25 de Novembro – Dia Internacional para a eliminação da violência sobre as mulheres
«Prostituição: uma grave forma de violência e exploração»
(20 Outubro 2017, Lisboa)
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«Prostituição: uma grave forma de violência e exploração»
(20 Outubro 2017, Lisboa)
Campos de refugiados e de detenção de imigrantes irregulares espalhados pela Europa e região do Mediterrâneo sul
Ao mesmo tempo que os EUA, a NATO e a UE aumentam os seus orçamentos e capacidades militares, diminuem significativamente as verbas para o apoio humanitário. No caso do ACNUR falamos de uma redução de 53% do financiamento para o ano de 2016. Uma realidade que acompanha a redução dos padrões da resposta humanitária. Para lá do deficiente apoio financeiro, as deficientes, precárias e degradantes condições de acolhimento, de alojamento, sanitárias, médicas ou alimentares, nos autênticos campos de concentração que a UE promoveu na Turquia e em solo europeu, são recorrentemente denunciadas. Os refugiados em campos gregos são hoje vítimas da máfia, do tráfico de drogas, de seres humanos e prostituição, também de menores. Uma realidade que promove a exploração mais atroz, sujeitando os que sobreviveram ao sofrimento imposto pela guerra, a perseguições, a meses de rumo incerto, apenas a mais sofrimento no local onde poderiam ser protegidos.
Exploração que é de Estado também. Ou que dizer da criação de empregos que, a Alemanha primeiro e agora a Áustria, criaram direccionados aos refugiados, pagos a… um euro à hora. Expressões da face mais negra do capitalismo e da União Europeia.
«Até se criou um organismo, o Frontex. O orçamento do Frontex, apesar de ter sido aumentado depois do início de funções, espelha bem a hipocrisia da União Europeia. A agência funciona em dois pisos sem condições num arranha-céus de Varsóvia.
A contrastar com esta realidade, desenvolveu-se, dentro do Frontex, um dispositivo chamado Eurosur que concentra a maior parte do investimento em drones, helicópteros e satélites, destinados a rastrear pessoas que tentam migrar para escapar da “opressão” e da “miséria” (agressão e grandes carências, digo eu) no seu país de origem.»
«A Provedora da Justiça da União Europeia abriu uma investigação sobre os impactos nos direitos humanos do acordo com a Turquia para travar a entrada de migrantes.»
Estes deslocados não são números. São pessoas. Como nós. São eles. Podíamos ser nós.
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Mais de 250 mil pessoas, oriundas de todas as partes do país, concentraram-se em Washington para exigir trabalho, liberdade, justiça social e o fim da segregação racial contra a população negra dos EUA.
Organizada, entre outros, pelo activista dos direitos humanos e pacifista Martin Luther King, a manifestação foi determinante para a aprovação das leis de direitos civis e direito de voto, em 1964 e 1965.
Foi nesta impressionante manifestação de massas que Luther King fez o discurso com a frase que ficou célebre em todo o mundo: «I Have a Dream!» (Eu tenho um sonho!).
Distinguido em 1964 com o Prémio Nobel da Paz, Martin Luther King foi assassinado em 4 de Abril de 1968, em Memphis, Tennessee.
Mais de meio século depois da Marcha, o racismo nos EUA está longe de ter sido erradicado.
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, mulher, negra, 28 anos, enfermeira, mãe
Os vídeos são de facto brutais e dizem respeito apenas ao período 2013-2016...
As últimas palavras do último discurso de Martin Luther King:
(...)
Well, I don't know what will happen now. We've got some difficult days ahead. But it doesn't matter with me now. Because I've been to the mountaintop. And I don't mind. Like anybody, I would like to live a long life. Longevity has its place. But I'm not concerned about that now. I just want to do God's will. And He's allowed me to go up to the mountain. And I've looked over. And I've seen the promised land. I may not get there with you. But I want you to know tonight, that we, as a people will get to the promised land. And I'm happy, tonight. I'm not worried about anything. I'm not fearing any man. Mine eyes have seen the glory of the coming of the Lord.
Bem, eu não sei o que acontecerá agora. Teremos alguns dias difíceis. Mas, para mim, isso não importa. Porque eu estive no cimo da montanha. E não me importo. Como todos, gostaria de ter uma vida longa. Por que não? Mas não estou preocupado com isso agora. Só quero fazer a vontade de Deus. E Ele permitiu que eu subisse a montanha. E eu vi lá de cima. E vi a terra prometida. Talvez não vos acompanhe até lá. Mas, quero que saibam esta noite que nós, como povo, chegaremos à terra prometida. E estou feliz esta noite. Nada me preocupa. Não temo nenhum homem. Os meus olhos viram a glória da chegada do Senhor.
