Qualquer jornalista com uma réstia de brio profissional que sobreviva à voz de comando dos donos poderia investigar as razões pelas quais o drama do pequeno Omron mereceu destaque especial entre a torrente de episódios semelhantes. Bastar-lhe-iam um pouco de curiosidade profissional e algumas horas de trabalho.
O que aprenderia então esse jornalista?
Que, na altura em que foi tirada a fotografia e captado o vídeo, a criança não estava a ser socorrida por profissionais de saúde mas sim nas mãos de uma dita «organização não-governamental», a White Helmets (escudos brancos), uma das muitas entidades por esse mundo fora, neste caso na ocupada cidade de Alepo, que servem de cobertura a actividades da CIA, dos serviços britânicos de espionagem MI6 e dos seus congéneres holandeses IDB.
Que a White Helmets é um braço de uma empresa designada Innovative Comunications & Strategies (InCoStrad), com escritórios em Washington e Istambul, uma agência de comunicação e propaganda do MI6 e da NATO criada para o conflito sírio. Esta empresa é autora, por exemplo, dos logotipos da maior parte dos bandos de mercenários e grupos terroristas em acção na Síria, dos «moderados» ao próprio Estado Islâmico, ou Daesh, ou Isis.
Que o oportuno autor do instantâneo foi Mahmoud Raslan (Rslan, grafia usada na sua página de Facebook), um jihadista simpatizante do Estado Islâmico, membro do grupo terrorista «moderado» Harakat Nour Din al-Zenki, protegido pela Turquia e que foi um dos contemplados pela CIA com armas antitanque BGM-71.
Que o Mahmoud Raslan e o seu grupo são realmente amigos de crianças. Há pouco mais de um mês, em 16 de Julho, o «fotógrafo» e membros do seu grupo terrorista promoveram uma cerimónia de sangue na qual foi decapitado na caixa traseira de uma camioneta vermelha, em pequenos e sincopados golpes de arma branca, o garoto palestiniano Abdullah Tayseer al-Issa, de 12 anos. Fora «julgado» e «condenado» pelos «moderados» de Raslan por pertencer supostamente às «Brigadas Al-Quds». A cabeça ensanguentada da criança foi depois exibida efusivamente, como histórico troféu, cena documentada em vídeos que qualquer pessoa – nem precisa de ser jornalista – descobrirá em rede, se tiver estômago para tal.
«Umha cidade vazia e com a hotelaria abaixo da ocupaçom de qualquer fim de semana foi a paisagem deste sábado em Compostela. Ninguém viu as 200.000 pessoas garantidas pola Junta e a Cámara Municipal. (...)»
«Desde 1980 al 2007, el número de católicos practicantes ha bajado del 33,8 al 18,7% // La religiosidad de las mujeres está 15 puntos por encima de la de los hombres.»
«No es exactamente un viaje a tierra infiel, pero la España que visitará a partir del sábado el papa Benedicto XVI ya no tiene nada que ver con el bastión católico que fue durante siglos. Todas las encuestas del Centro de Investigaciones Sociológicas (CIS) realizadas desde su visita de 2006 muestran que se ha acelerado ladesafección de los ciudadanos hacia el catolicismo y muy particularmente entre los jóvenes. La España que pisará Benedicto XVI es la menos católica de la historia.»
«El Papa propone "reevangelizar" España ante el auge de un anticlericalismo que le recuerda el de la Segunda República. (...) Denunció el Papa la existencia en España de un "laicismo agresivo" que llegó a comparar con el "anticlericalismo fuerte y agresivo como lo vivimos en los años 30".»
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Rolam dias iguais a todos os dias; o Outono chega, cavalgando o vento. E Gineto mantém a mesma fé de quando entrou na prisão.
Através da cela, ouve tropel de cavalos e alarido de muito povo, a entrecortar um sussurro distante, confuso, de música e tiros e vozes... É a Feira. Gineto anima-se, crente de que os companheiros virão buscá-lo neste dia de festa, trazendo Rosete com eles. Encosta a face às grades, espera o regresso à vida livre.
Uma voz canta, mesmo por baixo da janela, uma canção que ele ouviu, certa tarde, no alto do Mirante. Ele grita:
— Gaitinhas! Tou aqui, Gaitinhas!
Mas a voz afasta-se. Gaitinhas-cantor vai com o Saguí correr os caminhos do mundo, à procura do pai. E, quando o encontrar, virá então dar liberdade ao Gineto e mandar para a escola aquela malta dos telhais — moços que parecem homens e nunca foram meninos.
«Para os filhos dos homens que nunca foram meninos, escrevi este livro»
(...)
A sua obra de escritor é curta, mas valiosa e significativa. A par dos «Contos Vermelhos», em que narra episódios da vida e da luta clandestina, e do romance «Engrenagem», inspirado pela sua experiência na Cimento Tejo, a sua afirmação como romancista revela-se com «Esteiros» escrito e editado antes de passar à clandestinidade.
«Esteiros» é uma comovente história da vida de crianças que (como ele escreveu) «nunca foram meninos». Uma história de trabalho infantil; de miséria; de picardias, de audácia e aventuras, transbordando qualquer coisa de heróico na vida dessas crianças.
«Esteiros» foi desde logo considerado e reconhecido como uma pequena obras prima. Pediu-me que a ilustrasse e assim fiz, certo porém de que os modestos desenhos não eram dignos do valor da obra literária. Observação atenta da vida, «Esteiros» é um romance de profundos sentimentos de amor e ternura pelas crianças e transmite (sem o explicitar) a indignação pela exploração e miséria de que são vítimas.
