Mais de dez mil mineiros ingleses entraram em greve, juntando-se a um pequeno movimento grevista começado a 8 de Julho no condado de North Staffordshire, lutando pelo aumento de salários e diminuição das rendas das casas.
É considerada a primeira greve geral realizada num país capitalista.
Com raízes no Movimento Cartista – o «primeiro movimento revolucionário proletário amplo, verdadeiramente de massas, politicamente estruturado», segundo Lénine – a mobilização começou por ter um carácter político visando reformas e o reconhecimento de direitos como o sufrágio universal, reunindo sectores da burguesia e operários.
Com apoio nos sectores têxtil e mineiro, o cartismo conseguiu que a greve se transformasse num levantamento pela Carta do Povo, mas cedo se percebeu que as reivindicações dos trabalhadores não eram tidas em conta.
O movimento radicalizou-se, com os trabalhadores a exigirem «um salário justo para trabalho diário justo».
A burguesia, vendo gorada a sua tentativa de instrumentalização dos operários, recorreu à repressão policial, abafando a ferro e fogo a rebelião.
O proletariado foi derrotado, mas como escreveu mais tarde Engels, o cartismo tornou-se uma causa puramente operária.
Apenas em 1867 foi concedido o direito de voto aos operários das grandes cidades.
Nas eleições para deputados à Assembleia da República, a maioria do povo português condenou e rejeitou a política de exploração, de empobrecimento e de desigualdades, brutalmente agravadas pela coligação PSD/CDS.
O dia 4 de Outubro confirmou que vale a pena lutar:
o PSD e o CDS foram fortemente penalizados, perderam mais de 700 mil votos, 12 pontos percentuais e 25 deputados, registando o segundo pior resultado dos últimos 40 anos.
Hoje, estão em minoria na Assembleia da República.
Vencendo imensas dificuldades e sacrifícios, a luta desenvolvida pelos trabalhadores ao longo da legislatura que terminou foi decisiva para derrotar a maioria absoluta do PSD e CDS e determinante para a construção de outra maioria de deputados.
Milhares de trabalhadores participaram de forma expressiva no Aviso Geral ao Governo PS convocado pela CGTP-IN. Os trabalhadores denunciaram o aumento do desemprego, da precariedade, o bloqueio à contratação colectiva e lançaram um forte aviso ao Governo que se prepara para alterar para pior a legislação de trabalho. O Aviso Geral contou com a solidariedade dos comunistas, tendo o Secretário-geral do PCP marcado presença na manifestação em Lisboa.
Realizou-se nos passados dias 15 e 16 de Fevereiro o XI Congresso da CGTP-IN — a maior, mais activa e mais consequente organização social de Portugal — sobre o lema «Emprego, Justa distribuição da riqueza; dar mais força aos sindicatos».
Merecem atenção e leitura atenta os diferentes documentos saídos desta magna reunião e que, como é hábito, a comunicação social dominante não refere nem uma linha: