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O CASTENDO

TERRAS DE PENALVA ONDE «A LIBERDADE É A COMPREENSÃO DA NECESSIDADE»

O CASTENDO

TERRAS DE PENALVA ONDE «A LIBERDADE É A COMPREENSÃO DA NECESSIDADE»

Todos vimos. Todos sabemos. Travar a morte em Gaza será honrar enfim a memória do Holocausto

alexandra lucas coelho-Bazar do Tempo.jpg

1. A Europa está refém da culpa do Holocausto desde a II Guerra Mundial. Mas honrar a memória do Holocausto será travar a mortandade em Gaza agora. E honrá-la enfim, porque essa memória foi traída até chegarmos a isto: 2,3 milhões de pessoas trancadas num gueto, bombardeadas dia e noite, metade das quais deslocadas, sem água, comida, assistência.
E foi traída também no gueto-arquipélago da Cisjordânia, onde quase três milhões de palestinianos enfrentam a violência de colonos cada vez mais radicais. Os hoje 700 mil colonos que Israel foi plantando com betão e alcatrão, bem agarrados ao chão, tanto na Cisjordânia como em Jerusalém Oriental, todos ilegais à luz do que a Europa assinou. E que assim impedem a “Solução Dois Estados”, como os líderes mundiais — todos eles — estão cansados de saber.

 

Sublinhados meus

Alexandra Lucas Coelho, in jornal "Público" - 19 Oct 2023

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Não temos outra escolha senão a vitória

Bashar al Assad

O discurso de Bachar al-Assad proferido no Parlamento sírio no passado dia 7 de Junho de 2016 é um documento que revela a dimensão do político, do homem e do patriota que o profere.

 

«(...)

Uma vez que seu “plano terrorista” falhou apesar de toda a destruição e massacres perpetrados, adquiriram a convicção que o essencial do seu “plano político” ainda poderia materializar-se pelo ataque à Constituição.

Na verdade, o seu plano inicial consistia em fazer de forma que o terrorismo dominasse completamente o país concedendo-lhe uma pertença qualidade de “moderação”, e depois ‘legitimidade’, decidida evidentemente pelo estrangeiro, que instalaria um caos absoluto impondo como única saída uma Constituição étnica e confessional transformando um povo ligado à sua terra natal em grupos rivais anexados às suas seitas e apelando à intervenção estrangeira contra os seus compatriotas.

O que vos digo é evidente. Se olharmos para o nosso Este e para o nosso Oeste, as experiências confessionais falam por elas próprias. Não há nenhuma necessidade de reavaliar a questão depois de decénios de experiências equivalentes na nossa região.

(...)

É portanto evidente que não participamos em negociações para aceitar tais propostas. Foi por isso que redigimos o “documento de princípios” com o objetivo de evitar que uma das partes acrescente o que bem lhe parecer. Estes princípios, vou citá-los rapidamente:

Soberania e unidade de a Síria com a rejeição de qualquer interferência externa. Rejeição do terrorismo.

Apoio à reconciliação.

Preservação das instituições.

Levantamento do embargo.

Reconstrução.

Controlo das fronteiras.

Alguns outros princípios contidos na Constituição atual e nas precedentes como diversidade cultural, liberdades do cidadão, independência do poder judiciário, etc.

(...)

O terrorismo económico, o terrorismo dos engenhos armadilhados, os massacres e todos os tipos de projéteis têm a mesma raiz. É a razão pela qual eu vos garanto que a nossa guerra contra o terrorismo prosseguirá, não porque amemos as guerras – foram eles que a impuseram a nós – mas porque o derramamento de sangue não vai parar enquanto não desenraizarmos o terrorismo em todo o lado onde se encontre qualquer que seja a máscara que use.

(...)

A derrota do terrorismo é inevitável, desde que Estados como o Irão, a Rússia e a China apoiem o povo sírio, se mantenham do lado da justiça e defendam os oprimidos contra os opressores. Agradecemos-lhes por isso…

Agradecemos-lhes por isto e pela constância de seu contínuo apoio. São Estados que respeitam os princípios e que procuram defender os direitos dos povos, incluindo escolher seu próprio destino.(...)»

