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O CASTENDO

TERRAS DE PENALVA ONDE «A LIBERDADE É A COMPREENSÃO DA NECESSIDADE»

O CASTENDO

TERRAS DE PENALVA ONDE «A LIBERDADE É A COMPREENSÃO DA NECESSIDADE»

Nguyễn Sinh Cung, «Ho Chi Minh» (19 de Maio de 1890 / 3 de Setembro de 1969)

Entre os grandes dirigentes históricos do movimento comunista internacional, Ho Chi Minh ocupa um lugar cimeiro. Nascido em 19 de Maio de 1890 – faz agora 120 [130] anos – Ho Chi Minh personificou, até à sua morte em 1969, a luta do povo vietnamita pela sua emancipação nacional e social, contra o colonialismo francês e  contra os agressores japoneses e norte-americanos.

Ainda jovem, Ho Chi Minh percorreu o mundo, trabalhando como marinheiro, padeiro, cozinheiro e outros ofícios, em países como França, Inglaterra e EUA. É no contacto com o movimento operário, em especial em França, país que então colonizava a sua Indochina natal, que Ho Chi Minh conhece os partidários de Lénine e da jovem revolução bolchevique (1), cujas posições sobre a questão nacional o marcaram profundamente. «Lénine foi o primeiro a compreender e sublinhar toda a importância do envolvimento dos povos coloniais no movimento revolucionário» (2), escreveu Ho Chi Minh em 1925. Eleito em 1920 como delegado pela Indochina  ao 18.º Congresso da SFIO (Secção Francesa da Internacional Operária), Ho Chi Minh fez parte da maioria dos delegados que, nesse Congresso de Tours, decidiram pela adesão à Terceira Internacional e pela criação do que viria a ser o Partido Comunista Francês (3). Desde então, o seu nome esteve sempre ligado à história e luta dos comunistas, tendo integrado o Comité Executivo da Internacional Comunista.

Em 1930, Ho Chi Minh participa na fundação do Partido Comunista do Vietname, que mais tarde passaria a designar-se Partido Comunista da Indochina. O seu programa em 10 pontos era encabeçado pelos objectivos de «derrotar o imperialismo francês e o feudalismo e burguesia reaccionária vietnamita» e «tornar a Indochina totalmente independente» (4). Em 1940 o Sudeste asiático é ocupado pelo Japão imperial-fascista. «No Outono de 1940, quando os fascistas japoneses invadem a Indochina para estabelecer novas bases contra os aliados, os colonialistas franceses ajoelharam-se e franquearam as portas do nosso país para acolher os japoneses. Assim, após essa data o nosso povo ficou sujeito ao duplo jugo dos franceses e japoneses» (5). O PC da Indochina e a Liga para a Independência do Vietname (conhecida pelo acrónimo Viet Minh), fundada em 1941 como frente de libertação nacional contra o colonialismo francês e a ocupação japonesa, desempenharam o papel determinante na resistência vietnamita que culminou, em Agosto de 1945, com a libertação do país e a proclamação da independência do Vietname, do qual Ho Chi Minh se torna Presidente. Mas os colonialistas franceses reocuparam o país após o fim da II Guerra Mundial, com o apoio cada vez mais explícito e importante do imperialismo norte-americano. A grande derrota militar das tropas coloniais francesas em Dien Bien Phu, em 1954, às mãos do exército de libertação nacional comandado pelo grande comunista vietnamita Vo Nguyen Giap, representou o fim dos sonhos imperiais franceses na Indochina e o princípio do envolvimento militar directo dos EUA, com a divisão do Vietname e a ocupação do Sul pelos EUA. A libertação nacional do Vietname ainda haveria de exigir mais duas décadas de luta e de terríveis sacrifícios, como resultado da barbárie do novo agressor imperialista. É desse período (Julho de 1968) o texto de Ho Chi Minh que O Militante agora reproduz.

Ho Chi Minh morreu no dia 3 de Setembro de 1969. A guerra de libertação nacional ainda haveria de durar mais cinco anos e meio. Mas, após a ofensiva do Tet, em Fevereiro de 1968, tornou-se evidente que o imperialismo norte-americano não haveria de vencer a guerra. No seu Testamento, escrito poucos meses antes de falecer, Ho Chi Minh expressou a sua certeza na vitória: «Embora a luta do nosso povo contra a agressão dos EUA e pela salvação nacional possa ter de enfrentar mais privações e sacrifícios, alcançaremos a vitória total. Isso é seguro. Quando chegar esse dia [...] visitarei os países fraternais do campo socialista e os países amigos de todo o planeta para lhes agradecer pelo seu apoio integral e pelo seu auxílio à luta patriótica do nosso povo contra a agressão dos EUA». Ho Chi Minh não chegou a ver o dia da libertação total do Vietname. Mas, tal como previra, esse dia chegou, em 30 de Abril de 1975 – há 35 [45] anos.

