Critica asperamente o relatório do grupo liderado por Madeleine Albright que serve de base ao novo conceito estratégico da NATO: «A referência à América Latina e a África nesse relatório é muito lacunar comparada, por exemplo, com o peso atribuído à Geórgia. (...) Nós, que temos como preocupação assegurar a paz no Atlântico Norte, devemos olhar para sul». Lógico! Para assegurar a paz no norte há que ter o sul debaixo de olho!
De dedo em riste adverte que «a NATO tem níveis de eficiência abaixo do desejável e precisa de adequar a sua estrutura ao mundo de hoje». Gaita! A NATO tem níveis de eficiência baixas? Olha se as tivesse altas! Esta conversa faz pensar que o sociólogo ambiciona mais do que ser um obscuro ministro de um mau Governo.
O Mundo é varrido de lés a lés pela visão estratégica deste novo Dr. Estranhoamor.
Além da América Latina, da África (aqui ficam já “arrumados” dois continentes porque os EUA e o Canadá são do “nossos”) e da Geórgia, há ainda a Somália, o Afeganistão, Magrebe, Sahel (estes dois últimos já incluídos na África mas que requerem mais cautelas...), e, atenção!, «devemos estar atentos ao grande arco que vai do Magrebe até ao Paquistão». Estaremos atentos, senhor ministro, esteja descansado!
Depois o ministro faz notar que «a capital geograficamente mais próxima de Lisboa não é Madrid mas sim Rabat». Portanto, juizinho marroquinos!, que o Augusto está perto e de olho em vós!
[Um esclarecimento ao senhor ministro. Informa-nos o nosso especialista em assuntos geográfico-estratégicos que Lisboa dista cerca de 500 km de Madrid e cerca de 555 km de Rabat. Portanto, os madrilenos que se ponham a pau, que quando o Augusto souber isto...]
Mais adiante, faz ainda referência ao Líbano, país para o qual, juntamente com o Afeganistão, vai mandar «células de informações». Os tais «espiões»!...
Sobre a possibilidade de instalar o Africom (novo comando dos EUA para "tratar" dos “assuntos” africanos) nas Lajes refere que «essa é uma decisão que compete aos norte-americanos» que é algo que nós já suspeitávamos. E as outras decisões, competem a quem? A si, senhor ministro?
[É óbvio que a segurança dos africanos compete aos EUA... Quem pode duvidar disso?]
O problema é se todos estes povos que o nosso Dr. Estranhoamor refere (africanos, sul-americanos, asiáticos, etc.) acharem por bem colocar tropas e espiões em Portugal...
E mais ou menos a meio da entrevista diz o ministro sobre os «custos»: «Digo, e repito, que é um dinheiro muito bem gasto até ao último cêntimo. De todos os pontos de vista (...) não há um único recurso empregue nas forças destacadas de que se possa duvidar.» Se não podemos duvidar... Com as «forças destacadas» é gastar e calar. Já com a saúde e a educação, por exemplo, é outra a conversa...
Resta dizer que quando o jornalista lhe pergunta se os portugueses percebem tudo isto responde que acha «que percebem muito bem». Nós também achamos. Nós, pelo menos, percebemos muito bem!...
Uma última questão. E Luís Amado, está calado? Ou anda a tratar dos russos (vêm aí os russos!...) e dos chineses (o perigo amarelo!...)? É que o ministro Augusto Santos Silva não falou desses... Também não falou do Ártico (os tremendos ursos polares!) e da Antártida (os terríveis pinguins!)... Imperdoável, senhor ministro!
A judoca portuguesa Telma Monteiro conquistou esta sexta-feira a medalha de ouro nos Europeus que estão a decorrer na Geórgia, ao vencer na final da categoria -57kg a inglesa Sarah Clark. É o terceiro título europeu da atleta.
Este é o terceiro título europeu de Telma Monteiro, mas o primeiro na actual categoria. Em anos anteriores, já conquistara o ouro em 2006 e 2007 (na categoria -52kg) e também uma de bronze, no Europeu de 2005.
