Em Portugal registam-se profundos atrasos na implementação da inovação tecnológica.
O investimento em Investigação e Desenvolvimento em 2017 rondou apenas um terço da média da Zona Euro, mais de 30% foi realizado por empresas multinacionais, e a desresponsabilização do Estado neste investimento é praticamente total.
Portugal
apresenta um dos mais baixos níveis de emprego no sector da tecnologia e do conhecimento intensivo;
a proporção do valor acrescentado bruto das indústrias de alta e média-alta tecnologia no valor acrescentado bruto total do país é praticamente desprezível;
o número de empresas de baixa tecnologia no sector da indústria é ainda maioritário, e as exportações de bens de alta tecnologia são inferiores a 5%.
Simultaneamente, a dotação orçamental pública em Investigação e Desenvolvimento em percentagem do PIB é das mais baixas da Europa, e tão baixa quanto era em 1995, e apesar do contributo inestimável que os trabalhadores científicos têm dado para os passos que o país ainda tem dado no avanço tecnológico e na produção científica (nomeadamente com a duplicação do número de publicações cientificas em 10 anos, quando o número de investigadores se manteve sensivelmente igual), estes têm sido sujeitos à total precarização.
O MDM – Viseu assinala, mais uma vez, o Dia Internacional pela Erradicação da Violência sobre as Mulheres.
Denunciamos toda e qualquer acção ou omissão praticada sobre mulheres e meninas, com crueldade e de forma intensa, como uma grave violação dos Direitos Humanos.
Falamos da violência social que atinge as mulheres ao verem o seu trabalho desvalorizado, a crescente precarização, a discriminação na progressão das carreiras, o desemprego crescente, a pobreza.
Falamos da violência sexual, violações e assédio, mas também das formas últimas de verdadeira escravatura, como são a prostituição e o tráfico de mulheres.
Falamos de espancamentos físicos, insultos, ameaças, chantagens e pressões psicológicas, nomeadamente nas relações de intimidade. Falamos da violência que ocorre nos cenários de guerra onde as mulheres são multiplamente violentadas, com estropiamentos e mortes, com destruição de bens.
Falamos de violência laboral que nega direitos específicos, obriga a horários de trabalho profundamente desumanos.
Falamos de mulheres e meninas portadoras de deficiência a quem as políticas de austeridade retiram direitos humanos básicos.
Estando a erradicação da violência intimamente ligada à concretização da igualdade de direitos, são as mulheres das classes sociais mais desfavorecidas as que menos recursos têm para a sua própria protecção. Exigimos a coragem política para incrementar as medidas que protejam e enquadrem socialmente de forma correcta e digna a mulher vítima de violência.
Num tempo em que a austeridade cada vez mais degrada as condições de vida das mulheres portuguesas, procuramos aumentar a visibilidade desta temática que tão gravemente as atinge.
O MDM não deixará de lutar para que todos os dias sejam dias de luta pela erradicação da violência sobre as mulheres.
«Um caso concreto é bem elucidativo do roubo que esta proposta de lei representa: um trabalhador que tinha 30 anos de casa e um salário de 600 euros recebia em caso de despedimento ilícito e caso não optasse pela reintegração na empresa, uma indemnização de cerca de 18 mil euros. Com esta proposta de lei, o mesmo trabalhador apenas recebe 4800 euros. Isto é, uma redução superior a 73%.»
Veio aqui, no conjunto das intervenções que me antecederam, o que poderíamos chamar um balanço da vida e da política portuguesas nestes últimos dez anos. Foi uma ampla abordagem aos mais importantes domínios que são determinantes e estruturantes da evolução económica, social e cultural do país. Um olhar sobre a realidade, não toda a realidade, que está para lá da análise do tempo breve que a exigência da nossa imperiosa intervenção política quotidiana nos empurra e que tantas vezes omite, deixando na sombra as causas do nosso persistente atraso e da crise que o país enfrenta.
Há hoje na sociedade portuguesa uma não pouco difundida noção que esta primeira década do século XXI português foi uma década perdida para o nosso desenvolvimento económico e social, ou dito de outra forma, que foram dez anos a comprometer o desenvolvimento do país. Trata-se de uma ideia justa que aqui mesmo confirmámos e que qualquer abordagem séria e de rigor à realidade portuguesa não deixará de secundar.