Inocentes, ingénuos, crédulos, cândidos, iludidos… é que não são, os muitos que partilharam da tonitruante afirmação de António Costa, inclusive ele próprio, declarando repugnante o discurso do ministro das Finanças holandês repelindo as eurobonds: “A Comissão Europeia devia investigar países como Espanha, que afirmam não ter margem orçamental para lidar com os efeitos da crise provocada pelo novo coronavírus, apesar de a zona euro estar a crescer há sete anos consecutivos”.
Não, não são. Nem, certamente, apenas descobriram agora essa “repugnância” por comportamentos e posições da União Europeia (UE). Mesmo quando os cobriram com um espesso manto de silêncio e nevoeiro, quando não de amorosa e respeitável e visível cumplicidade.
Porque as coisas não começaram agora, nem agora são apenas como quer António Costa e outros, a repetição das escabrosas declarações de anterior ministro das Finanças holandês. Porque o problema não é de ministros nem de ministros holandeses. É da própria União.
DESINFORMAÇÃO O texto sobre a Síria apresentado pelo Bloco de Esquerda na Assembleia da República e aprovado com os votos favoráveis de CDS, PSD, PS, BE e PAN «poderia ter sido subscrito pelo próprio Donald Trump», como disse eloquentemente João Oliveira, ao apresentar a declaração do voto contra do PCP. O texto do BE reproduz todas as patranhas da propaganda de guerra de agressão à Síria.
Nada diz sobre as causas de fundo daquela guerra, mais uma no infindável rol de guerras e ingerências do imperialismo. Nem sobre a natureza terrorista dos exércitos fundamentalistas, armados e financiados pelo imperialismo para impor o seu domínio na região, através da morte e da destruição dos estados que recusam submeter-se. É uma vergonha. Mas é uma opção cujas causas importa compreender.
Como todas as guerras de agressão do imperialismo, a guerra contra a Síria não se combate apenas no plano militar. Combate-se também através de enormes e mentirosas campanhas propagandísticas que diariamente nos entram em casa, em tudo análogas às patranhas já usadas noutras guerras. Foi assim com as inexistentes ‘armas de destruição em massa de Saddam Hussein’. Foi assim com os inexistentes ‘bombardeamentos de Kadafi sobre o seu povo’, explicitamente desmentidos na altura pelo embaixador de Portugal na Líbia, Rui Lopes Aleixo (Antena 1, 23.2.11) e mais tarde pelo Relatório da Comissão dos Negócios Estrangeiros da Câmara dos Comuns britânica (Setembro 2016). Foi assim com a campanha de demonização de Milosevic, apresentado como ‘carniceiro dos Balcãs’ e ‘novo Hitler’, para ‘justificar’ a guerra da NATO contra a Jugoslávia, não sendo porém manchete que dez anos após a sua morte nos calabouços do Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia, este mesmo ‘tribunal dos vencedores’ acabou por confessar que Milosevic não tinha patrocinado qualquer genocídio (Avante!, 18.8.16).
«O alegado «genocídio» e «limpeza étnica» de que a Jugoslávia e Milosevic foram acusados são como as «armas de destruição em massa de Saddam Hussein»: uma fabricação monstruosa.
(...)
Há mais duma década que se reconhecia não haver bases plausíveis para condenar Milosevic.
(...)
A 8 de Março de 2006 Milosevic escreveu uma carta oficial ao Ministério russo dos Negócios Estrangeiros, afirmando desconfiar que, em vez de estar a ser tratado dos seus problemas cardíacos, estaria a ser envenenado. Três dias depois, Milosevic morre na sua cela da prisão NATO-ICTY. As legítimas suspeitas de assassinato reforçam-se se pensarmos no destino de outros alvos das potências imperialistas, como Saddam Hussein ou Muamar Qadafi. A propaganda de guerra tinha de ser implacável e aterrorizadora porque a dimensão do crime que estava a ser praticado era enorme. A guerra de agressão à Jugoslávia foi a primeira guerra na Europa após 1945. Foi a primeira guerra aberta desencadeada pela NATO e uma violação aberta do Direito Internacional. Mas foi sobretudo a afirmação por parte das potências imperialistas de que a nova correlação de forças resultante da desintegração da URSS e das vitórias contra-revolucionárias no Leste da Europa lhes permitia libertarem-se das amarras que a derrota do nazi-fascismo havia imposto em 1945. A Carta da ONU era coisa do passado. A partir de agora vigorava a lei do mais forte. E o mais forte era o imperialismo norte-americano. Era essa a essência do novo conceito estratégico da NATO, aprovado em plena agressão à Jugoslávia (Cimeira de Washington, 23-24 Abril 1999), que descartou a máscara de organização defensiva, proclamando o «direito» de intervir em qualquer parte do planeta.
