Especialistas encarregados de aconselharem a União Europeia sobre questões de saúde subestimaram o risco do coronavírus durante uma reunião em 18 de fevereiro, pouco antes da pandemia emergir no continente, noticiou o jornal El País nesta terça-feira (19).
O jornal espanhol afirma ter acessado as atas de uma reunião do conselho consultivo do Centro Europeu para Controle e Prevenção de Doenças (ECDC), com sede na Suécia, onde os participantes julgaram que o risco do vírus para a população era "baixo" e "baixo a moderado" para os sistemas de saúde.
A Europa havia detectado cerca de quarenta casos de coronavírus na época, a maioria importada por viajantes da Ásia. Mas três dias depois, um surto foi detectado na região da Lombardia, no norte da Itália, um país que agora ultrapassa 32.000 mortes por essa doença.
O representante espanhol no encontro, Dr. Fernando Simón, explicou nesta terça-feira que a pauta da reunião foi modificada para se concentrar apenas no coronavírus e garantiu que "em nenhum momento o risco foi subestimado, e que se falou sobre a ameaça existente naquele momento".
Além disso, "o que foi avaliado não foi qual era o risco, que já sabíamos (...), mas quais seriam as medidas, não aquelas que gostaríamos de aplicar, mas aquelas que poderíamos usar", afirmou o diretor de emergências sanitárias espanhol, encarregado de monitorar a crise em seu país.
Alguns países se destacaram por sua prudência durante essa reunião de dois dias. A Irlanda, com 1.547 mortes registradas na pandemia, anunciou que "declarou uma emergência de saúde e estocou" equipamentos de proteção individual para o pessoal de saúde, ao contrário de outros países que reconheceram encontrar problemas no mercado internacional.
A falta desses materiais foi especialmente aguda nos países mais afetados pela doença, como a Espanha, que tem mais de 27.000 mortes e mais de 51.000 profissionais médicos infectados.
A Alemanha anunciou na reunião que "distribuiu protocolos de testes de PCR para mais de 20 hospitais" e "realizou mais de 1.000 testes". O país aplicou uma política sistemática de testes e até agora conseguiu conter o número de mortes por COVID-19 em 8.000.
"O vírus foi subestimado", disse Daniel López Acuña, ex-diretor da Organização Mundial da Saúde, ao El País.
Joan Ramón Villalbí, da Sociedade Espanhola de Saúde Pública e Administração Sanitária, indicou na mesma reportagem que as epidemias anteriores de coronavírus "SARS e MERS não apontaram em caso algum uma disseminação" como a do novo vírus.
O ECDC é responsável, entre outras coisas, por garantir "a detecção e análise precoces das ameaças emergentes na UE" e "ajudar os países do bloco a se prepararem para epidemias".
«A vida e as realizações de Antonio Meucci devem ser reconhecidas e seu trabalho na invenção do telefone deve ser reconhecido (...) Se Meucci tivesse conseguido pagar a taxa de 10 dólares para manter a patente após 1874, nenhuma patente poderia ter sido dada a Bell».
A declaração consta de uma resolução da Câmara dos Representantes dos EUA, aprovada em 2002, que restitui ao inventor italiano Antonio Meucci o mérito pela invenção de um dispositivo de comunicação por voz, a que chamou «telettrofono», considerado como o primeiro telefone.
Nascido em Florença, Meucci emigrou para a América para escapar às acusações de conspiração por participar no movimento de unificação da Itália.
Instalado em Nova Iorque, onde em 1851 acolheu o Giuseppe Garibaldi, Meucci não dispôs de meios para registrar permanentemente a sua invenção, pelo que fez um registo temporário enquanto procurava investidores.
Um dos contactos foi com a Western Union Telegraph Company, que não se interessou pelo invento.
Em 1876, Alexander Graham Bell, que partilhara um laboratório com Meucci, registou a patente e fez um negócio lucrativo com a Western Union.
