Ê, tem jangada no mar Ê, iê, iê Ê, hoje tem arrastão Ê, todo mundo pescar Chega de sombra, João J'ouviu
Olha o arrastão entrando no mar sem fim Ê, meu irmão, me traz Yemanjá prá mim
Minha Santa Bárbara, me abençoai Quero me casar com Janaína
Ê, puxa bem devagar Ê, iê, iê Ê, já vem vindo o arrastão Ê, é a Rainha do Mar Vem, vem na rede João Pra mim
Valha-me Deus, Nosso Senhor do Bonfim Nunca, jamais, se viu tanto peixe assim
Minha Santa Bárbara, me abençoai Quero me casar com Janaína
Ê, tem jangada no mar Ê, iê, iê Ê, hoje tem arrastão Ê, todo mundo pescar Chega de sombra, João J'ouviu
Olha o arrastão entrando no mar sem fim Ê, meu irmão, me traz Yemanjá prá mim Olha o arrastão entrando no mar sem fim Ê, meu irmão, me traz Yemanjá prá mim
Excerto de uma Minissérie de Gilberto Braga que retratou um período da ditadura militar no Brasil (1964 à 1979).
E, em 1965, numa época de efervescência política e cultural, surge Elis Regina no I Festival de Música Popular Brasileira. Sua interpretação de 'Arrastão' (Vinicius de Moraes e Edu Lobo) entrou para a história e não poderia ter ficado de fora da série.
Arrastãovence o I Festival de Música da TV Excelsior e Elis Reginaarrebata o prêmio de melhor cantora.
Em plena ditadura militar, nota-se a presença em força da polícia. Não eram espectadores... São de notar também as reacções do público sublinhando a letra da canção - um espectáculo dentro do espectáculo. No fim, sobem ao palco Chico Buarque e Nara Leão. Muitas outras figuras conhecidas aparecem neste vídeo histórico.
Prepare o seu coração Prás coisas Que eu vou contar Eu venho lá do sertão Eu venho lá do sertão Eu venho lá do sertão E posso não lhe agradar...
Aprendi a dizer não Ver a morte sem chorar E a morte, o destino, tudo A morte e o destino, tudo Estava fora do lugar Eu vivo prá consertar...
Na boiada já fui boi Mas um dia me montei Não por um motivo meu Ou de quem comigo houvesse Que qualquer querer tivesse Porém por necessidade Do dono de uma boiada Cujo vaqueiro morreu...
Boiadeiro muito tempo Laço firme e braço forte Muito gado, muita gente Pela vida segurei Seguia como num sonho E boiadeiro era um rei...
Mas o mundo foi rodando Nas patas do meu cavalo E nos sonhos Que fui sonhando As visões se clareando As visões se clareando Até que um dia acordei...
Então não pude seguir Valente em lugar tenente E dono de gado e gente Porque gado a gente marca Tange, ferra, engorda e mata Mas com gente é diferente...
Se você não concordar Não posso me desculpar Não canto prá enganar Vou pegar minha viola Vou deixar você de lado Vou cantar noutro lugar
Na boiada já fui boi Boiadeiro já fui rei Não por mim nem por ninguém Que junto comigo houvesse Que quisesse ou que pudesse Por qualquer coisa de seu Por qualquer coisa de seu Querer ir mais longe Do que eu...
Mas o mundo foi rodando Nas patas do meu cavalo E já que um dia montei Agora sou cavaleiro Laço firme e braço forte Num reino que não tem rei