Areas of control in the Civil War, updated 30 April 2016: Tobruk-led Government Government of National Accord Islamic State of Iraq and the Levant & Ansar al-Sharia (Libya) Petroleum Facilities Guard Tuareg tribes Local forces
ALíbia tornou-se no início do século XX uma colónia italiana e durante a Segunda Guerra Mundial foi palco de importantes batalhas contra as hordas nazis. Após a Vitória, e apesar de lhe ter sido reconhecida em 1951 a independência com a imposição de uma monarquia reaccionária, a Líbia ficou praticamente sob tutela da Grã-Bretanha, que aí instalou, tal como noutros pontos do Mediterrâneo, de Gibraltar a Chipre, bases militares para impor a sua hegemonia numa vasta área de enorme importância estratégica em termos de rotas marítimas e riquezas naturais, e para fazer frente ao ascenso do movimento de libertação nacional dos povos árabes e africanos. Foi neste contexto que em 1 de Setembro de 1969 um grupo de jovens oficiais dirigidos pelo então capitão Muammar Kadhafi derrubou a monarquia e proclamou a República Árabe Líbia, expulsou os militares britânicos e norte-americanos, nacionalizou o petróleo e tomou outras medidas anti-feudais e de carácter progressista.
Desde que se constituiu como país independente a Líbia raramente conheceu um momento de sossego. O imperialismo, utilizando os mais variados pretextos, tudo fez para derrubar o seu regime, indo ao ponto de bombardear Tripoli e Bengazi para assassinar Kadhafi. Finalmente, tirando partido de hesitações e contradições da direcção líbia não hesitou em recorrer à NATO para a guerra de agressão que destruiu o país.
«É que nunca qualquer ideólogo, por mais retorcido e criativo que fosse ou seja, conseguiu imaginar algo tão democrático.
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Na Líbia, o país maior produtor de terroristas islâmicos per capita, confrontam-se hoje vários governos, numerosas milícias e hordas de mercenários, dezenas de senhores da guerra e respectivos exércitos tribais. Isto é, poucas democracias serão tão ricas, multifacetadas e plurais como a que a NATO criou na Líbia.»
«O secretário norte-americano da Defesa, Ashton Carter, submeteu à Casa Branca um plano pormenorizado para levar a cabo operações militares em toda a Líbia, noticiou o New York Times. E já há boots on the ground – tropas no terreno, em jargão castrense.»
A cineasta holandesa Ike Bertels, com uma dissertação sobre “As mulheres nos conflitos e nos movimentos sociais”, é a primeira oradora do Colóquio Internacional sobre as Lutas das Mulheres no Cinema de África e do Médio Oriente, que decorre na próxima semana na Faculdade de Letras da Universidade do Porto - FLUP.
“De uma resistência à outra: o duplo olhar das realizadoras magrebinas pós coloniais», é o título do trabalho da francesa Michele Lefranc no painel de abertura, a que se seguem Paula Franco (“Mulheres da Palestina em luta”), Beti Ellerson (“A evolução do cinema africano feito por mulheres nos últimos vinte anos”), e Robbin Steedman (“Lutas e sucessos das cineastas do Quénia”) – entre outros.
O Colóquio, organizado pelo Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto - CEAUP, desenrola-se nas próximas quinta e sexta feiras, dias 12 e 13. Fernando Branco Correia será o primeiro orador do segundo dia com um trabalho sobre “Violências de género”. Diana Andringa falará sobre “As Mulheres e os filmes de guerra”. Alemanha, Argélia, Bolívia, Brasil, Espanha, França, Gana, Irão, Nigéria, Portugal, Reino Unido, Tunísia e Turquia são as origens dos participantes no Colóquio que enviaram comunicações.
Da mostra de cinema que completa o Colóquio, destacam-se as películas “Femmes du Caire”, de Yousry Nasrallah, “Guerrilla Grannies”, de Ike Bertels, “A Alcaidessa”, de Midyat Sermiyan, e "Women in struggle”, de Buthina Khoury.
As sessões (noite de 12 e tarde de 13) decorrem na UPP Universidade Popular do Porto.
Meio ano após o início da agressão da NATO à Líbia, o país africano com o maior Índice de Desenvolvimento Humano foi destruído pelos bombardeamentos, pilhagens e massacres. Mais uma vez, uma guerra de agressão imperialista cria uma enorme tragédia para a população civil, com milhares de mortos e a destruição da infraestrutura social e económica do país agredido. Tudo indica que a guerra está longe do seu termo. À data em que se escreve, Sirte, Bani Walid e outras localidades resistem heroicamente às forças agressoras e a resistência à ocupação cresce em todo o país. É quase certo que as precipitadas celebrações imperialistas aquando da ocupação e massacres de Tripoli, em finais de Agosto, venham a ter o mesmo destino que a famigerada proclamação de Bush, em Maio 2003, de que a guerra do Iraque terminara com a «missão cumprida».
