Fomos recentemente bombardeados pelo famoso caso da Apple, objecto de uma condenação por parte da Direcção Geral da Concorrência da União Europeia que obriga aquela multinacional a devolver a colossal soma de 13 mil milhões de euros ao Estado Irlandês por benefícios fiscais recebidos indevidamente entre 1991 e 2014.
Numa altura em que a generalidade dos povos europeus desacredita cada vez mais nas instituições europeias, esta iniciativa da comissária sueca responsável pela pasta da concorrência é vista como uma manobra destinada a mostrar serviço, procurando criar mais uma fachada de preocupação social, como se esta UE não estivesse desde sempre ao serviço do grande capital europeu.
Vale a pena por isso determo-nos um pouco sobre este caso que é de certa maneira emblemático dos interesses que estão em jogo e a quem serve de facto este processo de integração europeia.
A crise económica e financeira do capitalismo aprofunda-se e com ela a ofensiva do imperialismo. Os acontecimentos confirmam o carácter global da crise e apontam para novos e perigosos desenvolvimentos. A situação é explosiva.
O FMI acaba de rever em baixa as previsões de crescimento da economia mundial, indiciando que uma recessão mundial não está fora do horizonte. Nos EUA, as minutas das reuniões do FED – o banco central dos EUA – recentemente divulgadas, bem como as já referidas previsões do FMI, confirmam um cenário de aprofundamento da crise e de disparo do desemprego no «coração» do capitalismo mundial. A afirmação do FMI de que «os EUA estão a caminho de um precipício orçamental que poderá ter consequências significativas para a economia mundial» levantam um pouco mais o véu sobre a explosiva situação na economia norte-americana cuja dívida pública ascenderá no final do ano a 106,7% do PIB.