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O CASTENDO

TERRAS DE PENALVA ONDE «A LIBERDADE É A COMPREENSÃO DA NECESSIDADE»

O CASTENDO

TERRAS DE PENALVA ONDE «A LIBERDADE É A COMPREENSÃO DA NECESSIDADE»

A propósito da «bondade» do capital estrangeiro...

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A cada vez mais relevante presença, autónoma ou articulada com o capital nacional, do capital estrangeiro origina inevitavelmente uma elevada drenagem para o exterior de riqueza cá produzida. O capital estrangeiro em Portugal

  • reduz o rendimento nacional disponível, o mercado de capitais para investimento e reinvestimento,
  • foge do investimento de raiz,
  • chega a destruir actividades produtivas, interessando-se apenas pela clientela, a carteira de encomendas e os circuitos de comercialização,
  • assenta demasiadamente na mão-de-obra barata e nos apoios públicos, modelando negativamente o perfil de especialização do país e subvertendo a gestão de fundos,
  • transfere para fora centros de decisão, favorecendo o comando de sectores e empresas estratégicas segundo os planos e as conveniências das “empresas mãe”, das sociedades gestoras de participações sociais do capital multinacional.

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Lembrar quem governou (I)

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Ao olhar para os resultados da política de direita na evolução do salário mínimo, interessa recordar quem teve a responsabilidade de governar e apoio para isso no Parlamento. Não deixa de ser curioso como foram tantas vezes comuns as posições de PS, PSD e CDS, perante as propostas do PCP, e como essas posições variaram à medida que um e outros saíam do Governo e iam para a oposição.

O trabalho no Rendimento Nacional

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Peso (em percentagem) de Ordenados e Salários
no Rendimento Nacional nos últimos 50 anos

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Peso (em percentagem) de Remuneração do Trabalho
no Rendimento Nacional nos últimos 50 anos
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Com a instituição do salário mínimo nacional, cresceu a parcela do trabalho na distribuição do Rendimento Nacional, quer na categoria de «Ordenados e Salários», quer na «Remuneração do Trabalho» (esta inclui as contribuições para a Segurança Social).

Com a política de direita, o ataque aos trabalhadores fez aqueles indicadores recuarem para níveis de há cinquenta anos.
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O processo de reconfiguração do Estado ao serviço do capital monopolista

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Longe de qualquer recuperação da condição de País soberano e independente, como enganadoramente proclamam, o que PSD e CDS preparam, com a plena cumplicidade do Presidente da República, é a amarração a novos instrumentos e compromissos que permitam

  • prosseguir o caminho de saque dos rendimentos e dos recursos nacionais,
  • manter os condicionamentos e factores de dependência nacional,
  • assegurar o processo de extorsão em favor do capital transnacional e do directório de potências da União Europeia.

A pretexto do “regresso aos mercados” em Junho próximo (iludindo que esse era o objectivo proclamado para Setembro passado), o que Governo e as principais instituições representativas do capital transnacional preparam é um novo programa de agressão, independentemente da denominação que venha a adoptar. Chama-se a atenção para as manobras que, a propósito do caso da Irlanda e dos apelos ao consenso e paz social (com movimentações para garantir de novo, em sede de concertação social, a cumplicidade da UGT), apresentadas como exemplo e condições para levar até ao fim o Pacto de Agressão, visam assegurar efectivamente a sua perpetuação. O facto de o PS ter deixado de exigir a demissão do Governo e a convocação de eleições antecipadas e o seu comprometimento e apoio às principais decisões adoptadas pela União Europeia com vista à criação de mecanismos de expropriação da soberania em matéria de política económica e orçamental, revela uma clara convergência com os projectos de prosseguimento do rumo de exploração e usurpação que estão em construção sob a égide da União Europeia.

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Queremos ser como a Irlanda???!!!

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Êxitos da Irlanda:

  • Desemprego – Em 2007, 4,7%. Em 2012 – oficial: 14,8%, com emigração massiva.

  • Investimento (FBCF) - Em 2007 – 46,7 mil M€; 2012 – 19 9 mil M€ (41,9% de 2007) (preços constantes)

  • PIB - Em 2007 – 156,9 mil M€; 2012 – 133,4 mil M€. (menos 15%) (preços constantes)

  • RN – Em 2007 – 144,2 mil M€; 2012 – 113,4 mil M€ (preços correntes). Em termos constantes a queda será de cerca de 40%. Resultado das políticas de deflação fiscal e livre circulação de capitais, que o governo de cá quer acelerar para “atrair capitais”.

  • Dívida pública - Em 2007 – 47,2 mil M€; 2012 – 191 mil M€. Sempre a crescer, com a AMECO a prever para 2014 – 207,4 mil M€.
  • RN/capita - Em 2007 – 36,9 mil €; 2012 – 28,1 mil € (preços correntes).
  • Ah! Mas a balança de bens e serviços, passou de um excedente 17,1 mil M € em 2007; para 39,5 mil M € em 2012.

Base de dados AMECO (Comissão Europeia)

Os resultados estão à vista e o sucesso é para a especulação e as transnacionais que fazem da Irlanda entreposto, com empobrecimento acelerado da população.

Este o futuro que o governo quer vender aos portugueses...

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Acordo sobre o novo Quadro Plurianual da União Europeia (2014-2020)

   (...)

2 - O orçamento comunitário plurianual agora aprovado pelo Conselho define um tecto de 908 mil milhões para despesas efectivas do orçamento, caindo assim para 0,95% do Rendimento Nacional Bruto do conjunto dos Estados da União Europeia. Uma redução histórica cujo impacto será ainda mais acentuado no contexto do previsto alargamento da União Europeia a 28 Estados Membro.

O acordo agora alcançado é altamente demonstrativo da total ausência de solidariedade no seio da União Europeia e de uma verdade inegável - o falhanço por completo da política de coesão que, é importante relembrá-lo, a própria Comissão Europeia considerou, nos anos 90, só ser possível de concretizar no quadro de um orçamento comunitário que atingisse no mínimo 2% do Rendimento Nacional Bruto do conjunto dos Estados da União Europeia.

(...)

Por mais que o Primeiro Ministro tente, por via de comparações com cenários hipotéticos que não se vieram a verificar, transformar derrotas em vitórias e péssimas notícias em boas notícias, a verdade nua e crua dos factos é que Portugal perde cerca de 10% (3 mil milhões de euros) de financiamento da União Europeia em comparação com o Quadro financeiro em vigor (que por sua vez já tinha significado perdas de financiamento relativamente ao anterior), perdas tão mais graves quando verificadas nas rubricas da política de coesão e da política agrícola comum, como demonstrando, por exemplo, pelo facto de Portugal poder perder no mínimo 500 milhões de Euros no âmbito do desenvolvimento rural e política agrícola.

(...)

-

Regresso ao passado

(...)

Se este cenário se vier a cumprir em 2012 tal como previsto implicará um recuo da economia portuguesa de que não há memória. O produto ficará ao nível do PIB de 2001-2003, recuando uma década. O PIB por habitante em paridades de poder de compra face ao conjunto da UE a 27 estará ao nível da nossa adesão em 1986. O Investimento recuará duas décadas, ficando ao nível de 1991. E o emprego estará ao nível de 1997 e o Rendimento Nacional ao nível de 2000.

Este é o regresso ao passado contemplado no Orçamento do Estado para 2012. Que terá como consequência o aprofundamento da crise e um país mais assimétrico, mais desigual e mais dependente.

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