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* Karl Marx, «O Capital», Livro Primeiro, Tomo I, p. 344
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A declaração, peremptória, foi feita em entrevista ao Rússia Today pelo analista político saudita Daham al-Anzi que é na realidade um porta-voz de Riad. Embora, graças ao prestimoso trabalho da comunicação social dominante, continue a ser um segredo para grande parte dos que habitam o planeta...
A Arábia Saudita é signatária do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, o que parece não ser um estorvo.
Já o Paquistão, pelo contrário, é um não-signatário deste tratado. Como se sabe, o regime político deste País não prima propriamente pela democracia e pelo respeito dos direitos humanos. Foi, por exemplo, o responsável número um pela implantação do regime dos talibans no vizinho Afeganistão. Mas pode ter armas e mísseis de longo alcance...
Como escreve no seu blog o jornalista português José Goulão, «Dos Estados Unidos e da União Europeia seria importante conhecer a opinião sobre o assunto. De Itália veio a versão da ministra Pinotti, segundo a qual, em matéria humanitária, o país “é enormemente credível e respeitado”. Porém, isso não chega: gostaríamos de saber se Washington e Bruxelas, Berlim, Londres e Paris, pelo menos esses, levam assim tão longe o descaramento.»
«Eu vi homens duros que se transformavam em bebés... enrolados nas suas camas, em posição fetal, e nunca mais diziam uma palavra; alguns não conseguiam parar de falar, mas diziam coisas sem sentido; outros gritavam o dia inteiro; houve muitos que se conseguiram suicidar; mas eles não nos querem mortos, é por isso que nos enterram vivos». É assim que Albert Woodfox descreve os 43 anos que passou em regime de solitária, numa cela de 2,7 metros por 1,8.
Libertado este domingo após 44 anos preso por razões políticas, Albert Woodfox explicou-me, numa entrevista por via electrónica, que a primeira coisa que fez quando saiu da infame prisão de Angola, na Luisiana, foi deixar flores na campa da mãe, que morreu em 1990. «Quando ela morreu, não me deixaram ir ao funeral. Mas eu prometi que ia». E foi.
Albert Woodfox, de 69 anos, era o último dos presos políticos conhecidos como «os três de Angola» ainda atrás das grades. A Penitenciária Estadual da Luisiana, também conhecida como Angola, deve o nome à antiga plantação existente nesse lugar, onde milhares de escravos angolanos eram forçados a trabalhar. Duzentos anos depois, a principal diferença é que a plantação deixou de produzir algodão e passou a produzir cana-de-açúcar. Os 6500 presos que aí trabalham, quase todos negros, não são, porém, menos escravos.
«A prisão é uma indústria», explica Albert Woodfox. «Depois da Guerra Civil a escravatura acabou, os negros foram conquistando mais direitos e o nosso trabalho foi ficando mais caro. Em resposta, o sistema criou a indústria prisional para embaratecer a mão-de-obra negra, para desumaniza-la. É por isso que neste país um em cada três negros já esteve preso. Não se trata só do trabalho escravo dentro das prisões privadas… vai para além disso: um negro que saia da prisão está carimbado para o resto da vida como mão-de-obra barata; quando a polícia manda parar um adolescente negro a caminho da escola, a mensagem é "não levantes muito a cara, fica no teu lugar."»
«O meu crime foi ser militante»
Acusado de ter assassinado Brent Miller, um guarda prisional, em 1972, Albert Woodfox foi condenado a 42 anos de prisão num julgamento-farsa sem provas físicas e marcado pelo «desaparecimento» de elementos do processo. Há muito que a própria família de Brent Miller exigia a libertação de Woodfox e, no Verão passado, Teenie Rogers, a viúva de Miller, avisou que «está na hora do Estado parar de fingir que há qualquer prova de que Albert Woodfox matou o Brent».
«Eu estou inocente desse crime», diz Albert Woodfox, «mas não foi por esse crime que passei 43 anos em solitária. O meu crime foi ser militante do Partido Pantera Negra e lutar contra a segregação das prisões».
Recém-saído de uma tortura difícil de imaginar, Albert Woodfox promete dedicar-se agora a combater o uso disseminado da solitária nas prisões estado-unidenses. «É uma violação flagrante dos Direitos Humanos. Fechar um homem sozinho numa cela durante décadas é tortura e é bárbaro. A solitária chama-se solitária porque nos isola. É assim que nos quebram: isolados não somos humanos. Neste regime, só saímos da cela durante uma hora por dia. Às vezes, sentia-me esmagado. Não conseguia respirar. Suava em bica... Nos piores momentos, sentia as paredes a apertar-me a cara. Foi assim durante quatro décadas. Mas como imaginar submeter uma criança de 14 anos a esta tortura? Isso acontece muito nos EUA! Basta que um tribunal decida julgar um adolescente como um adulto. Que tipo de regime faz uma coisa destas?»
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