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O CASTENDO

TERRAS DE PENALVA ONDE «A LIBERDADE É A COMPREENSÃO DA NECESSIDADE»

O CASTENDO

TERRAS DE PENALVA ONDE «A LIBERDADE É A COMPREENSÃO DA NECESSIDADE»

9 de Novembro de 1938 – A Noite de Cristal

O ministro alemão da propaganda, Joseph Goebbels, faz um inflamado discurso contra os judeus a 9 de Novembro, num encontro de membros do partido nazi em Munique.

É o sinal para as tropas de choque e outras formações do partido se lançarem contra sinagogas, escolas, lojas e casas de habitação de judeus.

O ataque, que se prolonga para o dia seguinte, fica conhecido como Kristallnacht, a «Noite dos Cristais», também conhecida como a Noite dos Vidros Partidos.

São assassinados 91 judeus e 30 mil são presos e enviados para campos de concentração.

Os nazis responsabilizam os judeus pela destruição e obrigam as organizações judaicas a pagar ao Estado uma «compensação» de mil milhões de marcos; os seguros são confiscados e os judeus obrigados a limpar os vestígios da destruição.

Começava o holocausto.

AQUI

 

Batalha das Ardenas: o papel do Exército Vermelho

Mapa batalha das Ardenas1

 

Numa carta para o Quartel-General dos Aliados, Eisenhower escreveu: «A situação tensa podia ser sensivelmente aliviada se os russos iniciassem uma grande ofensiva…»[1]. Esta foi a situação que levou à troca de correspondência entre Churchill e Stáline já citada. A 14 de Janeiro, Eisenhower enviou ao chefe do Estado-Maior das Forças Armadas soviéticas um telegrama: «A notícia importante de que o esplêndido Exército Vermelho avançou num novo campo de batalha foi recebida com entusiasmo por todos os exércitos aliados. Permito-me saudá-lo e desejar-lhe os maiores êxitos a si e a todos os que dirigem e participam nesta esplêndida ofensiva[2]

Churchill anotou a 18 de Janeiro na Câmara dos Comuns: «O Marechal Stáline é muito pontual. Prefere adiantar-se do que atrasar-se na colaboração com os aliados[3]

A ofensiva soviética obrigou o Quartel-General da Wehrmacht a deslocar, entre 15 e 31 de Janeiro, oito divisões, entre as quais quatro divisões de blindados e uma divisão de infantaria motorizada com 800 blindados para a frente germano-soviética. A frente Oeste teve poucas substituições, em Janeiro 291 blindados, 1328 na frente germano-soviética.[4]

A ofensiva soviética tinha levado o Quartel-General da Wehrmacht a abdicar de novas acções ofensivas.

Ler texto integral

 

[1] The Papers of Dwight D. Eisenhower: The War Years, Tomo 4, Baltimore - Londres 1970, p. 2407. Citado de acordo com História da II Guerra Mundial em XII Volumes, 10/288.

[2] The Papers of Dwight D. Eisenhower: The War Years, Tomo 4, Baltimore - Londres 1970, p. 2407. Citado de acordo com História da II Guerra Mundial em XII Volumes, 10/289.

[3] Winston S. Churchill, Discursos 1945, Vitória Final, Charles Eade, Zurique, 1950, p. 47.

[4] História da II Guerra Mundial em XII Volumes, 10/290.

 

Sobre isto nem uma linha na wikipedia...

Assim se faz a «história dos vencedores»!

 

O caso Kátine: E no entanto, ela move-se…

Como se a verdade histórica dependesse de uma decisão parlamentar, a Duma russa, cuja maioria é constituída por partidos burgueses, decidiu [26.11] que foram os soviéticos quem executou os oficiais polacos, enterrados numa vala comum em Kátine. Uma curiosa demonstração da grande semelhança que existe entre a visão da verdade das supostas democracias capitalistas e a da Igreja Católica do Renascimento.

Tal como já Galileu Galilei tinha comprovado, quando para salvar a vida teve de renunciar à defesa da sua descoberta científica de que a Terra se movia em torno do Sol e não o contrário, a ciência continua a estar subordinada à ideologia oficial e, no caso de Kátine, por muito que Goebbels reconheça no seu diário que os alemães estavam a conseguir lançar a culpa do massacre sobre os soviéticos, seus inimigos, o dogma impõe hoje que o Sol tenha que girar em torno da Terra, ou seja, que os maus são com toda a certeza os comunistas.

