A coisa está feia, portanto! Os homens ainda chegam a vias de facto! Será que vai correr sangue? Bem, se é preciso derramar sangue, senhores ministros, que seja o vosso, que seja o vosso... Mas bem na frente de combate! No Afeganistão, por exemplo! Vão reforçar o número de soldados, lutando por uma causa que vos é cara, para contentamento de todos!
adaptado de um e-mail enviado pelo Jorge
Post scriptum:
Na referida entrevista, pergunta a jornalista Luísa Meireles (com o mesmo à-vontade de quem coloca uma questão banal):
«Descarta o envio de batalhão de 600 homens, ou de um destacamento de F-16, como foi sugerido na imprensa?»
Resposta "diplomática" de Augusto Santos Silva (que não responde directamente à pergunta como se exigia num caso tão grave):
«Há uma decisão política tomada em Portugal, dela decorre o reforço. Quando os aliados dizem que é preciso reforçar a presença, nós dizemos, é verdade, estamos de acordo, e até já decidimos reforçar.»
É uma forma adocicada de dizer: "Quando os aliados mandam, nós estamos de acordo". E se for preciso enviar F-16, nós enviamos!
«O ministro da Defesa afirmou hoje que Portugal tem "a porta sempre aberta" relativamente à possibilidade de alargar o apoio militar no Afeganistão, sublinhando, contudo, que um reforço de 250 militares já é "muito considerável".
Augusto Santos Silva reiterou a importância de Portugal duplicar o número de militares envolvidos na Força de Protecção Internacional do Afeganistão (ISAF), uma decisão que já estava tomada antes do anúncio do presidente Obama.
Confrontado com os apelos feitos pela NATO para que os aliados aumentem a sua contribuição militar na ordem dos 5 000 homens, Augusto Santos Silva referiu que "a porta portuguesa em relação às obrigações e solidariedade com os aliados está sempre aberta".»
Nas reportagens seguintes, Luís Amado não só teoriza na sua habitual linguagem hermética (Santos Silva é mais directo) própria dos grandes diplomatas, como passa um raspanete à União Europeia (ao que parece pelo sua falta de empenhamento).
Em carta de 7 de Dezembro à baronesa AshtonLuis Amado é mais mais concreto, embora mantenha a mesma linguagem "diplomática" (ou será "eufemística"?): «É vital que nós - a UE e os Estados-membros – nos reunamos em Londres com ideias claras do que pode ser o nosso esforço e de como podemos melhorar a eficácia global dos recursos aplicados no Afeganistão. (...) Neste contexto, uma das preocupações mais prementes é o compromisso europeu para a estabilização do Afeganistão, em suas vertentes civil e militar. (...) [a estratégia anunciada na semana passada pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama] traduz uma visão clara e sensata do que se pode e deve fazer no e para o Afeganistão», e, segundo a Agência Lusa, Luís Amado mencionou o empenho de novos recursos militares, o reforço do treinamento das forças afegãs e do esforço civil para o desenvolvimento social e econômico do país. E a Agência Lusa termina assim a sua notícia: A carta inclui ainda uma referência à necessidade de os dirigentes europeus transmitirem às opiniões públicas europeias a importância da presença internacional no Afeganistão, para que seja possível ter o apoio necessário ao esforço em recursos militares, civis e financeiros.
O líder do PCP, Jerónimo de Sousa, apelidou esta quinta-feira o Código do Trabalho de «nódoa mais vergonhosa» na história do PS e disse que «mais cedo ou mais tarde» é possível derrotar os socialistas nas eleições, noticia a Lusa. (...)
(...) Em Abril, no final da cimeira dos 60 anos da NATO em Estrasburgo/Kehl, o primeiro-ministro, José Sócrates, já tinha anunciado a intenção de Portugal duplicar a sua presença na missão da Força Internacional de Assistência à Segurança (ISAF, sigla inglesa). (...)
(...) O PCP, reiterando a sua oposição ao envio de tropas para o Afeganistão, considera inaceitável não só a intenção do reforço da presença militar portuguesa como realça o facto de tal pseudo ponderação decorrer de decisões já tomadas na reunião de Ministros da Defesa da NATO. (...) O PCP, nesta ocasião, alerta o povo português para o acordo de princípio dado pelo Governo PS ao uso da Base das Lajes para treino de aviões F-22 dos Estados Unidos da América. A consumar-se, uma área equivalente a quase 4 vezes a área de Portugal ficará para o treino norte-americano. (...)