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O CASTENDO

TERRAS DE PENALVA ONDE «A LIBERDADE É A COMPREENSÃO DA NECESSIDADE»

O CASTENDO

TERRAS DE PENALVA ONDE «A LIBERDADE É A COMPREENSÃO DA NECESSIDADE»

Hipátia de Alexandria – Matemática e filósofa

Hypatia_portrait.png

Hipátia de Alexandria - Gravura de Elbert Hubbard, 1908

 

«Havia em Alexandria uma mulher chamada Hipácia (ou Hipátia), filha do filósofo Teón, que fez tantas realizações em literatura e ciência que ultrapassou todos os filósofos da época. Tendo progredido na escola de Platão e Plotino, ela explicava os princípios da filosofia a quem a ouvisse, e muitos vinham de longe receber os ensinamentos», diz Sócrates, o Escolástico, na História Eclesiástica (século V).

Não há certezas quanto à sua data de nascimento (entre 350 e 370 d.C.) nem da sua morte (entre 415 e 416), mas sabe-se que foi vítima do conflito entre religião e ciência em que a cidade de Alexandria estava mergulhada nos séculos IV e V da era cristã.

Influenciados por Cirilo, patriarca de Alexandria, cujos seguidores espalharam o boato de que a filósofa se dedicava à bruxaria, fanáticos cristãos capturaram Hipátia, arrastaram-na para uma igreja, despiram-na e apedrejaram-na até à morte. O corpo foi depois esquartejado e queimado.

Cirilo não foi responsabilizado pelo crime e veio a ser canonizado como São Cirilo de Alexandria.

Pagã num tempo dominado por tensões religiosas, Hipátia. uma das primeiras mulheres a estudar e ensinar matemática, astronomia e filosofia e a única que dirigiu o Museu de Alexandria, permanece como um símbolo da libertação das mulheres.

AQUI

 

A Irlanda e as fatais necessidades de um grande império (3), por Eça de Queirós

A Irlanda prepara-se para a insurreição...

A Inglaterra prepara-se para manter a integridade do império...

(...)

Este era o estado da Irlanda há dois meses, quando se deu o caso inesperado do Bill de Compensação. Este projecto de lei, apresentado pelo ministro Gladstone (parte por um sentimento liberal de justiça, parte para agradecer os fortes serviços dos Irlandeses nas últimas eleições), não trazia certamente um remate aos males da Irlanda; mas, coarctando os abusos dos senhores, dificultando a arbitrariedade das «expulsões», modificando a legislação bárbara das penhoras, aliviava o trabalhador irlandês do férreo calcanhar feudal que o esmaga. O bill passou aos aplausos da Câmara dos Comuns: mas escuso de acrescentar que a Câmara dos Lordes, essa augusta e gótica assembleia de senhores semifeudais, o rejeitou com horror, como a obra mesma do liberalismo satânico!

Vêem daí o resultado: os agitadores da Irlanda, os seus profetas, os seus chefes, apossaram-se com entusiasmo desta rejeição da Câmara dos Lordes – e utilizaram-na tão habilmente como António utilizou a túnica ensanguentada de César. Foram-na mostrando à plebe indignada, por campos e aldeias, gritando bem alto: «Aqui está o que fizeram os lordes, os vossos amos, os vossos exploradores! A primeira proposta justa, em bem da Irlanda, que se lhes apresenta, repelem-na! Querem manter-vos na servidão, na fome, no opróbrio das velhas idades, no estado da raça vencida! Às armas!»

E desde então a Irlanda prepara-se ardentemente para a insurreição: apesar dos cruzeiros que vigiam a costa, todos os dias há desembarques de armas; o dinheiro, os voluntários afluem da América: pelos campos vêem-se grupos de duzentos, trezentos homens, de espingardas ao ombro, fazendo exercícios como regimentos em vésperas de campanha; ainda que seja agora a época das colheitas, a população não está nos campos, está nos meetings, nos clubes; e os tribunos, os agitadores, prodigalizam-se sem repouso. Não falta decerto a estes homens nem coragem, nem aquela eloquência patética que faz passar nas multidões o arrepio sagrado. Um deles, Redathd, exclamava há dias:

«Dizem-nos a cada momento: sede justos, pagai ao lorde, pagai ao senhorio! E citam-nos a palavra divina daquele que disse: "Dai a César o que é de César!" Houve só um homem, Brutus, que deu a César o que a César era devido, um punhal através do coração!»

