«Poderei eu alguma vez esquecer o Sol, fonte da vida do nosso planeta, exuberante, de um branco azulado, completamente diferente da sua imagem observável desde a Terra? Os que o viram tal como ele é são ainda pouco numerosos. De todas as maneiras, estou certo de que muitos o verão, dezenas, centenas de terrestres, homens de todas as profissões e cidadãos de todos os países. Procurando decifrar os mistérios do Universo, eles sonharão com o bem dos homens.»
Estas palavras do cosmonauta e herói soviético, escritas por ocasião do cinquentenário da Revolução de Outubro, são de sobra conhecidas pelos que abordaram textos evocativos da sua vida e do feito inesquecível que a ela ficou associada. E nunca é demais lê-las. Testemunho de uma experiência humana pioneira, elas são também demonstrativas do espírito com que Iúri Gagárin abordou a viagem ao espaço extra-terrestre.
Posteriormente, dirá: «Konstantin Tsiolkovski, sábio dotado de um poder de previsão extraordinário, disse que os homens acabariam por conquistar todo o espaço à volta do Sol. Apercebo-me de que esta obra exigirá o esforço de numerosas gerações, desenvolvendo-se em consonância com o ritmo do progresso científico e técnico. Se os homens progressistas unirem os seus esforços, estou convencido de que a Humanidade construirá os primeiros degraus que conduzirão ao Espaço, talvez a Marte. Esta domesticação do Cosmos, realizada num clima de amizade, trará vantagens infinitas também segundo o plano puramente terrestre, por exemplo, em matéria de controlo do clima.»
O voo de Gagárin evidenciou a pujança do programa espacial soviético e o seu pioneirismo na conquista espacial:
em Outubro de 1957, a URSS lançou o primeiro satélite artificial, o Sputnik, e, no mesmo ano, o primeiro ser vivo entrou em órbita: a cadela Laika.
Em 1959, a sonda Luna 2 alcançou a Lua, de cujo lado oculto a sonda Luna 3 enviaria as primeiras imagens, também nesse ano.
Em 1960, os cães Belka e Strelka foram os primeiros seres vivos a regressar em segurança à Terra, depois de um voo espacial.
Já depois do voo de Gagárin, Valentina Tereshkova tornar-se-ia a primeira mulher a conquistar o espaço, em 16 de Junho de 1963.
Nave espacial VOSTOK 1
Depois de sobrevoar a Terra numa nave-satélite, eu vi como é lindo o nosso planeta.
Pessoal, vamos conservar e multiplicar esta beleza, e não destruí-la.
Gagárin
Gagárin, herói soviético e da Humanidade, morreu novo, num voo de treino, a 27 de Março de 1968, pouco tempo depois de ter completado 34 anos.
Hoje, 59 anos passados sobre aquele 12 de Abril, o seu feito inesquecível continua a ser lembrado, assim como a sua audácia, a sua coragem e o seu sorriso confiante e contagiante, que parecia vir de quem sabia que ajudara a abrir uma nova era e parecia dizer-nos que sonhava «com o bem dos homens».
A partir do novo site reúnem-se vários conteúdos que permitem “seguir” em viagens espaciais e explorar o universo que nos rodeia, conhecendo as descobertas, pesquisas e explorações que neste momento decorrem.
Sem deixar ninguém de fora, os recursos vão desde sugestões de livros electrónicos sobre uma variedade de tópicos, a projetos «do it yourself».
Há também passeios de realidade virtual e aumentada, que incluem o Telescópio Espacial Hubble e a Estação Espacial Internacional, bem como uma app que o coloca no assento do piloto de uma aeronave da NASA.
Conte com uma categoria especial para crianças e famílias, com sugestões de atividades que vão desde planos de «aulas formais» a imagens e histórias dos contributos da ciência e da exploração espacial para o mundo que conhecemos hoje.
