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O CASTENDO

TERRAS DE PENALVA ONDE «A LIBERDADE É A COMPREENSÃO DA NECESSIDADE»

O CASTENDO

TERRAS DE PENALVA ONDE «A LIBERDADE É A COMPREENSÃO DA NECESSIDADE»

Taiwan é território da China e um assunto exclusivamente chinês

Os documentos que o confirmam

Mapa Politico China 2022-09.jpg

 

O que a comunicação social dominante esconde e não publica:

Proclamada em 1949, a República Popular da China teve de esperar 22 anos antes de ser reconhecida pelas Nações Unidas. Até 1971, Taiwan representou a China. Sob o título «Restauração dos direitos legítimos da República Popular da China às Nações Unidas», a resolução 2758 colocou a China no seu lugar legítimo:

«Recordando os princípios da Carta das Nações Unidas;

Considerando que a restauração dos direitos legítimos da República Popular da China é indispensável para a preservação da Carta das Nações Unidas e para a causa que as Nações Unidas devem servir em conformidade com a Carta;

Reconhecendo que os representantes do governo são os únicos representantes legítimos da China nas Nações Unidas e que a República Popular da China é um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança;

Decide restaurar à República Popular da China todos os seus direitos e reconhecer os representantes do seu governo como os únicos representantes legítimos da China nas Nações Unidas, e expulsar imediatamente os representantes de Chiang Kai-shek [ex-presidente da China que se refugiou com os seus exércitos em Taiwan, depois da vitória dos comunistas chineses] da sede que ocupam ilegalmente nas Nações Unidas e em todas as suas agências.

Reunião Plenária da ONU, 25 de Outubro de 1971

Mapa_China_politico2.jpg

181 países têm relações diplomáticas com Pequim, tendo como base o respeito do princípio de «uma só China».

Em 1978, o Co­mu­ni­cado Con­junto sobre o Es­ta­be­lecimento das Re­la­ções Di­plo­má­ticas China-EUA re­a­firmou cla­ra­mente que o Go­verno da Re­pú­blica Po­pular da China é o único go­verno le­gí­timo que re­pre­sente toda a China, e Taiwan é uma parte da China.

Isso cons­titui o statu quo do es­treito de Taiwan, que nunca foi al­te­rado nas úl­timas dé­cadas.” (Chen Xi­a­o­ling, Diário de No­tí­cias, 13.8.22)

Taiwan é parte da China. Existe uma única China como reconhecem as Nações Unidas e os próprios Estados Unidos através de três documentos conjuntos assinados com Pequim.

Está provado o (a falta de) respeito dos presidentes USA pelos tratados que assinam...

A República Popular da China e Taiwan reconheceram em 1992 a existência de «uma única nação chinesa», decisão que tem um peso absoluto à escala planetária e se insere na política de «um país dois sistemas», um pilar da reintegração de Macau e Hong Kong na República Popular da China.

Poucas situações que internacionalmente ainda são consideradas polémicas ficaram tão esclarecidas como esta, por ser obra das partes directamente envolvidas e sem intermediários.

Não sobraram dúvidas:

Taiwan é território da China e um assunto exclusivamente chinês.

 

Publicado neste blog:

 

O eclipse da Rússia

Artigo de Luís Carapinha in «O Militante» - N.º 260 Setembro/Outubro de 2002

Vladimir Putin_caricatura

Desenho de Fernando Campos (o sítio dos desenhos)

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"A humanidade debate-se, a um novo nível, com a escravatura, colonialismo e o fascismo financeiro-económico, ou seja, com o genocídio que consiste na eliminação da população pelo grande capital internacional, com o apoio das oligarquias nacionais e de governos e presidentes marionetes, incluindo o presidente e o governo da Federação Russa”. A afirmação é do general russo Rokhlin e foi produzida ao tempo do anterior presidente russo Iéltsin, mas mantém a sua plena actualidade hoje, transcorridos mais de dois anos de presidência Pútin.

Rokhlin foi assassinado em Julho de 98 em circunstâncias até hoje não esclarecidas. Um ano antes fundara o Movimento de Apoio às Forças Armadas, desde 1995 era deputado do parlamento russo. Na Primavera de 98, Rokhlin, "general do povo", é um dos principais impulsionadores do vasto movimento de protesto contra Iéltsin e o governo que agita o país e causa nervosismo nos círculos do poder. Há movimentos grevistas um pouco por toda a imensa Federação Russa. Mineiros, trabalhadores da indústria militar, professores, estudantes, médicos e cientistas, entre outros, protestam contra o presidente e o governo, exigindo a sua demissão. O Transiberiano é cortado durante dias a fio. Em Moscovo, os mineiros em greve acampam em frente à sede do governo por tempo indeterminado. Vêm de diversos pontos do país e as suas principais reivindicações são de carácter político, factor que provoca a perturbação do Kremlin, não habituado a tolerar mais do que reivindicações de índole económica ou social.

