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O CASTENDO

TERRAS DE PENALVA ONDE «A LIBERDADE É A COMPREENSÃO DA NECESSIDADE»

O CASTENDO

TERRAS DE PENALVA ONDE «A LIBERDADE É A COMPREENSÃO DA NECESSIDADE»

«Os idosos preferem morrer a deixar que o Covid-19 prejudique a economia dos EUA»

Dan Patrick Jay Janner-AP.jpg

O vice-governador Dan Patrick disse à Fox News:

«Temos que fechar o país inteiro por isso? Acho que podemos voltar ao trabalho».

 

Enquanto Donald Trump pressionava para reabrir a economia dos EUA em semanas, em vez de meses, o vice-governador do Texas argumentou na Fox News que ele preferia morrer a ver que as medidas de saúde pública prejudicam a economia dos EUA e que acreditava que «muitos dos avós» em todo o país concordariam com ele.

«A minha mensagem [para Trump]: voltemos ao trabalho, voltemos à vida, sejamos espertos com isso, e aqueles de entre nós com mais de 70 anos, cuidaremos de nós mesmos», disse o vice-governador Dan Patrick, 69 anos, Republicano na Fox News, ao seu anfitrão Tucker Carlson, na noite de segunda-feira [22].

«Não sacrifique o país», disse Patrick. «Não faça isso.»

Patrick disse temer que as restrições de saúde pública para prevenir o coronavírus possam acabar com a vida americana como ele a conhece, e que está disposto a arriscar a sua morte para proteger a situação económica para os seus netos.

«Você sabe, Tucker, ninguém me procurou e disse:Como cidadão senior, você está disposto a arriscar sua sobrevivência em troca de manter a América que toda a América ama para os seus filhos e netos?”» Patrick disse: «E se essa é a troca, eu alinho.»

«Isso não me torna nobre, corajoso ou algo assim», acrescentou. "Apenas acho que há muitos avós por aí, neste país, a pensar como eu

 

Sublinhados meus

AQUI

 

A crise grega à «moda de Hollywood» ou da «FoxNews»

(...)

Se o LEAP/E2020 tivesse de resumir o cenário à «moda de Hollywood» ou da «FoxNews» obter-se-ia a seguinte sinopse: «Enquanto o iceberg EUA está em vias de chocar-se com o Titanic, a tripulação treina os passageiros na busca de perigosos terroristas gregos que teriam colocado bombas a bordo!» Em termos de propaganda, a receita é bem conhecida: consiste em fazer diversionismos para permitir primeiro salvar os passageiros que se quer (as elites informadas que sabem muito bem que não há terroristas gregos a bordo) uma vez que nem todos poderão ser salvos; e a seguir mascarar o mais longo tempo possível a verdadeira natureza do problema para evitar uma revolta a bordo (inclusive de uma parte da tripulação que acredita existirem realmente bombas a bordo).

Para concentração nas questões de fundo, deve-se sublinhar que os «promotores» de uma crise grega que seria fatal para o Euro passam o seu tempo a repetir isso desde há cerca de dois anos sem que qualquer que seja das suas previsões se realize (pondo de parte continuar a falar do assunto). Os factos são teimosos: apesar desta fúria mediática que teria arrastado numerosas economias ou moedas, o Euro é estável, a Eurolândia deu passos de gigante em matéria de integração e prepara-se para transpor novas etapas ainda mais espectaculares, os países emergentes continuam a diversificar-se para fora dos Títulos do Tesouro dos EUA e a comprar dívidas da Eurolândia e a saída da Grécia da zona Euro continua sempre totalmente inconcebível excepto nos artigos dos media anglo-saxónicos cujos autores em geral não têm a menor ideia do funcionamento da União Europeia e menos ainda das tendências fortes que a animam.
(...)

-

Os elevados padrões morais dos EUA em matéria de direitos humanos

United States high moral grounds on human rights, Desenho de Carlos Latuff

-

Padrões morais...

Algures no Afeganistão...

- Sabes que eles apedrejam pessoas até à morte no Irão?!

- Sim! Eu vi isso na Fox News!

- Aqueles iranianos são bárbaros!

-

adaptado de um e-mail enviado pelo Jorge

_

Quem disse que Israel tem alguns dias para atacar o Irão?

Quem disse frases equivalentes à do título pode tê-lo feito com várias motivações. Mas disse-as, não podemos ignorar. Visam gerar um ambiente propício à guerrra.

O homem é um velho conhecido nosso. Foi o mesmo que afirmou  «Eu quero que só um governo possua armas nucleares [os EUA]»...