No seu palmarés, incluem-se ainda uma medalha de prata nos Mundiais de 2007, uma de bronze no Mundial de 2005. Em duas participações olímpicas (Atenas 2004 e Pequim 2008) ficou sempre em nono lugar.
Parabéns à Telma Monteiro e ao seu clube, o SL Benfica
Numa resposta à questão “por que apresentar a Rússia de Putin como o «Império do Mal» ressuscitado?”, Miguel Urbano Rodrigues, debruça-se sobre os motivos da intensa campanha anti-russa, agora em curso nos media mundiais…
Cadeias de televisão internacionais transmitiram com frequência nas últimas semanas um documentário francês sobre o assassínio da jornalista Anna Politovskaia .
O crime ocorreu em 2006. O tema é retomado no momento em que os media dos EUA e da União Europeia desenvolvem uma intensa campanha contra a Rússia, responsabilizando a pátria de Pushkin por uma politica exterior agressiva que reactualiza «a guerra-fria».
Na aparência o objectivo da iniciativa é humanista. Anna é apresentada como uma mulher maravilhosa, um ser excepcional pela bondade, abnegada, talentosa. O marido, o filho, os colegas do jornal onde trabalhava, amigos que a conheceram aparecem no filme. Todos os que conviveram com Anna esboçam dela o perfil de uma defensora dos oprimidos, uma intelectual revoltada contra a violência, a injustiça e a miséria, uma lutadora que fazia da defesa da liberdade e da democracia um fim existencial.
1. Em reunião realizada no passado dia 3 de Setembro, na cidade de Montreal, o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, manifestou o seu apoio a um Quebec livre. O primeiro-ministro desta província independentista do Canadá, o liberal Jean Charest, agradeceu as palavras do seu homólogo da Rússia. Ambos recordaram, perante centenas de jornalistas de todo o mundo, a célebre frase pronunciada nessa mesma cidade a 24 de Julho de 1967 pelo então Presidente da República da França, Charles de Gaulle: «Vive le Québec libre!».
No decorrer das negociações entre as duas delegações ficou acordado que a Rússia instalaria no Quebec um sistema anti-mísseis de longo alcance. O objectivo é proteger os aliados da Rússia na América do Norte e na América Latina contra os mísseis de longo alcance quer do Irão, quer da República Democrática Popular da Coreia (Norte). Foram reforçadas significativamente as ligações políticas, económicas, culturais e militares.
Em simultâneo o subcomandante Marcos, líder do movimento independentista de Chiapas, no México, era recebido em Moscovo pelo presidente Dmitri Medvedev. Além de ter garantido o apoio às suas pretensões de independência o subcomandante Marcos obteve a promessa de instalação nesta província mexicana, de um poderoso radar que articulará com o sistema anti-míssil a instalar no Quebec. Foram igualmente assinados importantes acordos económicos e militares.
Todos estes líderes políticos reafirmaram que estas decisões não atentam contra os interesses dos Estados Unidos.
Face a estes acontecimentos Geoge W. Bush convocou de emergência para a próxima segunda-feira dia 8 uma cimeira com o presidente do México e com o primeiro-ministro do Canadá, respectivamente Felipe Calderón e Stephen Harper.
Em simultâneo, a secretária de estado norte-americana, Condoleezza Rice, apresentou um enérgico protesto dos EUA. Segundo afirmou estes acordos, nomeadamente na sua parte militar, traduzem-se numa violação descarada e grosseira quer dos tratados SALT (Strategic Arms Limitation Talks) I e II, quer dos acordos ABM (Antiballistic Missile) assinados com a então URSS. Os Estados Unidos vão reunir com os seus aliados e darão a devida resposta a estas provocações, disse.
Entretanto os presidentes de Cuba, Raul Castro, e da Venezuela, Hugo Chávez, manifestaram-se disponíveis para mediar as partes em confronto.
É claro, caro leitor, que estamos perante um cenário político de ficção. Mas estaremos mesmo? Qual seria a reacção da administração norte-americana se a Rússia, com pretextos tão falaciosos como os dos EUA em relação à Polónia e à república Checa, instalasse um sistema ABM em Cuba, ou no México, ou na Jamaica, ou…?
