Revolucionário, professor, escritor, cineasta, encenador, realizador, Sergei Mikhailovich Eisenstein é um dos maiores e mais inovadores cineastas de todos os tempos e o cineasta por excelência da revolução soviética.
Nascido em Riga, na Letónia, Eisenstein (1898-1948) desenvolveu novas técnicas na forma de filmagem que mantêm toda a actualidade e são motivo de estudo em todo o mundo.
No seu primeiro filme, «A Greve», sobre a revolução fracassada de 1905, a última sequência é inesquecível: mostra em paralelo um massacre de bovinos e o de trabalhadores pela polícia.
Segue-se o «Couraçado Potemkin», um estrondoso sucesso internacional que permanece um clássico do cinema.
Após um breve interregno nos EUA, onde roda «Que viva o México!», Eisenstein regressa à URSS e realiza mais duas obras-primas: Alexander Nevsky e Ivan o Terrível.
Este último, uma trilogia inacabada devido à súbita morte de Eisenstein, de ataque cardíaco, é um verdadeiro hino à nação russa.
A cineasta holandesa Ike Bertels, com uma dissertação sobre “As mulheres nos conflitos e nos movimentos sociais”, é a primeira oradora do Colóquio Internacional sobre as Lutas das Mulheres no Cinema de África e do Médio Oriente, que decorre na próxima semana na Faculdade de Letras da Universidade do Porto - FLUP.
“De uma resistência à outra: o duplo olhar das realizadoras magrebinas pós coloniais», é o título do trabalho da francesa Michele Lefranc no painel de abertura, a que se seguem Paula Franco (“Mulheres da Palestina em luta”), Beti Ellerson (“A evolução do cinema africano feito por mulheres nos últimos vinte anos”), e Robbin Steedman (“Lutas e sucessos das cineastas do Quénia”) – entre outros.
O Colóquio, organizado pelo Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto - CEAUP, desenrola-se nas próximas quinta e sexta feiras, dias 12 e 13. Fernando Branco Correia será o primeiro orador do segundo dia com um trabalho sobre “Violências de género”. Diana Andringa falará sobre “As Mulheres e os filmes de guerra”. Alemanha, Argélia, Bolívia, Brasil, Espanha, França, Gana, Irão, Nigéria, Portugal, Reino Unido, Tunísia e Turquia são as origens dos participantes no Colóquio que enviaram comunicações.
Da mostra de cinema que completa o Colóquio, destacam-se as películas “Femmes du Caire”, de Yousry Nasrallah, “Guerrilla Grannies”, de Ike Bertels, “A Alcaidessa”, de Midyat Sermiyan, e "Women in struggle”, de Buthina Khoury.
As sessões (noite de 12 e tarde de 13) decorrem na UPP Universidade Popular do Porto.
Numa linguagem rigorosa e de fino recorte literário, Alfredo Guevara debruça-se sobre a instrução, a cultura e o papel dos intelectuais na Revolução Cubana, ontem, hoje e amanhã.
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Inicia-se o nosso Congresso [N.do T.: da União de Escritores e Artistas Cubanos - UNEAC] com um tema que considero de transcendência fundamental a que preferirei chamar fundacional. Fundacional, porque convém sublinhar que há milénios que cultura e sociedade são, em rigor, duas abordagens sobre o mesmo tema de reflexão. A sociedade que se conhece desde que a pessoa é pessoa não é outra senão a que pressupõe associação e valores comuns assentes na memória da experiência, memória que é história; e história é a acumulação discernida dessa experiência; experiência progressivamente depuradora do saber, do ir sabendo. Essa é a cultura, desenho subjacente, omnipresente e determinante da sociedade, do seu rosto dos seus recursos, visíveis, invisíveis, sofisticados ou primários, isto é, das suas potencialidades.