Todavia, como também se diz que afirmou o cientista italiano, depois do que poderia ter sido a votação da Duma da altura: «No entanto, ela move-se».

O caso Kátine foi uma das armas a que o aparelho de propaganda nazi dedicou maior capacidade de manipulação durante a Segunda Guerra Mundial. Nesse período, tanto os ingleses como os norte-americanos, e o resto dos aliados, estavam convencidos de que os verdadeiros assassinos foram os soldados alemães, após o ataque à URSS e o abandono pelo Exército Vermelho dos campos de prisioneiros polacos, que foram tomados pelos alemães.

No entanto, depois da vitória do Exército Vermelho na II Guerra Mundial, com a tomada de Berlim, os outros vencedores rapidamente aproveitaram tudo o que puderam dos seus inimigos militares, mas irmãos ideológicos. E para além de salvarem milhares de nazis da prisão para os colocar ao serviço do novo império, ao qual podemos chamar IV Reich, adoptaram as técnicas da propaganda de Goebbels e continuaram a defender as suas mentiras com o objectivo de desprestigiar a poderosa União Soviética.

 

Uma mentira recuperada

 

A partir de então, as valas comuns de Kátine, objectivo principal da manipulação dos nazis, converteram-se no centro da manipulação dos media de propaganda capitalistas, e, subitamente, os aliados assumiram a opinião defendida por Hitler e pelos nazis a respeito do fuzilamento dos oficiais polacos – num ápice os assassinos passaram a ser os soviéticos. E tudo isto, claro, apesar dos milhares de testemunhos de camponeses da zona, apesar de se encontrarem entre os restos dos esqueletos postais com data posterior à invasão nazi, e, porventura mais evidente, mesmo tendo lido no diário de Goebells, o seu grande mestre, que as acusações contra os soviéticos eram criação da propaganda nazi.

Tanto fazia, pois neste caso, como para a Igreja da época de Galileu, não importava se os factos e as provas mostravam quem eram os verdadeiros assassinos, já que o essencial era manter a ordem das coisas, de que a Terra era o centro do Universo ou que os capitalistas são boa gente e os comunistas a pior espécie.

Com a queda da União Soviética, a coisa tornou-se muito mais fácil. Subitamente, com Gorbatchov, Iéltsine e toda a ralé de traidores que venderam o povo soviético e entregaram os seus direitos e riquezas nas mãos de mafiosos, os arquivos do KGB abriram-se e começaram a aparecer provas «definitivas» e «inquestionáveis» sobre todos os crimes dos comunistas. Assim, até o próprio Stáline teria enviado uma nota manuscrita a Béria, apoiando a sua ideia de se livrar de todos os oficiais polacos sem julgamento.

Incrivelmente, os comunistas eram tão inocentes que punham por escrito os seus crimes para que fossem conhecidos no futuro pela humanidade inteira (apesar de, no entanto, curiosamente, não se conhecer nenhum documento assinado por Hitler que o relacione com a campanha sistemática de eliminação das minorias étnicas, políticas e religiosas – será porque até os nazis e os EUA, os maiores genocidas da história, sabem que ordens como a que supostamente teria dado Stáline, isto é, condenar milhares de pessoas sem julgamento prévio, não se põem por escrito?).


 

O dogma e a dominação

 

Vinte anos depois, em pleno processo de desintegração do capitalismo, quando a oligarquia entusiasmada de há 20 anos vê que afinal o fim da história não chegou, a cuidadosa construção do dogma, indicando claramente quem é Deus e quem é o Diabo, parece mais necessária do que nunca. É a maneira de evitar que os ateus e os hereges continuem a multiplicar-se e que o status quo, que custou tantos anos a recuperar, volte a inverter-se, que o poder e a riqueza passem para as mãos dos que a produzem e se acabe de novo com as negociatas da oligarquia e de outros parasitas, que hoje voltaram a governar a União Soviética e continuam governando a maior parte do mundo.

