«Eles agora vão morrer e não resta nenhuma esperança.» De facto, Nicola Sacco e Bartolomeo Vanzetti, dois italianos que partiram para os Estados Unidos da América em busca de trabalho e melhores condições de vida, morreram na cadeira eléctrica, em 1927, sete anos depois do crime de que foram acusados.
«Enquanto houver vida há esperança – respondeu o comunista.» Nos EUA e por todo o mundo, desencadearam-se intensas campanhas de solidariedade. Em Outubro de 1921, O Comunista, órgão do PCP, dava notícia dos «protestos, moções, telegramas contra o iníquo assassinato» que caíam sobre os consulados americanos.
«Sei que aqueles homens estão inocentes, e contudo têm de morrer. A minha fé na decência humana morrerá com eles.» A forma como decorreu o julgamento pôs em causa o sistema de justiça. O juiz, o governo, a universidade, todos alinharam pelos mesmos preconceitos contra os trabalhadores, contra socialistas, comunistas e anarquistas, contra imigrantes. Forjaram-se testemunhos e provas de forma a encaixarem na história, ao mesmo tempo que se desvalorizaram os argumentos da defesa.
«– A sua fé morre facilmente – disse o comunista.» Artistas de todo o mundo sensibilizaram-se com o caso, tanto na altura, envolvendo-se na campanha pela libertação de Sacco e Vanzetti, como depois, lembrando a injustiça da sentença e o laço que liga o destino desses dois homens aos trabalhadores de todo o mundo. Por isso, ainda hoje as figuras de Sacco e Vanzetti aparecem em peças de teatro, filmes, séries de televisão, músicas, pinturas, jogos de computador, e em livros, muitos livros.
«– Acha? A sua fé é mais forte? Onde reside a sua fé, senhor?» «– Nos trabalhadores da América – respondeu o comunista.» Um desses artistas foi Howard Fast, que publicou dezenas de livros mas se destacou sobretudo pelo seu papel incontornável na divulgação do romance histórico. Vários dos seus livros tiveram adaptações para o cinema, dos quais sobressai Spartacus, realizado por Stanley Kubrick e com interpretações de Kirk Douglas e Laurence Olivier. Também aí, Howard Fast mostra a universalidade da luta dos trabalhadores, onde todos são Spartacus.
«– E os trabalhadores… onde estão?» «– Em toda a parte.» Howard Fast, à semelhança de outros militantes comunistas americanos, foi chamado a depor perante o Comité das Actividades Anti-Americanas, onde se recusou a fornecer nomes, sendo por isso condenado a três meses de prisão. Foi, aliás, nesse período na prisão que escreveu Spartacus. Dois anos depois publicaria este A Paixão de Sacco e Vanzetti, que as Edições «Avante!» lançam agora na colecção Biblioteca Avante!. Neste livro, onde os personagens – à excepção de Sacco e Vanzetti, os seus familiares e Celestino Medeiros (um emigrante português que confessou o crime e foi também executado) – não têm nome, o leitor acompanha o dia da execução, o ânimo dos condenados, o medo dos carrascos, a confiança dos que lutam.
«–Os comunistas?» «– Não, os comunistas não. Os trabalhadores. E aqueles que assassinam Sacco e Vanzetti odeiam os comunistas somente porque sabem que os comunistas estão ligados com os trabalhadores.»
(sublinhados meus)
A história do movimento comunista está repleta de derrotas cujo exemplo e ensinamentos se constituíram como sementes de novos combates, vitoriosos.
Nos seus 95 anos de história, cerca de metade dos quais na situação de clandestinidade imposta pelo fascismo, o PCP conta com vários destes casos.
A revolta dos marinheiros de 8 de Setembro de 1936 é um deles: não venceu – e na verdade não podia ter vencido – mas o exemplo de heroísmo e generosidade dos jovens marinheiros cavou fundo na consciência de várias gerações de militantes comunistas e resistentes antifascistas. Ao mesmo tempo, a avaliação dos erros cometidos (que a direcção do PCP previra ainda antes da revolta, cuja eclosão procurou desencorajar por não estar enquadrada num amplo movimento de massas) permitiu ao Partido acumular experiência, factor indispensável ao seu desenvolvimento enquanto força política revolucionária.