Os protestos generalizados, aliados à estagnação de uma economia não recomposta do choque neoliberal, geram uma crise de confiança governamental, contribuindo para o agravamento das contradições internas do regime. À ameaça de uma crise económica aguda, somava-se o perigo de uma crise política de consequências imprevisíveis para a elite detentora do poder no país...

Notas

(1) A oposição por duas vezes chumbou a candidatura do antigo primeiro-ministro Tchernomyrdin proposta por Iéltsin.

(2) O Militante, Maio/Junho 2000, pág. 54.

(3) Pútin era presidente interino desde 31 de Dezembro de 1999, após a demissão de Iéltsin.

(4) Designação comum do grupo de homens de confiança do presidente que gradualmente tem ascendido a cargos-chave da direcção russa.

(5) Antigo primeiro-ministro russo após o final da URSS. Foi o responsável da tristemente célebre terapia de choque.

(6) Presidente da Câmara de Moscovo.

(7) Washington Post, 7.12.01.

(8) Lochinin, vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, citado pela Itar-Tass, 31.7.02.

(9) Igor Ivanov, Ministro dos Negócios Estrageiros russo, citado pela agência Strana.ru, 16.3.02.

(10) Selezniov anunciou posteriormente a criação de uma nova força política, o Partido Socialista da Rússia, designação provisória que será ratificada no Congresso fundador previsto para Setembro. Segundo Selezniov o novo partido, que só será da oposição caso o executivo russo não respeite o estipulado na Constituição, irá defender a edificação do Estado Social (idem, 29.7.02).

(11) Partido Comunista Operário Russo-Partido Revolucionário dos Comunistas, criado em 2001 após a fusão dos dois partidos.

(12) O MJ baseou-se no ponto da nova Lei dos Partidos que proíbe os partidos que “persigam o objectivo de alterar violentamente os fundamentos da ordem constitucional...”.

«O Militante» - N.º 260 Setembro/Outubro de 2002

Vladimir Putin

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As hienas estão atentas e já é audível o seu gargalhar*

(continuação do post anterior)

Henry Kissinger_2016-04-26_Wikp.jpg

Título de um artigo de opinião de Henry Kissinger publicado dia 3 de Abril no Wall Street Journal (em inglês só para assinantes):

«A pandemia de coronavírus alterará para sempre a ordem mundial».

O subtítulo também não é menos elucidativo:

«Os Estados Unidos devem proteger os seus cidadãos da doença a tempo de iniciar o trabalho urgente de planificar uma nova era

No seu texto o autor, agora com 96 anos, reedita e adapta as principais teses do famigerado documento de 1974 referido no post anterior.

«Despovoar», continua a ser, o conceito chave...

 

Pinochet_-_Kissinger_1976-01_Wikp.jpg

Augusto Pinochet e Henry Kissinger Janeiro de 1976

* Título gamado ao blog «As palavras são armas»

Publicado neste blog:

 

«O despovoamento deve ser a principal prioridade da política externa dos Estados Unidos em relação ao Terceiro Mundo», Henry Kissinger

(continua no próximo post)

Donald Trump_with_Henry_Kissinger_2017-05-10_Wikp.

A frase completa é:

«O despovoamento deve ser a maior prioridade da política externa em relação ao Terceiro Mundo porque a economia dos Estados Unidos exigirá grandes e crescentes quantidades de matérias-primas do exterior, principalmente de países menos desenvolvidos», e consta do «National Security Study Memorandum 200: Implications of Worldwide Population Growth for U.S. Security and Overseas Interests (NSSM200)».

Henry Kissinger_LBJ_Library_2016_Wikp.jpg

Este documento foi elaborado pelo Conselho Nacional de Segurança dos EUA sob a direcção de Henry Kissinger e dado como concluído em 10 de Dezembro  de 1974  .

Foi adoptado como política oficial dos USA pelo Presidente Gerald Ford [o que deu o aval ao presidente Suharto da Indonésia para a invasão de Timor-Leste] em Novembro de 1975. Durante alguns anos foi um documento  classificado como secreto, mas acabou por ser tornado público no início dos anos 90 do século XX.