O sabbat normativo teve lugar na Duma russa, naquela que antes foi a Assembleia dos Sovietes, que representavam todos os trabalhadores e camponeses da URSS, ou seja, os que produzem toda a riqueza, e hoje é, sobretudo, o lugar onde se reúnem delegados das mafias, empresas e lobbys, cujo fim principal, pelo contrário, é manter os trabalhadores e camponeses bem domesticados. Assim, apesar das demonstrações que o Partido Comunista da Federação Russa tem vindo a fazer sobre as falsificações dos arquivos soviéticos na época do alcoólico, assassino e fascista Boris Iéltsine, o parlamento russo decidiu que os trabalhadores soviéticos, isto é, que o seu Estado foi o culpado pelo massacre de Kátine, como dizia Goebbels (ao fim e ao cabo este está muito mais próximo dos interesses da oligarquia russa do que os soviéticos), e que os nazis estavam inocentes.

Como se em questões científicas a democracia (este simulacro de democracia) tivesse autoridade para transformar as provas e resultados em verdades absolutas, à semelhança da época de Galileu, em que o voto de seis, suponhamos, sobre o de quatro converteu em algo de inquestionável que a Terra era e seria para todo o sempre o centro do Universo, também a Duma russa deu a sua achega para consolidar o dogma ideológico, que assegura que os trabalhadores continuem ajoelhados e resignados, fechando para isso os olhos às provas que demonstram o contrário (se bem que os factos e os argumentos nunca convencerão os que justificam o seu poder com base em mentiras convertidas em dogmas).

 

Um instrumento de fé

 

Definitivamente, a Duma russa do capitalismo votou que a Terra é o centro do Universo e que o Sol gira em seu torno, demonstrando, como sabiam os antifascistas que lutaram contra os nazis, franquistas e fascistas italianos durante a Segunda Guerra Mundial, que o capitalismo e o fascismo são apenas duas faces da mesma moeda. Deu razão a Goebbels, apesar dele próprio (o lhe teria seguramente provocado um êxtase assassino não tivesse já sido comido pelos vermes, a menos que lhes tenha provocado asco). Para isso não se hesitou em usar a democracia como instrumento a favor da fé na verdade oficial (o dogma), em vez de um instrumento de luta a favor do bem-estar do povo ou da justiça. Na realidade há pouca diferença entre a democracia burguesa e a Igreja da Inquisição (ao fim e ao cabo ambas defendem as mesmas coisas).

Não obstante, como bem sabia Galileu, o Sol continuará sendo o centro do sistema solar, apesar das decisões das igrejas ou daqueles que usam a democracia para justificar as supostas verdades que favorecem a sua dominação. Apesar de hoje vivermos tristes momentos da história, e talvez haver agora mais fascistas pululando pelo mundo do que nunca antes, como já nos demonstrou o génio italiano – «…ela move-se».

Tradução e subtítulos da responsabilidade da Redacção do Avante!. Texto publicado no blog do autor em 27.11

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Golodomor: A cortina de fumo do regime*

    As perdas demográficas na Ucrânia dos nossos dias ultrapassam várias vezes a mortalidade causada pela fome de 1932-1933, mas sobre isto o governo cala-se. Porquê? A resposta a esta pergunta foi-nos dada por reputados cientistas ucranianos no decorrer de uma «mesa redonda» promovida pelo Partido Comunista da Ucrânia.

Abrindo a «mesa redonda», o secretário do CC do PCU, Gueorgui Vladímirovitch Buíko, salientou: «O que está em causa não é o facto em si da fome, o qual ninguém nega, mas apenas a sua interpretação como genocídio». Gueorgui Vladímirovitch observou que «apesar de a palavra golodomor ter a mesma raiz da palavra golog [fome em ucraniano], o conteúdo de ambas é substancialmente distinto. Golodomor [com frequência nos meios ocidentais é utilizada a expressão holodomor devido à sua maior semelhança com a palavra holocausto (N.T)], não significa apenas uma fome grande, mas é uma concepção ideológica que age sobre a consciência de massas, mais precisamente é um extermínio consciente do povo ucraniano através da fome. E por isso é conveniente começar por ver a partir do quê, onde e como foi engendrado o conceito de golodomor-genocídio».

