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O CASTENDO

TERRAS DE PENALVA ONDE «A LIBERDADE É A COMPREENSÃO DA NECESSIDADE»

O CASTENDO

TERRAS DE PENALVA ONDE «A LIBERDADE É A COMPREENSÃO DA NECESSIDADE»

O Povo faz a hora, não espera acontecer

     Vem, vamos embora / Que esperar não é saber / Quem sabe faz a hora / Não espera acontecer (Geraldo Vandré)

O governo que nos desgoverna aproxima inexoravelmente Portugal do desastre. É preciso impedi-lo. Este governo não resolve nenhum dos problemas nacionais. Antes os agrava. Este governo, parafraseando Eça de Queirós no seu «O Conde d'Abranhos», tem que sair com benzina – porque é uma nódoa. Uma nódoa quanto ao conteúdo (as suas políticas). Uma nódoa quanto à forma (a sua actuação). Comecemos pela forma.

Este governo comporta-se como um vulgar burlão. Um exemplo só. Um primeiro-ministro, quatro ministros, vários secretários de estado e assessores participam numa reunião do Conselho Permanente de Concertação Social. Discutem-se as indemnizações que as empresas devem aos trabalhadores quando os despedem sem justa causa. O executivo propõe cortar o valor da indemnização de 30 para 20 dias por cada ano de trabalho. Chegado cá fora já não são 20 dias, são 10. A vox populi costuma apelidar quem assim se comporta de «bandalhos» ou «pulhas» …

Este governo mente todos os dias que passam. Um exemplo só. Um secretário de estado vai ao parlamento, entre outras coisas, perorar acerca da subida da taxa do IVA sobre o consumo de electricidade e gás natural dos actuais 6% para 23%. Um salto de 17 pontos percentuais, o que corresponde a 283% (!!!) de aumento no imposto indirecto. Razões evocadas? «Temos de ter um sistema [fiscal] que tem de estar harmonizado com a Europa». E afirma isto sem se rir. O referido senhor sabe perfeitamente que se há algo na União Europeia (UE) - que não é a mesma coisa que a «Europa», diga-se de passagem - onde não existe harmonização, é no sistema fiscal.

Este governo PSD/CDS promete transparência a rodos. E o que faz na prática? Um exemplo só. O Ministério da Saúde. Começa por se nomear para ministro do sector alguém ligado a uma empresa privada da área da saúde com contratos com o Estado no valor de muitos e muitos milhões de euros: a Medis. Depois o ministro nomeia para cargos dirigentes do seu ministério administradores e ex-administradores do BPN e da Sociedade Lusa de Negócios. Empresas onde, segundo o Ministério Público, se cometeram ilícitos criminais que atingem os 9,7 mil milhões de euros (6% do PIB). Para concluir quer-se criar bases de dados que permitiriam o cruzamento, em tempo real, de dados de saúde entre o Serviço Nacional de Saúde e as Finanças. E que, obviamente, seriam um maná para as seguradoras. «À mulher de César não basta ser honesta, deve parecer honesta»...

E da forma passemos ao essencial: o conteúdo, as políticas defendidas e praticadas.

Este é um governo dos grandes grupos económicos e financeiros associado e subordinado ao grande capital internacional. Um governo que conduz a mais violenta ofensiva desde o fascismo contra as conquistas e direitos dos trabalhadores. Um governo que insiste em fazer pagar a crise àqueles que NADA tiveram ou têm que ver com o seu desencadear: os trabalhadores que vivem dos seus salários e das suas reformas, os micro e pequenos comerciantes e industriais e os pequenos agricultores.

Um governo do PSD e do CDS, que, juntamente com o PS, assinou um pacto de submissão e agressão com a troika da UE, BCE e FMI. Um pacto que tem um eixo condutor essencial: o agravamento da exploração dos trabalhadores. Todas as medidas visam, por um lado, roubar aos trabalhadores cada vez mais parcelas da riqueza que só o seu trabalho cria. Por outro aumentar os lucros do capital, seja ele os grupos económicos e financeiros, seja o capital transnacional.

Só que como a história, universal e de Portugal, mostra «O Povo é quem mais ordena». E como se afirma no refrão acima citado de um hino de resistência contra o governo militar e de chamada à luta contra os ditadores Quem sabe faz a hora / Não espera acontecer. Mandantes (grande capital e grupos económicos) arrogantes e pesporrentos e executantes (governo e seus apoiantes) diligentes e servis podem ter a certeza de uma coisa: serão derrotados, mais cedo do que tarde. E abrir-se-ão novas caminhos para um Portugal com futuro, livre da exploração.

