A propor «a força militar» como «instrumento de acção externa» da União Europeia, podia ter sido José Manuel Barroso, o vidente! O homem sempre é Durão...Podia ter sido, mas não é dele que estamos a falar. Podia ter sido Durão até porque a pessoa de que estamos a falar foi correligionária dele.
Essa pessoa também não foi nenhum dos irmãos Dupondt (ou serão os velhos dos marretas?): Augusto Santos Silva ou Luís Amado. Nem podiam ser eles, «extremistas» como são!
Pela pessoa em questão ficamos a saber (se não sabíamos já) que o Tratado de Lisboa tem uma «"cláusula de defesa mútua", uma passagem que efectivamente transforma a União Europeia numa espécie de aliança de defesa colectiva comparável à NATO». Na conferência (porque de uma conferência se trata) o autor (ou autora...) afirma ainda cristalinamente que «a construção de uma Europa da Defesa forte só poderá contribuir para um pilar europeu da NATO forte.»
A pessoa que faz esta conferência gosta de passar por muito boazinha, e toda ela se esforrica para dar a entender que isto tudo - Nato, força militar europeia - é feito com a melhor das intenções! Quantos inocentes é que estas suas palavras vão matar?
Eu cá sou dos Fonsecas / Eu cá sou dos Madureiras / De ferro o puro sangue / O que me corre nas veias / Nasci da paixão temporal / Do porto dos vendavais / Cresço no fragor da luta / Numa força bruta / P’ra além dos mortais / (...) / Somos capitães / Somos Albuquerques / Nós somos leões / Os lobos do mar / De olhos pregados nos céus / De cima dos chapitéus // Somos capitães / Somos Albuquerques / Nós somos leões / Os lobos do mar / E na verdade o que vos dói / É que não queremos ser heróis
«Sabe, no fundo eu sou um sentimental / Todos nós herdamos no sangue lusitano uma boa dose de lirismo / (além da sífilis, é claro) / Mesmo quando as minhas mãos estão ocupadas em torturar, esganar, trucidar / Meu coração fecha os olhos e sinceramente chora...»
Onde estão as fronteiras de segurança de Portugal?
Esta é uma pergunta a que tentaremos agora responder pela voz sempre autorizada e clarividente dos nossos governantes. Eis as angustiantes respostas que fariam roer-se de inveja os governantes (fascistas...) de outrora.
[Baralhados? Mas quem não estaria? No mínimo este homem é um grande teórico e um valentaço... O problema é se os do Médio-Oriente, os bósnios, os afegãos, os africanos, etc., acharem também que "as fronteiras são fluidas" e que "a fronteira entre a paz e a guerra se esbateu", e decidirem que as fronteiras de segurança deles passam por Portugal...]
[Este, além de ir dar tiros para o Afeganistão ainda pretende "travar uma batalha" connosco para nos explicar isso! Não se incomode, senhor ministro, nós já percebemos!]
Por este andar o próximo governo vai editar um mapa intitulado "Portugal não é um país pequeno" e vai proclamar que a fronteira da segurança de Portugal está na Índia. Voltaremos a ouvir aos microfones da Emissora Nacional que “os sinos da Velha Goa e as bombardas de Diu serão sempre portugueses”!!!