«Isto acontece na Europa que se considera desenvolvida e civilizada. Mas onde as instituições europeias, moldadas pelo regime neoliberal único e global, se têm dedicado a destruir os serviços públicos de saúde em nome do combate ao défice e da prevalência absoluta do euro – nem que seja através de apurados métodos de tortura social.» (José Goulão)
«Temos que fechar o país inteiro por isso? Acho que podemos voltar ao trabalho».
Enquanto Donald Trump pressionava para reabrir a economia dos EUA em semanas, em vez de meses, o vice-governador do Texas argumentou na Fox News que ele preferia morrer a ver que as medidas de saúde pública prejudicam a economia dos EUA e que acreditava que «muitos dos avós» em todo o país concordariam com ele.
«A minha mensagem [para Trump]: voltemos ao trabalho, voltemos à vida, sejamos espertos com isso, e aqueles de entre nós com mais de 70 anos, cuidaremos de nós mesmos», disse o vice-governador Dan Patrick, 69 anos, Republicano na Fox News, ao seu anfitrão Tucker Carlson, na noite de segunda-feira [22].
«Não sacrifique o país», disse Patrick. «Não faça isso.»
Patrick disse temer que as restrições de saúde pública para prevenir o coronavírus possam acabar com a vida americana como ele a conhece, e que está disposto a arriscar a sua morte para proteger a situação económica para os seus netos.
«Você sabe, Tucker, ninguém me procurou e disse: “Como cidadão senior, você está disposto a arriscar sua sobrevivência em troca de manter a América que toda a América ama para os seus filhos e netos?”» Patrick disse: «E se essa é a troca, eu alinho.»
«Isso não me torna nobre, corajoso ou algo assim», acrescentou. "Apenas acho que há muitos avós por aí, neste país, a pensar como eu.»
A população residente em Portugal voltou a cair em 2015, pelo quinto ano consecutivo.
Segundo dados divulgados, dia 16, pelo Instituo Nacional de Estatística (INE), o número de habitantes é agora de 10,34 milhões, ou seja uma redução de 33 492 residentes (-0,32%).
O saldo natural (diferença entre nascimentos e mortos) foi negativo em 23 011 pessoas, tendência igualmente verificada no saldo migratório (-10 481).
O INE assinala um duplo envelhecimento entre 2005 e 2015, período em que o número de idosos aumentou em mais de 316 mil, enquanto diminuiu em 208 mil o número de jovens até aos 15 anos.
Em consequência, a população em idade activa (entre os 15 e os 64 anos) reduziu-se em 278 mil pessoas e a idade média da população residente passou de 40,6 anos, em 2005, para 43,7 anos em 2015.
Desempregados sem subsídio
Cerca de 377 mil desempregados ficaram privados de subsídio da Segurança Social no mês de Maio, segundo dados oficiais publicados dia 20.
De acordo com os números da Segurança Social, naquele mês foram pagas prestações de desemprego a apenas 232 838 requerentes, ou seja, menos 9 331 pessoas do que em Abril e o equivalente a 38 por cento do total de desempregados.
Em Abril, o Instituto Nacional de Estatística contabilizou 609,8 mil desempregados, o que representa 12 por cento da população activa
O nível de vida dos portugueses recuou, em 2013, para valores de 1990, ficando 25 por cento abaixo da média europeia, revela o estudo «Três Décadas de Portugal Europeu: Balanço e perspectivas», coordenado pelo economista Augusto Mateus, antigo ministro da Economia (1996-97) e secretário de Estado da Indústria (1995-96) no Governo PS liderado por António Guterres.
Sem surpresa, o documento, divulgado dia 8, assinala que desde a integração europeia o peso da indústria caiu dez pontos percentuais, enquanto a contribuição da agricultura em geral para a riqueza nacional passou de oito por cento, em 1986, para apenas dois por cento actualmente.
Ao mesmo tempo, o estudo dá conta da degradação das condições de trabalho, com o número de precários (700 mil) a disparar 50 por cento face a 1986.
Mas se em termos de precariedade Portugal apresenta a terceira taxa mais elevada da União Europeia, no que toca à emigração ocupa o primeiro lugar, com mais de cinco milhões de concidadãos espalhados pelo mundo.
O declínio económico também se traduziu no decréscimo e envelhecimento da população. Em 1986, o País contava com 23 por cento de jovens e 12 por cento de idosos. Hoje, os jovens são menos de 15 por cento e os idosos já representam já um quinto da população.
O número de beneficiários do Rendimento Social de Inserção fixou-se em Abril em 211 590, uma diminuição de 12 458 (-5,5%) face ao mesmo mês do ano anterior.
De acordo com os dados do Instituto da Segurança Social (ISS), também o número de famílias beneficiárias decaiu para 92 807 agregados, ou seja, menos 2521 (-2,6%) do que no período homólogo.
O ISS revelou ainda uma quebra acentuada do número de idosos que recebem o Complemento Solidário. A prestação foi atribuída a 166 814 pessoas em Abril, ou seja, menos 27 060 (-14%) em comparação com o mesmo mês do ano passado.
O Complemento Solidário para Idosos é um apoio em dinheiro pago mensalmente aos idosos de baixos recursos.
O actual Governo “premeia” os reformados, pensionistas e idosos com a manutenção em 2015 da suspensão da actualização anual das pensões e do Valor do Indexante de Apoios Sociais (IAS) a vigorarem desde 2011. Decisão que vem agravar as suas condições de vida e que é expressão da política de direita que continua a colocar Portugal nas posições cimeiras dos países da União Europeia com elevado nível de pobreza entre os idosos e os mais baixos valores de reformas e pensões.
- A manutenção dos valores das pensões mínimas do regime geral da Segurança Social para quatro dos seus cinco escalões cujos montantes se mantêm, desde 2010, entre os 274,79 e os 379,04 euros;
- O aviltante “aumento” de 9 cêntimos diários na pensão mínima para o período contributivo inferior a 15 anos passando o seu valor de 259,36 euros para 261,95 euros;
- O prolongamento do congelamento das pensões mínimas do regime convergente da Caixa Geral de Aposentações cujos valores se mantêm há cinco anos entre os 272,78 e os 404,44 euros;
- Um “aumento” de 8 cêntimos diários para as pensões com um período contributivo de 5 a 12 anos passando de 242,39 para 244,81 euros, e as com um período de mais de 12 e até 18 anos que passaram de 252,65 para 255,18 euros;
- A pensão social do regime não contributivo da segurança social passou de 197,55 euros para 201, 53 euros.
Importa recordar, que o valor do IAS se mantém nos 419 euros desde 2009, ao mesmo tempo que se regista a continuada redução do número dos que recebem o complemento solidário para idosos, o abono de família, o subsídio de desemprego e o rendimento social de inserção, entre outros apoios sociais.
Acresce um novo aumento da idade de reforma para os 66 anos e 2 meses, o prosseguimento da redução do valor das reformas em 2015 em resultado da aplicação do factor de sustentabilidade que penaliza os trabalhadores que passam à condição de reformados.
Para reformados de outros países que aqui queiram viver boas condições de vida.
Para a esmagadora maioria dos três milhões de portugueses que são reformados, pensionistas e idosos a violação dos mais elementares direitos e condições de vida.