Meucci processou-o, mas morreu antes de uma deliberação e o caso foi encerrado.
Bell ficou com os louros da invenção até ao reconhecimento de Meucci.
Comboio de camiões militares transporta mortos de Bérgamo para o cemitérios de Ferrara
Fotografia de Massimo Paolone
Em Itália, o epicentro da epidemia foi a região industrial da Lombardia. Mas como conta a jornalista Alba Sidera numa revista espanhola (ctxt.es, 10/4/2020), «por incrível que pareça, a zona [Val Seriana, em Bergamo] com mais mortos de coronavírus por habitante em Itália – e na Europa – nunca foi decretada zona vermelha» devido às pressões dos grandes industriais da região.
«Quem tem interesse em manter as fábricas abertas são, em alguns casos, os mesmos com interesses nas clínicas privadas».
Foi apenas sob a ameaça duma greve geral, perante as trágicas dimensões da epidemia, que foi decretado o encerramento das actividades não essenciais. Mesmo assim, a lista inicial de actividades essenciais incluía «a indústria armamentista e de munições» e os call-centers publicitários.
Considerado o fundador da narrativa italiana, o sábio, humanista e poeta Giovanni Boccaccio considerava a arte de contar histórias como um valor fundamental da sociedade e não apenas um entretenimento.
Nascido em Paris, filho de um mercador toscano, viveu grande parte da sua vida entre Florença e Nápoles, onde estudou Direito Canónico e conviveu com as elites intelectuais napolitanas, nomeadamente as do círculo de Petrarca, por quem nutria profunda admiração.
Autor de um notável número de obras, Boccaccio é sobretudo conhecido pelo seu «Decameron», escrito entre 1348 e 1353, que o torna no primeiro grande realista da literatura universal.
A obra narra a fuga de sete mulheres e três homens de Florença, atacada pela Peste Negra, para o campo, onde durante a quarentena de 15 dias cada um tem de contar uma história.
Admirador de Dante Alighieri, Boccaccio foi autor de uma das primeiras biografias do escritor, poeta e político florentino: o «Trattatello in laude di Dante», ou «Vita di Dante».
Ao ler a obra de Dante «A Comédia», ficou tão deslumbrado que a renomeou de «A Divina Comédia», título com que seria imortalizada.
Para a posteridade ficou o texto de Boccaccio com os seus comentários sobre a obra: «Esposizioni sopra la Comedia di Dante».
O Covid 19 estava presente em 197 países, com 372.000 casos e 16.231 mortos.
China 81 mil infectados (dos quais 90% já recuperaram) e 3.277 mortos, Itália 70 mil infectados e 7 mil mortos, EUA 50 mil infectados e 600 mortes, Espanha 38 mil infectados e 2.800 mortos.
Isto significa que 4 países em 197 têm 2/3 (dois terços) dos infectados e 84% dos mortos.
No extremo oposto está Macau com 25 casos e zero mortos. De referir que a ilha é uma das zonas mais densamente povoadas do planeta (o que torna o isolamento de contactos uma questão muito complexa): 21.400 pessoas por quilómetro quadrado (Macau tem uma área de 30,3 quilómetros quadrados), sendo que, em 2018, tinha cerca de 667 mil habitantes.
Como comparação refira-se que a densidade populacional de Portugal é de 111,5 habitantes por quilómetro quadrado - 109,8 no Continente, 104,8 nos Açores, 317,1 na Madeira.
Tirar ao dia de hoje, como sucede todo os dias no Facebook, qualquer conclusão sobre o grau de infecção e o grau de mortalidade desta pandemia é um exercício de pura advinhação.
Nunca a frase de um conhecido desportista português foi tão verdadeira:
Fustigada pela crise entre as crises, a Itália pediu à Comissão Europeia a activação do Mecanismo de Protecção Civil para poder contar com a ajuda dos Estados membros no combate à epidemia.
Nesta Europa da «solidariedade» nenhum país se mostrou disponível para responder.
