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O CASTENDO

TERRAS DE PENALVA ONDE «A LIBERDADE É A COMPREENSÃO DA NECESSIDADE»

O CASTENDO

TERRAS DE PENALVA ONDE «A LIBERDADE É A COMPREENSÃO DA NECESSIDADE»

Terramotos, guerras e prioridades

 

Quem observasse a expressão compungida do primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, durante as visitas aos escombros do recente terramoto em Itália e nos funerais das vítimas poderia antever um enorme esforço do governo de Roma para amenizar os efeitos de uma tão terrível catástrofe nacional. O momento é muito grave, pelo que grave era também o rosto de Renzi, modestamente perdido entre os que assistiam às exéquias. Havia que esperar resposta a contento.

É certo que são muitos os que conhecem os dotes teatrais deste enfant terrible da moderna política, que aliás os vem exportando com notável habilidade para as estruturas europeias, o que se percebe pelas performances, com inebriante perfume atlantista, da alta representante para a política externa da União, Federica Mogherini. Expoentes como são dessa mistela política que dá pelo nome de «Partido Democrático» e serviu para extinguir os Partidos Socialista e Comunista da cena política italiana ainda mais americanizada, os seus comportamentos merecem atenção; no entanto, a situação decorrente do terramoto é tão dramática que seria de admitir um certo pudor humanista por parte de tão proeminentes responsáveis.

Em breve começaram a chover notícias sobre os milhões para as vítimas do terramoto e a reconstrução das zonas habitacionais afectadas. A citação de milhões, porém, às vezes tem o seu quê de traiçoeira, pode dar a sensação de zelo, empenho e grandes quantias, as quais, afinal, talvez não signifiquem o suficiente perante as necessidades e correspondam até a investimentos ínfimos quando comparados com despesas alocadas, por exemplo, a rubricas causadoras de outra espécie de terramotos, com são as da guerra e das invasões militares.

Ficámos a saber que o governo italiano desviou para socorro aos efeitos do terramoto o jackpot do Totoloto nacional, cerca de 130 milhões de euros; além disso, o governo comprometeu-se com mais 50 milhões, a que se juntam 10 milhões da chamada «solidariedade por SMS» – que além de gratificar os destinatários se somará também ao contínuo jackpot dos operadores de telecomunicações. Arredondando: 200 milhões.

Ao comum dos mortais que em Portugal e em Itália, como noutros lados, convive com as parcelas niveladas pela austeridade, 200 milhões de euros parecem uma fartura; mas sê-lo-ão sabendo que a Itália gasta cem vezes mais por ano – vinte mil milhões de euros – na contribuição para a NATO e suas guerras?

Quer isto dizer que a Itália de Renzi contribui com 55 milhões de euros por dia para a NATO, mais cinco milhões do que a verba total reservada pelo próprio governo para acudir às consequências do terramoto. Aliás, a soma das verbas recolhidas para responder à catástrofe – 200 milhões – é inferior ao valor que a Itália desvia para a NATO em menos de quatro dias.

Lendo a imprensa italiana nestes tempos percebe-se também a abundância de críticas relacionadas com a tradicional falta de fundos para responder às catástrofes naturais, a inexistência de planos de protecção civil a longo prazo, a ineficácia do processo para dotar o país com construções antissísmicas. Além da falta de efectivos, de meios e dos baixos salários dos bombeiros profissionais. Uma tragédia recorrente em cima da catástrofe pontual.

Entretanto, antes do terramoto, durante o terramoto e depois dele continuam a sair de Pisa aviões militares de transporte C-130 carregados de armas e abastecimentos para as forças especiais italianas e da NATO exportadas para cenários de guerra, entre eles o da destruição do país que se chamava Líbia. Não existem números públicos associados às despesas destas operações, uma vez que elas são secretas: dependem apenas do primeiro-ministro Renzi, à revelia do Parlamento e respectivas comissões. Ficamos apenas a saber que a verba de 20 mil milhões anuais de Itália para a NATO em 2016 – mais 2300 milhões do que em 2015, num país arrasado pela austeridade e as «reformas estruturais» – deve ser avaliada por baixo.

Não sejamos, contudo, cépticos perante as atribulações desta história, que poderá acabar bem. Tudo isto porque o primeiro-ministro Renzi garantiu, com ar menos compungido, mas ainda assim sério, sem se rir, que todo o processo de reconstrução e de combate aos efeitos do recente terramoto em Itália será conduzido «com a maior transparência».

(sublinhados meus)

AQUI

 

Kamov, um poço sem fundo...

Avião C-130H

Importaria saber o porquê de a Força Aérea, a partir dos anos 90, ter deixado de operar no combate aos fogos florestais!