The map above represents pre-famine percentages of literacy and poor (4th class) housing in Ireland circa 1841.

Esta brutalidade tem grandeza. Agora imagine-se isto lançado a uma multidão oprimida, com gestos teatrais desta raça violenta, de noite, num destes sinistros descampados da Irlanda, que são todos rocha e urze, ao clarão de archotes, dando aquela intermitência de treva e brilho que é como a alma mesma da Irlanda – e veja-se o efeito!

Em Inglaterra, mesmo os optimistas consideram a insurreição quase inevitável para os frios do Outono. E o honesto John Bull prepara-se: já o ministro do Interior está em Dublin, e é iminente a declaração da lei marcial... Neste ponto, radicais e conservadores são unânimes: se a Irlanda se levanta, que se esmague a Irlanda! Somente John Bull declara que o seu coração há-de chorar enquanto a sua mão castigar... Excelente pai!

O jornal Standard, o venerável Standard, tinha há dias uma frase adorável: «Se, como é de temer, a Irlanda vier a esquecer-se do que deve a si e à Inglaterra», exclamava o solene Standard, «é doloroso pensar que no próximo Inverno, para manter a integridade do império, a santidade da lei e a inviolabilidade da propriedade, nós teremos de ir, com o coração negro de dor, mas a espada firme na mão, levar à Irlanda, à ilha irmã, à ilha bem-amada, uma necessária exterminação

Exterminação é muito: e quero crer que está ali para rematar com uma nota grave, uma nota de órgão, a harmonia do passado. Mas o sentimento é curioso e raro: seria um espectáculo maravilhoso – ver, no próximo Inverno, John Bull percorrendo a Irlanda, cheio de ferocidade e afogado em ternura, com os olhos a escorrer de lágrimas e a sua baioneta a pingar de sangue... Ainda as fatais necessidades de um grande império! Volto ao meu desejo – um quintalejo, uma vaca, dois pés de alface... E um cachimbo, o cachimbo da paz...

In AFEGANISTÃO E IRLANDA, Cartas de Inglaterra, Texto Integral das Obras de Eça de Queirós

    

Ver também: Cartas de Inglaterra by José Maria Eça de Queirós - Project Gutenberg

                                                            

adaptado de um e-mail enviado pelo Jorge

 

A Irlanda e as fatais necessidades de um grande império (2), por Eça de Queirós

Fenians, Mollie Maguire e Liga da Terra

(...)

Estas duas associações secretas [os Fenians e Mollie Maguire] são terríveis e completam-se uma pela outra. Os Fenians, que estiveram um momento desorganizados, mas que têm hoje a prosperidade de uma instituição pública, são uma seita política, com o fim claro de conquistar a independência da Irlanda: o seu meio é uma futura insurreição, batalhas à luz do dia, um esforço heróico de raça que sacode o estrangeiro.

É evidente, portanto, que a Inglaterra não tem nada a temer desta associação: uma esquadra no canal de S. José, dez mil homens desembarcados e os Fenians serão, no estilo da canção, como a erva dos campos depois que passou o ceifador, um estendal de coisas sem vida! Mas não é assim com Mollie Maguire; esta constitui puramente uma conspiração: os seus estatutos, os seus fins, a sua organização, os seus chefes, tudo está envolvido num mistério, que é o terror na Irlanda; só são claros os seus crimes. Há um proprietário duro que levantou a renda? Uma noite, ou ele ou o seu procurador aparecem a beira de um caminho, com duas balas na cabeça. Quem foi? Foi Mollie Maguire: foi ninguém, foi a miséria, foi a Irlanda. Há um senhorio, um agente, que fez uma penhora? À meia-noite, a sua casa começa a arder, e é num momento uma ruína fumegante. Quem foi? Mollie Maguire. Houve um burguês especulador que comprou o casebre de um proprietário penhorado? No outro dia lá está no fundo de uma lagoa, com um pedregulho ao pescoço. Quem foi, coitado? Mollie Maguire. Todos os dias, nestes últimos meses, são assim, dois, três destes crimes – que têm em Inglaterra o nome de agrários. Os tribunais, a polícia, já se não fatigam em devassas e em autos: para quê? Mollie Maguire é intangível, Mollie Maguire é impessoal.

