Na política portuguesa foi militante do MRPP, líder do Partido Social-Democrata e posteriormente primeiro-ministro de Portugal.
De São Bento voou directamente para o "trono" da Europa para assumir a presidência da Comissão Europeia, cargo que exerceu durante dez anos.
Foi a rampa de lançamento para depois ser convidado para dezenas de funções e cargos diferentes, tanto em universidades prestigiadas, como a de Princeton, como a de instituições globais como a UEFA ou mesmo o exclusivo grupo de Bilderberg, que hoje coordena.
O Corporate Europe Observatory (CEO, na sigla não desprovida de ironia), que analisa as ligações entre as empresas e os seus lóbis ao processo legislativo europeu, contou-os e chegou aos 22 cargos assumidos pós-Bruxelas.
O CEO publicou uma lista de alguns dos cargos assumidos por Durão Barroso nos últimos anos, alguns deles carimbados pela própria Comissão Europeia.
Membro do Institute of Public Policy de Belgrado
Chairman da UEFA Foundation for Children
Professor visitante da Universidade de Princeton
Membro do conselho consultivo da McDonough Shool of Business, da Universidade de Georgetown.
Membro do conselho internacional da Ópera de Madrid
Membro da administração do The Europaeum
Membro do Steering Group das Conferências de Bilderberg
Actividades no Fórum Económico Mundial
Professor honorário do Instituto Politécnico de Macau
Membro do conselho consultivo do Women in Parliament
Membro honorário da administração da Fundação Jean Monnet para a Europa
Seminários e palestras na Universidade Católica de Leuven
Professor visitante da Universidade Católica Portuguesa (Lisboa)
Eventos com o Speakers Bureau in Londres e Washington
Professor visitante da Universidade de Genebra
Seminários e palestras na Universidade de Genebra
Professor visitante do Graduate Institute of International and Development Studies de Genebra
Professor visitante na Universidade da Califórnia
Co-Presidente honorário do Centro Europeu para a Cultura
Presidente honorário do comité honorário da European Business Summit
Presidente emérito do Teneo Leadership Institute da Universidade de Cornell
Presidente da Fundação do Palácio das Belas Artes de Bruxelas
Professor convidado no Instituto Liechtenstein
O decoro e a boa educação impedem-me de comentar...
Desde o dia 27 de Dezembro que assistimos a uma criminosa onda de violência armada desencadeada por Israel contra a Faixa de Gaza. Os ataques israelitas configuram autênticos crimes de guerra. Desrespeitam os mais elementares direitos humanos e convenções internacionais. Evidenciam a natureza terrorista da política do actual governo israelita.´
Paralelamente o povo israelita sofre as consequências da política belicista do seu governo. O balanço destes dias de autênticos massacres é conhecido e atesta o carácter criminoso da actuação israelita. Nada pode justificar tamanha destruição e matança.
A nova ofensiva agrava as precárias condições de vida da população na região, já de si severamente degradadas pelo cruel cerco imposto por Israel desde há 18 meses. Esta agressão militar desenrola-se num período de transição para o governo de Israel, onde o primeiro-ministro está demissionário e a sua sucessão é disputada.
Há quem seja incapaz de ver os acontecimentos de forma diferente da redutora divisão entre bons de um lado e maus de outro. Felizmente há outros exemplos. Que raramente são notícia.
Como o professor Richard Falk. Relator especial do Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas para os Territórios Palestinos Ocupados. Professor emérito de direito internacional na Universidade de Princeton. E que descreveu nestes termos o cerco israelita de Gaza:
«Será um exagero irresponsável associar o tratamento dos palestinos às práticas de atrocidades colectivas dos nazis? Não creio. Os recentes desenvolvimentos em Gaza são particularmente inquietantes porque exprimem de modo evidente uma intenção deliberada da parte de Israel e dos seus aliados de submeter toda uma comunidade humana a condições da maior crueldade que põem em perigo a sua vida. A sugestão de que este esquema de conduta é um holocausto em vias de ser feito representa um apelo bastante desesperado aos governos do mundo e à opinião pública internacional para que ajam com urgência a fim de impedir que estas tendências actuais ao genocídio não conduzam a uma tragédia colectiva.»
Isto foi escrito em 2007! O Professor Richard Falk viu no passado dia 15 de Dezembro negada a sua entrada em Israel. De seguida foi extraditado pelas autoridades israelitas para a Suiça. Havia publicado esta semana uma nova declaração equiparando a política de Israel na Faixa de Gaza a crimes contra a Humanidade. Ele afirmou que o cerco de Gaza constitui «uma continuada, flagrante e massiva violação das leis humanitárias internacionais». O Professor Richard Falk é judeu.
Como Daniel Barenboim, o músico pela paz. Como o PC de Israel e a Frente Democrática para a Paz e a Igualdade que se reúnem em Ramalah com representantes de facções da esquerda palestina, incluindo a Frente Democrática para Libertação da Palestina, a Frente Popular para a Libertação da Palestina e o Partido do Povo Palestino. Como os militares que se recusam a disparar e a bombardear a Palestina. Como tantos outros que em Israel e na Palestina defendem que um processo de paz genuíno terá de ser iniciado com um face a face do governo de Israel com a Autoridade Palestina. O trágico, dizem, é que isto é possível. Só é preciso querer.
Especialista em Sistemas de Comunicação e Informação
In "Jornal do Centro" - Edição de 2 de Janeiro de 2009