Para compreender a origem da revolta e os motivos dos seus protagonistas é preciso compreender o panorama nacional e internacional que então se vivia e ter presente o prestígio de que o Partido gozava entre os marinheiros e os esforços da ditadura para lhe pôr fim: na sequência da reorganização do Partido iniciada em 1929 sob direcção de Bento Gonçalves foi criada três anos depois a Organização Revolucionária da Armada (ORA), que congregava as diferentes células do PCP na Marinha de Guerra e editava O Marinheiro Vermelho, órgão partidário clandestino de grande tiragem cuja influência se estendia a muitas embarcações militares – e muito para além delas. Rapidamente a ORA se tornaria na maior organização do Partido, chegando a ter perto de 20 por cento do total de militantes comunistas.
O PCP entregou as contas referentes ao ano de 2015 no Tribunal Constitucional (TC), cumprindo o Sistema Nacional de Contabilidade (SNC), com a devida adaptação à realidade dos partidos e à Lei do Financiamento dos Partidos Políticos e Campanhas Eleitorais.
Com as contas consolidadas, foram entregues, tal como a Lei determina, como anexos, as contas dos grupos parlamentares da Assembleia da República e das Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores, e ainda a lista discriminada do Património do Partido (bens móveis e imóveis), a lista discriminada das receitas e despesas da actividade de angariação de fundos e o respectivo resultado, a lista de donativos, a lista de acções de propaganda política e respectivos meios e cópias do extractos bancários.
Camarada é uma palavra bonita. Sempre. E assume particular beleza e significado quando utilizada pelos militantes comunistas.
O camarada é o companheiro de luta - da luta de todos os dias, à qual dá o conteúdo de futuro, transformador e revolucionário que está na razão da existência de qualquer partido comunista.
O camarada é aquele que, na base de uma específica e concreta opção política, ideológica, de classe, tomou partido - e que sabe que o seu lugar é o do seu partido, que a sua ideologia é a da classe pela qual optou.
O camarada é aquele com cujo apoio solidário contamos em todos os momentos - seja qual for o ponto da trincheira que ocupemos e sejam quais forem as dificuldades e os perigos com que deparamos.
O camarada é aquele que nos ajuda a superar as falhas e os erros individuais - criticando-nos com uma severidade do tamanho da fraternidade contida nessa crítica.
O camarada é aquele que, olhando à sua volta, não vê espelhos…: vê o colectivo - e sabe que, sem ter perdido a sua individualidade, integra uma outra nova e criativa individualidade, soma de múltiplas individualidades.
O camarada é aquele que, vendo a sua opinião minoritária ou isolada, mas julgando-a certa, não desiste de lutar por ela - e que trava essa luta no espaço exacto em que ela deve ser travada: o espaço democrático, amplo, fraterno e solidário, da camaradagem.
O camarada é aquele que, tão naturalmente como respira, faz da fraternidade um caminho, uma maneira de ser e de estar - e que, por isso mesmo, não necessita de a apregoar e jamais a invoca em vão.
O camarada é aquele que olhamos nos olhos sabendo, de antemão, que lá iremos encontrar solicitude, camaradagem, lealdade - e sabemos que esse olhar é uma fonte de força revolucionária.
O camarada é aquele a cuja porta não necessitamos de bater - porque a sabemos sempre aberta à camaradagem.
O camarada é aquele que jamais hesita entre o amigo e o inimigo – seja qual for a situação, seja qual for o erro cometido pelo amigo, seja qual for a razão do inimigo.
O camarada é o que traz consigo, sempre, a palavra amiga, a voz fraterna, o sorriso solidário - e que sabe que a amizade, a fraternidade, a solidariedade, são valores humanos intrínsecos ao ideal comunista.
O camarada é aquele que é revolucionário - e que não desiste de o ser mesmo que todos os dias lhe digam que o tempo que vivemos é coveiro das revoluções.
Camarada é uma palavra bonita - é uma palavra colectiva: é tu, eu, nós: é o Partido. O nosso. O Partido Comunista Português.
José Casanova - jornal «Avante!», Edição Nº1490, 20-06-2002
Desde o início deste ano já se juntaram ao PCP 1 100 novos camaradas, mais de metade com menos de quarenta anos e um grande e significativo número de mulheres, 37% do total!
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Álvaro Cunhal, António Dias Lourenço, Sérgio Vilarigues, Fernando Blanqui Teixeira
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Martinho Baptista. Operário. 56 anos de idade.
