Dois guerrilheiros soviéticos, que combatem na retaguarda das tropas alemãs na Segunda Guerra Mundial, são presos pelos nazis e torturados, colocando-se-lhes a alternativa: tentar salvar a vida traindo, denunciando os seus camaradas, ou assumir inteiramente as responsabilidades da sua luta, e morrer. Colocando as duas personagens centrais de Ascensão nesta situação limite, o autor, Vassil Bikov, analisa o percurso paralelo de dois homens: um, o da degradação moral, tão profunda que termina no auto-aniquilamento físico; o outro; o caminho heróico da afirmação da dignidade humana mesmo à custa da própria vida.
Vassil Bikov é um conhecido escritor soviético.
Obras suas estão traduzidas em inúmeras línguas.
Em 1974 foi-lhe atribuído na URSS o Prémio de Estado de literatura. De Ascensão foi feito um filme que obteve em Portugal o apoio unânime da crítica.
Giovanni Pesce, comunista, resistente da primeira hora, conta neste livro a história empolgante e comovente dos GAP – Grupos de Acção Patriótica – que, de armas na mão, foram um dos pontos mais altos da resistência ao ocupante nazi e aos traidores fascistas nas cidades do Norte da Itália.
Esta história é, realmente, uma história das grandes aventuras em que o homem dá o melhor de si próprio inserindo-se na luta mais geral de todo um povo, ainda que actue em pequenos grupos ou até sozinho.
O autor escreve todos os espantosos acontecimentos de que foi testemunha ou protagonista com um rigor e uma contenção que fazem deste livro também uma obra literariamente perfeita.
E recorda, muitas vezes, alguns episódios dramáticos e decisivos da Guerra de Espanha.
Em suma, este é um livro de grande riqueza humana, de uma surpreendente variedade de situações e de um profundo sentido político.
Um livro que, além de mais, prende firmemente o leitor.
Um Dia e Uma Noite é um romance, mas um romance escrito com factos rigorosamente verídicos e com protagonistas bem reais. Pode-se dizer que é um testemunho romanceado da vida dos Franceses durante a ocupação nazi, que submergiu a França de 1939 a 1944, dos métodos da Gestapo e da coragem e tenacidade dos resistentes que nunca se deixaram vencer.
O autor entrelaça num dia e numa noite acontecimentos autênticos que se desenrolaram num tempo bastante mais largo. Ele próprio – com dezasseis anos – viveu o calvário dos interrogatórios que tão cruamente narra, e soube encontrar a força de resistir. Entrelaça também, como que numa montagem de sequências cinematográficas, dramas e lutas que se passam em locais diferentes e que convergem para nos dar um painel exaltante da dignidade do homem quando colocado em situações extremas. É todo o friso de personagens quotidianas que perante a bestialidade nazi, se elevam à altura da grandeza do momento histórico e preservam um futuro humano.
Em suma, este livro é um documento impressionante, cheio de aventuras mais ricas de peripécias capazes de prenderem o leitor do que tanta ficção sensacionalista que por aí anda. E aventuras comprovadamente verdadeiras – que não devem ser esquecidas.
Julius Fucik nasceu a 23 de Fevereiro de 1903, em Praga, filho de um operário. Aos dezoito anos de idade filiou-se no Partido Comunista Checoslovaco, trabalhando desde jovem como jornalista comunista.
Quando, depois do golpe traiçoeiro de Munique, os reaccionários ocidentais, aliados à nossa burguesia, entregaram a Checoslováquia a Hitler, Julius Fucik não deixou de combater nas fileiras do Partido Comunista clandestino. No dia 24 de Abril de 1942, foi preso durante uma reunião conspirativa em Praga.
Quando o Exército Soviético vitorioso libertou os prisioneiros do campo de concentração, regressei a Praga. Buscando o meu marido, soube então que fora executado à pressa. Soube também que, na prisão da Gestapo de Praga, Julius Fucik havia escrito em segredo. Pouco a pouco, consegui reunir as folhas do seu manuscrito, trazido secretamente para fora da prisão e guardado pela boa gente Checa. É o livro que Julius Fucik intitulara Testamento Sob a Forca.