Neste período, os CTT distribuíram 57 milhões de euros pelos seus accionistas – como a família Champalimaud, grandes bancos europeus ou o fundo abutre Blackrock –, um valor que ultrapassa o dobro dos lucros do ano passado.
Os salários dos trabalhadores desceram em termos reais e prosseguiu a destruição de postos de trabalho, que é uma constante desde 2012.
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Em 2013, ano da privatização dos CTT, em todos os 308 concelhos do país existia pelo menos uma estação de correios. Nesse ano, pela primeira vez, começou a haver concelhos sem qualquer estação: Gavião e Pedrogão Grande.
Em 2018, arrancou uma nova ofensiva, e o número de concelhos sem qualquer estação de correios passou de dois para 33. E de acordo com a ANACOM, é expectável que esse número possa, a curto prazo, atingir os 48 concelhos – mais de quinze por cento da totalidade dos concelhos do país.
Quem ler o panfleto que os CTT estão a disponibilizar aos clientes do Parque Empresarial de Coimbrões e não conhecer a realidade do que se está a passar, será levado a pensar que a rede de serviços que esta empresa oferece aos seus clientes se encontra em expansão.
Exactamente ao contrário. Os CTT anunciam que vão abrir um “Posto de Correios” em Coimbrões, só não informam que, ao mesmo tempo, vão encerrar, já no fim do mês, a “Loja CTT”, que detêm no Parque Empresarial, a funcionar no edifício do seu terminal de distribuição postal.
Significa esta “mudança” que os CTT vão deixar de ter instalações (fecham a Loja CTT), pessoal e serviços próprios em Coimbrões, perdendo com isso as empresas e os clientes um atendimento profissional e diversificado.