O primeiro auxílio estrangeiro que o povo italiano recebe é o da China – através de pessoal de saúde, instrumentos e material clínico, incluindo ventiladores pulmonares.
A ajuda humanitária que a China está a fornecer concentra-se no Paquistão, Coreia do Sul, Japão, Irão, Itália, Espanha, França, Grécia, União Europeia.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, concordou com o envio de dois milhões de máscaras cirúrgicas, 200 mil máscaras para protecção respiratória e 500 mil testes para a União Europeia.
Von der Leyen disse que a UE está a aumentar a produção, mas que demorará ainda até conseguir ter o material pronto.
A região italiana da Lombardia decidiu pedir auxílio a Cuba, sobretudo devido ao êxito de um medicamento cubano contra os efeitos do novo coronavírus (COVID-19), como tem sido testemunhado nas regiões chinesas mais atingidas. Havana respondeu afirmativamente e governo de Cuba enviou 53 médicos e enfermeiros para ajudar a combater a epidemia.
A Prensa Latina informa que esta equipa é altamente especializada no combate de epidemias, como o ébola, e vai trabalhar juntamente com médicos chineses no novo hospital de campanha da cidade de Bérgamo.
De acordo com o Ministério de Saúde Pública de Cuba, a ilha está a prestar apoio médico a 37 países afectados pela Covid-19. Esta semana chegaram equipas de profissionais cubanos à Venezuela, Nicarágua, Suriname e Espanha (Granada).
Apesar do radical bloqueio económico, comercial e financeiro imposto pelos EUA, há cerca de 60 países que beneficiam da solidariedade das brigadas de saúde cubanas.
Da mesma maneira que acolheu na semana passada um cruzeiro britânico com cerca de mil pessoas a bordo e com passageiros infectados e que ninguém queria receber.
Itália, o país mais afetado no mundo pela COVID-19, recebeu especialistas militares russos na área de combate a doenças.
Na noite deste domingo (22), a Embaixada da Rússia em Roma anunciou que o primeiro de 9 aviões militares russos com especialistas e equipamentos havia pousado na base aérea de Pratica di Mare. O Ministério da Defesa da Rússia confirmou esta informação no mesmo dia.
O grupo de especialistas para ajudar a Itália a combater o coronavírus é composto por cerca de 100 médicos e biólogos do Ministério da Defesa russo.
Por outro lado, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou na sexta-feira (20) que a Rússia irá enviar ao país sul-americano "uma importante doação de ajuda humanitária especial" para lidar com o coronavírus.
A doação deve chegar ao país na próxima semana. A Rússia também proporciona o seu apoio com equipamentos médicos e kits.
Não sabe como lidar com um drama sanitário interno e responde da mesma maneira que perante as vagas de refugiados de que é responsável: barrica-se e é cada um por si.
A imagem que a União Europeia transmite aos cidadãos é a de um eclipse progressivo das suas instituições ao ritmo do avanço da pandemia.
Estados fecham fronteiras mesmo sem informar os vizinhos (a excepção é a Península Ibérica).
O Parlamento Europeu foi o primeiro a fugir de cena refugiando-se na quarentena.
Não há qualquer indício de esforços para potenciar, no âmbito dos 27, os recursos sanitários disponíveis para que as nações menos atingidas possam ajudar as mais afectadas pela tragédia.
Tão prestimosa em cuidar do casino financeiro, a União Europeia é um fracasso cívico e solidário.
«Eles agora vão morrer e não resta nenhuma esperança.» De facto, Nicola Sacco e Bartolomeo Vanzetti, dois italianos que partiram para os Estados Unidos da América em busca de trabalho e melhores condições de vida, morreram na cadeira eléctrica, em 1927, sete anos depois do crime de que foram acusados.
«Enquanto houver vida há esperança – respondeu o comunista.» Nos EUA e por todo o mundo, desencadearam-se intensas campanhas de solidariedade. Em Outubro de 1921, O Comunista, órgão do PCP, dava notícia dos «protestos, moções, telegramas contra o iníquo assassinato» que caíam sobre os consulados americanos.