Mapa Sudoeste Asiático

 

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1 de Novembro de 1954 – Insurreição na Argélia

Insurreição Argélia 1954-11-01

A insurreição marca o início da luta armada para a libertação da Argélia, submetida desde 1830 pela França à exploração colonial, à discriminação racial e à opressão nacional.

Confrontada com a feroz repressão das mais elementares reivindicações democráticas e nacionais e com o massacre de populações inteiras, a resistência, organizada na Frente de Libertação Nacional, lança ataques em vários locais do país contra instalações militares, postos de polícia, centros de comunicações e organismos públicos.

A resposta das autoridades coloniais foi o terrorismo de estado mais brutal, incluindo o recurso indiscriminado à tortura e o bombardeamento de populações inteiras com napalm.

O povo árabe e berbere argelino pagou um elevado preço pela sua libertação: um milhão e meio de mortos.

A independência foi conquistada a 5 de Julho de 1962.

AQUI

 

Indonésia: «O massacre de 500 mil pessoas declarado crime contra a humanidade meio século depois»

Mapa Indonésia

A propósito desta notícia, e de quem a publica, recorde-se que a BBC, tida como órgão de referência, deu como provado a existência do golpe. A notícia espalhou-se por todo o planeta, contribuindo para a neutralização do protesto de amplos sectores da opinião pública mundial. Um milhão de mortos depois a BBC veio reconhecer que tinha sido manipulada. Apresentou desculpas. Mas os homens, mulheres e crianças, vítimas mortais da repressão, já não podiam receber esse acto de contrição.

 

«Há meio século consumou-se uma das grandes chacinas da História.

A partir de Outubro de 1965, os militares indonésios, com o apoio activo e directo do imperialismo norte-americano, massacraram cerca de um milhão de comunistas, sindicalistas e membros dos poderosos movimentos de massas indonésios.

O genocídio indonésio é um dos mais sangrentos episódios da grande guerra de classes mundial com que o imperialismo procurou conter e derrotar o ascenso do poderoso movimento de libertação nacional e social da segunda metade do Século XX, sob o impacto da derrota do nazi-fascismo e do prestígio imenso da União Soviética e do movimento comunista internacional.»

 

«Um realizador de cinema pede a um assassino que recrie, em filme, as torturas e crimes que cometeu na vida real. Este, encantado com a oferta, dispõe-se a isso com entusiamo e diligência. O resultado da experiência é uma alucinação cinematográfica que adquire proporções épicas quando se descobre que o criminoso é um dos líderes mais sanguinários dos esquadrões da morte na Indonésia, bandos de carniceiros que, em 1965, acabaram com a vida de um milhão de pessoas em menos de um ano. «The Act of Killing», de Joshua Oppenheimer, é a consequência desse assustador delírio de fama dos genocidas indonésios que, no entanto, hoje vivem como heróis no seu país

 

O Golpe Militar de 1965

 

Em 1965, o Governo Indonésio foi derrubado pelos militares. Sukarno, o primeiro presidente da Indonésia, fundador do movimento não alinhado e líder da revolução nacional contra o colonialismo holandês, foi destituído e substituído pelo General Suharto. O Partido Comunista Indonésio (PKI), que havia apoiado firmemente o Presidente o Presidente Sukarno, que não era comunista, foi proibido de imediato. Na véspera do golpe, o PKI era o maior partido comunista do mundo fora de um país comunista.

Depois do golpe militar de 1965, qualquer pessoa poderia ser acusada de ser comunista: sindicalistas, agricultores sem terras, intelectuais, chineses… “Em menos de um ano e com a ajuda directa de certos governos ocidentais, mais de um milhão destes comunistas foram assassinados”, assegura a equipa de The Act of Killing.

Os EUA aplaudiram o massacre, que consideraram “uma grandiosa vitória sobre o comunismo”. A revista Time informava que era uma das melhores notícias para o Ocidente em anos, na Ásia”, enquanto o The New York Times escrevia: “Um raio de luz na Ásia”.

 

O genocídio indonésio de 1965

Mapa Indonésia

Há meio século consumou-se uma das grandes chacinas da História.

