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O CASTENDO

TERRAS DE PENALVA ONDE «A LIBERDADE É A COMPREENSÃO DA NECESSIDADE»

O CASTENDO

TERRAS DE PENALVA ONDE «A LIBERDADE É A COMPREENSÃO DA NECESSIDADE»

«Não podiam trabalhar com fome»

«A greve andava-se a formar, tinha-se falado e a gente falava a este e àquele. (…) Nessa altura já era muito vigiado na mina. (…) Eu já sabia, cheguei à mina e andavam alguns cá fora e eu perguntei: O que é que se passa? E responderam – É greve, é fome. E eu disse: – Então se é fome, eu também tenho fome, até nem almocei, e sentei-me a conversar.»

 

A descoberta de carvão nos finais do século XVIII em S. Pedro da Cova provocou profundas alterações no quotidiano de uma população que vivia e dependia essencialmente da agricultura. Com o início da exploração mineira, S. Pedro da Cova transformou-se num centro industrial de grande importância à escala regional, para onde se deslocaram trabalhadores provenientes de todo o País. Neste importante complexo industrial mineiro chegou a extrair-se, durante a década de 30 do século XX, 70 por cento da produção nacional de carvão.

A exploração das minas de carvão manteve-se como a principal actividade da freguesia até o limiar da década de 70 do século passado e, apesar do seu encerramento há já mais de quatro décadas, ainda hoje a freguesia é marcada pela extracção do carvão e pela vida sofrida de mineiros e suas famílias.

Se a memória que hoje predomina na população desta terra nos remete para as duras condições de trabalho, os acidentes, as mortes, ou a manutenção até quase ao encerramento das minas de relações sociais que fazem lembrar a sociedade feudal, também a resistência e a luta dos mineiros por melhores condições de vida e de trabalho é a memória que este povo escolheu como sua.

A mobilização

(...)

O facto de as minas de São Pedro da Cova estarem mobilizadas pelo Ministério da Guerra é fundamental para a compreensão da greve de 1946, já que, desde 1943, um Delegado do referido Ministério (Capitão Miranda) controlava todas as movimentações dos operários.

As condições de trabalho

(...)

Os relatos e depoimentos dos mineiros não precisam de ser ficcionados para os considerarmos como «trágicos» no que toca à caracterização do trabalho no interior das minas. Também as precárias condições de segurança em que labutavam estes trabalhadores originavam graves acidentes de trabalho, significando nalguns casos a própria morte. Um relatório estatístico referente a 1939 indica-nos que nesse ano foram contabilizadas 524 vítimas de acidentes de trabalho ocorridos nestas minas, o que equivale a cerca de 28 por cento do total dos trabalhadores, sendo que 64 por cento desses mesmos acidentes implicaram mais de sete dias de incapacidade de cada uma das suas vítimas. Também na análise do registo diário do pessoal em serviço, referente ao dia anterior à paralisação de 1946, regista-se a existência de 45 sinistrados e 124 doentes, entre mineiros e enchedores, número este assumido pela própria empresa.

(...)

A repressão, as prisões e a resistência

(...)

E é precisamente no conteúdo da correspondência trocada entre o Delegado do Ministério da Guerra, destacado para as minas de S. Pedro da Cova, o Governador Civil e a PIDE, que se pode encontrar algumas das medidas de carácter repressivo que foram tomadas no sentido de inverter o sentido dos acontecimentos.

É num contexto de fortes medidas repressivas que vão ser detidos 31 operários, sendo que na sua maioria eram analfabetos e muitos deles estavam mobilizados ao abrigo do referido decreto governamental.

A repressão é, por sinal, uma das principais memórias que a população guarda da greve de 1946:

(...)

Uma luta vitoriosa

Os efeitos da greve fizeram-se sentir, designadamente ao nível dos salários. Em todos os cadastros referentes a trabalhadores das minas de carvão em serviço no referido ano, pode-se encontrar informação sobre um significativo aumento salarial, registado em 16 de Abril de 1946, mês posterior ao fim da greve. Tendo presente que os baixos salários foram das razões mais apontadas para o início do protesto, este aumento salarial, na média superior aos 15 por cento, representou uma «vitória» nas pretensões dos operários grevistas, dando a este movimento uma dimensão e alcance muito mais significativos.

Com a greve de 1946 nas minas de S. Pedro da Cova, foi lançado o germe para um movimento que ganhará, nos anos e décadas seguintes, uma nova expressão.

(sublinhados meus)

 

Ay Carmela!

Guerracivilespanhola_Avt

As canções dos revolucionários são a banda sonora da História, desde a Revolução Francesa à Unidade Popular do Chile, da Revolução de Outubro à de Abril, aqui connosco.

Desta Espanha aqui ao lado, houve um tempo em que soprou bom vento (bons casamentos sempre os houve), enchendo de entusiasmo popular a bandeira tricolor da República. E de canções. O golpe foi profundo para uma Europa capitalista em perda dos impérios coloniais e a ver sair às ruas os ideais do socialismo e do comunismo. Então, como agora, o Capital não se deitou a dormir e, como sempre quando se levanta o sopro da tal «terra sem amos», armou-se fascismo e caiu com a máxima violência em cima da República de Espanha e dos republicanos do mundo inteiro. No Alentejo dos nossos dias ainda há quem se lembre daquele tempo de maus ventos mas bons casamentos – os republicanos fugidos aos fascistas de Franco para a protecção das gentes de Ficalho e de outros lugares de consciência colectiva, a PIDE a entregar os que encontrava aos pelotões de fuzilamento.

«Ay Carmela!» permaneceu símbolo desse tempo, memória já de si memória de outro tempo em que a Espanha se defendia dos exércitos de Napoleão e a canção se chamava «El Paso del Ebro» ou «El Ejército del Ebro». O texto original cedia por vezes o lugar ao de «Viva la Quince Brigada», com palavras de homenagem à Brigada de combatentes comunistas da Guerra Civil. Fosse com que letra fosse esta era uma das canções da República Espanhola, por quem deram a vida milhares de espanhóis e de revolucionários de todo o mundo nos anos em que a Espanha era a trincheira antifascista da Europa Ocidental. Eram estas as palavras:

 

Ay Carmela!

 

El Ejército del Ebro/ ¡Rumba la rumba la rum bam bam!/ Una noche el río pasó,/ ¡Ay, Carmela, ay, Carmela!/ Y a las tropas invasoras/ ¡Rumba la rumba la rum bam bam!/ Buena paliza les dio,/ ¡Ay, Carmela, ay, Carmela!/  

El furor de los traidores/ ¡Rumba la rumba la rum bam bam!/ Lo descarga su aviación,/¡Ay, Carmela, ay, Carmela!/ Pero nada pueden bombas/ ¡Rumba la rumba la rum bam bam!/ Donde sobra corazón,/ ¡Ay, Carmela, ay, Carmela!/

Contrataques muy rabiosos/ ¡Rumba la rumba la rum bam bam!/ Deberemos combatir,/ ¡Ay, Carmela, ay, Carmela!/ Pero igual que combatimos/ ¡Rumba la rumba la rum bam bam!/ Prometemos resistir,/ ¡Ay, Carmela, ay, Carmela!//

 

Para ver e ouvir «Ay Carmela!»:

 

 

 

Comunistas e Amigos de Viseu Visitaram Forte de Peniche

Visita Forte Peniche 5-6-2016 1

Visita Forte Peniche 5-6-2016 11

Visita Forte Peniche 5-6-2016 44

Visita Forte Peniche 5-6-2016 72

Esta visita foi uma lição de história inesquecível, a provar que a ditadura e o fascismo existiram mesmo em Portugal, apesar de todas as campanhas passadas e em curso para o negar e que existiram em Portugal patriotas e organizações políticas, com o PCP à cabeça, que, pagando um alto preço em vidas, sofrimento e privações, combateram sem tréguas, dando um contributo inigualável para a derrota do fascismo e o caminho de progresso aberto com a Revolução do 25 de Abril.

 

O meu pai era «Amílcar»? (entrevista à TSF)

Sérgio Vilarigues 1940

Sérgio Vilarigues, quando foi libertado do Tarrafal em 1940

(a foto que a PIDE se esqueceu de tirar...)

