A população residente em Portugal voltou a cair em 2015, pelo quinto ano consecutivo.
Segundo dados divulgados, dia 16, pelo Instituo Nacional de Estatística (INE), o número de habitantes é agora de 10,34 milhões, ou seja uma redução de 33 492 residentes (-0,32%).
O saldo natural (diferença entre nascimentos e mortos) foi negativo em 23 011 pessoas, tendência igualmente verificada no saldo migratório (-10 481).
O INE assinala um duplo envelhecimento entre 2005 e 2015, período em que o número de idosos aumentou em mais de 316 mil, enquanto diminuiu em 208 mil o número de jovens até aos 15 anos.
Em consequência, a população em idade activa (entre os 15 e os 64 anos) reduziu-se em 278 mil pessoas e a idade média da população residente passou de 40,6 anos, em 2005, para 43,7 anos em 2015.
Desempregados sem subsídio
Cerca de 377 mil desempregados ficaram privados de subsídio da Segurança Social no mês de Maio, segundo dados oficiais publicados dia 20.
De acordo com os números da Segurança Social, naquele mês foram pagas prestações de desemprego a apenas 232 838 requerentes, ou seja, menos 9 331 pessoas do que em Abril e o equivalente a 38 por cento do total de desempregados.
Em Abril, o Instituto Nacional de Estatística contabilizou 609,8 mil desempregados, o que representa 12 por cento da população activa
«Mais uma vez assistimos à utilização da mentira como instrumento de manipulação e engano da opinião pública.
Vem isto a propósito da “teoria”, defendida pela “troika” e governo, e depois repetida, de uma forma acrítica, nos media, de que o crescimento económico em Portugal só será possível com base nas exportações, e nunca no consumo interno; e da utilização em cartazes, pelo PSD/CDS, do slogan eleitoral “Aumento do investimento e do emprego” , como isso efetivamente tivesse acontecido.
Comparemos estas afirmações com a realidade, utilizando para isso a linguagem fria e objetiva dos números oficiais do Instituto Nacional de Estatística (INE).»
Imunes à crise, os 25 portugueses mais ricos concentram 8,5 por cento da riqueza nacional e viram a sua fortuna crescer para 14,7 mil milhões de euros em 2015.
Segundo a lista anual da revista Exame, publicada dia 30, Américo Amorim conserva a primeira posição com uma fortuna avaliada em 2,5 mil milhões de euros.
Segue-se Soares dos Santos, o dono do Pingo Doce, cujo património aumentou cem milhões de euros para quase 1,8 mil milhões, e Belmiro de Azevedo, que acumulou mais cem milhões para um total de 1,4 mil milhões de euros. Os Guimarães de Mello são a família mais rica, com uma fortuna de 1,2 mil milhões de euros, aplicada no Grupo José de Mello, Brisa, CUF, Efacec e EDP.
Zonas urbanas concentram 90% da população
Quase três quartos dos portugueses (72%) residem em áreas predominantemente urbanas, que representam apenas 18 por cento do território nacional.
Outros 15 por cento habitam em áreas medianamente urbanas (correspondentes a 20 por cento do território nacional) e apenas 13 por cento vivem em áreas predominantemente rurais, cuja extensão territorial corresponde a mais de três quintos (62%) da área total do País.
Os dados são relativos a 2011 e constam da 4.ª edição do Retrato Territorial de Portugal, publicado, dia 31, pelo Instituto Nacional Estatística.
Abandono escolar acima da média da UE
A taxa de abandono precoce de educação e formação em Portugal situou-se em 17,4 por cento, em 2014, muito acima média de 11,1 por cento do conjunto dos 28 países da União Europeia.
Segundo o Instituto Nacional de Estatística, 19 dos 28 países membros já alcançaram uma taxa inferior a dez por cento.
No nosso País, as taxas mais baixas verificam-se na região Centro (14%) e na Área Metropolitana de Lisboa (14,4%). As mais altas, nos Açores (30%), na Madeira e Algarve (20%).
«O Instituto Nacional de Estatística publica todos os anos, embora com grande atraso relativamente à rúbrica de “Ordenados e salários”, dados referentes às contas nacionais que dão uma informação importante sobre a forma como a riqueza criada anualmente no país é repartida entre o Trabalho e o Capital, o que permite ficar a saber quem está a ganhar e quem está a perder com a crise.
Nos quadros que a seguir se apresentam reunimos os dados mais importantes divulgados pelo INE e pelo Ministério das Finanças sobre esta matéria que permitem uma reflexão e tirar algumas conclusões importantes.»
«Subir Lall, chefe de missão do FMI em Portugal, numa entrevista dada ao Jornal de Noticias, em Novembro de 2014, afirmou: "Ninguém percebeu como é que o desemprego está a baixar”.
O chefe do FMI ainda não percebeu porque ele, como sempre aconteceu, nunca se deu ao trabalho de estudar a realidade portuguesa. Foi essa uma das causas do fracasso total do programa da “troika” e do governo PSD/CDS.
Se tivesse estudado a realidade concreta portuguesa rapidamente teria compreendido que a baixa da taxa de desemprego oficial resulta de uma gigantesca manipulação dos dados do desemprego feita pelo governo para enganar a opinião pública, como revelam os dados do INE e do Instituto de Emprego e Formação Profissional constantes do quadro 1.»
Um em cada quatro portugueses vivia em privação material em 2013, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, divulgados dia 17, que indicam um agravamento da taxa de pobreza nas diferentes categorias.
Assim, a proporção da população em pobreza consistente atingiu 10,4 por cento em 2013, contra 8,5 por cento em 2010, 8,3 por cento em 2011 e 8,2 por cento em 2012.
Esta situação acentua-se na população infantil. De acordo com o INE, 29,2 por cento das crianças viviam em privação material em 2013. Ao mesmo tempo, 15 por cento dos menores encontravam-se em pobreza consistente, um valor superior ao observado em 2010 (11,8%), em 2011 (11,%) e em 2012 (11,6%)
Os dados, publicados no Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, indicam também que o risco de pobreza das famílias com crianças dependentes tem vindo a agravar-se, aumentando de 19,1 por cento em 2009 para 22,2 por cento em 2012.