Segundo este memorando seriam abrangidos 13 países a saber: India, Bangladesh, Paquistão, Indonésia, Tailândia, Filipinas, Turquia, Nigéria, Egipto, Etiópia, Mexico, Colômbia e Brasil

Kissinger_Ford_Suharto__Malik_ Jakarta 1975-12-06

Kissinger, Ford, Suharto e Malik, Jakarta, & de Dezembro de 1975, um dia antes da invasão de Timor-Leste pela Indonésia

Publicado neste blog:

 

A CIA contra a URSS

cia-lobby-seal

 

Qualquer tentativa de analisar os serviços secretos ocidentais tem pela frente grandes dificuldades. O investigador escritor tem de atravessar um labirinto, deparando-se muitas vezes com um beco sem saída, outras descobre literalmente uma cova de lobo. As dificuldades são tanto de carácter conceptual, como ligadas à recolha e selecção dos factos. Apesar de o nosso objecto ter inquestionavelmente uma existência autónoma, e por vezes forças motrizes próprias, o trabalho dos serviços secretos, em última análise, não é mais do que a continuação das políticas dos respectivos governos por outros meios. Em muitos casos, no entanto, esse trabalho é de tal índole que é renegado oficialmente pelos próprios governos com aparente credibilidade. Só esta circunstância, já sem falar do natural secretismo, faz escassear os factos, os quais, como é sabido, são o oxigénio do investigador. Levados ao sufoco, respiram com dificuldade uma atmosfera envenenada, uma vez que em nenhuma outra esfera da acção do Estado no Ocidente se recorre tanto à desinformação.

Mas é uma necessidade premente penetrar nesta esfera. É absolutamente impossível compreender o mundo actual sem se ter em conta o trabalho dos serviços secretos, neste caso da CIA dos EUA, o qual afecta toda a humanidade. Isto não é de longe um exagero.

 

Sede CIA_Langley_Virginia

 

Wikileaks: o óbvio

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1. Como escreveu Carlos Gonçalves, «O que se pode dizer da Wikileaks é que nasceu próxima de círculos do imperialismo, como a Freedom House, que M. Chossudovsky define como uma «organização cão de guarda» baseada em Washington, que se diz de «apoio à expansão da liberdade no mundo», que define como «alvos prioritários os regimes muito opressivos na China, Rússia e Ásia central», e visa ainda apoiar «os que no ocidente queiram revelar comportamentos ilegais ou imorais dos seus governos e corporações».

2. Os factos revelados pela Wikileaks não são propriamente os mais actuais e sensíveis sobre a actividade criminosa do imperialismo. Nesse aspecto, embora com anos de  atraso,  é muito mais esclarecedor o National Security Archive (AQUI e AQUI), criado no âmbito do Freedom of Information Act (FOIA).

3. Aliás não é por acaso que o nosso velho conhecido Henry Kissinger se refere ao FOIA neste telegrama. O mesmo Henry Kissinger que há uns anos em entrevista ao seu amigo Mário Soares negou, com o maior dos desplantes, que os EUA tivessem dado luz verde em 1975 à invasão de Timor-Leste pela Indonésia (AQUI e AQUI).

4. O ministro australiano dos Negócios Estrangeiros, Kevin Rudd, já disse o óbvio: «A responsabilidade central e, assim, também a imputabilidade legal fica com aqueles que são responsáveis pela fuga inicial não autorizada.».

5. E acrescentou algo igualmente óbvio: «E acho que há várias questões que se colocam sobre a eficiência dos sistemas de segurança [dos Estados Unidos] e sobre os níveis de acesso que as pessoas têm àquele tipo de material confidencial.».

6. Quem quer ter segredos deve saber como guardá-los. O que, como é óbvio, é incompatível com o facto de 2,5 milhões (!!!) de funcionários norte-americanos terem acesso a documentos classificados como «secret». E que, como é óbvio, é igualmente incompatível com o facto de, por sua vez, os documentos «top secret» estarem acessíveis para 850.000 norte-americanos (!!!).

7. E quem foi o «especialista» que decidiu juntar numa ÚNICA (!!!) lista as «infra-estruturas vitais» localizadas em vários países que os Estados Unidos  da América querem proteger. Ninguém lhe(s) ensinou que isso NUNCA se faz? E, muito mais importante, a que título a Administração dos EUA elabora uma lista dessas (ainda se fosse de instalações em território dos EUA...)? Actuação imperialista no seu melhor!

