«Temos que fechar o país inteiro por isso? Acho que podemos voltar ao trabalho».
Enquanto Donald Trump pressionava para reabrir a economia dos EUA em semanas, em vez de meses, o vice-governador do Texas argumentou na Fox News que ele preferia morrer a ver que as medidas de saúde pública prejudicam a economia dos EUA e que acreditava que «muitos dos avós» em todo o país concordariam com ele.
«A minha mensagem [para Trump]: voltemos ao trabalho, voltemos à vida, sejamos espertos com isso, e aqueles de entre nós com mais de 70 anos, cuidaremos de nós mesmos», disse o vice-governador Dan Patrick, 69 anos, Republicano na Fox News, ao seu anfitrão Tucker Carlson, na noite de segunda-feira [22].
«Não sacrifique o país», disse Patrick. «Não faça isso.»
Patrick disse temer que as restrições de saúde pública para prevenir o coronavírus possam acabar com a vida americana como ele a conhece, e que está disposto a arriscar a sua morte para proteger a situação económica para os seus netos.
«Você sabe, Tucker, ninguém me procurou e disse: “Como cidadão senior, você está disposto a arriscar sua sobrevivência em troca de manter a América que toda a América ama para os seus filhos e netos?”» Patrick disse: «E se essa é a troca, eu alinho.»
«Isso não me torna nobre, corajoso ou algo assim», acrescentou. "Apenas acho que há muitos avós por aí, neste país, a pensar como eu.»
Não se trata de 'teoria da conspiração', mas de conspiração confirmada e documentada. O grupo norte-americano Judicial Watch publicou em Maio documentos oficiais dos ministérios dos Estrangeiros e Defesa dos EUA, obtidos após processo judicial. O jornalista Seumas Milne (Guardian, 3.6.15) refere «um relatório secreto dos serviços de informações dos EUA, escrito em Agosto de 2012, que estranhamente prevê – e na prática saúda – a possibilidade dum 'principado Salafita' no Leste da Síria e dum Estado Islâmico controlado pela al-Qaeda na Síria e Iraque. Em flagrante contraste com as alegações ocidentais de então, o documento da Defense Intelligence Agency identifica a al-Qaeda no Iraque (que se viria a tornar no ISIS) e os seus correligionários Salafitas como 'as principais forças que dinamizam a insurreição na Síria' e declara que 'os países ocidentais, os estados do Golfo e a Turquia' apoiam os esforços da oposição para controlar o Leste da Síria». Diz o relatório: «a possibilidade de estabelecimento dum principado Salafita declarado ou não» é «precisamente aquilo que as potências que apoiam a oposição desejam, de forma a isolar o regime sírio».
Há muito para aprender sobre o presente quando se olha para o passado. Por vezes situações históricas apresentam (apesar de naturais diferenças) semelhanças impressionantes com a actualidade. Um exemplo disso são os documentos relativos aos planos secretos anglo-norte-americanos, elaborados em 1957, para desestabilizar a Síria e criar condições para uma invasão por tropas estrangeiras e uma mudança de regime.
O capital não tem pátria, e os offshores ainda menos a têm.
Um estudo que acaba de ser publicado (Estimating the Price of Offshore» – Tax Justice Network) referido pelo Guardian (e AQUI) contém elementos particularmente esclarecedores. Estima esse estudo que a «elite global dos super-ricos» fez escapar às malhas do fisco e encaminhou para offshores um total de pelo menos 21 biliões (milhões de milhões) de dólares, o que equivale aos PIB somados dos EUA e do Japão
«No mesmo texto constata-se a acumulação e concentração de capital registada nos últimos cinco anos, isto é, em pleno contexto de antecâmara e eclosão da actual crise capitalista. De acordo com o documento, os dez maiores bancos mundiais mais que duplicaram o montante de capital que geriam, passando de 2,3 biliões de dólares em 2005 para mais de seis biliões em 2010.»
«As maiores empresas mundiais de tecnologia guardam centenas de milhares de milhões de dólares em paraísos fiscais. Segundo informações divulgadas pelo Le Monde e a pela AFP, as empresas Apple (81 mil milhões), Microsoft (54 mil milhões), Google e Cisco (43 e 42 mil milhões, respectivamente), pretendem repatriar parte dos lucros acumulados, mas aguardam que o governo dos EUA faça aprovar uma reforma fiscal que lhes permita distribuir dividendos e investir no país com vantagens tributárias ainda maiores.»
Segundo um estudo publicado no fim-de-semana de 14/15de Julho pelo diário alemão, Süddeutsche Zeitung, com apenas 40 por cento da fortuna dos ricos seria possível pagar a totalidade da dívida acumulada pelos estados da zona euro.
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Exportação de capitais
1,5 biliões de dólares é o montante global de aplicações directas de capital estrangeiro durante o ano de 2011, revelou-se, quinta-feira, 5, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento. O crescimento de 16 por cento relativamente ao ano de 2010 mostrou uma aproximação dos investimentos directos estrangeiros à cifra registada em 2007, quando o total global ascendeu a um recorde de 2 biliões de dólares.
Apesar da crise, o relatório intitulado «Investimento no mundo em 2012» estima que este ano sejam investidos directamente 1,6 biliões de dólares, e em 2013 e 2014, 1,8 e 1,9 biliões, respectivamente.
Os países ditos desenvolvidos são os que absorvem a maioria dos fluxos de capital estrangeiro, 55 por cento do total, ao passo que as nações consideradas em vias de desenvolvimento arrecadam os demais 45 por cento do total de investimentos directos.
China, EUA, Índia, Indonésia e Brasil são os territórios no topo dos receptores de investimento directo estrangeiro, enquanto que os EUA são os maiores exportadores de capital.
A crise dos centros mundiais do capitalismo agrava-se rapidamente. O desastre que se avizinha, e a incapacidade do imperialismo o evitar, acirra todas as contradições e rivalidades, num «jogo do empurra» de consequências imprevisíveis.
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É este o verdadeiro objectivo dos «planos de resgate» da Troika. Resgate para a banca, afundamento para os povos e os países. É para aqui que vai o dinheiro dos nossos salários e reformas. O grande capital financeiro está a pôr-se a salvo, antes do inevitável colapso que gerou. Hoje, lutar é a única alternativa ao desastre para o qual o capitalismo «triunfante» nos conduziu. Ou o capital financeiro, ou os povos. Há cada vez menos alternativas de compromisso.