 

Maria Alda Nogueira.jpg

António Vilarigues é filho de dois históricos comunistas: Sérgio Vilarigues e Maria Alda Nogueira. Tem memórias curtas, de apenas quatro anos e meio de vida em família.

 

António Ferreira Soares (1903/1942) foi um dos mártires da resistência antifascista

Homenagem Ferreira Soares 2015

«(...)

Para os que não saibam quem foi Ferreira Soares e para os que sabendo não esqueçam, relembramos que:

- Ele era conhecido entre o povo, como o «médico dos pobres», dada a sua permanente disponibilidade para atender quem dele necessitasse, fosse a que hora fosse do dia ou da noite e tivesse ou não tivesse dinheiro para pagar a consulta.

-Relembramos que Ferreira Soares, era um militante comunista, intensamente empenhado na actividade partidária e na luta conduzida pelo Partido Comunista Português contra o regime fascista, um militante empenhado na luta pela liberdade e pela democracia, pelo socialismo e o comunismo.

-Relembramos uma vez mais, que Ferreira Soares foi brutalmente assassinado pela polícia política do regime fascista, em 4 de Julho de 1942, faz hoje precisamente,73 anos.

Naquele dia 4 de Julho uma falsa doente, acompanhada por um inspector e dois agentes da polícia política do regime, solicita-lhe uma consulta de urgência, pedido a que ele – sempre disponível para ajudar a gente humilde e necessitada que procurava os seus cuidados – acede, recebendo a falsa doente em casa de sua irmã.

Depois, não foram duas ou três, mas 14, as balas de ódio e de raiva fascistas disparadas contra o militante comunista, consumando desta maneira a execução física e política do médico do povo, do camarada Ferreira Soares.

Mas qual foi então o crime que Ferreira Soares terá cometido, que tenha suscitado tanto ódio do regime ao ponto de levar Salazar a decidir tão horrenda execução?

Parece estranho e inacreditável, mas é assim mesmo: o “crime” que Ferreira Soares cometeu foi torna-se militante do Partido Comunista Português, estar do lado do povo, e lutar por uma sociedade onde a imoral exploração do homem pelo homem, pudesse um dia não subsistir.

Mas se há coisa que o capital não tem, é pudor e escrúpulos. Como temos visto, quando se trata de defender interesses, mesmo que ilegítimos, se preciso for, persegue, prende, assassina, não hesita em provocar guerras de pilhagem de recursos, mesmo que isso implique a morte de milhões de seres humanos.

Mas como diz o poeta, por cada flor estrangulada há milhares de sementes florir…!

A polícia política de Salazar assassinou o homem, mas não estava ao seu alcance assassinar o sonho de muitos outros homens e de muitas mulheres, que prosseguiram na luta dos trabalhadores por melhores condições de vida e de trabalho…

…, Não estava ao seu alcance, assassinar o sonho dos democratas e do povo português de um dia derrubar a ditadura fascista, e construir um país livre e democrático.

Ferreira Soares, não teve a alegria nem a satisfação de viver aquele que foi um dos mais importantes acontecimentos da história do nosso país, que foi a Revolução do 25 de Abril…

… Para a qual, no quadro da luta do seu partido de sempre, o Partido Comunista Português, deu um importante e corajoso contributo para que ela se viesse a realizar, contributo que pagou com a própria vida.

Porque ao contrário, do que dizem e escrevem os falsificadores da história, o 25 de Abril não foi um acto súbito, não feito apenas no dia em que os capitães do MFA empreenderam o heróico levantamento militar que derrubou a ditadura fascista …

…Pelo contrário, o 25 de Abril foi o culminar de um longo e acidentado processo de luta dos trabalhadores e do povo português, onde se insere o corajoso contributo do camarada Ferreira Soares.

(...)»