A partir de Outubro de 1965, os militares indonésios, com o apoio activo e directo do imperialismo norte-americano, massacraram cerca de um milhão de comunistas, sindicalistas e membros dos poderosos movimentos de massas indonésios.

O genocídio indonésio é um dos mais sangrentos episódios da grande guerra de classes mundial com que o imperialismo procurou conter e derrotar o ascenso do poderoso movimento de libertação nacional e social da segunda metade do Século XX, sob o impacto da derrota do nazi-fascismo e do prestígio imenso da União Soviética e do movimento comunista internacional.

O genocídio indonésio é exemplo gritante de como a barbárie imperialista dos nossos dias não é um fenómeno novo, mas sim uma característica intrínseca e permanente da dominação imperialista.

Como afirmou em 1967 o ex-Presidente dos EUA Richard Nixon, «com o seu património de recursos naturais, o mais rico da região, a Indonésia é o maior tesouro no Sudeste asiático».

Para se assenhorear deste 'tesouro', o imperialismo afogou em sangue o povo indonésio.

Dez anos mais tarde, os militares 'pró-ocidentais' indonésios desencadeavam novo genocídio contra o povo de Timor-Leste, mais uma vez em coordenação estreita com o imperialismo norte-americano.

Ler texto integral

 

Escudo Indonésia

 

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Ariel Sharon foi um criminoso de guerra

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Desenho de Fernando Campos (o sítio dos desenhos)

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Sharon não foi um homem de paz, foi um criminoso de guerra, que combateu ou dirigiu em todas as guerras de agressão e de ocupação de Israel contra a Palestina e os países árabes da região.

Não foi um homem preocupado com a segurança do seu povo, levou a insegurança a toda a região e o terror à Palestina ou a países como o Líbano.

Sharon não tinha como «estrela guia» a «sobrevivência» de Israel, nem era um homem corajoso, foi um comandante provocador que desde cedo usou a provocação e a guerra para procurar negar a existência não só do Estado, mas também do povo palestiniano.

Sharon não foi um patriota, foi um nacionalista de extrema-direita e racista, foi o homem do massacre de Qybia, na Cisjordânia, em 1953, em que como comandante da unidade 101 massacrou 69 pessoas, várias delas queimadas vivas dentro das suas próprias casas.

Foi o autor, conjuntamente com os falangistas assumidamente fascistas, do massacre dos campos de refugiados palestinianos de Sabra e Shatila (Beirute Ocidental), em que, cercados pelos tanques israelitas, cerca de 2000 palestinianos foram assassinados e muitos deles torturados e violados.

Não foi o homem da retirada dos colonatos da Faixa de Gaza, foi aquele que transformou Gaza numa gigantesca prisão e aquele que, em 1998, incitou os colonos israelitas a ocuparem o máximo de território possível na Cisjordânia.

Sharon não foi o homem do diálogo, foi o que em 2000 protagonizou a provocação na Esplanada das Mesquitas em Jerusalém acompanhado de 1500 soldados, e que já primeiro-ministro ordenou o massacre de Jenin em 2002 e decidiu da construção do Muro do Apartheid na Palestina.

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Massacres: Yes we can!

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Para ler com muita atenção:

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O presidente do país reúne «todas as terças-feiras com cerca de duas dúzias de oficiais da segurança» para analisar a lista de alvos «a serem mortos ou capturados, sendo que a opção da captura se tornou em grande medida meramente teórica». «Todas as semanas se juntam mais de cem membros do enorme aparelho de segurança nacional [...] para analisar as biografias dos suspeitos e recomendar ao presidente quem deverá ser o próximo a morrer». «Surge uma suspeita»: que o presidente «esteja a evitar as complicações associadas com a detenção, decidindo na prática que não se apanham prisioneiros vivos. Enquanto largas dezenas de suspeitos já foram mortos [...] apenas um foi capturado». O presidente, «que se sente muito tranquilo com o uso da força», decidiu «adoptar um método questionável de contabilizar as baixas civis [...]. Na prática, todos os homens em idade militar nas zonas de ataque são contabilizados como combatentes [...] a não ser que postumamente surjam informações explícitas que provem ser inocentes». Logo no «primeiro ataque sob a alçada» do presidente, «foi morto não apenas o alvo visado, mas duas famílias vizinhas, e foi deixado para trás um rasto de bombas de fragmentação que viriam a matar mais inocentes». Este «ataque pouco asseado» levou a que «vídeos de destroços de corpos de crianças e de aldeões enfurecidos surgissem [...] no You Tube, provocando reacções furiosas». Um leitor vítima da martelante campanha de desinformação dos meios de comunicação social pensará que estas citações dizem respeito à Síria e ao presidente Assad. Mas dizem respeito aos EUA. O presidente é a coqueluche dos sectores «liberais» e «social-democratas» do sistema, Barack Obama. A fonte é insuspeita e recente: um artigo do New York Times de 29 de Maio.

