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O CASTENDO

TERRAS DE PENALVA ONDE «A LIBERDADE É A COMPREENSÃO DA NECESSIDADE»

O CASTENDO

TERRAS DE PENALVA ONDE «A LIBERDADE É A COMPREENSÃO DA NECESSIDADE»

Olhos nos olhos: a cegueira e o general

Medina Carreira_caricatura

Desenho de Fernando Campos (o sítio dos desenhos)
 

O programa (TVI-24) não merece ser visto senão para verificar a que níveis políticos a direita pode descer. Há anos que o sr. Medina Carreira repete sem contraditório os maiores dislates. Dizia então que era necessário cortar na despesa do Estado 10 000 M€. Foram cortados: o país está no descalabro, na via do subdesenvolvimento. Repete que é preciso cortar outros 10 000, entenda-se em tudo o que são prestações sociais.

Considera desonestos ou ignorantes os que discordam. Já me ocupei deste senhor mostrando das suas lucubrações (1) Não vale a pena, ninguém é capaz ou não tem coragem (o homem torna-se agressivo se contrariado) de lhe explicar no programa a diferença entre PIB e RN. Veja-se por exemplo “A União Europeia e o Euro serviram para enriquecer a Alemanha” de Eugénio Rosa.

Ninguém é capaz de lhe explicar que Portugal é um contribuinte líquido do exterior, principalmente da UE. Só no período 2000/2011, foram transferidos para o estrangeiro rendimentos que totalizaram 165.190 milhões €, e foram recebidos do estrangeiro rendimentos que somaram 99.104 milhões €, ou seja uma diferença de 5 500 € ano. A quase totalidade dos rendimentos transferidos para o estrangeiro no período 2000/2012 não pagaram qualquer imposto em Portugal, o que poderia dar cerca de 3 200 M€ ano. O país perdeu e perde com estas políticas cerca de 8 500 M€ ano.

Ninguém tem coragem de lhe dizer que sem prestações sociais 45% da população estaria na pobreza e talvez 90% das famílias sem capacidade de assegurar adequada educação e saúde. A quebra do poder de compra e a incapacidade de pagar dívidas destruiriam a economia, como está a acontecer . É este o país que a direita defende, o seu lema é “tudo pela finança, nada contra a finança.

Juros, PPP, rendas energéticas custam mais de 15% da despesa pública. O Estado sem estes parasitas seria largamente excedentário, além do que podia obter controlando as transferências de capitais e outra política fiscal.

Pois bem, no dia 2 de março, o sr. MC afirmou que devia fazer-se a seguinte pergunta aos portugueses: “se queriam soberania e não ter de comer ou não ter soberania e ter de comer”. Note-se que em Portugal ao mesmo tempo que perde a soberania aumenta a fome.

Que a política de direita almeja tornar-se uma colónia para que alguns mantenham os seus privilégios só é segredo para os incautos. A questão é que a afirmação foi feita perante o general Loureiro dos Santos, que ouviu e calou. Desonrou o juramento que fez como militar. Para o confirmar recordo as palavras do Presidente da Associação dos Oficiais das Forças Armadas, numa recente intervenção pública:

Os militares juraram cumprir a Constituição. Terão a luta das Forças Armadas os partidos e governos contra a Constituição. Os militares são apartidários mas não apolíticos. A soberania nacional é sagrada para os militares”.

Compreendo que com pessoas no limite da insanidade mental no que toca a opiniões políticas, seja perigoso contraria-las, mas isso não desculpa o general. Calou-se, nem sequer foi capaz de emitir a sua opinião como cidadão, como português. E quem cala consente, quando pode e deve falar. Imagine-se isto dito nos EUA ou no Reino Unido que não têm dívidas públicas assim tão diferentes das nossas…

1 - «As contas do sr. Medina Carreira» e «A falácia dos “cortes na despesa"»

 
Os comunistas são «Feios, Porcos e Maus»2.
Assim sendo, o Daniel Vaz de Carvalho nunca será convidado para o contraditório...
 
2 - Título de um filme de 1976 do realizador italiano Ettore Scola
 

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