Nos últimos quatro meses, mais precisamente de 1 de Outubro de 2019 a 1 de Fevereiro de 2020, em consequência de gripe ou por causas a esta associadas terão sido hospitalizadas nos EUA cerca de 210 000 pessoas e apontadas cerca de 12 000 mortes.
Estas são as estimativas mais optimistas divulgadas, recentemente, pelos Centros para o Controlo e a Prevenção da Doença (CDC) do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, relativamente ao surto de gripe que actualmente se verifica neste país. A mesma instituição norte-americana estima que, desde 2010, as mortes associadas a surtos de gripe terão provocado em média e por ano cerca de 37 000 mortes nos EUA – país cuja população se estima em 330 milhões.
A Comissão de Saúde da China disse que o número de infetados pelo Covid-19 ascendeu a 70 548 desde 31 de Dezembro de 2019 a 16 de Fevereiro de 2020. O número de mortos devido ao novo coronavírus (Covid-19) na China é de 1 770. A população actual da República Popular da China (RPC) é de cerca de 1,4 mil milhões.
Obviamente que, com esta referência, não se procura subestimar a gravidade, o impacto ou a ameaça que representa o actual surto epidémico de um novo coronavírus – designado de Covid-19 pela Organização Mundial de Saúde (OMS) –, mas tão só ter uma escala comparativa na avaliação desta nova epidemia e dos esforços que a China tem desenvolvido para a combater e prevenir a sua propagação.
Decorreram 70 anos desde o fim da II Guerra Mundial. Passaram 26 anos sobre a queda do Muro de Berlim e 24 anos desde o fim da URSS. Com a sua atitude de não comparecerem em Moscovo no dia 9 de Maio de 2015 nas cerimónias do Dia da Vitória o que querem apagar da História os poderes dominantes?
Querem apagar da História que a política da «solução final» não abrangeu apenas os judeus. Alargou-se aos ciganos e aos eslavos.Em apenas 3 anos (1941-43) 1/3 da população masculina da Bielo-Rússia foi aniquilada. Refira-se dois factos, entre inúmeros outros, nunca citados na historiografia dominante: noventa e nove por cento dos mais de mil campos de concentração nazis foram construídos a LESTE de Berlim! E aí morreram mais de 4 milhões de cidadãos soviéticos.
Querem apagar da História que foram os comunistas que tiveram o triste privilégio de inaugurar os campos de concentração hitlerianos e de neles serem literalmente quase exterminados. O PC Alemão em 1933 tinha centenas de milhares de membros. Em 1945 eram pouco mais de mil.
Querem apagar da História que nos países ocupados pela Alemanha e pelo Japão os comunistas desempenharam um papel essencial, muitas vezes decisivo, na condução da Resistência. De 1940 a 1944, setenta e cinco mil comunistas franceses morreram torturados, fuzilados ou em luta directa com o ocupante. A história repetiu-se em Itália, na Checoslováquia, na Polónia, na Albânia, na Jugoslávia (1 milhão de mortos), na Hungria, na Bulgária, nas Repúblicas Bálticas. Na China, no Vietname, nas Filipinas, etc., etc., etc.. No mínimo exige-se dos seus adversários que respeitem a sua memória.
Querem apagar da Históriao papel que cada Aliado desempenhou na II Guerra Mundial. A desproporção quer nos meios envolvidos, quer nos consequentes resultados, é evidente. Na URSS os hitlerianos destruíram 1.710 cidades, 70.000 aldeias, 32.000 empresas industriais, 100.000 empresas agrícolas. Desapareceram 65.000 km de vias-férreas, 16.000 automotoras, 428.000 vagons. As riquezas nacionais da URSS foram reduzidas em mais de 30%. No território dos EUA, excepção feita a Pearl Harbour, não caiu uma só bomba, não se disparou um único tiro.
Querem apagar da História que até começos de 1944 na frentesovietico-alemã operaram, em permanência, de 153 a 201 divisões nazis. Na frenteocidental, no mesmo período, de 2 a 21. Em 1945 a mesma proporção era de 313 para 118. De Junho a Agosto de 1944, ou seja, desde o início da Operação Overlord, as tropas fascistas perderam, entre mortos, feridos e desaparecidos, 917.000 na frente Leste e 294.000 na frente ocidental.
Querem apagar da Históriaque aAlemanhaperdeu na sua guerra contra a URSS o correspondente a3/4das suas baixas totais. Na frente soviética o exército japonês perdeu cerca de 677.000 homens (na sua maioria prisioneiros). Morreram, recorde-se, em todos os cenários da II Guerra, 250.000 norte americanos, 600.000 britânicos, mais de 25.000.000 de soviéticos (3 milhões dos quais membros do Partido Comunista).
Assistimos a um autêntico assassínio da verdade histórica. Querem apagar a natureza de classe das ditaduras nazi-fascistas, ignorar os seus crimes e a cumplicidade das grandes potências capitalistas. Querem silenciar e ocultar que essas mesmas potências fecharam os olhos às agressões à Etiópia, à Espanha republicana, à Áustria, à Checoslováquia. Querem esconder que a Segunda Guerra Mundial foi inseparável e consequência da crise do capitalismo e da ascensão do fascismo como resposta de classe a essa mesma crise. Querem apagar o papel da União Soviética e da resistência dos povos na derrota do nazifascismo.
Bem podem recorrer aos filmes de Hollywwod e às séries de Televisão. Ou, aos documentários (mais ou menos científicos) e às análises escritas e faladas. A realidade, essa «chata», não se deixa apagar.
É por isso que, como já foi dito, a defesa da verdade histórica é parte integrante das lutas que é hoje necessário travar.