«Sei que aqueles homens estão inocentes, e contudo têm de morrer. A minha fé na decência humana morrerá com eles.» A forma como decorreu o julgamento pôs em causa o sistema de justiça. O juiz, o governo, a universidade, todos alinharam pelos mesmos preconceitos contra os trabalhadores, contra socialistas, comunistas e anarquistas, contra imigrantes. Forjaram-se testemunhos e provas de forma a encaixarem na história, ao mesmo tempo que se desvalorizaram os argumentos da defesa.
«– A sua fé morre facilmente – disse o comunista.» Artistas de todo o mundo sensibilizaram-se com o caso, tanto na altura, envolvendo-se na campanha pela libertação de Sacco e Vanzetti, como depois, lembrando a injustiça da sentença e o laço que liga o destino desses dois homens aos trabalhadores de todo o mundo. Por isso, ainda hoje as figuras de Sacco e Vanzetti aparecem em peças de teatro, filmes, séries de televisão, músicas, pinturas, jogos de computador, e em livros, muitos livros.
«– Acha? A sua fé é mais forte? Onde reside a sua fé, senhor?» «– Nos trabalhadores da América – respondeu o comunista.» Um desses artistas foi Howard Fast, que publicou dezenas de livros mas se destacou sobretudo pelo seu papel incontornável na divulgação do romance histórico. Vários dos seus livros tiveram adaptações para o cinema, dos quais sobressai Spartacus, realizado por Stanley Kubrick e com interpretações de Kirk Douglas e Laurence Olivier. Também aí, Howard Fast mostra a universalidade da luta dos trabalhadores, onde todos são Spartacus.
«– E os trabalhadores… onde estão?» «– Em toda a parte.» Howard Fast, à semelhança de outros militantes comunistas americanos, foi chamado a depor perante o Comité das Actividades Anti-Americanas, onde se recusou a fornecer nomes, sendo por isso condenado a três meses de prisão. Foi, aliás, nesse período na prisão que escreveu Spartacus. Dois anos depois publicaria este A Paixão de Sacco e Vanzetti, que as Edições «Avante!» lançam agora na colecção Biblioteca Avante!. Neste livro, onde os personagens – à excepção de Sacco e Vanzetti, os seus familiares e Celestino Medeiros (um emigrante português que confessou o crime e foi também executado) – não têm nome, o leitor acompanha o dia da execução, o ânimo dos condenados, o medo dos carrascos, a confiança dos que lutam.
«–Os comunistas?» «– Não, os comunistas não. Os trabalhadores. E aqueles que assassinam Sacco e Vanzetti odeiam os comunistas somente porque sabem que os comunistas estão ligados com os trabalhadores.»
Quem observasse a expressão compungida do primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, durante as visitas aos escombros do recente terramoto em Itália e nos funerais das vítimas poderia antever um enorme esforço do governo de Roma para amenizar os efeitos de uma tão terrível catástrofe nacional. O momento é muito grave, pelo que grave era também o rosto de Renzi, modestamente perdido entre os que assistiam às exéquias. Havia que esperar resposta a contento.
É certo que são muitos os que conhecem os dotes teatrais deste enfant terrible da moderna política, que aliás os vem exportando com notável habilidade para as estruturas europeias, o que se percebe pelas performances, com inebriante perfume atlantista, da alta representante para a política externa da União, Federica Mogherini. Expoentes como são dessa mistela política que dá pelo nome de «Partido Democrático» e serviu para extinguir os Partidos Socialista e Comunista da cena política italiana ainda mais americanizada, os seus comportamentos merecem atenção; no entanto, a situação decorrente do terramoto é tão dramática que seria de admitir um certo pudor humanista por parte de tão proeminentes responsáveis.
