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O CASTENDO

TERRAS DE PENALVA ONDE «A LIBERDADE É A COMPREENSÃO DA NECESSIDADE»

O CASTENDO

TERRAS DE PENALVA ONDE «A LIBERDADE É A COMPREENSÃO DA NECESSIDADE»

Quem disse «Acabar com a ADSE é difícil mas racional, justo e coerente»?

    Podia ter sido Correia de Campos:

Correia de Campos diz que a ADSE é um mau sistema

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    Podia ter sido o Doutor Miguel Relvas:

Relvas desafia PS a tomar posição sobre extinção da ADSE

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    Podia ter sido Álvaro Beleza, secretário nacional do PS com a área da saúde:

PS quer "acabar com a ADSE para acabar com a injustiça"

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    Não podia ter sido Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP:

Jerónimo de Sousa contra reformulaçãoda ADSE (que disse, e bem, que «Se é para retirar direitos não estamos de acordo com isso, vão buscar dinheiro onde ele existe, vão ler as propostas do PCP de encontrar outras soluções, não é eliminando direitos,...»).

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Quem disse «Acabar com a ADSE é difícil mas racional, justo e coerente», foi o mesmo que defendeu que a guerra contra a Líbia «É para ser ao contrário do Iraque»...

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É assim: lá porque um serviço tem este ou aquele defeito (1), arrasa-se e, assim, os utentes poderão então vaguear livremente sobre as ruínas...

(1) Vícios promovidos pelos próprios governos do bloco central, como o de financiar os grandes grupos privados. Mas não é verdade que faz o mesmo com os nossos impostos? Acaba-se também com os impostos?

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adaptado de um e-mail enviado pelo Jorge

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O processo de privatização dos Cuidados de Saúde Primários

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1 - A decisão do Ministro da Saúde de constituir um grupo de trabalho, mais um, com o objectivo de «analisar as condições de abertura do modelo C de Unidades de Saúde Familiar (USF), a título experimental ao sector social e cooperativo», vem confirmar o que desde de 2006, ano em que foi anunciada por Correia de Campos a «Reforma dos Cuidados de Saúde Primários (CSP)», o PCP tem vindo a denunciar – a dita reforma, utilizando motivos de justo descontentamento das populações e dos profissionais nos CSP, e parecendo pretender dar satisfação a algumas das suas reivindicações, insere-se nas dinâmicas dos planos do grande capital que visam, de facto, a concretização do mesmo processo de mercantilização e privatização da saúde.

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NOTÍCIAS:

  • Segundo dados recolhidos pela Agência Lusa (12.07), o distrito de Viseu perdeu um total de 480 serviços públicos, entre 443 escolas, 15 postos de correios, 11 extensões de saúde e 1 blocos de parto. Em breve deverá perder nove tribunais, no âmbito da reorganização do mapa judiciário.

Profissionais da saúde emigram

  • Todos os dias, uma média de dez profissionais de enfermagem solicita à Ordem dos Enfermeiros a documentação necessária para trabalhar no estrangeiro.

  • Em 2009 foram registados 609 pedidos deste tipo, número que subiu para 1030 em 2010 e para 1724 em 2011. Este ano, já deram entrada 1072 requerimentos.

  • A Ordem dos Enfermeiros responsabiliza as políticas de emprego público por esta sangria de profissionais que fazem falta ao País, salientando que as unidades de saúde necessitam de 10 a 15 mil enfermeiros.

  • Também a Ordem dos Médicos assinala que «há cada vez mais médicos a irem trabalhar para outros países porque, infelizmente, não lhes são oferecidas condições mínimas para se manterem em Portugal».

  • José Manuel Silva, bastonário da Ordem do Médicos, afirma que há um «recrutamento activo por parte de países europeus de médicos portugueses». «Formamos técnicos altamente qualificados que ficam muito caros ao país, são necessários aos doentes e são obrigados a emigrar para outro país por força da política de destruição do SNS desenvolvida por este Governo». (Lusa, 13.11)

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Ministro e Cidadão

    Como escrevi aqui em Maio de 2006, o cidadão Correia de Campos, nado na freguesia de Torredeita, concelho de Viseu, é um profissional muito competente. É um conceituado especialista em saúde pública, com vasta obra publicada. Conferencista de reconhecidos méritos. Defensor da intervenção social activa das populações.

Tem, ao longo dos anos, estudado, analisado e escrito sobre a desertificação do interior. Suas causas e consequências. Tem perspectivado soluções. Tem defendido que a promoção da coesão de todo o território nacional é uma exigência na orientação das políticas de desenvolvimento.

O cidadão Correia de Campos sabe que Portugal era em 1974 o país da Europa com os mais elevados índices de mortalidade infantil. E que hoje esses mesmos índices são dos mais baixos do mundo. Sabe o papel do Serviço Nacional de Saúde no alcançar estes resultados. Nomeadamente a expansão e extensão dos cuidados de saúde a toda a população e a todo o território.

Conhece o alcance e as limitações, as virtudes e os defeitos, de estudos técnicos e pareceres nas mais diferentes áreas e sectores. Não desconhece que são um imprescindível apoio aos decisores, sejam eles políticos, económicos, culturais, sociais ou desportivos. Mas não anulam “o engenho e a arte” dos dirigentes na hora da verdade.

Mas o ministro Correia de Campos parece ter esquecido quase tudo o que o cidadão sabia. Consequência? Embrulhada atrás de embrulhada e defesa de posições inqualificáveis.

Desde logo é em vão que procuramos nas “Bases Programáticas” do PS nas eleições legislativas de 2005 qualquer referência ao encerramento dos SAP, dos serviços de urgência, dos blocos de partos. Ou para o aumento das taxas moderadoras (p. 77-86).

E no entanto a decisão de encerrar, SAPs, urgências e blocos de partos é apresentada como única solução, fundamentada em razões de ordem meramente técnica.

O ministro Correia de Campos é então capaz de nos explicar as «virtualidades» de, num quadro em que a cobertura do País já é deficitária, do encerramento de 93 pontos fixos de urgência. Isto é, a redução dos actuais 176 pontos de urgência de 24 horas para 83 pontos. Dos quais uma parte não funcionaria 24 horas por dia?

Porque entre a vida e a morte cada minuto conta, as Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação, por si só, não constituem alternativa às dezenas de urgências que se propõe encerrar.

O ministro Correia de Campos é capaz de nos explicar porque é que enquanto nas unidades públicas de partos tem de haver em permanência 2 obstetras, 1 pediatra, 1 interno, 1 anestesista e 2 enfermeiros, as unidades privadas têm apenas de dispor de «pessoal técnico (médico e de enfermagem) devidamente habilitado»?

Pode-nos dizer qual a razão porque enquanto nas unidades públicas se exige um bloco de partos com sala de operações sempre disponível, nas privadas se exige apenas uma sala de partos por cada 350 nascimentos/ano? Para já não falar do facto de a fiscalização destas unidades ser inexistente.

O risco para crianças e parturientes não é igual? A responsabilidade do ministro pára à porta das clínicas privadas?

O cidadão Correia de Campos diz uma coisa. O ministro faz outra. Não será tempo de resolver esta contradição? As populações atingidas têm indicado o caminho…

                        

In "Jornal do Centro" - Edição de 11 de Janeiro de 2008

                         

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