Especialista em Sistemas de Comunicação e Informação

In jornal "Público" - Edição de 02 de Setembro de 2011

-

Geraldo Vandré: Prá não dizer que não falei de flores

«Em 1966, [Geraldo Vandré] chegou à final do Festival de Música Popular Brasileira da TV Record com o sucesso "Disparada", interpretado por Jair Rodrigues. A canção arrebatou o primeiro lugar ao lado de "A Banda", de Chico Buarque. Em 1968, participou do III Festival Internacional da Canção com "Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores" ou "Caminhando".

A composição era um hino de resistência contra o governo militar. O refrão "Vem, vamos embora / Que esperar não é saber / Quem sabe faz a hora / Não espera acontecer" foi interpretado como uma chamada à luta armada contra os ditadores. O sucesso acabou em segundo lugar no festival, perdendo para "Sabiá", de Chico Buarque e Tom Jobim

Prá não dizer que não falei de flores
                   (Geraldo Vandré)


Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Caminhando e cantando
E seguindo a canção...

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...(2x)

Pelos campos há fome
Em grandes plantações
Pelas ruas marchando
Indecisos cordões
Ainda fazem da flor
Seu mais forte refrão
E acreditam nas flores
Vencendo o canhão...

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...(2x)

Há soldados armados
Amados ou não
Quase todos perdidos
De armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam
Uma antiga lição:
De morrer pela pátria
E viver sem razão...

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...(2x)

Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Somos todos soldados
Armados ou não
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não...

Os amores na mente
As flores no chão
A certeza na frente
A história na mão
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Aprendendo e ensinando
Uma nova lição...

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...(4x)

Para ver e ouvir Geraldo Vandré a interpretar a canção «Prá não dizer que não falei de flores»:


Para ver e ouvir Simone Bittencourt de Oliveira a interpretar a canção «Prá não dizer que não falei de flores»:

Para Ver e Ouvir:

adaptado de um e-mail enviado pelo Jorge

                                                                       

Jair Rodrigues canta Geraldo Vandré: Disparada

                                                                                             

Em plena ditadura militar, nota-se a presença em força da polícia. Não eram espectadores... São de notar também as reacções do público sublinhando a letra da canção - um espectáculo dentro do espectáculo. No fim, sobem ao palco Chico Buarque e Nara Leão. Muitas outras figuras conhecidas aparecem neste vídeo histórico.

                               

Disparada

                              

Geraldo Vandré

                                           

Prepare o seu coração
Prás coisas
Que eu vou contar
Eu venho lá do sertão
Eu venho lá do sertão
Eu venho lá do sertão
E posso não lhe agradar...

Aprendi a dizer não
Ver a morte sem chorar
E a morte, o destino, tudo
A morte e o destino, tudo
Estava fora do lugar
Eu vivo prá consertar...

Na boiada já fui boi
Mas um dia me montei
Não por um motivo meu
Ou de quem comigo houvesse
Que qualquer querer tivesse
Porém por necessidade
Do dono de uma boiada
Cujo vaqueiro morreu...

Boiadeiro muito tempo
Laço firme e braço forte
Muito gado, muita gente
Pela vida segurei
Seguia como num sonho
E boiadeiro era um rei...

Mas o mundo foi rodando
Nas patas do meu cavalo
E nos sonhos
Que fui sonhando
As visões se clareando
As visões se clareando
Até que um dia acordei...

Então não pude seguir
Valente em lugar tenente
E dono de gado e gente
Porque gado a gente marca
Tange, ferra, engorda e mata
Mas com gente é diferente...

Se você não concordar
Não posso me desculpar
Não canto prá enganar
Vou pegar minha viola
Vou deixar você de lado
Vou cantar noutro lugar

Na boiada já fui boi
Boiadeiro já fui rei
Não por mim nem por ninguém
Que junto comigo houvesse
Que quisesse ou que pudesse
Por qualquer coisa de seu
Por qualquer coisa de seu
Querer ir mais longe
Do que eu...

Mas o mundo foi rodando
Nas patas do meu cavalo
E já que um dia montei
Agora sou cavaleiro
Laço firme e braço forte
Num reino que não tem rei

                                          

Composição: Geraldo Vandré e Theo de Barros

                                                                          

                                                                               

Letras de Músicas de Geraldo Vandré


Letras de Músicas de Jair Rodrigues     

                              

                                                                                          

Para ver e ouvir Jair Rodrigues a interpretar a canção «Disparada» de Geraldo Vandré no II Festival de Música Brasileira em 1966 clicar AQUI      

                          

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