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Uribe foi amigo íntimo de Pablo Escobar

Texto de José Paulo Gascão

    Neste artigo José Paulo Gascão desmascara a farsa mediática montada por Uribe a propósito do resgate de Ingrid Betancourt,resultante na realidade da traição de dois responsáveis das FARC. Evoca tambem - citando passagens do livro da jornalista Virginia Vallejo - pormenores da amizade que ligou o actual presidente da Colombia a Pablo Escobar, tão sólida que o rei do narcotráfico afirmava que sem a colaboração activa de Uribe o negócio da droga não teria podido desenvolver-se.         

            

Não foi por razões humanitárias que o governo de Álvaro Uribe rejubilou com o resgate de Ingrid Bettancourt, dos 3 norte-americanos «cedidos pelo FBI à DEA» e de mais 11 prisioneiros de guerra.

O resgate do passado dia 2 de Julho também não teve nada a ver com o guião descrito pelo governo colombiano, digno de um daqueles filmes de Hollywood em que se reescreve a História da 2ª Guerra Mundial.

Um comunicado do Secretariado das FARC de 5 de Julho esclarecia que «a fuga dos 15 prisioneiros de guerra (…) foi consequência directa da desprezível conduta de César e Enrique [os dois ex-guerrilheiros exibidos na TV], que atraiçoaram o seu compromisso revolucionário e a confiança que neles se depositou». A Rádio Suisse Romande, com boas relações com o negociador suíço junto das FARC para o intercâmbio humanitário, fala num pagamento de 20 milhões de dólares.

Este revés das FARC serviu a Uribe para uma grande operação de propaganda mediática com objectivos precisos:

• Resumir o problema dos prisioneiros de guerra de cada uma das forças beligerantes a Ingrid Bettancourt e aos 3 norte-americanos. Mesmo os restantes prisioneiros resgatados ficaram no limbo noticioso: foram 11;

• Fazer esquecer que o Exército colombiano, apesar dos seus 400.000 efectivos, é incapaz de derrotar as FARC;

• Impedir o intercâmbio humanitário das centenas de prisioneiros de guerra em poder das duas forças beligerantes;

• Desviar a atenção da acusação que lhe moveu o Supremo Tribunal por ter comprado os votos no Congresso que permitiram a sua reeleição, e do facto de 32 senadores (a maioria do Partido de Uribe), num total de 102, estarem presos e/ou acusados de ligações aos cartéis da droga, aos bandos paramilitares e à venda de votos que permitiu a reeleição de Uribe;

• Dar início a uma extraordinária operação de propaganda interna e externa de auto-promoção, tentando garantir que os EUA não lhe darão o tratamento que deram ao também traficante de droga general Noriega do Panamá.

                                                        
Ingrid Bettancourt

Seja qual for a posição que se tenha em relação ao conflito colombiano, o fim do sofrimento de prisioneiros de guerra é sempre um motivo de regozijo.

A verdade é que, de facto, Ingrid não é verdadeiramente uma prisioneira de guerra. Eleita senadora em 1998 pelo Partido Liberal, decide candidatar-se à Presidência da República em 2002. Como Uribe já estava nomeado pelo Partido Liberal, funda o partido Oxigénio Verde e anuncia em campanha eleitoral que ia à selva colombiana falar com Manuel Marulanda, pois era ela quem ia resolver o conflito colombiano… Interceptada num posto de controlo das FARC foi mandada de volta e em paz. Faz uma 2ª tentativa em 23 de Fevereiro de 2002 e é, por fim, feita prisioneira…

Agora, uma vez resgatada e aparentando uma saúde digna de inveja, Ingrid logo se assumiu como apoiante de Uribe, e iniciou uma campanha humanitária pela libertação dos prisioneiros de guerra em poder das FARC, esquece as centenas de prisioneiros de guerra do Estado colombiano e afasta o intercâmbio humanitário dos prisioneiros das duas forças beligerantes.