E se houvesse um magistrado tão desgostoso da vida que quisesse descobrir donde viera a bala, o pedregulho ou o fogo – teria certamente, horas depois, o que tanto parecia desejar: um punhal através do peito. São verdadeiramente os processos do niilismo militante: nem falta a esta seita aquela vaga exaltação mística que complica o niilismo. Se Mollie (Mollie é o diminutivo de Maria) não é uma divindade, é pelo menos uma degeneração fetichista da divindade: é a tenebrosa padroeira das desforras da plebe, aquela em que os desgraçados abandonados de Deus, do Deus oficial, do Deus da missa, encontram socorro, amizade, força – uma sorte de encarnação feminina do Diabo de Sabbath, do Diabo confidente dos servos e dos feiticeiros da meia-noite.

A estas duas associações deve juntar-se uma terceira, legal essa, falando alto nas praças, com jornais, com tabuleta, vivendo sob a protecção da constituição, respeitada da polícia, e que se chama a Liga da Terra. O seu fim é promover, por meio de meetings e representações, uma vasta agitação, um impulsivo movimento da opinião, que force o parlamento inglês a reformar o sistema agrário. Mas é realmente uma associação legal? São os seus fins tão honestamente moderados, tão estreitamente constitucionais como se diz? Todo o mundo o duvida. Na Irlanda, sempre que dois homens se reúnem conspiram: quando se sentem quatro, apedrejam logo a polícia: que será então quando reconhecerem que são duzentos mil? Além disso, as reclamações desta associação são de um vago singular: nada de prático, nada de realizável: apenas os velhos gritos sentimentais da aspiração humanitária. E ao mesmo tempo os homens que a dirigem são espíritos positivos e experimentados. Há aqui uma contradição assustadora. Sente-se que os chefes deste movimento, sabendo bem que da Inglaterra nada têm a esperar, estão simplesmente, sob as aparências da legalidade, organizando a insurreição: formular um programa prático para o parlamento votar seria, na opinião deles, ocioso e pueril: as declamações verbosas em que se fale muito de legalidade, ordem, parlamentarismo bastam para iludir a política... E não é duvidoso que, num certo momento, Fenians, Mollie Maguire e Liga da Terra formarão um só movimento – o da revolta desesperada.

(...)

In AFEGANISTÃO E IRLANDA, Cartas de Inglaterra, Texto Integral das Obras de Eça de Queirós

    

Ver também: Cartas de Inglaterra by José Maria Eça de Queirós - Project Gutenberg

Os Molly Maguire nos EUA:

  • The Molly Maguires (1970): Um filme de Martin Ritt sobre a luta dos mineiros de ascendência irlandesa nas minas de carvão da Pensilvânia (EUA).

Documentário sobre os mineiros irlandeses nos EUA:

adaptado de um e-mail enviado pelo Jorge

                                                                     

A Irlanda e as fatais necessidades de um grande império (1), por Eça de Queirós

Outra história melancólica é a da Irlanda...

(...)

