Américo Amorim, Belmiro de Azevedo e Alexandre Soares dos Santos são os três multimilionários portugueses que figuram na lista das maiores fortunas mundiais, divulgada dia 2, pela revista Forbes.
Amorim, de 80 anos, surge no 369.º lugar, com 4,4 mil milhões de dólares (3,9 mil milhões de euros), seguido de Belmiro de Azevedo, 76 anos, 949.º lugar, com dois mil milhões de dólares (1,8 mil milhões de euros). O terceiro mais rico de Portugal é Alexandre Soares dos Santos, 80 anos, com uma fortuna estimada em 1,8 mil milhões de dólares (1,6 mil milhões de euros).
À cabeça da lista surge o norte-americano Bill Gates, com 79,2 mil milhões de dólares, segue-se o mexicano Carlos Slim, com 77,1 mil milhões de dólares, e o investidor norte-americano Warren Buffett com 72,1 mil milhões de dólares.
Em quarto lugar está o empresário espanhol, Amancio Ortega, de 78 anos, proprietário de marcas como a Zara, com 64,5 mil milhões de dólares.
Trinta famílias espanholas controlam através dos seus grupos empresariais mais de 32 mil milhões de euros, segundo uma análise da revista norte-americana Forbes, divulgada na segunda-feira, 28.
O poder financeiro é ainda mais forte no topo já que há três famílias, do grupo restrito das dez maiores fortunas do país, que sozinhas controlam impérios no valor de mais de 11.200 milhões de euros.
A lista é liderada por Amancio Ortega, dono da Inditex, a terceira fortuna do planeta, depois do mexicano Carlos Slim e de Bill Gates.
Belmiro de Azevedo discorda do aumento dos impostos, diz que prometer e não cumprir é "pecado" e acha que o Governo está "a brincar com o fogo", avisando que as mais recentes decisões políticas podem ter consequências sociais desastrosas: "Quando o povo tem fome, tem o direito de roubar".
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Isto dizia Belmiro de Azevedo em Maio de 2010. E em Julho de 2011?...
PT – lucros em 2010 de 5672,2 milhões de euros. Entretanto paga de impostos em 2010 menos de metade (!) do que pagou em 2009, menos 58,1 por cento.
GALP – lucros em 2010 de 451 milhões de euros.
BES, BCP, Santander Totta e BPI, os quatro principais bancos privados nacionais – lucros em 2010 de 1431 milhões de euros. Mas pagaram menos de metade do imposto de 2009 (!).
Zona Franca da Madeira, «morada fiscal» de conveniência de 2981 empresas (2435 das quais sem qualquer trabalhador…) – lucros em 2009 de 3700 milhões de euros. Pagaram em impostos apenas 6 dos 750 milhões que pagariam em qualquer outra parte do território nacional.
Estes dados são um escândalo nacional. Sobretudo sabendo nós que Governo, PS, PSD e CDS, recusaram em sede de Assembleia da República propostas que gerariam uma receita fiscal pelo menos três vezes superior à que o Governo e o PSD esperam obter. Ou seja, Governo, PS, PSD e CDS, não quiseram tributar a banca e os grandes grupos económicos com a taxa efectiva de IRC de 25% (o que renderia 500 milhões de euros, mínimo). Ou as transacções em Bolsa (mínimo de 135 milhões de euros). Ou as transferências financeiras para os offshore (cerca de 2200 milhões de euros, base 2009)
Mas há mais.
Fortuna de Américo Amorim, homem mais rico de Portugal segundo a revista Forbes, – 3660 milhões de euros.
Fortuna de Alexandre Soares dos Santos (grupo Jerónimo Martins), segundo mais rico – 1650 milhões de euros.
Fortuna de Belmiro de Azevedo – 1070 milhões de euros.
São 6380 milhões de euros (!!!), o equivalente a quase 3,6% do produto interno bruto nacional.
Esta é a soma das fortunas dos três homens mais ricos de Portugal, que cresceram 1,4 mil milhões em 2010, apesar da crise.
Contas feitas a partir dos dados oficiais, a fortuna acumulada de Américo Amorim, Alexandre Soares dos Santos e Belmiro de Azevedo, supera o rendimento anual de cerca de três milhões de portugueses (!!!). Em Portugal 3 é mesmo igual a 3000000…
Isto ao mesmo tempo que dos 770 mil desempregados, 60% não recebe subsídio de desemprego. E que há 1,5 milhões de trabalhadores com salários abaixo dos 600 euros. E que a pensão média dos 1, 9 milhões de reformados é de 369,29 euros.
Quem disse que os sacrifícios são para todos?
Especialista em Sistemas de Comunicação e Informação