Um projecto especial de Harvard

Sobre as origens do termo golodomor, Gueorgui Tkatchenko referiu que «este conceito surgiu como parte integrante de um projecto especial da Universidade de Harvard que foi utilizado para diversões informativo-psicológicas contra a URSS. Alguns investigadores atribuem a autoria do termo golodomor ao americano James Meiss. Apesar de os seus trabalhos não serem considerados nos meios científicos americanos, os artífices da guerra-fria repararam nele e obteve um lugar de professor na Universidade de Harvard. Todavia, na opinião da maioria dos investigadores, os verdadeiros autores da troca de conceitos foram os nacionalistas ucranianos dos meios da emigração da Galícia [região actualmente no Sul da Polónia, situada a Oeste da Ucrânia]. Nomeadamente, um tal Dmitro Solovei, que em 1944 fugiu da Ucrânia com os alemães. Depois de trocar os patrões alemães pelos americanos, consegue publicar em 1953 nos EUA o livro A Fome na Ucrânia, no qual garante que a fome foi um instrumento de extermínio dos ucranianos. Mais tarde, o tema da “fome-genocídio” foi desenvolvido pelo diplomata e espião britânico Robert Conquest. Pelo seu livro The Harvest of Sorrow, [A Colheita da Dor (1986)], recebeu honorários dos nacionalistas ucranianos. Cientistas ocidentais que analisaram este livro demonstraram que o autor utilizou materiais das crónicas da I Guerra Mundial e fotografias da fome que atingiu a região de Povoljia [Bacia do Volga no Sul da Rússia] em 1921

Sobre a alegada negação da fome do início dos anos 30 pelo PCU, Gueorgui Buíko considerou tal afirmação mais do que estranha e citou uma nota redigida por Gueorgui Kriutchkov, deputado do povo eleito em legislaturas anteriores, na qual se recorda que «ainda em 1990, o Politburo do CC do PCU aprovou uma resolução sobre a fome, decidindo a publicação de materiais de arquivo sobre este assunto. A apreciação política contida neste documento assinala que a fome de 1932-1933 constituiu uma tragédia para o povo ucraniano. Para além disso, foram condenados os actos ilegítimos e abusos cometidos no decurso da colectivização. É interessante verificar que se diz praticamente o mesmo na resolução da Conferência Geral da UNESCO de 2007

Os imigrantes e a ajuda

Existe também muita especulação em torno do número de vítimas da fome. Evocam-se números incríveis e veicula-se um facto «mortífero»: a colheita de 1933 foi feita por imigrantes vindos da Rússia e da Bielorrússia. Aparentemente até existe um decreto que o comprova. «Efectivamente, tal decreto existe», afirmou o professor Vitáli Khartchenko, chefe de redacção da revista Kommunist. «Mas só foi aprovado em 31 de Agosto [de 1933] e aplicado em Novembro quando a colheita já tinha terminado». E quantos imigrantes vieram? «Existem nos arquivos dados absolutamente exactos: 117 mil pessoas. Ora, é evidente que um tal número de pessoas não poderia suprir perdas de “muitos milhões».

De acordo com Vitáli Khartchenko, «uma das razões da tragédia de 1932-33 na Ucrânia foi a muito má colheita no Povoljie, Sibéria Ocidental e em algumas outras regiões da Federação Russa em 1931. A estas regiões foi prestada ajuda no fornecimento de sementes como determinou uma resolução do CC do PCU(b) [Partido Comunista de Toda a União (bolchevique)]. Uma vez que se considerou que o ano tinha sido relativamente bom na Ucrânia, esta república não recebeu este tipo de ajuda. Para além disso, nas condições da industrialização acelerada, foi estabelecido um plano de aprovisionamento de pão muito exigente. Contudo, se não tivesse havido a fome de 1931 na Rússia e uma brusca queda dos preços dos cereais nos mercados internacionais (o que obrigou a aumentar as exportações de cereais), o mais certo é que teria sido evitado um tão trágico desenvolvimento dos acontecimentos

«Na revista Kommunist foram publicadas todas as resoluções do CC do PCU(b) respeitantes à Ucrânia. Desde 1932, a Ucrânia recebeu ajuda permanente: sementes, víveres e rações. Da mesma forma, o plano de aprovisionamento de cereais foi reduzido em 200 milhões de puds [antiga medida russa equivalente a 16,3 kg], em comparação com 1931. Posteriormente, por ordem de Stáline, baixaram mais 40 milhões e, mais tarde, ainda mais em 70 milhões.»