«A eutanásia pode ser uma boa escolha para os pobres, os quais por causa de sua pobreza não têm acesso à assistência médica», tal é a «solução» para o problema dos pacientes sem recursos proposta pela nova ministra da Saúde LituâniaRimante Šalaševičiūté, que assumiu o cargo no início de Junho.
Nota: «O ovo da serpente» é o nome de um filme de Ingmar Bergman que mostra os conflitos e a desordem que antecederam a ascensão do nazismo na Alemanha.
«A guerra no Iraque é mais do que nada pelo petróleo». Alan Greenspan, ex-presidente da Reserva Federal, in The age of turbulence
«O Iraque foi assassinado e nunca mais se voltará a por em pé (...) A ocupação estado-unidense foi mais desastrada que a dos mongóis, que saquearam Bagdad no século XIII». Nir Rosen, in Current History
«Jornalista: Dois terços dos norte-americanos dizem que (a guerra no Iraque) não vale a pena... Entrevistado: E? Jornalista: E? Não lhe importa o que pensa o povo americano? Entrevistado: Não. Não penso que nos devamos desviar da rota devido aos resultados flutuantes das sondagens de opinião». Fragmento da entrevista de Martha Raddatz, condutora do programa de televisão Good morning, América/ABC a Dick Cheney
«Uma das finalidades da invasão do Iraque era a de intimidar o Irão. Em realidade o que fez foi aumentar a influência do Irão no Iraque». Relatório 2008 de Current History
«...o custo das operações (de guerra no Iraque), sem considerar os gastos a longo prazo, como a atenção dos ex-combatentes, supera já o custo da guerra do Vietname, que durou 12 anos, e representa mais do dobro do que custou a da Coreia». Joseph Stiglitz, in The Three Trillion Dollar War: The true cost of the Iraq conflict
É o verdadeiro «triunfo das desigualdades». Na América do Norte, a crise é já a maior desde o crash da Bolsa de Nova Iorque em 1929. Por isso, o fosso entre os ricos e pobres nunca foi tão grande. Dados oficiais citados por John Plender num artigo publicado no Financial Times, com versão portuguesa no sítio Vermelho.org.br, indicam que nos EUA, entre 1979 e 2005, os rendimentos dos 1% mais ricos, antes do pagamento dos impostos, cresceu por ano 200%, e depois de descontadas as taxas, 228%. Os mais pobres e a classe média viram os seus rendimentos anuais crescerem apenas 1,3% e 1%, respectivamente.
«A desigualdade económica nos Estados Unidos alcançou o nível mais elevado desde aquele que ficou conhecido como o mais maldito dos anos: 1929. Nas principais economias dos países de língua inglesa as desigualdades de renda alcançaram extremos que não eram vistos desde a era de “O Grande Gatsby”.»
Este blog é também feito de amizades, colaborações, trabalho colectivo. Em particular desde o início de 2008.
Desde logo, o JORGE, uma amizade e uma camaradagem de quase 35 anos. É ele o verdadeiro responsável pela escolha e pesquisa das poesias e das músicas. O nosso gosto é comum, portanto tudo flui naturalmente.
Depois o FERNANDO, uma amizade de 32 anos. É o "nosso" correspondente nos EUA.
Finalmente o ROGÉRIO, uma amizade e camaradagem via Internet. Ainda não nos conhecemos pessoalmente, mas são dele alguns momentos de humor deste blog.
Os Partidos Comunistas e Operários presentes em Lisboa a 16 de Fevereiro de 2008 por ocasião da Reunião do Grupo de Trabalho do Encontro Internacional de Partidos Comunistas e Operáriosdebateram os desenvolvimentos no que concerne à iminente declaração unilateral de independência do Kosovo, promovida pelos Estados Unidos da América, NATO e União Europeia e consideram que:
Um tal passo - que viola frontalmente o direito internacional e as resoluções das Nações Unidas sobre esta questão - terá graves consequências para a região do Balcãs e a nível internacional.
Representa um grave perigo para os povos, desencadeando alterações de fronteiras, ameaçando lançar toda a região numa nova espiral de conflitos, guerras e intervenções internacionais, e criando um perigoso precedente internacional.
Os nossos Partidos opõem-se à secessão do Kosovo da República da Sérvia. Exigem aos governos dos seus países que se abstenham de reconhecer a independência do Kosovo bem como de enviar tropas para a região.
Recorde-se a Resolução nº 1244 do Conselho de Segurança da ONU, de 10 de Junho de 1999:
«Reafirmando a vinculação de todos os Estados Membros à soberania e à integridade territorial da República Federal da Jugoslávia e de todos os outros Estados da região, no sentido da Acta Final de Helsínquia e do anexo 2 à presente resolução,»
Art Shields é um jornalista comunista norte-americano que com mais de 90 anos, escreveu as suas memórias.
Memórias vivíssimas, frescas e palpitantes que traçam um panorama rico e concreto da vida e das lutas do povo norte-americano na viragem do século.
Este livro abarca o período de 1890 a 1918; termina quando a vitoriosa Revolução de Outubro dá ânimo e alegria à classe operária de todo o mundo e, nomeadamente, à classe operária dos EUA.
Entretanto, com o então adolescente Art Shields percorremos um país de lés-a-lés; o autor viveu com os índios cheroquis, esteve com os esquimós, conheceu os veteranos negros da Guerra da Secessão, entusiasmou-se com os socialistas que, no melhor dos casos, se integraram no movimento comunista, e presenciou lutas diversas, renhidas e difíceis.
Enfim, desdobrou perante nós uma história desconhecida e ocultada de um país que importa conhecer com verdade: os EUA.
Tudo isto faz deste Cresci Para Lutar um livro apaixonante e singular, que as ilustrações de Peggy Lipschutz tornam ainda mais aliciante