2. É curioso como certos historiadores quando falam de si próprios transformam a história em estória.
Em 5 de Dezembro de 2006 escrevi nesta mesma coluna «Por ocasião da morte de Álvaro Cunhal, p. ex., assisti estupefacto a um [ex-comunista] a afirmar perante as câmaras da televisão que tinha abandonado o PCP em 1969 por divergências sobre a situação na Checoslováquia. Só que a realidade foi outra. Expulso em 1964 [de facto foi em 1965],, cinco anos antes, por questões que nada tiveram a ver com a ideologia.»
Anos antes tinha sido apresentada outra versão da estória num tempo de antena eleitoral. Agora, a propósito de 1968 na Checoslováquia, li uma terceira versão. Está visto que os vindouros terão dificuldades em destrinçar onde está a verdade e a inverdade…
Fernando Rosas, porque é dele que se trata, tem todo o direito de não contar a história toda. Não tem é o direito de contar estórias. Até por respeito para consigo próprio.
Uma nota final e declaração de interesses: para mim é claro que a URSS foi dissolvida em 31 de Dezembro de 1991. Que em seu lugar nasceram vários países. E que a Rússia é um país capitalista que não aceita o seu afastamento da nova partilha internacional do mundo.
Especialista em Sistemas de Comunicação e Informação
In jornal "Público" - Edição de 5 de Setembro de 2008
A decisão russa de responder à provocação da Geórgia e à incapacidade norte-americana de intervir militarmente não é compreensível sem uma informação completa sobre os novos alinhamentos político militares e a profunda crise económica mundial em desenvolvimento.
Atolado em duas guerras, Iraque e Afeganistão, onde, sem honra nem glória, já perdeu a capacidade de iniciativa, em pleno desenvolvimento de uma crise mundial cujos indicadores são mais graves que os da crise de 1929 e que não se sabe quanto durará, mas onde já se vislumbra claramente o fim do dólar como moeda única de reserva do mundo, com o continente latino-americano em crescente contestação ao modelo neo-liberal e à globalização imperialista, o imperialismo ocidental, particularmente o norte-americano, assistiu ao conflito bélico desencadeado pela invasão Geórgia à Ossétia do Sul, com a sua capacidade de intervenção claramente diminuída.
A Rússia, que já dissera não aceitar o seu afastamento da nova partilha internacional do mundo, respondeu, ao que disse, para proteger as suas forças de manutenção da paz e defender os ossetios da agressão.
Saakashvili, eleito em 2004, com 95% dos votos, necessitava de inverter o declínio da sua imagem interna. A sua popularidade caíra em Janeiro último para 53% e continuou a curva descendente, devido à brutalidade com que reprimia as manifestações de opositores e ao silenciamento das críticas por mais leves que fossem.
Mostrando não ter compreendido a nova realidade e a reacção russa à declaração unilateral de independência do Kosovo em Fevereiro passado, Saakashvili lançou-se, com os resultados que já se estão a ver, numa guerra pela recuperação da Ossétia do Sul, esperando a passividade da Rússia, pela cobertura que supunha ter dos EUA e da UE.
Miguel Urbano Rodrigues analisa a crise provocada pela invasão da Ossétia do Sul pelas forças armadas georgianas a partir de uma “gigantesca campanha de desinformação”.
Uma gigantesca campanha de desinformação foi desencadeada com o objectivo de impor à opinião pública mundial uma versão falsa dos acontecimentos do Cáucaso.
O agressor, a Geórgia, é transformado em vítima e a Rússia criminalizada e ameaçada por ter intervindo em defesa da Ossétia do Sul.
Os factos que estão na origem da crise não podem entretanto ser apagados pela deturpação da história.
No dia 7 de Agosto o exército da Geórgia invadiu a Ossétia do Sul e praticou ali, nomeadamente, no bombardeamento de Tskhinvali, a capital da pequena república autónoma, actos de barbárie que provocaram quase 2.000 mortos e o êxodo de dezenas de milhares de pessoas.
