A acção do Governo na área da Defesa Nacional e Forças Armadas
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A reestruturação e o redimensionamento sérios das Forças Armadas estão mais uma vez adiados, face à política de cortes, mais ou menos cegos, com que a área da Defesa Nacional e das Forças Armadas está a ser confrontada. Como sempre afirmámos, não há reestruturações sérias se não forem respeitados dois pressupostos:
1º não partir da definição de um montante financeiro a cortar, para a análise da realidade e das necessidades;
2º a necessidade de envolver as estruturas existentes da Instituição nesse processo.
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O recente discurso de Passos Coelho, na sua primeira visita à GNR, suscitou em alguns sectores um salivar particular e noutros fez aumentar as preocupações. A razão prende-se com uma maior explicitação quanto ao aprofundamento da orientação visando a consagração consistente da doutrina de segurança nacional.
Um discurso em linha com tudo o que tem vindo a público com vista à elaboração do novo Conceito Estratégico de Segurança e Defesa Nacional (CESDN), com comissão nomeada para efeito onde estão Pinto Balsemão, Ângelo Correia, António Vitorino, Luís Amado, Adriano Moreira, Nuno Severiano Teixeira, Jaime Gama, Figueiredo Lopes, Leonor Beleza, Gen. Loureiro dos Santos, Almirante Vieira Matias, entre outros, e que remete, desde logo, para uma constatação: vão elaborar o novo CESDN alguns dos protagonistas que conduziram, ao longo dos anos, Portugal à situação em que se encontra e, muito particularmente, as próprias Forças Armadas. A isto, chama o Ministro Aguiar Branco de comissão alargada.
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Rui Fernandes
«Ao tratarmos as questões relativas à política de Defesa Nacional e Forças Armadas temos de ter presente, no plano nacional, o aprofundamento da ofensiva, nas suas diferentes expressões, em consequência da política de direita e, no plano internacional, as dinâmicas em curso.
É da análise conjugada deste quadro que se elaboraram as Teses submetidas a debate em todo o Partido e que agora são presentes ao Congresso.
Os últimos quatro anos foram marcados pela intensificação da ofensiva imperialista, pela multiplicação de ataques ao direito internacional e à soberania dos Estados.»
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O PCP considera que a reforma da política de defesa e das Forças Armadas anunciada pelo Governo representa o prosseguimento das medidas de padronização das nossas Forças Armadas com o modelo que predomina no quadro da NATO, assente numa cada vez mais estrita concepção do seu emprego em missões externas e aprofundando a sua governamentalização, com o reforço das competências do Ministério da Defesa em detrimento do papel dos diferentes Ramos e sublinha a exigência de umas Forças Armadas alicerçadas nos princípios e valores constitucionais, dignificadas e valorizadas.
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