A derrota do imperialismo norte-americano teve uma influência profunda na situação internacional. A luta do povo vietnamita, sob a direcção dos comunistas e do grande patriota Ho Chi Minh, mostrou que mesmo a mais poderosa e bem armada potência imperialista pode ser derrotada pela luta de um povo determinado a conquistar a sua libertação. Uma lição que é de grande actualidade e de enorme importância nos dias de hoje.

Notas

(1) Veja-se o artigo de Ho Chi Minh «O caminho que me levou ao Leninismo», de 1960. Para consultar (em inglês) este e os restantes textos de Ho Chi Minh aqui citados pode-se aceder ao arquivo do PC do Vietname na Internet,

(2) Em «Lénine e os povos coloniais» (1925).

(3) O seu «Discurso no Congresso de Tours» (1920).

(4) «Apelo por ocasião da fundação do Partido Comunista da Indochina» (18 Fevereiro, 1930). Saliente-se que entre os objectivos estava o de «conquistar a igualdade entre o homem e a mulher».

(5) Da «Declaração da Independência da República Democrática do Vietname» (1945).

In «Ho Chi Minh – um grande dirigente comunista», revista «O Militante» - Edição de Maio/Junho de 2010 

 

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Quem disse «os cuidados de saúde com os mais idosos significam custos desnecessários»?

Taro Aso_UOL.jpg

 

Tese de um ministro japonês das Finanças, Taro Aso, que em 2013 defendeu que «os cuidados de saúde com os mais idosos significam custos desnecessários».

Tarō Asō, nascido em 20 de setembro de 1940, é um político japonês que é vice-primeiro ministro e ministro das Finanças do seu país desde Dezembro de 2012.

Asō foi eleito pela primeira vez para a Câmara dos Deputados em 1979.

Desempenhou vários cargos, inclusive como ministro dos Negócios Estrangeiros de 2005 a 2007, e tornou-se secretário-geral do Partido Liberal Democrático (LDP) em 2008, tendo também ocupado esse cargo temporariamente em 2007.

Mais tarde, foi eleito presidente do LDP em Setembro de 2008, tornando-se primeiro-ministro no mesmo mês.

Asō foi primeiro-ministro do Japão de Setembro de 2008 a Setembro de 2009.

 

Solidariedade de China, Cuba e Rússia no combate ao Covid-19

Covid-19 China ajuda Itália.jpg

 

Fustigada pela crise entre as crises, a Itália pediu à Comissão Europeia a activação do Mecanismo de Protecção Civil para poder contar com a ajuda dos Estados membros no combate à epidemia.

Nesta Europa da «solidariedade» nenhum país se mostrou disponível para responder.

O primeiro auxílio estrangeiro que o povo italiano recebe é o da China – através de pessoal de saúde, instrumentos e material clínico, incluindo ventiladores pulmonares.

A ajuda humanitária que a China está a fornecer concentra-se no Paquistão, Coreia do Sul, Japão, Irão, Itália, Espanha, França, Grécia, União Europeia.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, concordou com o envio de dois milhões de máscaras cirúrgicas, 200 mil máscaras para protecção respiratória e 500 mil testes para a União Europeia.

Von der Leyen disse que a UE está a aumentar a produção, mas que demorará ainda até conseguir ter o material pronto.

Médicos cubanos em Itália 2020-03.jpg

 

A região italiana da Lombardia decidiu pedir auxílio a Cuba, sobretudo devido ao êxito de um medicamento cubano contra os efeitos do novo coronavírus (COVID-19), como tem sido testemunhado nas regiões chinesas mais atingidas. Havana respondeu afirmativamente e governo de Cuba enviou 53 médicos e enfermeiros para ajudar a combater a epidemia.

A Prensa Latina informa que esta equipa é altamente especializada no combate de epidemias, como o ébola, e vai trabalhar juntamente com médicos chineses no novo hospital de campanha da cidade de Bérgamo.