Em breve começaram a chover notícias sobre os milhões para as vítimas do terramoto e a reconstrução das zonas habitacionais afectadas. A citação de milhões, porém, às vezes tem o seu quê de traiçoeira, pode dar a sensação de zelo, empenho e grandes quantias, as quais, afinal, talvez não signifiquem o suficiente perante as necessidades e correspondam até a investimentos ínfimos quando comparados com despesas alocadas, por exemplo, a rubricas causadoras de outra espécie de terramotos, com são as da guerra e das invasões militares.
Ficámos a saber que o governo italiano desviou para socorro aos efeitos do terramoto o jackpot do Totoloto nacional, cerca de 130 milhões de euros; além disso, o governo comprometeu-se com mais 50 milhões, a que se juntam 10 milhões da chamada «solidariedade por SMS» – que além de gratificar os destinatários se somará também ao contínuo jackpot dos operadores de telecomunicações. Arredondando: 200 milhões.
Ao comum dos mortais que em Portugal e em Itália, como noutros lados, convive com as parcelas niveladas pela austeridade, 200 milhões de euros parecem uma fartura; mas sê-lo-ão sabendo que a Itália gasta cem vezes mais por ano – vinte mil milhões de euros – na contribuição para a NATO e suas guerras?
Quer isto dizer que a Itália de Renzi contribui com 55 milhões de euros por dia para a NATO, mais cinco milhões do que a verba total reservada pelo próprio governo para acudir às consequências do terramoto. Aliás, a soma das verbas recolhidas para responder à catástrofe – 200 milhões – é inferior ao valor que a Itália desvia para a NATO em menos de quatro dias.
Lendo a imprensa italiana nestes tempos percebe-se também a abundância de críticas relacionadas com a tradicional falta de fundos para responder às catástrofes naturais, a inexistência de planos de protecção civil a longo prazo, a ineficácia do processo para dotar o país com construções antissísmicas. Além da falta de efectivos, de meios e dos baixos salários dos bombeiros profissionais. Uma tragédia recorrente em cima da catástrofe pontual.
Entretanto, antes do terramoto, durante o terramoto e depois dele continuam a sair de Pisa aviões militares de transporte C-130 carregados de armas e abastecimentos para as forças especiais italianas e da NATO exportadas para cenários de guerra, entre eles o da destruição do país que se chamava Líbia. Não existem números públicos associados às despesas destas operações, uma vez que elas são secretas: dependem apenas do primeiro-ministro Renzi, à revelia do Parlamento e respectivas comissões. Ficamos apenas a saber que a verba de 20 mil milhões anuais de Itália para a NATO em 2016 – mais 2300 milhões do que em 2015, num país arrasado pela austeridade e as «reformas estruturais» – deve ser avaliada por baixo.
Não sejamos, contudo, cépticos perante as atribulações desta história, que poderá acabar bem. Tudo isto porque o primeiro-ministro Renzi garantiu, com ar menos compungido, mas ainda assim sério, sem se rir, que todo o processo de reconstrução e de combate aos efeitos do recente terramoto em Itália será conduzido «com a maior transparência».
Os trabalhadores imigrantes italianos Nicola Sacco e Bartolomeo Vanzetti, assumidos anarquistas, foram presos, julgados e condenados pela morte de dois homens na sequência de um assalto a uma fábrica de sapatos.
Na época, os sindicatos ganhavam força na luta contra a exploração, o que era visto nos EUA como uma ameaça comunista.
Sacco e Vanzetti, que sempre se afirmaram inocentes, foram vítimas – como afirmou anos depois o jurista Edmund Morgan – de «uma sociedade preconceituosa, chauvinista e perversa».
A condenação à morte dos dois anarquistas, após um processo cheio de irregularidades, sem provas e sem ouvir as testemunhas de defesa, provocou uma onda de protestos em todo o mundo.
O reconhecimento da inocência de ambos ocorreu 50 anos depois, quando o governador de Massachusetts, Michael Dukakis, assume a injustiça cometida pelo tribunal e reabilita o nome dos dois italianos.