A carta com o título «J'Accuse», em que o escritor francês Émile Zola acusa o governo de francês de encobrir a verdade no caso Dreyfus – um escândalo político que dividiu a França no final do século XIX –, fez a manchete do diário L'Aurore, que esgota em poucas horas os 300 000 exemplares da sua edição.
«O meu dever é falar, não quero ser cúmplice. As minhas noites seriam atormentadas pelo espectro do inocente que paga, na mais horrível das torturas, por um crime que não cometeu» – escreveu Zola, denunciando a situação do capitão Alfred Dreyfus, de origem judaica, acusado num processo fraudulento, conduzido à porta fechada, de espionagem a favor da Alemanha, condenado e deportado para a Guiana Francesa.
Zola, apoiado por vários intelectuais, entre os quais Anatole France, Georges Courteline, Octave Mirbeau ou Claude Monet, lutará até à sua morte pela reabilitação de Alfred Dreyfus, o que vem a suceder anos mais tarde.
Hiperligação (link) retirada do Cuba Debate para que possam descarregar (fazer o download) do último livro de Fidel Castro, «O Nosso Dever é Lutar», que não se encontra editado em Portugal (nem em português).
Acreditamos que será uma leitura importante e esclarecedora, pelo que incentivamos todos os nossos leitores a tomarem contacto com a última obra publicada de Fidel.
«El llamamiento No al golpe de Estado en Honduras, difundido por la Red de Redes en Defensa de la Humanidad, fue respaldado por Adolfo Pérez Esquivel, Premio Nobel de la Paz; Miguel Bonasso, Atilio Borón y Stella Calloni (Argentina), Danny Glover y James Cockroft (Estados Unidos), así como el cantante puertorriqueño Danny Rivera.
También suscribieron el documento, entre otras figuras, el escritor uruguayo Eduardo Galeano; el escritor brasileño Thiago de Melo y sus compatriotas el teólogo Frei Betto y el arquitecto Oscar Niemeyer; los poetas peruanos Hildebrando Pérez, Winston Orrillo y Arturo Corchera; el cineasta boliviano Jorge Sanjinés, y el periodista e intelectual hispano-francés Ramón Chao».
Artigo de Carlos Aboim Inglez escrito para o Diário de Notícias de 10 de Março de 1983, na passagem do centenário da morte de Karl Marx (14 de Março de 1883)
1. Não haverá hoje quem, minimamente culto e honesto, não reconheça em Karl Marx, sobre cuja morte passam, a 14 de Março, cem anos, um dos maiores pensadores de toda a história da Humanidade, um cientista de rara profundidade, envergadura enciclopédica, rigor intelectual e previsão genial. E também dificilmente alguém negará ter sido Marx um dos homens que, pela força do seu pensamento, mais ainda, que pela sua aliás notável actividade prática, maior influência exerceu sobre a vida ulterior da Humanidade.
Inclusive aqueles que hoje negam a validade do marxismo, os que o combatem, ou que combatem as forças sociais, políticas e intelectuais que o encarnam e continuam, mesmo esses usam-no, utilizam o marxismo, ou conhecimentos, conceitos, teorias de raiz marxista. E não é isto qualquer paradoxal contradição, nem sequer plágio consciente. Para uns, sendo o marxismo verdade, da verdade se têm de socorrer, mesmo negando-a e ocultando-a, para agirem eficazmente na prossecução dos seus interesses. Mas para outros, para todos, para a grande massa, do que se trata é que muito do que Marx descobriu e formulou se difundiu de tal forma (com a expansão e desenvolvimento do marxismo) que passou já hoje ao património do próprio senso comum e ao acervo do conhecimento científico mais generalizado.
Numa linguagem rigorosa e de fino recorte literário, Alfredo Guevara debruça-se sobre a instrução, a cultura e o papel dos intelectuais na Revolução Cubana, ontem, hoje e amanhã.
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Inicia-se o nosso Congresso [N.do T.: da União de Escritores e Artistas Cubanos - UNEAC] com um tema que considero de transcendência fundamental a que preferirei chamar fundacional. Fundacional, porque convém sublinhar que há milénios que cultura e sociedade são, em rigor, duas abordagens sobre o mesmo tema de reflexão. A sociedade que se conhece desde que a pessoa é pessoa não é outra senão a que pressupõe associação e valores comuns assentes na memória da experiência, memória que é história; e história é a acumulação discernida dessa experiência; experiência progressivamente depuradora do saber, do ir sabendo. Essa é a cultura, desenho subjacente, omnipresente e determinante da sociedade, do seu rosto dos seus recursos, visíveis, invisíveis, sofisticados ou primários, isto é, das suas potencialidades.