De acordo com o Ministério de Saúde Pública de Cuba, a ilha está a prestar apoio médico a 37 países afectados pela Covid-19. Esta semana chegaram equipas de profissionais cubanos à Venezuela, Nicarágua, Suriname e Espanha (Granada)

Apesar do radical bloqueio económico, comercial e financeiro imposto pelos EUA, há cerca de 60 países que beneficiam da solidariedade das brigadas de saúde cubanas.

Da mesma maneira que acolheu na semana passada um cruzeiro britânico com cerca de mil pessoas a bordo e com passageiros infectados e que ninguém queria receber.

 

Itália, o país mais afetado no mundo pela COVID-19, recebeu especialistas militares russos na área de combate a doenças.

Na noite deste domingo (22), a Embaixada da Rússia em Roma anunciou que o primeiro de 9 aviões militares russos com especialistas e equipamentos havia pousado na base aérea de Pratica di Mare. O Ministério da Defesa da Rússia confirmou esta informação no mesmo dia.

O grupo de especialistas para ajudar a Itália a combater o coronavírus é composto por cerca de 100 médicos e biólogos do Ministério da Defesa russo.

Por outro lado, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou na sexta-feira (20) que a Rússia irá enviar ao país sul-americano "uma importante doação de ajuda humanitária especial" para lidar com o coronavírus.

A doação deve chegar ao país na próxima semana. A Rússia também proporciona o seu apoio com equipamentos médicos e kits.

 

União Europeia: Reina o salve-se quem puder!

Bandeira União Europeia_2011

 

A União Europeia desapareceu!

Não sabe como lidar com um drama sanitário interno e responde da mesma maneira que perante as vagas de refugiados de que é responsável: barrica-se e é cada um por si.

A imagem que a União Europeia transmite aos cidadãos é a de um eclipse progressivo das suas instituições ao ritmo do avanço da pandemia.

Estados fecham fronteiras mesmo sem informar os vizinhos (a excepção é a Península Ibérica).

O Parlamento Europeu foi o primeiro a fugir de cena refugiando-se na quarentena.

Não há qualquer indício de esforços para potenciar, no âmbito dos 27, os recursos sanitários disponíveis para que as nações menos atingidas possam ajudar as mais afectadas pela tragédia.

Tão prestimosa em cuidar do casino financeiro, a União Europeia é um fracasso cívico e solidário.

Reina o salve-se quem puder.

A pandemia do novo coronavírus, tal como nenhuma outra situação, expõe a União Europeia como uma entidade que não existe para servir as pessoas mas para servir-se delas em favor dos interesses de castas.

 

Batalha das Ardenas: o papel do Exército Vermelho

Mapa batalha das Ardenas1

 

Numa carta para o Quartel-General dos Aliados, Eisenhower escreveu: «A situação tensa podia ser sensivelmente aliviada se os russos iniciassem uma grande ofensiva…»[1]. Esta foi a situação que levou à troca de correspondência entre Churchill e Stáline já citada. A 14 de Janeiro, Eisenhower enviou ao chefe do Estado-Maior das Forças Armadas soviéticas um telegrama: «A notícia importante de que o esplêndido Exército Vermelho avançou num novo campo de batalha foi recebida com entusiasmo por todos os exércitos aliados. Permito-me saudá-lo e desejar-lhe os maiores êxitos a si e a todos os que dirigem e participam nesta esplêndida ofensiva[2]

Churchill anotou a 18 de Janeiro na Câmara dos Comuns: «O Marechal Stáline é muito pontual. Prefere adiantar-se do que atrasar-se na colaboração com os aliados[3]

A ofensiva soviética obrigou o Quartel-General da Wehrmacht a deslocar, entre 15 e 31 de Janeiro, oito divisões, entre as quais quatro divisões de blindados e uma divisão de infantaria motorizada com 800 blindados para a frente germano-soviética. A frente Oeste teve poucas substituições, em Janeiro 291 blindados, 1328 na frente germano-soviética.[4]

A ofensiva soviética tinha levado o Quartel-General da Wehrmacht a abdicar de novas acções ofensivas.

Ler texto integral

 

[1] The Papers of Dwight D. Eisenhower: The War Years, Tomo 4, Baltimore - Londres 1970, p. 2407. Citado de acordo com História da II Guerra Mundial em XII Volumes, 10/288.

