza Rice?
Esta Casa Blanca, que ahora es su casa, fue construida por esclavos negros. Ojalá no lo olvide, nunca.
In "Página 12" - Edição de 6 de Novembro de 2008
adaptado de um e-mail enviado pelo Jorge
Notícias AQUI
Como e quando se reune o Colégio Eleitoral? O Colégio Eleitoral reúne sempre na primeira segunda-feira depois da segunda quarta-feira de Dezembro.
A reunião é feita nas capitais de cada Estado! Isto é, o Colégio Eleitoral nunca se reúne como um todo. Há 51 reuniões distintas! As dos 50 Estados mais a da capital, Washington DC.
Nestas reuniões os eleitores votam (por voto secreto) no Presidente e no Vice-Presidente.
Findas as votações e as contagens de votos, as respectivas actas são enviadas para o Presidente do Senado (que é por inerência de funções o Vice-Presidente em funções, neste caso Dick Cheney) por correio registado.
À medida que as actas (Certificates of Votes) vão chegando são classificadas por ordem alfabética e guardadas em duas caixas especiais. Numa, ficarão os resultados de Alabama até Missouri, incluindo Washingtom DC. Noutra, ficarão os resultados dos restantes Estados, de Montana a Wyoming.
Todos estes documentos servirão para a contagem dos votos e a declaração do vencedor, o que ocorre sempre, numa sessão especial do Congresso a realizar no sexto dia do mês seguinte ao da votação no Colégio, isto é, em Janeiro.
Se se registar um empate na contagem de votos entre os candidatos a Presidente, será a House of Representatives que desempatará. Isto aconteceu duas vezes nas eleições americanas (em 1801 e em 1825).
...
PS: O Presidente toma posse no dia 20 de Janeiro (numa cerimónia chamada United States Presidential Inauguration, ou mais simplesmente Inauguration Day). Só a partir dessa data é que é o novo Presidente dos EUA. Fala-se que estarão presentes (nas ruas de Washington DC) 4 milhões de pessoas... Mais um record a juntar a outros em que estas eleições foram pródigas...
(sublinhados meus)
Notícias AQUI
29 seguidores
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.