Na sua última sessão de 2014 em Dezembro passado, o Senado dos EUA aprovou o novo orçamento federal, um pacote no valor de 1,1 biliões [milhões de milhões - 1.100.000.000.000] de dólares. Sob a ameaça de uma nova paralisação do governo, o Partido Democrata, em minoria em ambas as câmaras do Congresso, estabeleceu um acordo com o seu congénere Republicano, permitindo prolongar o funcionamento das chamadas «funções não vitais» do Estado federal. Em contrapartida, foram aprovadas duas leis que comprometem as reformas de milhões de pensionistas e abrem caminho à privatização da segurança social.
Por um lado, o governo federal compromete-se legalmente com o resgate de bancos que apresentem prejuízos causados pelos chamados contratos derivativos e outros produtos financeiros altamente incertos. A nova lei, desenhada à medida dos donos do Citigroup, transforma em lei as operações de resgate de 2008, nacionalizando os prejuízos dos capitalistas sempre que os seus negócios falham. Por outro lado, a segunda lei agora aprovada, garante que quando esses negócios correm bem, os prejuízos também são nacionalizados. Passo a explicar.
«Os portugueses assistiram nos últimos dias a episódios que caraterizam bem a degradação a que chegou a situação politica no país e à falta de ética dos partidos do governo Um ministro que é também chefe de um dos partidos que apoia o governo que se demite apresentando, como uma das razões, o desacordo em relação à politica que estava a ser seguida e que diz que a sua posição é irrevogável e que pouco depois, dá o dito por não dito, e aceita, como vice 1º ministro, coordenar a execução da politica que pouco antes criticava e que o levara à demissão. E um 1º ministro, que aceita que as suas funções sejam esvaziadas, transformando-se assim num 1º ministro sem funções. E um governo que toma simultaneamente o compromisso de crescimento económico e de cortar mais 4.700 milhões € na despesa pública para satisfazer as exigências da “troika”, que é um mero instrumento dos interesses dos credores o que, a concretizar-se, impossibilitará qualquer crescimento económico e tornará a recessão económica mais profunda e prolongada. Esta situação surrealista dá bem uma ideia do estado de agonia a que chegou este governo e esta política que tem destruído a economia e a sociedade portuguesa. É um governo que tarde ou cedo vai implodir mas descontroladamente fruto das suas próprias contradições e antagonismos. E foi tendo como base este pano de fundo que o presidente da República reuniu em Belém um conjunto de economistas escolhidos a dedo por ele, reunião que não trouxe nada de novo (foi mais do mesmo) e só serviu para justificar a continuação da politica atual com o argumento de que “em média, o encargo anual de juros e amortização da divida a partir de 2014 será de cerca de 18 mil milhões €”. Como isso fosse uma grande novidade e não fosse a consequência inevitável da politica que a “troika” e o governo PSD/CDS estão a impor ao país e que pretendem continuar. Ficou mais uma vez claro com essa reunião a impotência e a incapacidade do pensamento económico único neoliberal dominante para resolver a crise.»
Um mês antes do início da crise - com o rebentamento da «bolha» especulativa do imobiliário nos EUA em Agosto de 2007 - em Julho, na Bolsa de Lisboa o PSI 20 atingia os 13.500 pontos. Cinco anos depois, em Agosto de 2012, o mesmo índice batia nos 4.500 pontos (!!!).
Deve ser este o tal sinal de confiança dos «mercados» - alcunha para bancos, seguradoras, fundos de investimento e outros especuladores - na economia de Portugal de que falam Pedro Passos Coelho, Paulo Portas, Vítor Gaspar e demais analistas e comentadores encartados...
- ... saber interpretar os mercados, investir, poder pressionar a dívida, especular com os futuros, intuir movimentos, analisar comportamentos, cotar em alta, aumentar emissões,...
- Sim... ou seja, quanto a TRABALHAR, NADA, não é?
- ... e como este ano me portei muuuuito bem, e soube aproveitar muuuuuito bem a crise, peço para mim: UM AEOROPORTO, UMA TELEVISÂO PÚBLICA, UM SERVIÇO DE CORREIOS,...
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Nota: vestido de rei está José Blanco López (Pepe Blanco) (Desde el 6 de julio de 2008 es el vicesecretario general del Partido Socialista Obrero Español (PSOE) y desde el 17 de abril de 2009 ministro de Fomento)
- Convém recordar que, apesar de tudo, estamos na Europa... Isto não é uma República das Bananas, nem um país do Terceiro Mundo que se possa explorar por meia dúzia de tostões!
- Tome o meu cartão. Quando já o for, chame-me! De acordo?