O PCP lamenta profundamente a perda de vidas humanas e a destruição provocada pelo conflito militar no Cáucaso. Apela ao fim das hostilidades, elemento essencial para o início de negociações de paz entre a Rússia e a Geórgia que, na opinião do PCP, devem ser desenvolvidas no quadro da ONU à luz dos princípios do direito internacional, do respeito pela soberania e integridade territorial dos Estados e da não ingerência nos assuntos internos.
Os desenvolvimentos militares e diplomáticos dos últimos dias confirmam que este conflito não pode ser analisado unicamente à luz das questões territoriais e de soberania da Ossétia do Sul e da Abcásia. Ele é sobretudo uma expressão concreta das actuais tendências de evolução da situação internacional marcadas por uma nova corrida aos armamentos, pela crescente militarização das relações internacionais e pela profusão de situações de tensão e conflito militar protagonizadas pelos membros da NATO e seus aliados com vista ao domínio geoestratégico de importantes zonas do globo e ao controlo da exploração e transporte de riquezas naturais como o gás e o petróleo.
Há muito que o PCP tem vindo a alertar que o acentuar do carácter ofensivo global da NATO e o seu alargamento até às fronteiras com a Rússia, a crescente confrontação dos EUA e da NATO com a Rússia e China, a militarização da União Europeia, a destruição de tratados fundamentais para o equilibro estratégico mundial como o Tratado ABM com a instalação do sistema de defesa anti-míssil norte-americano no leste europeu, as ameaças constantes a Estados soberanos como o Irão, a manutenção de guerras ilegais e criminosas como no Iraque e Afeganistão, assim como a injecção de armamento na Geórgia por parte dos EUA e de Israel, são explosivos factores de instabilidade que de forma mais do que evidente estão na raíz deste conflito.
Reafirmando a sua posição de princípio contra violações da soberania e integridade territoriais dos Estados e de prevalência da diplomacia na resolução dos conflitos, o PCP recorda simultaneamente quefoi a Geórgia - principal aliado dos EUA na região do Cáucaso, onde estão estacionados importantes contingentes militares norte-americanos, e cujo território, incluindo a Ossétia do Sul, tem um importante valor estratégico do ponto de vista do controlo do oleoduto Baku-Tbilisi-Ceyhan - que iniciou as hostilidades militares atacando um território onde se encontravam, sob os auspícios da OSCE e mandato da Comunidade de Estados Independentes, forças de estabilização internacionais compostas por militares russos, ossetas e georgianos. Uma manobra que em caso algum poderia ter sido decidida sem o conhecimento prévio e o acordo dos EUA e que é elucidativa da política do actual governo georgiano de subserviência aos EUA e à NATO, de crescente militarização da região, de conflitualidade com a vizinha Rússia e de instigação à conflitualidade étnica na região.
Este conflito militar e as declarações políticas que o envolvem vem demonstrar - e serve de sério aviso - para os perigos que decorrem da política de sistemático desrespeito do direito internacional e de instrumentalização da ONU por parte das grandes potências imperialistas mundiais. Estão demonstrados na prática os efeitos que os precedentes abertos com a guerra de desmembramento da Jugoslávia e com a instigação e protecção militar à secessão do Kosovo da Sérvia têm na actual situação internacional. Perigos para os quais o PCP chamou a atenção em devido tempo e que vêm confirmar a justeza da exigência do PCP de não reconhecimento pelo Governo português, em qualquer circunstância, da pseudo-independência do Kosovo.
O PCP alerta para os perigos existentes do alargamento deste conflito a toda a região da Eurásia e Médio Oriente e para as consequências que um acentuar do braço de ferro entre NATO e Rússia, ou qualquer provocação militar no Médio Oriente, podem ter para a segurança mundial.
Reclama do governo português uma posição de defesa da paz, da não ingerência e de saída de todas as tropas da NATO da região do Cáucaso como passo essencial para o desanuviamento. Chama ainda a atenção para que este conflito não possa vir a servir de pretexto para acelerar ainda mais a militarização da região do Cáucaso, para a instalação de forças militares dos EUA e da NATO em território georgiano ou para uma política de ingerência política e económica e de controlo geoestratégico da região por parte das principais potências da NATO.