A partir do Nasa at Home também é possível participar, «desde o ‘quintal’ de casa», em vários projetos de investigação em curso, incluindo a procura de exoplanetas, ajudar a perceber as mudanças que ocorrem com as nuvens, água e plantas para melhor entender as alterações climáticas.
Vamos comemorar o Dia da Cosmonáutica - 55.º aniversário do vôo de Iúri Gagárin (12 de Abril de 1961) - com um Colóquio, na segunda-feira, 11 de Abril, às 18h00, na Sala 5.2 da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (Cidade Universitária).
Para a moderação do colóquio (e uma intervenção inicial), contamos com Manuel Ribeiro da Silva, professor aposentado do Instituto Superior Técnico e consultor do CERN.
Participam também, com comunicações mais informais: Gaspar Barreira - professor, director do LIP (Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas) e delegado de Portugal no Conselho do CERN; Máximo Ferreira - professor, coordenador científico do Centro Ciência Viva de Constância; e Rui Agostinho - professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, coordenador da Semana Mundial do Espaço (Ciência Viva).
Uma exposição de livros sobre cosmonáutica (incluindo espólio da Biblioteca Leão Tolstoi, doada pela Associação Iúri Gagárin), está patente no átrio da Biblioteca da Faculdade de Letras.
Contamos com o apoio da Biblioteca da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Gostaríamos muito de contar com a sua presença nesta nossa iniciativa.
Ficaremos muito gratos se transmitir o convite a possíveis interessados.
Saudações amistosas do Conselho Directivo da Associação Iúri Gagárin
A nave espacial soviética Vostok VI partiu de Baikonur a 16 de Junho de 1963 com um único ocupante: Valentina Vladimirovna Tereshkova, de 26 anos.
Após efectuar 48 órbitas em torno da Terra, num total de 71 horas, a nave, que opera de forma automática, reentra na atmosfera e Valentina é ejectada, descendo de pára-quedas. Pela primeira vez na história uma mulher tinha efectuado uma viagem espacial.
Oriunda de uma família modesta, Valentina começa a trabalhar como operária têxtil. Cria o Clube de Pára-quedistas Amadores da fábrica e torna-se uma experiente pára-quedista, factor decisivo no seu caminho de cosmonauta. Em 1969 forma-se em engenharia na Academia Militar da Força Aérea de Zhukovsky e retira-se do programa espacial com a patente de major-general.
No dia 9 de Março, assinalando o 78.º aniversário do nascimento de Iúri Gagárin e ainda celebrando o 50.º aniversário do histórico primeiro voo cósmico da humanidade (12 de Abril de 1961), a Associação Portuguesa de Amizade e Cooperação Iúri Gagárin (Antiga Associação Portugal-URSS) e a Cinemateca Portuguesa realizam as primeiras sessões em que vão ser exibidos filmes da nossa colecção de cinema soviético.
Com a mudança de sede, o espólio cinematográfico da Associação foi depositado no Arquivo Nacional de Imagens em Movimento, da Cinemateca. Trata-se de uma colecção de filmes de curta e longa-metragem, em bitolas de 35mm e 16mm, com cerca de 4500 cópias e 1300 títulos, entre os quais se encontram clássicos do cinema soviético e muito diversificados documentários. Foram igualmente depositados equipamentos de projecção, cartazes, catálogos e outros materiais.
Na sala Luís de Pina terão lugar, dia 9, duas sessões.
Às 19.30 horas, passam os documentários “Quando Gagárin Ainda Andava na Escola” e “O Voo Cósmico de Iúri Gagárin”. Representantes da Associação e da Cinemateca farão breves alocuções sobre o acordo de depósito e o significado desta primeira iniciativa.
Às 22 horas, será exibido “O Começo da Lenda”, um drama biográfico sobre a infância do cosmonauta soviético. Esta sessão vai ser apresentada por Francisco Silva, investigador e autor, especialista em tecnologias da informação e comunicação.
Depois de sobrevoar a Terra numa nave-satélite, eu vi como é lindo o nosso planeta. Pessoal, vamos conservar e multiplicar esta beleza, e não destruí-la.