Outra história melancólica é a da Irlanda. Quem não conhece as queixas seculares da Irlanda, da Verde Erin, terra de bardos e terra de santos, onde uma plebe conquistada, resto nobre de raça céltica, esmagada por um feudalismo agrário, vivendo em buracos como os servos góticos, vai desesperadamente disputando à urze, à rocha, ao pântano, magras tiras de terra, onde cultiva em lágrimas a batata? Todo o mundo sabe isto e desgraçadamente esta Irlanda de poema e de novela é, em parte, verdadeira: além dos poucos distritos onde a agricultura é rica como em qualquer dos ubérrimos condados ingleses, além de Cork ou Belfast, que têm uma indústria forte – a Irlanda permanece o país da miséria, bem representada nessa estampa romântica em que ela está, em andrajos, à beira de um charco, com o filhinho nos braços morrendo-lhe da falta de leite, e o cão ao lado, tão magro como ela, ladrado em vão por socorro...

Os males da Irlanda, muito antigos, muito complexos, provêm sobretudo do sistema semifeudal da propriedade.

     O povo irlandês é numeroso, exageradamente prolífico (nem a emigração, nem a morte, nem as epidemias, aliviam esta ilha muito cheia), e vive numa terra pobre de cultura, estreita, apenas no seu terço trabalhada: os proprietários, lordes ingleses ou escoceses, sempre ausentes das terras, não admitindo a despesa de um xelim para as melhorar, estão em Paris, estão em Londres, comendo pêssegos em Janeiro e jogando pelos clubes o whist a libra o tento: os seus procuradores e agentes, criaturas vorazes, sem ligação com o solo nem com a raça, forçados a remeter incessantemente dinheiro a suas senhorias, interessados em conservar a procuradoria, caem sobre o rendeiro, levantam-lhe a renda, forçam-no a vendas desastrosas, enlaçam-no na usura, tributam-no feudalmente, apertam-no com desespero como a um limão meio seco, até que ele verta num gemido o último penny. Se o miserável, este ano, fatigando o torrão, sustentando-se de ervas secas, economizando o lume quando há seis palmos de neve, consegue arrancar de si a soma que sua senhoria, o lorde, reclama para oferecer uma esmeralda à loura Fanny ou à pálida Clementine, para o ano lá está enleado na dívida, sem meios de comprar a semente, com uma terra exausta a seus pés...

Então o procurador, de lei em punho, vem, corre, penhora-o, vende-lhe o catre, expulsa-o do casebre, atira-lhe mulher, criancinhas e avós entrevados para as pedras do caminho... E aí vai mais um bando de desgraçados engrossar o lamentável proletariado que povoa a «verde ilha dos bardos». São milhares, são milhões! Esta população, com o ventre vazio, os pés nus sobre a geada, volta-se então para a Inglaterra, a mãe Inglaterra, que tem a lei, que tem a força, que tem a responsabilidade: a Inglaterra, comovida na sua fibra cristã, volta-se para os seus economistas, os seus políticos: estes indivíduos pousam as suas vastas frontes nas suas vastas mãos, arrancam das concavidades da sua sabedoria farisaica esta resposta, tenebrosa resposta da Meia Idade às reclamações do sofrimento humano:

— Paciência, o remédio está no céu.

     A Inglaterra, valendo-se copiosamente do clero católico da Irlanda e da religiosidade da plebe para a manter na resignação da miséria, acena-lhe com as promessas cor de ouro da bem-aventurança – é um salutar espectáculo.

Sejamos porém justos: a Inglaterra manda também, aos milhões de esfomeados, farinha e dois ou três xelins: e o Punch faz-lhes honra de lhes dedicar pilhérias.

De tudo isto que resulta? Que o Irlandês, vendo que a fome está nele, a Inglaterra ocupada com o Dr. Tanner, o Punch muito divertido e o céu muito longe – faz uma trouxa dos seus andrajos, vai à vila mais próxima, apresenta-se ao comité dos Fenians ou à secção de Mollie Maguire e diz simplesmente: «Aqui estou!...»

(...)

In AFEGANISTÃO E IRLANDA, Cartas de Inglaterra, Texto Integral das Obras de Eça de Queirós

    

Ver também: Cartas de Inglaterra by José Maria Eça de Queirós - Project Gutenberg

  • Irlanda: a grande fome de 1845                                                            

adaptado de um e-mail enviado pelo Jorge

                                                                     

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