Um visitante tira fotos na biblioteca de Tianjin Binhai.
O edifício futurista surpreendeu os amantes dos livros em todo o mundo, com as suas prateleiras ondulantes e brancas que se elevam do chão ao tecto. 17 de Novembro de 2017, Tianjin, China. Fotografia: Fred Dufour
Nascido em Itabira do Mato Dentro, Minas Gerais, o consagrado poeta brasileiro Carlos Drummond de Andrade é justamente considerado como um dos principais representantes da literatura do Brasil do século XX.
Inicia os estudos em Belo Horizonte e aos 16 anos vai estudar com os jesuítas no Colégio Anchieta, em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro.
Apesar de bom aluno, é expulso por mau comportamento e «insubordinação mental», por discordar de um professor durante a aula.
Colabora no Diário de Minas, de que chega a ser Chefe de Redacção, e integra o movimento modernista em formação, que mais tarde o leva a conhecer os modernistas paulistas Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral, Blaise Cendrars.
O ingresso no serviço público como chefe de gabinete de Gustavo Capanema, ministro da Educação – cargo de que se demite em protesto contra a ditadura de Getúlio Vargas – não o afasta da escrita.
Data dessa época a obra «Rosa do Povo» (Uma flor nasceu na rua!/ Passem de longe, bondes, ónibus, rio de aço do tráfego./ Uma flor ainda desbotada/ ilude a polícia, rompe o asfalto...).
Empenhado política e socialmente, Drummond de Andrade afirma-se como o poeta mais influente da literatura brasileira do seu tempo, tendo também publicado diversos livros em prosa.
O Tribunal do Santo Ofício, comummente designado por Inquisição, foi instituído em Portugal em 1536, no reinado de D. João III.
Visto como uma «nova arma de centralização régia», que permitiu perseguir e liquidar o crescente poder dos cristãos-novos considerados pela coroa portuguesa como uma ameaça, o tribunal eclesiástico tinha oficialmente como missão inquirir dos desvios da fé católica, das heresias e práticas pagãs, mas estendeu-se a muitas outras áreas, incluindo a censura de livros.
Os processos, geralmente secretos, baseavam-se em denúncias, mesmo anónimas, boatos e suspeições de todo o tipo.
Os inquisidores podiam prender, julgar, castigar, torturar e condenar à morte sem que aos acusados fosse dada possibilidade de defesa.
Durante os seus 285 anos de vigência em Portugal, o Tribunal, considerado santo nos meios e nos fins, processou dezenas de milhares de pessoas e condenou milhares à fogueira; muitas outras morreram na prisão à espera de julgamento.
O Tribunal do Santo Ofício foi extinto um ano depois da vitória de revolução liberal (1820) por decisão das cortes gerais do reino.
No passado sábado, dia 6 de Dezembro, a Direcção da Organização Regional de Lisboa do PCP realizou no auditório da Biblioteca Nacional uma homenagem a Urbano Tavares Rodrigues. No dia em que completaria 91 anos de idade, familiares, escritores e sobretudo muitos camaradas e amigos ouviram durante cerca de quatro horas testemunhos sobre a obra do escritor, sobre a sua forma de estar na vida, sobre a sua luta em defesa da liberdade, sobre a sua militância no PCP.
Intelectual, autor de uma vasta obra literária que abarcou todos os domínios da escrita – romance, novela, conto, teatro, poesia, crónica, ensaio, jornalismo e viagens –, Urbano Tavares Rodrigues é uma das referências mais intensas da literatura portuguesa dos séculos XX e XXI e deixa-nos um legado inestimável para futuras gerações de escritores. Urbano Tavares Rodrigues possuía um conjunto de qualidades humanas que raramente observamos concentradas numa mesma pessoa, cujos valores sempre nortearam a sua vida – a liberdade, a justiça social, a paz, a solidariedade, a fraternidade –, qualidades que estiveram sempre presentes na sua obra e na sua intervenção social e política, que fizeram dele um resistente e um combatente pela liberdade e por uma sociedade mais justa.
Membro do PCP desde muito cedo, desde logo desenvolveu uma intensa actividade política que se prolongou ao longo de toda a sua vida. Apesar de preso três vezes pela PIDE, impedido de leccionar na Faculdade de Letras de Lisboa e noutros estabelecimentos de ensino e de ter sido o escritor português com mais livros apreendidos pela PIDE, Urbano Tavares Rodrigues – como escreveu José Casanova no Avante! do dia 13 de Agosto de 2013 – «nem perseguições, nem ameaças, nem prisões, nem torturas, o fizeram abrandar, sequer, a sua prática de resistência».
Sempre aguardado é o espaço da Festa do Livro, onde as conversas se misturam com as páginas e o alegre convívio com milhares de títulos e dezenas de editoras.
Relembremos apenas o que disse o embaixador dos EUA em 2008 acerca do papel de Mário Soares na contrarevolução:
«During the turbulent years after its 1974 revolution, U.S. Ambassador Frank Carlucci and Portuguese Prime Minister Mario Soares spent countless hours advancing the cause of democracy and human rights for the people of, often meeting in “the Crow’s Nest,” a room at the very top of the Ambassador’s official residence in Lisbon.»