Alguns elementos daquilo que o PCP caracterizou, em 2015, como um diagnóstico devastador:
- As crianças do 1.º ciclo do básico continuam sem Educação Física pedagogicamente integrada;
- Atendendo à forma como se implementaram, as actividades chamadas de enriquecimento curricular desempenham unicamente uma função de ocupação do tempo livre, revelando-se até como prejudiciais para a afirmação da Educação Física curricular;
- Os jovens que frequentam as escolas do 2.º e 3.ºciclos do básico e do secundário, enfrentam com os seus professores dificuldades acrescidas de realização da Educação Física e do desporto escolar;
- A actividade física e desportiva nas universidades é praticamente inexistente;
- O subsistema do desporto federado continua a não ver reconhecida a importância da sua acção em termos da formação, orientação e especialização dos jovens que revelam maiores aptidões, não recebendo da parte dos governos o apoio indispensável para a estruturação do nível de alto rendimento que um país moderno exige.Devido a esta situação Portugal não consegue ombrear com os países europeus e vários do resto do mundo, que possuem características demográficas e estruturais do mesmo nível;
- O parque de instalações desportivas espalhadas pelo território mantém-se caracterizado por uma enorme subutilização, enfrentado sérios problemas de gestão;
- A ausência de esforços conjugados entre os diversos sectores do Estado, as autarquias locais, o movimento associativo desportivo e as empresas, impede que se estruture uma política nacional de desenvolvimento do desporto;
- A transferência de competências e responsabilidades do Estado Central para o Poder Local no sentido do desenvolvimento da prática desportiva e da criação das bases materiais para a viabilizar, não é acompanhada da indispensável transferência de meios financeiros;
- O movimento associativo desportivo vive um momento extremamente difícil. Dificuldades que advêm da crise que limitou fortemente a capacidade de financiamento local, do agravamento das condições de vida e da desregulação dos horários de trabalho dos seus dirigentes, da alteração da lei do arrendamento urbano;
- O desporto para as pessoas com deficiência continua a ser apresentado através dos êxitos conseguidos por alguns atletas que, com as suas famílias e os seus treinadores, são afinal quem sustenta a sua preparação, sem receber o apoio significativo;
- A dotação orçamental para o sector, assumindo desde há muito tempo uma pobreza constrangedora, foi agravada com o pretexto da crise. Na verdade, esta situação traduz o desprezo a que é votado o desporto, e desconhece, ou recusa, por incompetência e incúria, o enorme papel que as actividades físicas e desportivas podem e devem desempenhar em termos de poupança em saúde, de aumento da produtividade, na luta contra o insucesso escolar e a favor da integração social dos jovens;
- A penúria dos meios postos à disposição dos diferentes subsistemas, impede o indispensável desenvolvimento do desporto de alto rendimento – o que põe em causa não só a resposta aos/às jovens que a ele desejam aderir, como também a afirmação internacional do País –, e leva conduz à mercantilização das práticas.
O problema é do foro político, ou seja, está nas políticas, nas opções, nas prioridades.
Não se pode escamotear que, também no desporto, há concepções políticas e ideológicas inconciliáveis.
Minha aldeia é todo o mundo. Todo o mundo me pertence. Aqui me encontro e confundo com gente de todo o mundo que a todo o mundo pertence.
Bate o sol na minha aldeia com várias inclinações. Ângulo novo, nova ideia; outros graus, outras razões. Que os homens da minha aldeia são centenas de milhões.
Os homens da minha aldeia divergem por natureza. O mesmo sonho os separa, a mesma fria certeza os afasta e desampara, rumorejante seara onde se odeia em beleza.
Os homens da minha aldeia formigam raivosamente com os pés colados ao chão. Nessa prisão permanente cada qual é seu irmão. Valência de fora e dentro ligam tudo ao mesmo centro numa inquebrável cadeia. Longas raízes que imergem, todos os homens convergem no centro da minha aldeia.
“Ensinar a olhar os problemas que a humanidade enfrenta através dos olhos da ciência poderá certamente trazer um importante contributo para a democracia, para a qualidade de vida dos cidadãos, para o bem-estar de toda a sociedade” (Granado e Malheiros, jornalistas).
OS 5 SENTIDOS Sentir a vida, transformar o mundo!
A exposição de ciência da Festa do Avante! tem abordado temas tão relevantes como a astronomia, a física, a robótica, os materiais e as sua propriedades, a água, a energia, a fome, os recursos geológicos e até os transportes terrestres.
A escolha dos temas, embora muitos outros ainda estejam por abordar, vai ao encontro da urgência de assumirmos estas questões reais, prioritárias e cada vez mais graves para as actuais e futuras gerações, numa perspectiva científica, tecnológica mas também política.
Num processo dialéctico de permanente questionamento, este ano propomo-nos apresentar uma exposição que tem por base os 5 sentidos.
“Como comunicar sem um ou mais sentidos? Será a nossa visão igual à dos outros animais? Podemos saber a idade de uma estrela apenas olhando para ela? Qual a relação entre o nosso equilíbrio e a nossa audição? Porque sentimos frio e calor?”
Estas são algumas das questões que serão abordadas este ano no espaço Ciênci@vante!, propondo aos visitantes uma incursão pelos cinco sentidos humanos e embarcando numa viagem pela transformação do nosso mundo. As nossas acções e interpretações sobre o meio que nos rodeia estão amplamente ligadas à nossa capacidade de percepcionar a informação que nos chega a cada momento. Cada sentido é uma ponte entre o homem e a sociedade, e cabe a cada um de nós, como membros dessa sociedade, entender, construir e sustentar estas pontes.
Este é o fio condutor de uma exposição que pretende explicar cientificamente como funcionam os nossos sentidos, o que acontece na ausência ou deficiência desses sentidos, porque é que são tão importantes no nosso dia-a-dia, quais as repercussões na forma de comunicar e quais as principais diferenças com os sentidos de outros animais, como é que os avanços tecnológicos podem contribuir para a replicação dos sentidos e os benefícios da sua aplicação na melhoria da qualidade de vida dos indivíduos, entre muitas outras curiosidades.
Os 5 sentidos são ponto de partida para outras abordagens indissociáveis dos actuais problemas no sector da saúde, da empregabilidade e segurança no trabalho, das acessibilidades e transportes, da educação, da comunicação, da economia entre outros, pelo que também estas áreas serão abordadas ao longo da exposição.
O espaço Ciênci@vante! vai contar, como tem sido habitual, com módulos de Astronomia e Física, com a colaboração, respectivamente, do Astrónomo Máximo Ferreira e do Núcleo de Física do Instituto Superior Técnico. Nesta área interactiva estarão disponíveis de uma forma lúdica, rigorosa e ao mesmo tempo apelativa, experiências e observações que irão pôr em prática alguns dos assuntos levantados pela exposição.
Os debates, as palestras, a arte da escultura, a literatura e o espaço criança irão dar um especial contributo para reavivar todos os sentidos, e ajudar a consolidar algumas das pontes que poderão transformar o nosso mundo.
Mais uma razão para nos encontrarmos na Festa do Avante!
O país conta desde ontem com mais uma doutorada. Por sinal a primeira no seu departamento de conservação e restauro. Chama-se Márcia Gomes Vilarigues, nasceu a 10 de Fevereiro de 1976 e é minha filha...