[2] The Papers of Dwight D. Eisenhower: The War Years, Tomo 4, Baltimore - Londres 1970, p. 2407. Citado de acordo com História da II Guerra Mundial em XII Volumes, 10/289.

[3] Winston S. Churchill, Discursos 1945, Vitória Final, Charles Eade, Zurique, 1950, p. 47.

[4] História da II Guerra Mundial em XII Volumes, 10/290.

 

Sobre isto nem uma linha na wikipedia...

Assim se faz a «história dos vencedores»!

 

2 de Setembro de 1945 – Independência do Vietname

2 Setembro 1945 – Independência do Vietname

Durante cerca de um século de ocupação – primeiro pelos franceses, depois pelos japoneses, de novo pelos franceses e por último pelos norte-americanos – o povo vietnamita nunca baixou os braços na luta contra o colonialismo, a agressão imperialista, pela libertação de seu país.

Ho Chi Minh – um dos mais destacados dirigentes políticos do século XX – foi determinante nesta luta, desde a fundação do Partido Comunista do Vietname à organização da resistência.

A libertação do país, em Agosto de 1945, e a proclamação da independência do Vietname, do qual Ho Chi Minh se torna presidente, não dura muito.

Os franceses reocupam o país após o fim da II Guerra Mundial, com o apoio dos EUA. Voltam a ser derrotados, em 1954.

Depois foi a guerra movida pelos EUA. Foram necessárias mais duas décadas de luta e sofrimento para a libertação nacional do Vietname.

AQUI

 

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Uma guerra esquecida - A derrota dos EUA no LAOS

 

Os historiadores norte-americanos, com poucas exceções, sustentam que os EUA somente perderam uma guerra: a do Vietnam. Mentem. Perderam a guerra contra a Inglaterra em 1812/1814 (odiario.info 25.07.16 ) e foram também derrotados no Laos.

 

Em 1968, 80% do território nacional estava sob controle das forças armadas revolucionarias.

Como os bombardeamentos da aviação americana eram diários – a capital provisória, Sam Neua, fora destruída - tornou-se necessária uma organização administrativa que protegesse a população, maioritariamente camponesa, garantindo-lhe a sobrevivência e condições de trabalho.

E aconteceu o inimaginável. Nas montanhas foram abertos tuneis e construídas autenticas cidades subterrâneas.

O mundo continua a desconhecer que na zona livre se instalou um Estado revolucionário com órgãos executivos, legislativos e judiciais.

Os pilotos da USAF ignoravam que, sob a densa floresta tropical, existiam, no subsolo, e ali funcionavam fábricas, imprensas, centrais telefónicas, rádios, armazéns militares, escolas, hospitais, cinemas, creches, albergues para visitantes estrangeiros. Havia também pagodes budistas, porque mais de metade da população professava aquela religião. Em algumas províncias, milhares de pessoas residiam também em bairros subterrâneos.

(...)

O Camboja foi invadido em 1970 e no Laos os efetivos do exército mercenário de Vang Pao foram elevados para 100 000 homens. De acordo com a chamada “Doutrina Nixon», era preciso «lançar asiáticos contra asiáticos». Mas, para missões especiais foram enviados para o Laos milhares de tropas de elite norte-americanas.

A tarefa principal foi porem atribuída à Força Aérea. Segundo historiadores militares, a USAF lançou mais de dois milhões de toneladas de bombas sobre o território laociano. O custo dessas operações foi avaliado em mais de 3,5 milhões de dólares diários somente no ano de 1970.

O alvo principal nessa guerra aérea foi a Pista de Ho Chi Minh, a rede de estradas e trilhas, com milhares de quilómetros, que ligava Hanói ao sul do Vietnam, parte da qual atravessava o território laociano.

Em fevereiro de 1971, Nixon tomou a decisão de ocupar o Laos. Para o efeito mobilizou 45 000 homens,800 helicópteros e 500 aviões, entre os quais 50 fortalezas voadoras B -52.

O desfecho da agressão foi outra humilhante derrota militar.

Nos primeiros dois dias foram abatidos 64 helicópteros e destruídos 40 tanques.

Nos EUA o movimento de oposição à guerra crescia torrencialmente. Washington foi forçada a abrir negociações de paz em Paris.