(...)
Teria sido difícil à NATO desencadear os bombardeamentos sobre Belgrado sem a legitimação escandalosa por parte de forças políticas que se auto-proclamam de «esquerda» ou «progressistas».
(...)
Mas os acordos que o imperialismo norte-americano assina não valem sequer o preço da resma de papel em que são impressos.
(...)
Importa lembrar estes factos. Não estamos só a falar do passado. Estamos a falar do presente. Estamos a falar das campanhas de demonização de Assad, Putin ou Kim Jong-Un. A crise do sistema capitalista está prestes a conhecer uma nova explosão. Não há paliativos que consigam esconder que o sistema financeiro está totalmente quebrado. A tentação do sistema responder pela via da guerra é um perigo enorme. É esta a natureza do imperialismo. Trocar oportunisticamente a identificação da verdadeira essência do imperialismo por fáceis mentiras ou ilusões mediáticas significa desarmar os povos e fazer o jogo dos verdadeiros senhores da guerra e do genocídio.»
Ofacto foi diluído num relatório de 2590 páginas e convenientemente silenciado. Falamos do reconhecimento da inocência de Slobodan Milosevic dos crimes de que foi acusado pelo Tribunal Penal Internacional para a antiga Jugoslávia – o «tribunal» criado para que os responsáveis e vencedores da guerra do Balcãs impusessem a sua «justiça» sobre os vencidos.
No relatório sobre o «julgamento» de Radovan Karadzic (em que o ex-líder sérvio-bósnio, nacionalista de direita, é condenado a 40 anos de prisão por crimes de guerra nos acontecimentos de Sebrenica em 1995) constam várias passagens que reconhecem que o ex-presidente Milosevic não só não praticou «crimes de guerra» ou «limpeza étnica», como entrou cedo em rota de colisão com Karadzic e outros líderes bósnios-sérvios sobre o rumo da guerra civil incitada e alimentada pela NATO, defendendo o fim da guerra e o respeito pelas «outras nações e etnias».
Passaram 25 anos desde o início do desmembramento da Jugoslávia e 17 anos sobre a guerra de agressão da NATO, na altura a primeira guerra no coração da Europa em meio século. Uma guerra que, é importante recordá-lo, foi realizada à margem e em confronto com a Carta das Nações Unidas, quando a social-democracia participava no governo de 13 dos 15 países da então União Europeia, quando Bill Clinton, do Partido Democrata, era presidente dos EUA e o socialista espanhol, Javier Solana, era secretário-geral da NATO. Uma guerra de agressão em que Portugal se envolveu numa decisão do então governo de António Guterres em confronto com a Constituição da República Portuguesa. Uma guerra que foi uma aplicação concreta do então novo conceito estratégico da NATO, aprovado na cimeira de Washington desse ano, em que esta se auto-atribuiu o «direito» de intervir em qualquer parte do globo para «defender os interesses» e «valores» do bloco político militar agressivo.
A realidade actual daquela região da Europa comprova os verdadeiros «interesses» por detrás daquele crime: o estacionamento na região de dezenas de milhares de soldados da NATO, e em particular dos EUA; a criação de protectorados, como o Kosovo, fiéis representantes dos interesses económicos, energéticos e geo-estratégicos das principais potências europeias – com destaque para a Alemanha –, dos EUA e da NATO; e a destruição de um País que bateu o pé ao imperialismo e teve um importante papel no Movimento dos Não Alinhados.