Membro do Comité Central do PCP. Responsável no plano do Comité Central pela Organização da Região Autónoma dos Açores.
Miguel Madeira. Empregado. 34 anos de idade.
Membro do Comité Central do PCP. Responsável directo pela Organização Regional de Beja.
Octávio Augusto. Operário. 51 anos de idade.
Membro da Comissão Política do Comité Central. Em termos de Comissão Política, é responsável pela Organização Regional de Santarém. No plano da Comissão Política é responsável pelas questões do Desporto.
Patrícia Machado. Licenciada em Animação Socio-Educativa. 34 anos de idade.
Membro da Comissão Política do Comité Central. Em termos de Comissão Política, é responsável pelas Organizações Regionais de Guarda e Castelo Branco.
Paulo Raimundo. Operário. 36 anos de idade.
Membro da Comissão Política do Comité Central. No plano da Comissão Política é responsável pelas seguintes Áreas de Trabalho e intervenção política: Área da Juventude. No plano da Comissão Política é responsável pela ligação à JCP no quadro da área da Juventude e pelos sectores e empresas de âmbito pluridistrital e nacional.
Pedro Guerreiro. Psicólogo. 46 anos de idade.
Membro do Secretariado do Comité Central. No âmbito do Secretariado é responsável pela Secção Internacional.
Rui Fernandes. Empregado. 52 anos de idade.
Membro da Comissão Política do Comité Central. No plano da Comissão Política é responsável pelas seguintes Áreas de Trabalho e intervenção política: Área dos Assuntos Constitucionais, da Justiça e da Administração Interna e Área da Defesa Nacional. No plano da Comissão Política é responsável pelas questões da Emigração e da Imigração.
Vasco Cardoso. Licenciado em Gestão. 35 anos de idade.
Membro da Comissão Política do Comité Central. Em termos de Comissão Política, é responsável pela Organização Regional de Algarve. No plano da Comissão Política é responsável pelas seguintes Áreas de Trabalho e intervenção política: Área da Economia.
Vladimiro Vale. Engenheiro Técnico de Produção Animal. 39 anos de idade.
Membro da Comissão Política do Comité Central. Em termos de Comissão Política, é responsável pela Organização Regional de Coimbra. No plano da Comissão Política é responsável pelas seguintes Áreas de Trabalho e intervenção política: Área do Ambiente.
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José Capucho. Empregado. 54 anos de idade.
Membro do Secretariado do Comité Central. Membro da Comissão Central de Quadros e da Comissão Administrativa e Financeira. Em termos de Secretariado, acompanha a Organização Regional de Setúbal.
José Casanova. Operário. 73 anos de idade.
Membro do Comité Central do PCP. Responsável directo pela área das questões da Cultura, Artes e Letras. Director do jornal «Avante!».
Luisa Araújo. Empregada. 65 anos de idade.
Membro do Secretariado do Comité Central. Membro da Comissão Central de Quadros. Em termos de Secretariado, acompanha as Organizações Regionais de Évora, Beja, Portalegre, Litoral Alentejano e a Direcção Regional do Alentejo.
Manuel Valente. Serralheiro Civil. 55 anos de idade.
Membro do Comité Central do PCP. Responsável directo pela Organização Regional do Litoral Alentejano.
Margarida Botelho. Licenciada em Ciências da Comunicação. 36 anos de idade.
Membro da Comissão Política do Comité Central. Em termos de Comissão Política, é responsável pela Organização Regional de Setúbal.
Maria Adelaide Alves. Empregada. 57 anos de idade.
Membro do Comité Central do PCP. Responsável directo pela Organização Regional de Leiria.
Maria Fernanda Mateus. Operária Têxtil. 53 anos de idade.
Membro da Comissão Política do Comité Central. No plano da Comissão Política é responsável pelas seguintes Áreas de Trabalho e intervenção política: Área para os Assuntos Sociais e Área para a Luta e o Movimento das Mulheres.
Manuela Bernardino. Intelectual. 69 anos de idade.
Membro do Secretariado do Comité Central. Membro da Comissão Central de Quadros. Em termos de Secretariado, acompanha a Organização Regional de Leiria. No âmbito do Secretariado é responsável pelo Organismo do Trabalho dos Deputados do PCP no Parlamento Europeu.