Este romance traduz (não em termos de análise política, mas com igual força de expressão e convencimento) o humanismo dos ideais e da luta dos comunistas.
O problema é que o diabo (!!!...) da Instrução está em inglês... Senhor Cardeal Patriarca, não podia fazer o favor de traduzir este texto para poder ser lido pelo seu rebanho? Prometendo este, o seu rebanho, que guarda a mais estrita confidencialidade, sob pena de excumunhão, claro.-
Entretanto, e como não há pachorra, aqui vai em inglês (os negritos não estão no original):
A expressão em Latim «crimen sollicitationis» refere-se a um avanço sexual feito antes, durante ou
imediatamente após a administração (mesmo simulada) do Sacramento da Penitência (Confissão)
-
Mais adiante, vem a definição de crimen pessimum em que se equipara os «actos obscenos» com pessoas do mesmo sexo com os «actos obscenos» com crianças pré-adolescentes (impúberes) de ambos os sexos e com animais:
«Segundo a BBC, que ontem divulgou a existência desta cartilha num programa televisivo intitulado Crimes sexuais e o Vaticano, o documento de 39 páginas, escrito em latim em 1962 e distribuído pelos bispos católicos de todo o mundo, impõe um pacto de silêncio entre a vítima menor, o padre que é acusado do crime e quaisquer testemunhas ou pessoas a par do ocorrido. Quem quebrasse esse pacto seria excomungado pela Igreja Católica.
Crimen Sollicitationis terá sido mantido no segredo da hierarquia católica durante todos estes anos, marcado como altamente confidencial. Fornece elementos detalhados, segundo a BBC, sobre como proceder em caso de "crime de solicitação de actos obscenos, por palavra ou gestos, no quadro da confissão" - mas também sempre que se verifique "qualquer acto obsceno externo (...) com crianças de ambos os sexos". Os críticos garantem que o documento servia apenas para evitar a eficácia de qualquer acusação judicial por crimes sexuais - e também para silenciar as vítimas.»
«In his capacity as Prefect, Ratzinger's 2001 letter “Crimen Sollicitationis” which clarified the confidentiality of internal Church investigations into accusations made against priests of certain crimes, including sexual abuse, became a target of controversy during the sex abuse scandal. While bishops hold the secrecy pertained only internally, and did not preclude investigation by civil law enforcement, the letter was often seen as promoting a coverup.»
«Esta tipologia criminal (secção II do Capítulo V do Código Penal) está elencada em cinco categorias: Abuso Sexual de Crianças, Abuso Sexual de Menores Dependentes, Actos Sexuais com Adolescentes, Actos Homossexuais com Adolescentes e Lenocínio e Tráfico de Menores.»
Para esclarecimento (incompleto) do Senhor Cardeal Patriarca e de todo o clero é importante lembrar o Artigo 367º (Favorecimento pessoal) do referido Código Penal:
«Quem, total ou parcialmente, impedir, frustrar ou iludir actividade probatória ou preventiva de autoridade competente, com intenção ou com consciência de evitar que outra pessoa, que praticou um crime, seja submetida a pena ou medida de segurança, é punido com pena de prisão até 3 anos ou com pena de multa.»
Ouviram «a maior parte das situações que são referidas são de há 20 anos, de há 30 anos»? Desculpe a franqueza, sr. bispo, mas as suas palavras mostram que, nesta matéria, a Igreja Católica continua a mentir e não ter vergonha nenhuma.
Nas seguintes declarações à LUSA o bispo persiste:
«A maior parte das situações é de há 30 ou 40 anos», ressalva D. Carlos Azevedo. Mas, sr. bispo, só em 2007 há, pelo menos, seis padres denunciados:
MP indiciou 10 padres por pedofilia entre 2003 e 2007 O estudo ‘Abusadores Sexuais – Uma perspectiva Neuropsicológica’ revela que entre 2003 e 2007 podem ter sido cometidos 10 crimes de pedofilia por padres, em Portugal. É este o número de sacerdotes indiciados pelo Ministério Público nesse período, revelado pela edição de hoje do i (...) O número é apontado por um estudo de Nuno Pombo, da Policia Judiciária (PJ), que investigou os 5128 casos denunciados nesses cinco anos. (...) Se em 2004 não há registo de qualquer denúncia relativa a padres, 2007 é o ano em que foram indiciados mais sacerdotes: seis.
E o Vaticano está metido até ao pescoço no encobrimento desta porcaria, desde o papa Wojtila (João Paulo II), pelo menos, com o total envolvimento do actual papa Ratzinger (Bento XVI). E são estes dois que muita gente quer fazer passar por santos! Isto vem tudo no documentário do programa Panorama BBC de 2006:
A frase do título constitui um pensamento melancólico de dia de Natal ao ouvir as notícias. Bem se sabe que Deus está lá nas alturas e que a pedofilia é muito rasteirinha mas que diabo!...
Bem, o título está um pouco sensacionalista mas temos que nos bater pelas audiências!... Praticamos um «jornalismo» isento e moderno. E chique!
A frase (quase) completa é:
«I think of those in ... and some of the ... who have to face these facts from their past which instinctively and quite naturally they'd rather not look at. That takes courage, and also we shouldn't forget that this account today will also overshadow all of the good that they also did».
Quem disse esta frase não foi o Diácono Remédios.
Aqueles que seguem religiosamente este blogue, como é a obrigação de todos os bons portugueses, e nem precisam de ser do Benfica, sabem, com certeza, a resposta. Ou será que não têm lido com atenção? Vá lá, confessem...