Aguerra imperialista dos Balcãs foi uma sucessão de mentiras e manipulações e de verdadeiros crimes… mas praticados pela NATO. Não cabe neste espaço uma ínfima parte da enumeração desses crimes. Contudo, para memória histórica colectiva, é importante pelo menos referir que a NATO instigou e manipulou as divisões étnicas nos Balcãs; financiou e armou e treinou o «Exército de Libertação do Kosovo» – uma organização terrorista que forjou crimes como o Massacre de Racak, depois atribuído às forças sérvias, a «gota de água» que «justificou» os bombardeamentos durante 78 dias. É importante lembrar que para manter a campanha contra Milosevic – apresentado como um monstro comparado a Hitler – a NATO bombardeou a RTS, a televisão sérvia, matando dezenas de jornalistas; que para deixar bem claro quais os objectivos políticos daquela intervenção bombardeou a embaixada da China; e que perseguiu e sequestrou Milosevic que acabaria por morrer (tudo indica que envenenado) nos calabouços do tribunal que agora reconhece a sua inocência. Não podem ainda esquecer-se crimes como a utilização de armas de urânio empobrecido, que tal como no Iraque continuam a matar e a condenar a várias doenças milhões de seres humanos.
O relatório do TPI para a ex-Jugoslávia vale o que vale, será a história a encarregar-se, e já o está a fazer, de sentar no banco dos réus os verdadeiros criminosos – a NATO e os responsáveis por aquele hediondo crime.
«O Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia (TPII), em Haia, reconheceu que Slobodan Milosevic, que foi presidente jugoslavo, não teve responsabilidades em crimes de guerra na Bósnia, entre 1992 e 1995. Uma ilibação tardia.»
«O Tribunal Criminal Internacional criado em Haia pelos Estados Unidos para julgar antigos dirigentes da ex-Jugoslávia reconheceu finalmente que as acusações contra o ex-presidente eram improcedentes.
Milosevic, que faleceu na prisão, negou sempre os crimes que lhe eram atribuídos.
A sentença, tardia, confirmou que o julgamento foi, na fase inicial da audiência, uma farsa dirigida pelos EUA.»
A 27 de Fevereiro de 1953, faz agora 62 anos, foi assinado um acordo em Londres que tem o maior significado. 20 países decidiram perdoar mais de 60% da dívida da República Federal da Alemanha.
Assinaram o «acordo sobre as dívidas externas alemãs» com a R.F.A. os seguintes países: Bélgica, Canadá, Ceilão, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, França, Grécia, Irão, Irlanda, Itália, Jugoslávia, Liechtenstein, Luxemburgo, Noruega, Paquistão, Suécia, Suíça, Reino Unido, República da África do Sul.
O tratado foi determinante para o país se tornar numa grande potência económica mundial e num importante aliado dos Estados Unidos durante as décadas da Guerra Fria...
A Aliança do Tratado do Atlântico Norte (NATO) realiza uma nova Cimeira em Chicago, a 20 e 21 de Maio.
A NATO é uma estrutura militar ofensiva, responsável por guerras injustas e ilegítimas, por graves violações dos direitos do homem, por autênticos crimes – na Jugoslávia, no Afeganistão, no Iraque ou na Líbia.
Sob o pretexto do «combate ao terrorismo», da não proliferação de «armas de destruição massiva» ou da dita «ingerência humanitária», a NATO tem promovido a militarização das relações internacionais, a corrida aos armamentos, a ameaça do terror nuclear, a ingerência, as agressões e ocupações militares, tornando o mundo mais inseguro e violento e comprometendo a paz mundial.
Liderada pelos EUA e tendo a União Europeia como seu «pilar europeu», a NATO tem vindo a aumentar o número de países membros e a reforçar as suas parcerias e meios, no sentido de ampliar a sua área de intervenção.
A revisão do seu conceito estratégico na sua última cimeira, realizada em Lisboa, em Novembro de 2010, definiu a intervenção em todas as regiões do mundo como objectivo da NATO e alargou o leque de pretextos a serem usados para «justificar» a sua acção belicista.
Através da NATO, os EUA e os seus aliados procuram impor pelo domínio militar o controlo de recursos naturais e de mercados e a superioridade geoestratégica – liquidando milhares de vidas humanas, destruindo países e recursos, espalhando a violência e o sofrimento; desrespeitando os direitos dos povos e as soberanias nacionais; instrumentalizando a Organização das Nações Unidas e subvertendo a sua Carta.
Num momento em que a crise tem servido de desculpa para atacar os direitos e as conquistas dos trabalhadores e dos povos, as despesas e o investimento em novas tecnologias militares não cessam de aumentar, sendo que cerca de 70% dos gastos militares no mundo são dos países membros da NATO – os grandes responsáveis pela agudização da situação económica e social são os mesmos que promovem a corrida aos armamentos, a militarização das relações internacionais e a guerra.
Portugal, membro fundador da NATO pela mão do regime fascista, tem vindo a pautar a sua política externa pela submissão a interesses alheios às aspirações e anseios de paz do povo português.
A Constituição da República Portuguesa – nascida da libertação do fascismo e do anseio do fim da guerra colonial e da paz, conquistadas após o 25 de Abril de 1974 – preconiza a resolução pacífica dos conflitos internacionais, o desarmamento, a soberania e a independência nacional, a não-agressão e a não-ingerência, a dissolução dos blocos político-militares, a abolição do imperialismo, do colonialismo e de quaisquer outras formas de agressão, domínio e exploração dos povos.
Contrariando a Lei Fundamental, os sucessivos governos têm vindo a comprometer Portugal com a NATO e os seus crimes, enviando tropas portuguesas para actos de agressão a outros povos. Enquanto se impõem sacrifícios ao povo português e se corta nas despesas sociais, utilizam-se milhões de euros para adaptar e dispor as Forças Armadas Portuguesas às exigências da NATO.
Na sua Cimeira de Chicago, a NATO – ao mesmo tempo que procura assegurar a sua «retirada» ordenada do atoleiro do Afeganistão –, reafirma a instalação do sistema antimíssil dos EUA na Europa e o compromisso dos países membros da NATO na manutenção e no desenvolvimento de capacidades militares e na partilha de meios e de custos da sua política belicista - o que já mereceu a aceitação do governo português.
Este é um rumo que contraria as aspirações e os direitos dos povos a um mundo de paz, de solidariedade e cooperação e que constitui a maior ameaça à paz e à segurança internacional.
-
Assim, por ocasião da Cimeira da NATO em Chicago, e dando continuidade aos objectivos e aos compromissos da Campanha «Paz Sim! NATO Não!», realizada em Portugal em 2010, afirmamos:
A exigência da retirada imediata das forças portuguesas envolvidas em agressões da NATO, nomeadamente do Afeganistão;
A rejeição da instalação do sistema míssil dos EUA na Europa e de qualquer participação de Portugal neste;
A rejeição da escalada de guerra no Médio Oriente, nomeadamente contra a Síria e o Irão;
A reclamação do fim das bases militares estrangeiras e das instalações da NATO em território nacional;
A reclamação da dissolução da NATO;
A exigência do desarmamento e do fim das armas nucleares e de destruição massiva;
A exigência do cumprimento dos princípios da Carta das Nações Unidas e da Constituição da República Portuguesa, em respeito pela soberania e igualdade dos povos.
Maio de 2012
-
-
Organizações que subscreveram até o momento: - Associação de Intervenção Democrática – ID Associação dos Agricultores do Distrito de Lisboa Associação Portuguesa de Amizade e Cooperação Iúri Gagárin Associação Projecto Ruído Casa do Alentejo Colectivo Mumia Abu-Jamal Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura Recreio e Desporto Conselho Português para a Paz e Cooperação Ecolojovem – Os Verdes Frente Anti-Racista Grupo de Etnografia e Folclore da Academia de Coimbra Iniciativa Jovem Interjovem – CGTP-IN Juventude Comunista Portuguesa Movimento Democrático de Mulheres Sindicato dos Trabalhadores Civis das Forças Armadas Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal União de Resistentes Antifascistas Portugueses União dos Sindicatos de Lisboa – CGTP/IN Voz do Operário
Imersas nas contradições de um sistema em crise profunda, as potências imperialistas procuram nas guerras de agressão garantir a sua hegemonia planetária. Síria e Irão são os alvos que mais sobressaem numa campanha de mentiras cujo guião recorda o seguido nos casos da ex-Jugoslávia, Iraque e Líbia.
Na Síria, as botas cardadas que na última década o imperialismo fez soar nos Balcãs, Médio Oriente e Norte de África já ecoam. Episódio mais próximo foi a conferência de imprensa que a Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, promoveu antes da sessão especial do Conselho dos Direitos Humanos, realizada sexta-feira, dia 2, em Genebra.
(...)
No Irão, a investida militar encontra-se em fase menos acelerada, embora, como sublinhou, quinta-feira, à rádio pública do país o ministro da Defesa israelita, Ehud Barak, todas as opções se encontrem em cima da mesa.
O jornalista do «Diário de Notícias» e bloguista Pedro Correia (ver também AQUIe AQUI) nestes 3 posts insiste na atoarda e na mentira sobre o pretenso apoio do PCP e dos comunistas portugueses a Muammar Khadafi«na guerra civil em curso na Líbia». Para isso socorre-se do jornal «Avante!».
Respondi-lhe primeiro neste post e depois neste. Desmascarado no seu «trabalho» de manipulação informativa optou por fugir ao debate de ideias. O pretexto, pasme-se, o conteúdo de um comentário de um leitor (Frantuco), ainda por cima devidamente identificado.
Qual virgem vestal, parece ignorar o que camaradas seus de profissão escrevem e dizem: Vasco Valente Correia Guedes (Vasco Pulido Valente), Ferreira Fernandes, Alberto Gonçalves, António Ribeiro Ferreira, Miguel Sousa Tavares, Fernanda Câncio para só citar seis. Ou os conteúdos de caixas de comentários do Blasfemias, do Jugular, ou do Cinco Dias, para só citar três. Ou os mimos com que já fui tratado aqui mesmo neste blog ou no Salazarices.
Como disse e escreveu um dia um Prémio Nobel da literatura, o escritor alemão Thomas Mann, o anti-comunismo é “a maior estupidez humana”. Eu não sou tão radical…
«Já o caso de Pedro Correia é diferente. AQUI e AQUI conclui sobre o pretenso apoio do PCP e dos comunistas portugueses a Khadafi. Quando em TODOS os textos e tomadas de posição é claramente feita a distinção entre o líder líbio e o seu povo. E são claras e inequívocas as críticas a Khadafi. Ao misturar o toucinho com a velocidade e ao esconder esses factos dos seus leitores, o jornalista Pedro Correia está a entrar numa área «repugnante» (para utilizar um termo dele): a manipulação informativa e a desonestidade intelectual.»
Vamos por partes:
1. Pedro Correia manifestou-se interessado em conhecer a minha posição sobre a situação na Líbia. Satisfiz-lhe a curiosidade num extenso post de quase 6 500 caracteres. Sobre o que escrevi Pedro Correia diz nada, nepia, nickles. Ou melhor, acusa-me de «querer matar à nascença qualquer debate de ideias». Com seis mil e quinhentos caracteres? Espantoso!
2. Pedro Correia, insiste, insiste, insiste sobre a tese de que o PCP apoia Muammar Khadafi «na guerra civil em curso na Líbia». E socorre-se do jornal «Avante!». Façamos o mesmo (por ordem cronológica».
Percebido? Ou é preciso fazer um desenho? Onde é que Pedro Correia enxerga o apoio do PCP ao «camarada» Khadafi? (já agora: Khadafi, não é, nem nunca foi, camarada do PCP)
Isto é ou não manipulação informativa e a desonestidade intelectual? Ao leitor de decidir...
5. E como não quero que falte nada ao Pedro Correia aqui vai um conselho (à borla) de leitura sobre a temática em apreço: Cravo de Abril.