Manuela Pinto Ângelo. Intelectual. 59 anos de idade.
Membro do Secretariado do Comité Central. Membro da Comissão Administrativa e Financeira. Em termos de Secretariado, acompanha as Organizações Regionais de Santarém, Algarve e Direcção da Organização da Emigração. No âmbito do Secretariado é responsável pelo jornal «Avante!».
Maria Rosa Rabiais. Empregada. 60 anos de idade.
Membro do Comité Central do PCP. Membro da Comissão Central de Quadros. Responsável directo pela Organização da Emigração e pela área das questões da Imigração.
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Francisco Lopes. Operário. 57 anos de idade.
Membro da Comissão Política e do Secretariado do Comité Central. No plano da Comissão Política é responsável pelas seguintes Áreas de Trabalho e intervenção política: Área do Movimento Operário, Sindical e das Questões Laborais. Em termos de Secretariado, acompanha a Organização Regional de Lisboa. No âmbito do Secretariado é responsável pelo Gabinete e Comissão de Organização e pelo Grupo Parlamentar da Assembleia da República.
Jaime Toga. Intelectual. 34 anos de idade.
Membro da Comissão Política do Comité Central. Em termos de Comissão Política, é responsável pelas Organizações Regionais de Porto, Vila Real e Bragança.
Jerónimo de Sousa. Operário Metalúrgico. 65 anos de idade.
Membro da Comissão Política e do Secretariado do Comité Central. Secretário-Geral. No plano da Comissão Política é responsável pelo jornal «Avante!».
João Abreu. Operário da Construção Civil. 56 anos de idade.
Membro do Comité Central do PCP. Responsável directo pela Organização Regional de Viseu.
João Dias Coelho. Empregado. 57 anos de idade.
Membro da Comissão Política do Comité Central. Em termos de Comissão Política, é responsável pela Organização Regional do Alentejo.
João Frazão. Intelectual. 41 anos de idade.
Membro da Comissão Política do Comité Central. Em termos de Comissão Política, é responsável pelas Organizações Regionais de Braga e Viana do Castelo. No plano da Comissão Política é responsável pelas questões da Agricultura.
João Pauzinho. Empregado. 38 anos de idade.
Membro do Comité Central do PCP. Responsável directo pela Organização Regional de Évora.
Jorge Cordeiro. Empregado. 59 anos de idade.
Membro da Comissão Política e do Secretariado do Comité Central. Em termos de Secretariado, acompanha as Organizações das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira. No plano da Comissão Política é responsável pelas seguintes Áreas de Trabalho e intervenção política: Área do Trabalho Autárquico, do Movimento Associativo e do Desporto e Área da Comunicação. No âmbito do Secretariado é responsável pelo Departamento de Propaganda e Gabinete de Imprensa.
Jorge Humberto. Operário. 51 anos de idade.
Membro do Comité Central do PCP. Responsável directo pela Organização Regional de Vila Real.
Jorge Pires. Operário Químico. 59 anos de idade.
Membro da Comissão Política do Comité Central. No plano da Comissão Política é responsável pelas seguintes Áreas de Trabalho e intervenção política: Área dos Serviços Públicos e Defesa do Consumidor, Área da Saúde, Área da Educação, Ciência e Tecnologia e Área da Cultura.
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Agostinho Lopes. Engenheiro. 68 anos de idade.
Membro do Comité Central do PCP. Responsável directo pela área das questões económicas e pela Comissão das Actividades Económicas, envolvendo designadamente PMEs, Movimento Cooperativo, Turismo e Pescas.
Albano Nunes. Intelectual. 71 anos de idade.
Membro do Secretariado do Comité Central. Membro da Comissão Central de Quadros. Em termos de Secretariado, acompanha as Organizações Regionais de Porto, Braga, Viana do Castelo, Vila Real e Bragança. Director da revista «O Militante».
Alexandre Araújo. Intelectual. 40 anos de idade.
Membro do Secretariado do Comité Central. Membro da Comissão Administrativa e Financeira. Em termos de Secretariado, acompanha as Organizações Regionais de Coimbra, Aveiro, Viseu, Guarda e Castelo Branco. Responsável pelo Secretariado da Festa do «Avante!».
Ângelo Alves. Intelectual. 41 anos de idade.