Ainda é demasiado cedo para poder fazer-se uma avaliação exacta dos acontecimentos militares no Cáucaso. Mas desde já, há algumas interrogações que não podem deixar de se colocar. Terão sido os ataques de Tbilissi contra a Ossétia do Sul um acto de loucura isolado de um presidente megalómano incapaz de avaliar a diferença de poderio militar existente entre a Rússia e a Geórgia? Ou estaremos em face de um teste à reacção da Rússia provocado por um exército que desde há anos tem vindo a ser treinado e formado pela doutrina agressiva dos Estados Unidos e da NATO? Ou será ainda a investida militar da Geórgia apenas o prelúdio de uma nova escalada na extensão dos conflitos militares numa região cuja desestabilização constitui um dos objectivos centrais do imperialismo na sua estratégia de cerco à Rússia?
A confirmação pelo próprio presidente Saakashvili de que «não se trata só da Geórgia mas dos princípios e dos valores da América» parece confirmar esta última hipótese como a mais provável. Qualquer que venha a ser o posterior desenrolar da situação e apesar da actual aparente surpresa de Washington e da NATO, a verdade é que os Estados Unidos estão ansiosos por transformar toda a zona fronteiriça da Rússia num braseiro e em particular a região do Cáucaso e do Mar Cáspio cuja riqueza energética é cobiçada pelos monopólios norte-americanos e ingleses do petróleo e do gás natural com destaque para a ExonMobil e a BP. Como já acontecera com as agressões contra a Jugoslávia, o Iraque e o Afeganistão, para os homens de mão dos grandes monopólios internacionais que se sucedem em Washington e noutras capitais da NATO, o problema não é desencadear guerras e agressões mas fabricar os pretextos e as mentiras que facilitem a venda à opinião pública dos seus crimes e massacres como operações «humanitárias» ou «libertadoras».
Como salienta o «Neues Deutschland», referindo-se ao portal israelita «debka.com», Saakashwili contratou 1000 instrutores militares de Israel que têm participado intensivamente na preparação...para a conquista da Ossétia. «Além disso, no final de Julho, também 1000 marines americanos executaram exercícios militares na base de Wasiani a Leste de Tbilissi juntamente com unidades da Geórgia».
Por sua vez o «Jungewelt» relembra que a Ossétia nunca aceitou desligar-se da URSS nem da Rússia e que a situação apresenta muitas semelhanças com a dos sérvios da Bósnia, os quais foram obrigados pela força das armas a separar-se de Belgrado e a integrar-se contra a sua vontade num estado artificial cuja função foi a de facilitar o desmantelamento da Jugoslávia, o controlo pela NATO do flanco sudeste europeu e a extensão da aliança militar agressiva do capital monopolista para o Leste. As declarações do vice-presidente dos EUA Cheney de que «a intervenção militar da Rússia não pode ficar sem consequências» apontam nesta direcção.
O cerco à Rússia e a desestabilização da China são os grandes objectivos estratégicos do imperialismo na hora presente. É neste contexto que se deve situar a agressão militar no Cáucaso e a ânsia de uma guerra contra o Irão. A doutrina oficial geoestratégica dos Estados Unidos e da própria Alemanha dá prioridade a tudo o que possa impedir a constituição de «estados influentes no Leste».
Desde a agressão do nazismo e de Hitler contra a União Soviética que a Rússia não se sentia tão cercada e ameaçada como acontece hoje com os países bálticos, a Polónia e a República Checa, onde devem ser instalados os mecanismo que permitirão desencadear um ataque atómico contra a Rússia e retirar-lhe qualquer possibilidade de defesa. O imperialismo está a atear o fogo. Nunca como hoje a luta pela paz e contra o militarismo foi tão necessária à sobrevivência da humanidade.
In jornal "Avante!" - Edição de 14 de Agosto de 2008