«Com a vitória do Syriza na Grécia uma santa aliança se levantou em toda a UE contra o povo grego. E como não podia deixar de ser os que, em Portugal, estão sempre com sra. Merkel e com Bruxelas, e têm acesso fácil aos media, levantaram-se em uníssono contra um povo que teve a coragem de desafiar os burocratas de Bruxelas e de Berlim, que vêm assim o seu poder antidemocrático e mordomias serem postas em causa. E a santa aliança interna manifestou-se logo pela voz de Passos Coelho que, dando mais uma vez provas do seu primarismo, classificou o programa do Syriza, que visa acudir à tragédia humanitária que atingiu a Grécia e restabelecer a dignidade do povo grego, como um "conto de crianças". Na SIC, José Gomes Ferreira , o defensor da "austeridade que resulta", com o seu ar convencido e professoral, previu uma tragédia final para a Grécia e para a UE e com isso tentou, mais uma vez, amedrontar e imobilizar os portugueses. No semanário SOL, José António Saraiva considerou que a experiência grega, condenada ao fracasso, será a "vacina" necessária para todos aqueles que ousam por em causa a politica de empobrecimento imposta pela UE e que afirmam que existe uma alternativa a esta politica de destruição do país. No Expresso, Henrique Monteiro caracteriza o programa do Syriza como "um programa para desesperados, irresponsável e deve ser criticado" Na RTP, José Rodrigues Santos , em comentário de Atenas às eleições gregas, no seu ar brejeiro característico, procurando denegrir o povo grego, afirmou que os "gregos fazem-se de paralíticos para ter um subsidiozinho". Outros, embora não se atrevam a exteriorizar, desejam no seu interior o fracasso da experiencia grega para depois dizer que tinham razão, como se possuíssem a "solução milagrosa" e a alternativa não fosse lutar pela mudança.»
Com poema de José Gomes Ferreira, «Jornada» é talvez a mais conhecida das «Heróicas» de Lopes Graça. Compostas em 1945-1946, estas canções ligaram-se profundamento à actividade do MUD-Movimento de Unidade Democrática de que «Jornada» se transformou numa espécie de hino não-oficial, assim descrito aliás pela própria PIDE.
Acordai acordai homens que dormis a embalar a dor dos silêncios vis vinde no clamor das almas viris arrancar a flor que dorme na raíz
Acordai acordai raios e tufões que dormis no ar e nas multidões vinde incendiar de astros e canções as pedras do mar o mundo e os corações
Acordai acendei de almas e de sóis este mar sem cais nem luz de faróis e acordai depois das lutas finais os nossos heróis que dormem nos covais Acordai!