A guerra de agressão imperialista à Líbia não é um facto menor. Pode ser um marco na crise mundial de bem maiores proporções para a qual um capitalismo em profunda crise está a conduzir a Humanidade. Ninguém deve subestimar a gravidade das declarações do Senador norte-americano McCain, porta-voz do sector mais belicista do imperialismo dos EUA, quando, por duas vezes, no rescaldo da ocupação de Tripoli, veio dizer que essa «grande vitória da Primavera árabe» se devia agora estender ao Irão, à Síria,... à Rússia e à China.
«O D. Sebastião foi para Alcácer-Quibir, de lança na mão a investir a investir...» «Mas o mouro é que conhecia o deserto, de trás para diante e de longe e de perto, o mouro é que sabia que o deserto queima e abrasa, o mouro é que jogava em casa»
«Como o PCP a seu tempo alertou, e como a realidade o está a confirmar, o que está em causa com a guerra de invasão e ocupação da Líbia não são os direitos do seu povo ou qualquer desejo de liberdade e democracia. Pelo contrário, o que está em causa, mais uma vez na História e a exemplo das guerras do Iraque, Jugoslávia e Afeganistão é a satisfação dos interesses estratégicos das principais potências da NATO quanto ao controle de importantes riquezas naturais, o saque dos fundos soberanos Líbios e a imposição do domínio imperialista na região do Norte de África e Médio Oriente.
A guerra contra o povo Líbio é indissociável do quadro internacional de aprofundamento da crise estrutural do capitalismo, da resposta de força imperialista aos processos populares que tiveram lugar no Mundo Árabe, bem como das crescentes contradições inter-imperialistas. Denunciando a hipocrisia e as campanhas mediáticas de mentira e desinformação que sustentam a estratégia agressiva das principais potências imperialistas, o PCP alerta para o facto de que a guerra de ocupação da Líbia, as crescentes ameaças de uma intervenção imperialista na Síria e as renovadas provocações israelitas contra o povo palestino, são perigosos elementos adicionais de tensão numa situação já muito marcada pela instabilidade e pelo real perigo de generalização de conflitos.»
«Ao fim de seis meses de insurreição, cinco dos quais apoiados por persistentes bombardeamentos da NATO, os contra-revolucionários tomaram a capital da Líbia. No assalto a Tripoli, a Aliança Atlântica e os mercenários e fundamentalistas islâmicos afectos ao Conselho Nacional de Transição (CNT) mataram tantas pessoas como as vítimas civis estimadas pelo governo líbio durante todo o conflito.»
«A Líbia não é bombardeada para proteger a sua população civil. Nenhum povo é protegido lançando-lhe explosivos nem despedaçando-o com 4.300 ataques "humanitários" durante mais de cem dias. A Líbia é incinerada para lhe roubarem seu petróleo, suas reservas internacionais, suas águas subterrâneas. Se o latrocínio triunfa, todo país com seus recursos será saqueado. Não perguntes sobre quem caem as bombas: cairão sobre ti.»
«A população civil líbia é a principal vítima do embargo e dos bombardeamentos da NATO contra o país, adverte o Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICR).»
«Em cerca de quatro de meses de guerra contra a Líbia, a NATO já bombardeou 1600 objectivos civis provocando um número de mortos difícil de determinar, mas que já andará próximo dos dois milhares, de acordo com os dados disponíveis.»
«A Aliança Atlântica bombardeou quatro canais de televisão líbios. Os ataques mataram três trabalhadores e ocorreram no contexto de divisões interna no sei dos amotinados.»
«Uma escola, um hospital e quatro armazéns de alimentos foram bombardeados pela NATO em Zliten, alvo de intensos bombardeamentos da Aliança Atlântica durante toda a semana.»
«Dito de outra forma, os amotinados de Bengasi já haviam esgotado os montantes doados, entre outros, pelas petro-monarquias árabes no início e no decurso da insurreição, diz o Los Angeles Times, e necessitavam de dinheiro fresco para pagar o combustível, as armas e as munições fornecidas pelas potências imperialistas.»
«O presidente da Líbia, Muammar Kahdafi, aceita não integrar eventuais negociações para pôr fim ao conflito armado no país, mas a Aliança Atlântica continua os bombardeamentos mostrando que só conhece o caminho da guerra.»
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Publicado na blogosfera (do mais recente para o mais antigo):
«Em menos de cinco meses, informa o Comando conjunto aliado de Nápoles, a NATO efectuou mais de 20 mil raids aéreos, dos quais 8 mil com ataques por bombas e mísseis.»
Os acontecimentos no mundo árabe revelam bem como a situação internacional é caracterizada por grandes perigos mas simultaneamente por reais potencialidades de desenvolvimento da luta dos trabalhadores e dos povos.
Quando, no início deste ano, os tunisinos e os egípcios saíram à rua exigindo melhores condições de vida e direitos democráticos muitos foram os que afirmaram que, numa região tradicionalmente fustigada pelo domínio colonial e imperialista, nada iria ficar na mesma. A questão é saber que sentido terá essa evolução, se avanços de carácter progressista e democrático, se novas e mais sofisticadas formas de exploração e domínio imperialista e neocolonial.