Membro da Comissão Política do Comité Central. Em termos de Comissão Política, é responsável pela Organização Regional de Leiria. No plano da Comissão Política é responsável pelas seguintes Áreas de Trabalho e intervenção política: Área da Integração Europeia e Área dos Assuntos Internacionais e da Política Externa.
Armindo Miranda. Empregado. 59 anos de idade.
Membro da Comissão Política do Comité Central. Em termos de Comissão Política, é responsável pela Organização Regional de Lisboa.
Bernardino Soares. Licenciado em Direito. 41 anos de idade.
Membro da Comissão Política do Comité Central. Responsável a nível da Comissão Política pelo Grupo Parlamentar da Assembleia da República.
Carlos Gonçalves. Empregado. 61 anos de idade.
Membro da Comissão Política do Comité Central. Em termos de Comissão Política, é responsável pelas Organizações Regionais de Aveiro e Viseu. No plano da Comissão Política é responsável pelas questões da Toxicodependência.
Edgar Silva. Licenciado em Teologia pela Universidade Católica Portuguesa. 50 anos de idade.
Membro do Comité Central do PCP. Responsável no plano do Comité Central pela Organização da Região Autónoma da Madeira.
Fernando Carmosino. Empregado. 57 anos de idade.
Membro do Comité Central do PCP. Responsável directo pela Organização Regional de Portalegre.
Filipe Vintém. Intelectual. 32 anos de idade.
Membro do Comité Central do PCP. Responsável directo pela Organização Regional de Viana do Castelo.
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A pouco mais de um mês da realização do XIX Congresso do PCP, Jerónimo de Sousa fala das propostas de alteração ao Programa, de algumas das ideias centrais patentes nas Teses e do reforço do Partido. Este não será «um congresso como outros», salientou, manifestando a sua confiança no colectivo partidário, que saberá encontrar forças para levar por diante as imensas tarefas que tem pela frente.
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Biblioteca-Museu República e Resistência/Espaço Grandella
Estrada de Benfica, 419
Telefone: 21 771 23 10
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«O Render dos Ideais» – José Manuel Jara
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Com a presença do autor e de Luis Gomes - membro do Grupo de Estudos Marxistas
«Sendo feita de confrontações ideológicas a substâncias deste livro, é de justiça assinalar o seu contributo valioso, forçosamente não exaustivo, para a compreensão crítica de fenómenos como o percurso biográfico de antigos militantes do PCP, uns mais destacados do que outros, a seguir ao abandono, ou no processo de abandono, da sua condição de comunistas»
Eduardo Chitas - no prefácio
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SEGREDO - Um filme de José Edgar Feldman
Para Ver e Ouvir:
O Segredo 1/4 - 2/4 - 3/4 - 4/4 (Vídeos)
«António Dias Lourenço, relembra os anos de encarceramento no Forte de Peniche, durante a ditadura fascista em Portugal, focando-se no episódio da sua evasão em 1954.
António Dias Lourenço, hoje com 94 anos, comunista, relembra os anos de encarceramento no Forte de Peniche, durante a ditadura fascista em Portugal, focando-se no episódio da sua evasão em 1954. É essa fuga, de uma coragem física notável, que o filme pretende mostrar. Percorrendo a velha cadeia de alta segurança e o que resta do antigo edifício, Dias Lourenço evoca as peripécias pelas quais passou para se evadir e mostra algumas das salas onde ele e os seus camaradas viviam diariamente. Foi depois de ter sido castigado a um mês de “segredo” (um cubículo sem luz destinado às piores reprimendas) que resolveu engendrar uma das mais bem sucedidas e espectaculares fugas.
Prémio Tóbis para o melhor documentário português de curta-metragem "DocLisboa 2008".»
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(...)
Quando entrou no quarto, o seu refúgio, atirou-se para cima da cama, satisfeito. Ainda desta vez, escapara! Apesar de haver perdido a noite anterior, não tinha sono; apenas lhe doíam os pés, com certeza cheios de bolhas rebentadas sob as meias coladas à carne, como de costume. Há três meses naquela tarefa — ir buscar o material de propaganda, distribuí-lo —, ainda não calejara os pés, como os outros camaradas, que aguentavam muitos quilómetros. «É verdade! Há três meses que mergulhara na vida clandestina! Noventa dias de luta, fugido aos esbirros fascistas, partilhando dum lar estranho, embora amigo, ali no quarto estreito que era todo o seu mundo de repouso, de estudo e de sonho, às vezes. Gostava bem daquele quarto de tecto baixo e paredes manchadas pela humidade, com a cama de ferro a um lado, sem colcha; uma mesa tosca, no outro, além da mala; e uma janela que dava para as traseiras dos prédios, mas da qual se via, ao fundo, uma nesga do rio.
