A Crise do Sistema Capitalista: a emergência do mundo multipolar impõe...
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Global Europe Anticipation Bulletin (português)
Laboratoire européen d'Anticipation Politique (português)
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É preciso não ter vergonha na cara...
De facto, na incerta evolução da situação na Ucrânia, situação em que não estão excluídos desenvolvimentos muito perigosos para a segurança e a paz, avulta um elemento inquietante que nada pode ocultar: o fascismo avança na Europa. Avança sem disfarce, abertamente, arrogante e provocador, apoiado e organizado pelos serviços secretos «ocidentais» e agindo como força de choque do expansionismo imperialista. E instala-se num governo golpista «pró-ocidental» assente na violência e na perseguição étnica e anticomunista, um governo prontamente reconhecido pela União Europeia que com ele se prepara para assinar o acordo leonino que o legítimo governo recusara. Recusa essa que foi o pretexto para a brutal operação de ingerência e subversão conduzida pelos EUA, NATO e UE, responsável pela grave situação actual, nomeadamente pelos desenvolvimentos que se verificam na parte Leste/Sul da Ucrânia e que levaram ao referendo na Crimeia.
Uma evidência se impõe: o imperialismo não recua perante nenhum crime a menos que a isso seja obrigado pela luta e pela correlação de forças no plano internacional. A sua natureza exploradora e agressiva que está na origem de duas guerras mundiais devastadoras aí está de novo na sua expressão mais terrorista lembrando que o capitalismo traz a guerra como a nuvem traz a tempestade e que, sendo certo que a guerra não é inevitável, a paz só estará assegurada com a liquidação dos monopólios e a abolição dos antagonismos de classe. A luta contra o fascismo e a guerra e a luta pelo progresso social e o socialismo estão estreitamente interligadas.
Nunca é demais repeti-lo: a situação na Ucrânia é inseparável das dramáticas derrotas do socialismo e da cavalgada do imperialismo para Leste que se lhe seguiu. Para consolidar a contra-revolução e explorar a tragédia social e ideológica em que mergulharam povos inteiros, o imperialismo declarou guerra mortal a toda e qualquer resistência à expansão do seu domínio. Da anexação da RDA à destruição da Jugoslávia à bomba, e hoje à Ucrânia, tem valido tudo. Não há lei internacional que não seja rasgada em nome dos «direitos humanos» e do «dever de ingerência humanitária». Violentamente arrancado à Sérvia, o Kosovo continua a ser exemplo particularmente acusador da hipocrisia e do gangsterismo imperialista. É uma evidência que os EUA, a Alemanha/UE e a NATO, arvorados em protectores da «soberania e integridade territorial da Ucrânia», o que procuram é submeter este grande e rico país e apertar o cerco militar à Rússia. Isto sem entretanto esquecer que entre a URSS socialista e a Rússia capitalista e entre o conteúdo das respectivas políticas externas e de defesa vai um abismo que a inevitável resistência do actual poder russo à estratégia do imperialismo para destruir o seu potencial nuclear e apoderar-se das suas imensas riquezas, de nenhum modo pode apagar. Mas sem esquecer também que, como é patente na Ucrânia, os sectores mais reaccionários e agressivos do capitalismo jogam cada vez mais perigosamente no fascismo e na guerra para enfrentar a crise e quebrar a resistência dos trabalhadores e dos povos à sua ofensiva exploradora e agressiva.
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(...) Apenas quero lembrar-vos que, apenas há um ano, os delegados americanos, falando desta tribuna, destacaram a profunda estabilidade e as perspectivas optimistas da economia norte-americana. Hoje, os bancos de investimento, o orgulho de Wall Street, praticamente deixaram de existir. Em apenas 12 meses registaram perdas que ultrapassam os lucros obtidos nos últimos 25 anos. Só este exemplo reflecte a situação real melhor que qualquer crítica. (...)
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