«Nem as brutalidades, nem as sevícias, nem as torturas me obrigaram alguma vez a pedir clemência, porque prefiro morrer de cabeça erguida, com fé inquebrantável e confiança profunda no destino do meu país, do que viver na submissão e no desprezo pelos princípios sagrados. A História dirá um dia a sua palavra; não a história que é ensinada nas Nações Unidas, em Washington, Paris ou Bruxelas, mas a que será ensinada nos países libertados do colonialismo e dos seus fantoches.»
As palavras são de Patrice Lumumba, herói da luta anticolonial e primeiro chefe do governo da República do Congo, antiga colónia belga que conquistou a independência a 30 de Junho de 1960.
Apenas dois meses depois, como veio a revelar uma comissão do Senado norte-americano em meados da década de setenta, a CIA organizou uma conspiração com militares golpistas comandados pelo coronel Mobutu com o «objectivo urgente e prioritário» de assassinar Lumumba, considerado «um perigo grave» para os EUA.
Mobutu viria a assumir mais tarde a liderança do país, rebaptizado como Zaire, implantando uma ditadura sangrenta onde reinou despoticamente até 1997, como um fantoche dos Estados Unidos e das potências ocidentais.
Lumumba foi preso em Novembro e barbaramente torturado e assassinado a 17 de Janeiro de 1961.
«Ni brutalités, ni sévices, ni tortures ne m’ont jamais amené à demander la grâce, car je préfère mourir la tête haute, la foi inébranlable et la confiance profonde dans la destinée de mon pays, plutôt que vivre dans la soumission et le mépris des principes sacrés. L’histoire dira un jour son mot, mais ce ne sera pas l’histoire qu’on enseignera à Bruxelles, Washington, Paris ou aux Nations Unies, mais celle qu’on enseignera dans les pays affranchis du colonialisme et de ses fantoches.»
Patrice Émery Lumumba (né le 2 juillet 1925 à Onalua, Congo belge - assassiné le 17 janvier 1961 au Katanga) est le premier premier ministre du Congo (de nos jours République démocratique du Congo) de juin à septembre 1960. Il est une des principales figures de l'indépendance du Congo.
Com exemplos concretos da pequena história do período revolucionário, Mário Soares voltou a demonstrar a sua empatia por Frank Carlucci, que no Outono de 1974 chegou a Portugal como embaixador dos EUA.
«Um tipo pequenino, vivo. Um típico mafioso italiano!», contou, recordando o momento em que se conheceram.
During the turbulent years after its 1974 revolution, U.S. Ambassador Frank Carlucci and Portuguese Prime Minister Mario Soares spent countless hours advancing the cause of democracy and human rights for the people of, often meeting in “the Crow’s Nest,” a room at the very top of the Ambassador’s official residence in Lisbon.
[Durante os anos turbulentos depois da revolução de 1974 o Embaixador dos EUA Frank Carlucci e o Primeiro Ministro Mário Soares gastaram horas sem conta a tratar da causa da democracia e dos direitos humanos para o povo numa pequena sala, conhecida como "o ninho do corvo", situada mesmo no cimo da residência oficial do Embaixador em Lisboa.]
Serviu o Departamento de Estado de 1957 a 1969, sempre em situações controversas. África do Sul, Congo (golpe de estado), Zanzibar (golpe de estado) e Brasil (golpe de estado) foram os seus destinos.
De 1969 a 1975 andou pela área económica e social das Administrações de Nixon e Ford.
O Departamento de Estado chama-o expressamente para mais uma situação complexa, como embaixador em Portugal de 1975 a 1978. A sua «actuação» no nosso país valeu-lhe sair directamente para vice-director da CIA onde permaneceu até 1981. No que constituiu, sublinhe-se, um «movimento diplomático» inédito. Antes e depois.
Seguiu-se o Departamento de Defesa, onde foi adjunto do Secretário de Defesa Caspar Weinberger até 1983.
Saída para os negócios privados para regressar em 1986 para a Casa Branca como Conselheiro Nacional de Segurança e em 1987 como Secretário de Defesa de Reagan.
Desde que abandonou o Pentágono em 1989 Frank Carlucci enveredou pelos negócios privados. Permaneceu no grupo Carlyle, onde chegou a Presidente, até 2005.
Tem interesses económicos nas seguintes empresas: General Dynamics, Westinghouse, Ashland Oil, Neurogen, CB Commercial Real Estate, Nortel, BDM International, Quaker Oats e Kaman.
«Patrice Lumumba was the first Prime Minister of the newly independent African state, The Congo. To fellow Africans he was a hero - the man who had won his country's independence from the Belgians. But for the secret services of the western powers he was a threat. It was at the height of the Cold War, and Congo was vital to Western interests because of its vast mineral resources. CIA agent Larry Devlin received 100,000 dollars from the Agency along with telegraphed instructions to make the "elimination of Lumumba" the "priority goal" of his covert action. Within months of becoming Prime Minister, Lumumba was ousted by an army coup, inspired by the West. In early December, 1960, Patrice Lumumba and two of his Ministers were killed by members of the Belgian Secret Service. None of the murderers - or the men behind them - has ever been indicted, but Lumumba's voice still echoes throughout Africa today.»