«Comemorarmos a Revolução do 25 de Abril e neste acto de elevação dessa gloriosa madrugada e do processo que se seguiu, celebramos, a luta heróica de anos e anos de resistência e combate ao fascismo, o sacrifício e a coragem de gerações de portugueses. A todos esses combatentes democratas e antifascistas a nossa sentida homenagem e o nosso reconhecimento!
Celebramos o feito valoroso dos capitães de Abril que nessa inolvidável madrugada abriu as portas à liberdade e à democracia e aos quais, mais uma vez e sempre, renovamos o nosso apreço e gratidão.
Celebramos o levantamento popular que imediatamente irrompeu nessa manhã libertadora, que transformou a acção militar num processo que abriu caminho a uma verdadeira revolução democrática.
Celebramos a energia combativa e a criatividade revolucionária das massas populares no apoio e na defesa da Revolução, na consolidação e construção da democracia e na sua decisiva luta na concretização de profundas transformações económicas, sociais, políticas e civilizacionais que se traduziram em grandes conquistas dos trabalhadores, do povo e da Revolução de Abril.»
«Com a morte do Almirante Rosa Coutinho desaparece uma das figuras mais relevantes da Revolução de Abril e os trabalhadores e o povo português perdem um aliado de todos os momentos e um amigo de sempre» - diz a Nota do Secretariado do Comité Central do PCP, ontem divulgada.
E sublinhando o papel desempenhado pelo Almirante em todo o processo revolucionário - designadamente no «importante e complexo processo da descolonização» - a referida Nota acentua incisivamente que «Até final da sua vida, o Almirante Rosa Coutinho manteve uma postura de total fidelidade aos valores e aos ideais da Revolução de Abril».
Postura bem exemplificada nesta afirmação do Almirante, produzida por ocasião de um aniversário do 25 de Abril:
«Hoje já não há medo da PIDE, da censura, das perseguições políticas (à velha maneira...), mas em contrapartida criaram-se outros medos também inimigos da liberdade: medo do desemprego, medo de não ter condições para uma velhice feliz, medo de não conseguir educar os filhos, medo de não ter acesso à saúde, todos estes medos continuam a existir, e todos eles têm de ser combatidos em nome de uma liberdade que o País conquistou com o 25 de Abril».
Aqui fica a homenagem do Cravo de Abril ao Revolucionário, ao Companheiro de Luta, ao Amigo.