 

«A aquisição e a gestão dos meios aéreos destinados ao apoio no combate aos incêndios têm-se mostrado um poço sem fundo de problemas, envolto numa nebulosa que tarda em nos mostrar a verdadeira realidade de todo este problema.

(...)

É tempo de se fazer contas, de se gerir convenientemente o dinheiro dos contribuintes e, antes de comprarem ou alugarem meios aéreos, ponderar a aquisição desses meios para que a FAP os possa gerir, criando sinergias e poupanças ao nível da manutenção das aeronaves e da formação de pilotos.»

 

Mais um crime!

E, como a esperança é a última coisa a morrer, talvez um dia venhamos a saber quem são os verdadeiros responsáveis por tudo isto e quais foram os custos.

 

Encontro Nacional Sobre Protecção Civil

   O PCP realizou um Encontro Nacional sobre Protecção Civil que, para além de analisar a situação e a política nacional na área da Protecção Civil, as suas estruturas, organizações de suporte e respectivo funcionamento, o papel específico dos Bombeiros nesta área e a acção e intervenção do Partido, para uma protecção civil inteiramente ao serviço das populações, adoptou um Documento onde se apresentam 30 medidas para a concretização de uma nova política de protecção civil que aposte na prevenção e no combate aos riscos para a segurança e protecção das populações.

  

Ler Texto Integral

  

Protecção Civil: Apostar na prevenção, na sensibilização e na informação pública

    O PCP defende que é necessário criar junto da população em geral uma cultura de protecção civil. E junto de todos, e, particularmente das entidades e instituições publicas, com poder de decisão, criar uma mentalidade social de prevenção.

A discussão publica dos diversos planos de emergência, a educação para a prevenção e redução de riscos a nível escolar, a existência e funcionamento das comissões municipais de protecção civil, o  acesso fácil à informação e à utilização da comunicação social para massificar conhecimentos básicos de protecção civil, são medidas que o PCP considera necessárias e urgentes. Improrta pois investir mais na área da educação, do ensino e da formação cívica.

As organizações do Partido, os eleitos autárquicos, os membros dos órgãos das Áreas Metropolitanas, os eleitos nos órgãos regionais das Regiões Autónomas, devem acompanhar as questões da protecção civil, tendo sempre presente que, ao contrário do que hoje acontece, o mais importante é criar condições para evitar os riscos e minimizar os perigos. A prevenção começa com um adequado ordenamento do território e um adequado ordenamento florestal, bem como uma adequada política de solos.

O exemplo dos fogos florestais é bastante elucidativo do investimento que ao longo dos anos tem sido feito no seu combate, maior, ano após ano, mas sem a eficácia necessária. Ao mesmo tempo, são esses esforços secundarizados pelas efectivas políticas de direita, traduzidas numa total ausência de medidas exequíveis, práticas e efectivas, o desleixo e desinteresse pelo cadastro da propriedade, o ordenamento florestal, o repovoamento com espécies não combustíveis, a retoma de áreas agrícolas tampão, a abertura e manutenção de caminhos rurais, a limpeza e a desmatação da floresta, e a sua vigilância preventiva.

A prevenção passa também pelos equipamentos e meios de previsão e antecipação dos perigos e a informação atempada das populações.

 

In Grupo de Trabalho do PCP para a Área da Protecção Civil  - Abril 2007


Protecção Civil: algumas perguntas indiscretas

    Algumas perguntas indiscretas ao cuidado da actual maioria que gere os destinos da Câmara Municipal de Penalva do Castelo:

  • Existem estruturas de Protecção Civil  a nível municipal?  Como funcionam?
  • Existe, ou está em elaboração, o plano de emergência de âmbito municipal?
  • Já houve ou está marcada a realização de exercícios, simulacros ou treinos que contribuam para a eficácia de todos os agentes de protecção civil e informação da população?
  • Qual o ponto da situação dos planos de emergência e evacuação dos estabelecimentos de ensino públicos e privados, de todos os níveis de ensino? 
  • Qual a situação dos planos de emergência de outros serviços públicos ou de utilização publica, como por exemplo: centro de saúde, repartição de finanças, conservatórias, casas de espectáculos, instalações da câmara municipal, estação dos CTT, centros comerciais, recintos desportivos e outros recintos que recebem público?

Ou será que  nada disto interessa, apesar de há muito ter sido aprovada uma LEI DE BASES DA PROTECÇÃO CIVIL? Estarão à espera que aconteça algum desastre sério, ou alguma catástrofe, para só então agirem? É a velha política, que tão maus resultados tem dado, de «Depois de casa roubada, trancas à porta»!

 

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