O fim da guerra tardou. Mas em fevereiro de 1974 foi finalmente assinado o Acordo para a criação de um governo de transição. Tal como no Vietnam, Washington acreditou erradamente que os seus aliados no país, generosamente armados e financiados, tinham condições para se manter no poder. Essa esperança foi rapidamente desmentida pelo rumo da História. Nos quarteis a maioria dos soldados rebelaram-se contra os comandantes mercenários e aderiram massivamente ao Pathet Laos.

Duas décadas de uma guerra hoje esquecida, na qual os EUA foram derrotados, findaram com a instauração da Republica Popular Democrática do Laos, dirigida pelo partido comunista.

(sublinhados meus)

Mapa Laos3

 

Hiroshima nunca mais!

Hiroshima panorama3

 

O dia 6 de Agosto de 1945 é uma data que as forças progressistas e amantes da paz de todo o mundo assinalam, para que se não perca a memória desse monstruoso crime que foi o lançamento da primeira bomba atómica sobre a cidade japonesa de Hiroshima (e três dias depois sobre Nagasaki) e retirar dessa tragédia, que provocou milhares de mortos e sofrimento que perdura até hoje, ensinamentos para a luta contra o militarismo e contra a guerra e pelo desarmamento nuclear.

É necessário defender a verdade histórica, combater todas e quaisquer tentativas de justificar o recurso à arma atómica, desmistificar o falso argumento de que a sua utilização foi necessária para derrotar o Japão pois este se encontrava já derrotado, responsabilizar o imperialismo norte-americano por um crime que apenas visou afirmar o poderio e os objectivos hegemónicos dos EUA no plano mundial.

É necessário não esquecer que as raízes da guerra e das suas trágicas consequências residem no poder dos monopólios e no ilimitado apetite explorador e predador do capital financeiro e especulativo, e alertar para os grandes perigos que pairam sobre a Humanidade em resultado do crescimento de forças xenófobas e fascistas, do militarismo, da multiplicação de focos de tensão, de desestabilização e de guerras de agressão imperialistas, numa situação em que a chamada “guerra ao terrorismo” está a ser utilizada como cobertura para o ataque a liberdades e direitos fundamentais, o aumento das despesas militares e a ingerência nos assuntos internos de países soberanos.

Neste quadro geral é motivo da maior preocupação a escalada agressiva do imperialismo bem patente na Síria, Médio Oriente e Norte de África, nas decisões da recente cimeira da NATO realizada em Varsóvia, numa “política de segurança e defesa comum” da União Europeia cada vez mais articulada com os EUA e a NATO, na corrida aos armamentos na região Ásia Pacífico com intensa actividade militar norte-americana, o reforço do tratado nipo-norte-americano e o relançamento do militarismo e do intervencionismo japonês. Particularmente inquietante, porque envolvendo cenários de guerra e a admissão do recurso à arma nuclear, é a instalação pelos EUA e NATO de sistemas anti-míssil no Leste da Europa e na Península da Coreia, junto às fronteiras da Federação Russa e da República Popular da China.

Lembrar Hiroshima e Nagasaki é pois lutar para que jamais uma tal tragédia volte a acontecer. É intensificar a luta contra o fascismo e contra a guerra, contra a política agressiva do imperialismo, pela dissolução da NATO, pela solução política dos conflitos com respeito pela soberania dos povos, pelo desarmamento e em primeiro lugar pelo desarmamento nuclear. É unir todas as forças, que possam ser unidas, na luta pela paz e para afastar definitivamente do horizonte o perigo de holocausto nuclear.

Nunca como hoje a luta pelo progresso social e a paz esteve tão ligada com a luta pela soberania dos Estados e o direito de cada povo à livre escolha do seu caminho de desenvolvimento. Em Portugal o PCP continuará a intervir com determinação para libertar o País dos constrangimentos externos que comprometem a sua soberania, contra as imposições e chantagens da União Europeia, contra o envolvimento do País em operações de agressão a outros povos, por uma política externa e de defesa de brio patriótico e, no cumprimento da própria Constituição da República Portuguesa, de paz, amizade e cooperação com todos os povos do mundo.

(sublinhados meus)

AQUI

 

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16 de Julho de 1945 – EUA testam bomba atómica

atomic-bombing-hiroshima-nagasaki-69-years

O primeiro teste de uma bomba nuclear, realizado no âmbito do projecto secreto Manhattan dos EUA, ocorreu na zona de experiências do Los Alamos National Laboratory em Los Alamos, no Novo México.