8. Confesso que, por tudo isto e muito mais, ando divertidissimo a ler e a ouvir os «especialistas» de ocasião, bem como alguns jornalistas. E ando fascinado em particular com a veia censória e securitária de alguns (ex) radicalistas pequeno-burgueses de fachada socialista que ainda «ontem» defendiam o oposto. É a vida!...

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Henry Kissinger, prémio Nobel da Guerra e do Genocídio (II)

Prémio Nobel da Paz 1973  - Henry Kissinger foi premiado conjuntamente com Le Duc Tho. Le Duc Tho recusou.

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(continuação)

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«Nesta fase, iniciada com as agressões no Médio Oriente e Ásia Central, o imperialismo estado-unidense encontrou situações históricas muito diferentes da que precedeu o seu envolvimento no Vietname e a humilhante derrota que ali sofreu. Nos EUA somente uma minoria percebeu que a guerra estava perdida quando Giap desfechou a ofensiva do Tet. A resposta de Johnson e Kissinger, cedendo aos generais do Pentágono, foi a ampliação da escalada. A agressão alastrou para o Laos e Washington enviou mais tropas para a fornalha vietnamita, semeando a morte a devastação no Sudeste Asiático

«Anote-se de passagem que esta visita de Rice a Tblissi nas vésperas do ataque à Ossétia me lembrou, mas admito que apenas a mim, a visita de Kissinger a Jacarta nas vésperas da invasão indonésia de Timor

Na Casa Branca reúnem-se o presidente da Pepsi, Donald Kendall, Nixon, que tinha sido advogado daquela empresa, Henry Kissinger, Conselheiro de Segurança Nacional, John Mitchell, procurador-geral, o director da CIA, Richard Helms, e claro, Edwards.

Das notas de Helms percebe-se que o grupo está disposto a gastar o necessário. «Dez milhões de dólares disponíveis. Há mais se for preciso», acertam. Querem os melhores homens disponíveis com o objectivo de «fazer gritar de dor a economia chilena».

No mesmo dia, o presidente Nixon informou o director da CIA, Richard Helms, que um governo de Allende não era aceitável para os Estados Unidos e instruiu a secreta para que tivesse um papel directo na organização de um golpe militar no Chile.

Nove semanas antes do golpe, Nixon telefonou a Kissinger para dizer que «o rapaz do Chile pode ter alguns problemas.» Kissinger responde: «creio que definitivamente está em dificuldades».

Henry Kissinger, no prefácio do «Desafio da América», escrito e publicado na Alemanha já depois do 11 de Setembro de 2001, afirma que «na guerra contra o terrorismo o objectivo não é detectar terroristas», e que é sobretudo necessário «não deixar escapar esta ocasião excepcional de redesenhar o sistema internacional» («Die Herausforderung Amerikas» – versão alemã de «Does América need a Foreign Policy?»).

Quando o Xá mandava e fazia as piores tropelias com o apoio de Washington, o secretário de Estado era Henry Kissinger. O autor intelectual do golpe de Estado contra Salvador Allende mantinha então que a «introdução de energia nuclear» era importante para cobrir «as crescentes necessidades da economia iraniana», e explicava que essa opção libertava «as restantes reservas de petróleo para a exportação ou transformação em produtos petroquímicos». Bem pensado, poderia dizer-se. Mas... mudam-se os tempos, mudam-se as verdades. Hoje «para um produtor petrolífero como o Irão, a energia nuclear constitui um desperdício de recursos». Quem o diz? Kissinger! Há nisto alguma contradição? O mesmo Kissinger responde. Antes o Irão «era um país aliado (...) de modo que, em consequência, tinha uma genuína necessidade de energia nuclear».

Que personagens do calibre de Henry Kissinger (no ano seguinte ao golpe fascista no Chile por ele inspirado) ou Menachem Begin surjam na lista não é certamente prestigiante para um tal prémio e mancha indelevelmente um elenco de premiados entre os quais se encontram figuras como Nelson Mandela, Albert Schweitzer, Adolfo Pérez Esquível, Martin Luther King.

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Emblema da Escola das Américas.

Operação Condor

Kissinger aprovou assassinatos

A organização The National Security Archive (NSA) revelou uma nova peça do puzzle que desvenda o envolvimento do ex-secretário de Estado americano, Henry Kissinger, na Operação Condor.

Diz a NSA que, em 1976, Kissinger impediu que os diplomatas norte-americanos em países da América Latina se pronunciassem contra os assassinatos de opositores aos regimes militares fascistas praticados no estrangeiro. Dias depois, um atentado em Washington matou o então dirigente político chileno Orlando Letelier.