De tarde, quando o sol emprestava reflexos de espelho aos vidros sujos ou partidos das traseiras, à hora em que os inquilinos regressavam do trabalho, pejando as ruas da cidade, Abel encostava-se ao peitoril da sua janela e ficava-se a partilhar da vida alegre ou triste dos vizinhos. Os homens, em mangas de camisa, entretinham-se a consertar velhas capoeiras, ou regavam com desvelo uma nespereira raquítica que nunca daria frutos, enquanto as mulheres punham a mesa nas estreitas varandas, se havia bom tempo, e os cachopos saltitavam como pássaros famintos.
Gostavam dele, os cachopos. De longe, mostravam-lhe os tristes brinquedos, atiravam-lhe beijos e tiros imaginários; e ele retribuía com momices que os sufocavam de riso. Também nada o desesperava tanto como ouvir à noite, de repente, entre falas azedas, o choro agudo de uma criança. Assomava então à janela e tentava adivinhar o que se passava para além da escuridão. Certa vez, increpou mesmo uma vizinha que batia na Luisinha, uma garota loira que se parecia com a irmã dele, a mais nova.
— Para que bate assim na menina? Se calhar, ela tem alguma dor, e é por isso que esperneia. Deixe-a.
A voz saiu-lhe áspera, e a mulher ripostou: — Quem é você para me dar leis? Ora o fúfia! Meta-se na sua vida.
Quem era?... A bem dizer: ninguém. E a sua vida era a de todos os proletários do seu país, de todos os famintos de pão e de justiça; era a vida também daquela mulher desesperada, sabia-se lá porquê. Miséria, está bem de ver. «Ah! mas um dia... uma certa manhã de sol radioso... sim, de sol...»
(...)
Extracto do conto «Refúgio perdido», de Soeiro Pereira Gomes, dedicado «Ao camarada João, que inspirou este conto». «João» era o pseudónimo usado na clandestinidade por António Dias Lourenço
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Passei dezenas de anos a ler e ouvir que o Comité Central do Partido Comunista Cortuguês e os seus organismos executivos (Secretariado, Comissão Política e Comissão Central de Controlo) «obrigavam» todos os militantes do PCP a cumprir as suas orientações. E ai de quem não obedecesse, diziam e escreviam...
Agora a moda é outra: o PCP e os seus organismos dirigentes são responsabilizados por afirmações, mais ou menos avulsas, mais ou menos discutíveis, de alguns militantes seus. Refira-se que tal critério, estranhamente, não se aplica a qualquer outro partido. Mais uma originalidade nascida na blogosfera...
Como parece haver quem não saiba, nem procure saber, «quem é quem» no PCP, no 1º parágrafo ficaram as respectivas hiperligações. (podem constatar pela enésima vez que não sou, nem nunca fui, membro do Comité Central do PCP...)
Mais uma originalidade de alguns comentadores, jornalistas e analistas.
grupos económicos e financeiros
A
Arquivo «O Militante» Clandestino
Associação Conquistas da Revolução
B
Biblioteca Nacional de Portugal
C
Cité Nationale de l'Histoire de l'Immigration
Comissão Concelhia de Viseu do PCP
Confederação Nacional da Agricultura
CUBA - uma espinha cravada na garganta do Império
D
Digital National Security Archive
2013 - Centenário de Álvaro Cunhal
E
F
G
H
Hoje Há Conquilhas, Amanhã Não Sabemos
I
Instituto dos Museus e da Conservação
J
Juventude Comunista Portuguesa
K
L
M
N
O
Organização Regional de Viseu do PCP
P
Partido pelo Socialismo e Libertação
Penalva do Castelo: Uma Terra, Um Lugar
Q
Question of Palestine at the U.N.
R
Red de Redes En Defensa de la Humanidad
Revista Comunista Internacional
S
T
U
V
W
X
Y
Yosmary... ¡Venezuela Socialista!
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