O programa nuclear, dirigido pelo cientista Robert Oppenheimer, foi desenvolvido durante a Segunda Guerra Mundial e terá sido implementado após Albert Einstein ter informado o presidente norte-americano Franklin Roosevelt, em 1939, sobre as pesquisas de armas atómicas que estavam a ser desenvolvidas pelos alemães.

O «sucesso» levou à fabricação das bombas Little Boy e Fat Man, que foram lançadas contra Hiroshima e Nagasaki em 6 e 9 de Agosto de 1945, respectivamente.

AQUI

 

Obama sem perdão

Barack Obama_caricatura2

Desenho de Fernando Campos (o sítio dos desenhos)

 

Obama é o presidente do único país do mundo que recorreu à arma nuclear e que está empenhado no seu aperfeiçoamento, o presidente de uma potência que pretendendo dominar o mundo, vê na arma nuclear um elemento central da sua política de «segurança nacional» e ameaça com o seu uso «preventivo», um país que cerca de bases militares os seus «adversários estratégicos», a China e a Rússia, e que tem em curso a instalação na Europa Central e na Coreia do Sul de sistemas de mísseis que visam colocar os EUA ao abrigo de retaliação quando e se desencadear a guerra nuclear.

É espantoso que Obama não só se apresente a si próprio como seja apresentado pela comunicação social dominante como pacifista e paladino da abolição da arma nuclear.

Porque, ao mesmo tempo que recusa propostas de negociação no sentido da redução e eliminação dos colossais arsenais hoje existentes, o que os EUA pretendem não é impedir a proliferação da arma nuclear mas o desarmamento unilateral daqueles países que ousem resistir à sua política de submissão e pilhagem imperialista, como está a acontecer no Médio Oriente onde Israel, a sua principal ponta de lança, não só dispõe de armamento nuclear como ameaça com a sua utilização «preventiva».

AQUI

 

Hiroshi_aBodyBurnt7-8_3000m.jpg

 «A maioria dos japoneses pretendia de Barack Obama um pedido de desculpas que traduzisse arrependimento. Não só não o obtiveram, como foram ainda confrontados com a teoria dos «danos colaterais» como um «preço a pagar».

Muitos dos sobreviventes de Hiroxima e Nagasaki voltaram, nesta ocasião, a relatar os efeitos brutais das bombas atómicas lançadas por ordem do então presidente dos EUA, Harry Truman:

seres humanos e edifícios carbonizados por igual;

um «exército de fantasmas» com a pele a desprender-se da carne aos pedaços e os olhos esbugalhados a saltarem das órbitas;

a chuva negra e ácida corroendo os corpos de vivos, moribundos e mortos;

as marcas psicológicas inapagáveis, como aquelas que fazem do quotidiano crepúsculo um rememorar da luz assassina que se expandiu após as explosões.»

 

 
Hiroshima (esquerda) e Nagasaki (direita)

 «Estima-se que em Hiroxima e Nagasaki tenham morrido mais de 250 mil pessoas só nos bombardeamentos nucleares.

Pelo menos outras tantas morreram nos meses imediatamente a seguir.

Dezenas de milhares foram depois perecendo devido a enfermidades associadas à exposição à radiação, como o cancro.

Muitas sobrevivem suportando maleitas crónicas, ferimentos ou mutilações.»

 

 

Agosto 1947. Fotógrafo: Carl Mydans. Life Images

 «Nas últimas semanas, a República Popular Democrática da Coreia propôs conversações tendo por objectivo aliviar a tensão militar na península.

Num gesto significativo, as autoridades norte-coreanas nomearam como ministro dos Negócios Estrangeiros o diplomata de carreira responsável pelo diálogo com os EUA e a Coreia do Sul durante mais de duas décadas.»

 

little_boy.jpg

 «A 10 de Maio, um vaso de guerra norte-americano navegou a escassos quilómetros de ilhas chinesas situadas no Mar do Sul. A 17, aviões chineses interceptaram uma aeronave de patrulha e reconhecimento dos EUA na mesma zona.

Entre um e outro incidentes, Pequim acusou os EUA de distorcerem deliberadamente a sua política de defesa e avisou para o prejuízo grave que tal implica na relação de confiança entre os dois países.

A China reagiu, dessa forma, a um relatório do Pentágono que atribui às autoridades chinesas «tácticas coercivas» no Mar do Sul.

«São os Estados Unidos que têm mostrado poderio militar ao frequentemente enviarem aviação e navios de guerra para a região», respondeu Pequim.»

 

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