Goebbels e os SBU

Vitáli Khartchenko chamou ainda a atenção para o facto de que «até alguns adeptos da histeria iniciada pelo actual presidente da Ucrânia começaram a evitar a palavra genocídio. Isto apenas testemunha a fragilidade das suas posições.»  

Um interessante exemplo, que refuta o carácter planeado da fome, foi dado pelo responsável pelo departamento de ideologia do CC do PCU, Vladimir Pustoboitov: «Ao longo da guerra a Alemanha de Hitler praticamente não utilizou o tema do “terror pela fome”, do qual, dir-se-ia, poderia ter tirado proveito em termos propagandísticos. Todavia, eles conheciam as informações autênticas sobre o assunto. O consulado da Alemanha na Ucrânia preparou nesses anos relatórios escritos para o Ministério dos Negócios Estrangeiros. Estes documentos estão publicados. O que neles se diz é que o governo soviético não calculou bem os seus recursos. Nunca é sequer referida a possibilidade de uma fome planeada. Estes documentos eram conhecidos nos serviços de Goebbels e após a sua análise desistiram do assunto.»    Os participantes na «mesa redonda» recordaram ainda as exposições sobre o golodomor, realizadas regularmente pelos Serviços de Segurança da Ucrânia (SBU), onde praticamente todas as fotografias se referem à fome de 1921 na região do Povoljie. Para além disso, o reitor da Universidade Popular Judaica, Aleksandr Naiman, acusou os SBU de anti-semitismo. Apresentou como prova a lista elaborada pelo SBU dos colaboradores do NKVD-GPU [Comissariado dos Assuntos Internos-Direcção Política Estatal da URSS] alegadamente implicados na organização do golodomor. Nesta lista, referiu, «figuram pessoas que nunca poderiam ter sido “organizadores” do golodomor, desde responsáveis dos departamentos de transportes e de estatística ao representante da Crimeia, que nessa altura não fazia parte da Ucrânia. Mas o principal é a selecção cuidadosa dos nomes, quase todos russos e judeus. Acresce que, em relação a estes últimos, fizeram questão de colocar entre parêntesis os seus verdadeiros apelidos nos casos em que a sua origem judaica não era perceptível através dos nomes que haviam adoptado.»   

 

Aleksandr Haiman recordou que «na altura do “Caso dos Médicos” e da luta contra os “cosmopolitas apátridas”, em alguns jornais soviéticos apareceram decifrações semelhantes dos apelidos de pessoas sob investigação. Stáline disse então que “isto tresanda a anti-semitismo”. Hoje os SBU não só tresandam como estão impregnados dessa essência.»


Cobrindo as pistas do crime

Qual é a razão desta acção concertada e sistemática para inculcar na consciência de massas a noção de golodomor-genocídio? O politólogo Viktor Pirojenko assinalou que «as maiores perdas humanas provocadas pela fome ocorreram na população da Ucrânia Ocidental, que está hoje orientada para a amizade com a Rússia. Por isso, este conceito é utilizado antes de mais para desacreditar o passado comum russo-ucraniano e visa associar a Rússia à imagem do inimigo.»      

Além disso, o poder tenta assim cobrir as pistas dos seus próprios crimes contra o povo. A este propósito o professor Mikhail Rodionov observou que «as perdas demográficas da actual Ucrânia ultrapassam largamente a mortalidade nos anos da fome. A população da Ucrânia diminui sistemática e constantemente. Em algumas regiões do Leste do país a população diminuiu 20 por cento. Estamos em presença de uma política orientada para o extermínio dos seus próprios cidadãos. Procurando adiar o momento em que, mais tarde ou mais cedo, terá de responder pelo genocídio real e não mítico, o regime cria uma cortina de fumo sob a forma de golodomor-genocídio

(sublinhados meus)


*Publicado em Rabotchaia Gazeta, n.º 215, de 21 de Novembro de 2008
Original russo disponível
AQUI
Tradução portuguesa: Redacção do Avante!


In jornal "Avante!" - Edição de 24 de Dezembro de 2008

                 

 

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