Kissinger terá instruído os diplomatas para que não manifestassem repúdio pelo assassinato de «subversivos», quer nos seus próprios países quer no exterior.

Na década de 70 do século passado, os serviços secretos dos EUA auxiliaram as polícias políticas do Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile e Bolívia na eliminação de opositores aos respectivos regimes.

«A Operação Condor representou um esforço cooperativo de inteligência e segurança entre muitos países do Cone Sul para combater o terrorismo e a subversão», revela um relatório da CIA desclassificado em 1978.

Durante o período de intensas lutas sociais em meados dos anos 70 – perto da altura em que, apoiado pelos EUA, ocorria o golpe militar fascista no vizinho Chile, em Setembro de 1973 – elementos governamentais da Argentina, em especial militares e polícias, criaram organizações para-legais que hoje seriam equivalentes aos «esquadrões da morte». Estes grupos levavam a cabo os raptos e assassínios de esquerdistas. Alguns grupos reagiram com actos de guerrilha urbana.

Com o total apoio do governo norte-americano e do seu secretário de Estado Henry Kissinger, um grupo de generais e polícias tomaram o poder na Argentina. Este grupo fez uma razia não apenas contra a guerrilha urbana esquerdista mas também contra activistas e dirigentes sindicais de todo o espectro político. Os presos eram levados secretamente, torturados e cerca de 30 000 foram mortos.

A 11 de Setembro de 1973, a reacção interna chilena e os seus algozes, apoiados e inspirados por o imperialismo norte-americano, lograram pôr termo, brutalmente, ao governo da Unidade Popular de Salvador Allende, mergulhando o país nas trevas da ditadura sangrenta que perdurou 17 anos. A marca da CIA e o envolvimento de Kissinger e Nixon são irrefutáveis.

Para o grande capital, os mecanismos formalmente democráticos servem apenas como formas de legitimação do seu domínio de classe, a nível nacional e internacional. Se entrarem em contradição com essa dominação, o imperialismo não hesita em liquidá-los. Foi assim há 30 anos, no Chile, como agora se comprova na documentação oficial que vai sendo publicada. Nessa altura, os círculos governantes dos EUA decidiram que havia que pôr termo ao governo democraticamente eleito da Unidad Popular, pois como explicava o então responsável pela política externa dos EUA, Kissinger: «o exemplo bem sucedido de um governo Marxista eleito no Chile teria seguramente um impacto – e serviria até de precedente – para outras partes do globo, especialmente Itália; o efeito de imitação de fenómenos desse tipo teria, por sua vez, um efeito significativo sobre o equilíbrio mundial e a nossa posição no seu seio» (actas de um encontro Kissinger-Nixon, publicadas no National Security Archive). E assim surgiu Pinochet e se pôs termo à democracia burguesa chilena. Também para que servisse de lição. Esta é, e sempre foi, parte integrante da natureza das «democracias ocidentais». O resto são cantos de sereia.

Quando do massacre de My Lai, a imoralidade que consistia em enviar a juventude americana para assassinar um inimigo que nem se distinguia da própria população, tornou-se evidente. E o papel de figuras como as de Robert McNamara e Henry Kissinger tornou-se, pelo menos, repugnante. O drama do Vietname terminou há 31 anos. Estamos a ver os criminosos bombardeamentos aéreos sobre Hanoi e Haiphong, a luta por Danang e Hué, a entrada do Vietcong em Saigão. Parece que os americanos esqueceram as lições recebidas e é por isso que estão a repetir a história dos seus incomensuráveis fracassos no Iraque.

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Para Ler :

  • National Security Study Memorandum 200 National Security Study Memorandum 200: Implications of Worldwide Population Growth for U.S. Security and Overseas Interests (NSSM200) was completed on December 10, 1974 by the United States National Security Council under the direction of Henry Kissinger.
adaptado de um e-mail enviado pelo Jorge

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Henry Kissinger, prémio Nobel da Guerra e do Genocídio (I)

Kissinger e Obama (Prémio Nobel da Paz 1973 e Prémio Nobel da Paz 2009, respectivamente) na Casa Branca

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Henry Kissinger foi premiado conjuntamente com Le Duc Tho.

Le Duc Tho recusou.

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Shultz, Obama e Kissinger

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«O que é ilegal nós fazemos imediatamente; o que é inconstitucional demora um pouco mais de tempo» [risada] - Henry Kissinger

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Kissinger e Pinochet

(continua)

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adaptado de um e-mail enviado pelo Jorge

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