Novos dados sobre Uribe
                         
No seu livro há pouco lançado, “Amando Pablo, Odiando Escobar” (editora Random House Mondadori), Virgínia Vallejo, que foi diva colombiana dos anos 80 (hoje com 58 anos), apresentadora de TV, repórter, modelo, actriz e amante de Pablo Escobar durante cinco anos, é, seguramente, a mais incómoda testemunha contra Álvaro Uribe que, como Director da Aeronáutica Civil da Colômbia, e citamos, «concedeu dezenas de licenças para pistas de aterragem e centenas para aviões, helicópteros, com os quais se construiu toda a infra-estrutura do narcotráfico».

De Álvaro Uribe, Pablo Escobar costumava dizer que «se não fosse por esse bendito rapaz, teríamos de nadar até Miami para levar a droga aos gringos. Agora, com nossas próprias pistas, estamos preparados. É pista própria, aviões próprios, helicópteros próprios…».

Mas Virgínia Vallejo não refere apenas Pablo Escobar. Também cita Álvaro Uribe em confidência após a morte do pai, Alberto Uribe (1), num tiroteio com um comando das FARC: «Quem pensa que este [o narcotráfico] é um negócio fácil está muito enganado. É uma enxurrada de mortos. Todos os dias temos de enterrar amigos, sócios e parentes». E tão orgulhoso estava da saga dos narcotraficantes que não se coibiu a perguntar a Virgínia Vallejo se «estaria disposta a escrever sua história».

Com tudo isto, torna-se mais compreensível a afirmação que «o narcoestado sonhado por Pablo Escobar hoje está mais vivo que nunca na Colômbia».

A Luta das FARC
               
Sempre as FARC estiveram dispostas a estabelecer a paz e a fazer acordos políticos para uma Colômbia com Justiça Social.

Vinte anos depois de iniciada a luta armada, em 1984, durante a presidência de Belisário Betancur, foi assinado um acordo onde se previa a organização do movimento guerrilheiro em partido político, o que se concretizou em Maio de 1985, com o nome de União Patriótica (UP).

Mas se as FARC estavam de boa fé, tal não sucedia com o Estado terrorista da Colômbia e desde logo se desencadeou uma campanha de assassínios e massacres de que a polícia e tribunais nunca apuraram responsáveis. 

«Centenas dos seus membros e simpatizantes foram assassinados no decurso de diversos massacres. No dia 11 de Novembro de 1988, por exemplo, quarenta militantes foram publicamente executados na praça central do município de Segóvia, no distrito de Antioquia. (…) Foram mortos centenas de presidentes de câmaras e representantes dos poderes locais, tendo ocorrido por vezes o assassinato sucessivo de quatro autarcas do movimento na mesma localidade» (2).

É pois natural que as FARC tenham definido «continuar o caminho traçado pelo inolvidável Comandante Manuel Marulanda Velez, isto é, o da política total, que é a luta estratégica pela tomada do poder pela via das armas e da insurreição com o que se chegará a um governo revolucionário, ou pela via das alianças políticas para a instauração de um governo verdadeiramente democrático, em consonância com a Plataforma Bolivariana pela Nova Colômbia» (3).


(1) Este foi pouco noticiado nos media, para que se não falasse da prova macabra material que Uribe exigiu ao assassino.

(2) Iván Cepeda Castro e Claudia Girón Ortiz, investigadores da Fundação Manuel Cepeda - Vargas, Santa Fé de Bogotá, in Monde Diplomatique, Maio de 2005.

(3) Entrevista a Ivan Marquez, membro do Secretariado das FARC, em 25 de Julho 2008, in anncol

                          

In "O Diário.info"

                                     

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