Covid-19: Em Bergamo a marca de classe é evidente
Comboio de camiões militares transporta mortos de Bérgamo para o cemitérios de Ferrara
Fotografia de Massimo Paolone
Em Itália, o epicentro da epidemia foi a região industrial da Lombardia. Mas como conta a jornalista Alba Sidera numa revista espanhola (ctxt.es, 10/4/2020), «por incrível que pareça, a zona [Val Seriana, em Bergamo] com mais mortos de coronavírus por habitante em Itália – e na Europa – nunca foi decretada zona vermelha» devido às pressões dos grandes industriais da região.
«Quem tem interesse em manter as fábricas abertas são, em alguns casos, os mesmos com interesses nas clínicas privadas».
Foi apenas sob a ameaça duma greve geral, perante as trágicas dimensões da epidemia, que foi decretado o encerramento das actividades não essenciais. Mesmo assim, a lista inicial de actividades essenciais incluía «a indústria armamentista e de munições» e os call-centers publicitários.
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