Nogueira da Regedoura, 4 de Julho de 2015

Joaquim Almeida, membro do Comité Central do PCP

Ferreira Soares 1

Ferreira Soares 2

Clicar nas imagens para ampliar

 

«O assassinato de Ferreira Soares é relatado pelo Avante! da primeira quinzena de Agosto de 1942, num artigo precisamente dedicado aos crimes do fascismo. Conta o jornal que os esbirros da polícia armaram uma cilada àquele que era conhecido por médico dos pobres no seu próprio consultório, usando como isco uma mulher, fazendo-se passar por doente: «Seis polícias entraram em seguida à falsa doente e alvejaram a tiros de pistola-metralhadora António Ferreira Soares. Depois levaram-no ferido e inanimado para o automóvel, e como se mexesse, esfacelaram-lhe as pernas com novas rajadas. Na casa de saúde de Espinho, onde chegou já morto, foram-lhe encontradas no corpo 14 balas.» Tinha 39 anos

«Ferreira Soares foi daqueles homens que vivem guiados pelos seus ideais, que optam pela justiça em detrimento, muitas vezes, do seu próprio bem-estar económico e até físico. A verdade é que este homem, médico de formação e filho de juiz, tinha as condições reunidas para ter uma vida confortável, mesmo com o regime salazarista, não fosse um individuo de carácter e de valores, inconformado com a injustiça que o tornariam num exemplo para as gerações seguintes.»

Ferreira Soares

Urbano Tavares Rodrigues: O intelectual, o homem o comunista

Urbano Tavares Rodrigues

No passado sábado, dia 6 de Dezembro, a Direcção da Organização Regional de Lisboa do PCP realizou no auditório da Biblioteca Nacional uma homenagem a Urbano Tavares Rodrigues. No dia em que completaria 91 anos de idade, familiares, escritores e sobretudo muitos camaradas e amigos ouviram durante cerca de quatro horas testemunhos sobre a obra do escritor, sobre a sua forma de estar na vida, sobre a sua luta em defesa da liberdade, sobre a sua militância no PCP.

Intelectual, autor de uma vasta obra literária que abarcou todos os domínios da escrita – romance, novela, conto, teatro, poesia, crónica, ensaio, jornalismo e viagens –, Urbano Tavares Rodrigues é uma das referências mais intensas da literatura portuguesa dos séculos XX e XXI e deixa-nos um legado inestimável para futuras gerações de escritores. Urbano Tavares Rodrigues possuía um conjunto de qualidades humanas que raramente observamos concentradas numa mesma pessoa, cujos valores sempre nortearam a sua vida – a liberdade, a justiça social, a paz, a solidariedade, a fraternidade –, qualidades que estiveram sempre presentes na sua obra e na sua intervenção social e política, que fizeram dele um resistente e um combatente pela liberdade e por uma sociedade mais justa.

Membro do PCP desde muito cedo, desde logo desenvolveu uma intensa actividade política que se prolongou ao longo de toda a sua vida. Apesar de preso três vezes pela PIDE, impedido de leccionar na Faculdade de Letras de Lisboa e noutros estabelecimentos de ensino e de ter sido o escritor português com mais livros apreendidos pela PIDE, Urbano Tavares Rodrigues – como escreveu José Casanova no Avante! do dia 13 de Agosto de 2013 – «nem perseguições, nem ameaças, nem prisões, nem torturas, o fizeram abrandar, sequer, a sua prática de resistência».

Ler texto integral

 

Convite - «Por teu livre pensamento» em Lisboa - 15/5 22h00 na Plataforma Revólver

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Caríssimos,

Em plenas celebrações dos 40 anos da nossa querida revolução de Abril, que teima em deixar-nos saudosistas é com um enorme prazer, vos convido para a abertura no próximo dia 15 para a exposição "Por teu livre pensamento" de onde resultou o meu primeiro livro em co-autoria com o Rui Daniel Galiza, onde retratamos 25 ex-presos politicos portugueses.

Este trabalho foi exposto apenas no Centro Português de Fotografia, no Porto em 2007 e na Point of View Gallery em Nova Iorque em 2008, e por isso achei que seria uma boa altura para o mostrar pela primeira vez em Lisboa, e a Plataforma Revólver aceitou de imediato a ideia.

A inauguração será no dia 15 de Maio às 22h na Rua da Boavista nº84 em Santos, Lisboa.

Espero poder contar com a vossa presença, e estarei lá para vos receber.

Um grande abraço do outro lado do Atlântico.

Joao Pina

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