A matriz do capitalismo comporta o seu carácter explorador e predatório. O sistema capitalista baseia-se e orienta-se pelo objectivo central da acumulação. Isto significa que, na busca incessante do lucro e da sua concentração, o capitalismo sobrevive na medida em que acumula e cresce.
A exploração do trabalho é a fonte primordial do lucro, no entanto, o trabalho enquanto dimensão do nicho ecológico do Homem, representa uma relação integralmente dialéctica com o meio, com a natureza e com os recursos. A natureza é, pois, o substrato do desenvolvimento, na medida em que é a fonte das matérias-primas que o trabalho transforma e a sociedade faz distribuir. A preservação dos recursos é, para o capitalismo, apenas importante na perspectiva de manter a possibilidade do crescimento do lucro. Logo, no sentido de dar cumprimento aos seus objectivos primordiais, o modelo capitalista produz mais para lucrar mais, independentemente do que isso significa na abundância ou esgotamento.
No Encontro Nacional do PCP “Por uma Escola Pública de qualidade e gratuita ao serviço do País e dos portugueses”, Jerónimo de Sousa afirmou que a crescente mercantilização da educação é uma realidade que não se pode dissociar das políticas neoliberais que têm vindo a ser implementadas no país, num quadro mais geral de subordinação do poder político ao poder económico.