Para Ler, Ver e Ouvir:

 

Desenho de Martirena, publicado em diario siglo xxi, 16 de Agosto de 2010

-

adaptado de um e-mail enviado pelo Jorge

_

Números incendiários

Segundo o sítio do European Forest Information System, EFFIS, a informação disponível em 15 de Agosto era a seguinte: dos primeiros 25 fogos registados, 20 situavam-se em Portugal, 1 em Espanha, 4 em Itália. Todos eles se verificavam em zonas para as quais aquela instituição fazia idêntica previsão de risco de fogo. Constata-se assim que em 15 de Agosto de 2010, para zonas com idêntico risco de fogo (elevado e muito elevado) por cada fogo que houve em Espanha houve 4 em Itália e 20 em Portugal.

Os números sobre as desastrosas políticas agro-florestais seguidas nos últimos 34 anos pelos sucessivos governos PS, PSD e CDS-PP são avassaladores. Mais de 2,7 milhões de hectares de floresta queimada nos últimos 25 anos!!!

Filipe Dinis chama a atenção para a correlação que existe entre a dimensão e o número de fogos e a evolução territorial, o abandono e a crescente desertificação humana de manchas cada vez mais alargadas do território nacional.

Não se trata de um fenómeno recente. Trata-se de um fenómeno que acelerou sobretudo a partir da década de 80 do século passado. Entre os anos 60/70 e 1991 o número de concelhos com densidades inferiores a 25 hab/km2 mais do que duplica, passando de 26 para 59. Nos dados dos censos de 2001 atinge os 66, ou seja, quase ¼ dos concelhos do país passa a situar-se no limite da desertificação humana. E essa realidade verifica-se igualmente em agregados geográficos de maior dimensão, como aqueles em que se dividem as regiões NUTS III: em 1991, 6 regiões estavam abaixo dessa densidade (todo o Alentejo e a Beira Interior Sul). Em 2001 já eram 7, passando a incluir o Pinhal Interior Norte.

Não será esta uma das razões porque, em 15 de Agosto de 2010, tinham ardido 4383 hectares em Girabolhos, 4797 em Manhouce, 3460 em Lamas de Olo, 3839 em São Romão, para só referir as maiores áreas ardidas?

Pelo caminho foi liquidado o corpo efectivo de 1500 guarda-florestais, que estava sob tutela do Ministério da Agricultura e que, nos anos de 2003 e 2005 já tinha sido reduzido a 400 ou 500.

Também significativo é o facto de entre 2008 e 2010, o preço da pasta de papel ter passado de 580 para 700 euros por tonelada, enquanto a matéria-prima (eucalipto) desceu de 45 para 39 euros por tonelada. Não admira assim que as contas da Portucel apresentem, no primeiro semestre deste ano, um aumento dos lucros de 92 por cento, ou seja, quase o dobro do que alcançaram nos primeiros seis meses de 2009!

Como bem demonstrativo das prioridades governamentais é sabermos que o Parque Nacional do Douro Internacional esteve todo o ano de 2009 sem um único vigilante da natureza e sem qualquer viatura de primeira intervenção. Ou que no Parque Nacional da Peneda-Gerês, as dez viaturas estavam todas avariadas. Por falta de dinheiro para um filtro, um tractor ficou parado; resolvida a compra do filtro, parou por falta de dinheiro para gasóleo.

E o que dizer sobre esta realidade: os Bombeiros portugueses têm cerca de duas mil viaturas de combate a necessitar de substituição! Enquanto continuam por entregar muitas das 95 novas viaturas prometidas em 2007.

Em 2007 e 2008, anos de baixos índices de risco, diminuiu o número de ocorrências e da área ardida, da dimensão e da duração de alguns dos incêndios florestais? Aí está a prova da justeza das políticas governamentais, diziam. Em 2009 a situação inverteu-se? A culpa é das elevadas temperaturas e da baixa humidade, afirmam. De fora fica o factor essencial dos incêndios florestais: o estado da floresta portuguesa.

Post-Scriptum: O jornalista Sebastian Jones refere que nos órgãos de comunicação social norte-americana, desde 2007, pelo menos 75 lobistas, representantes ou dirigentes de empresas, apareceram em emissoras como NMSNBC, Fox News e CN sem que as suas lucrativas actividades fossem sequer mencionadas. Apresentados como meros especialistas, eles são praticamente omnipresentes na televisão. E em Portugal?...

Especialista em Sistemas de Comunicação e Informação

In jornal "Público" - Edição de 20 de Agosto de 2010

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