O «Zé Povinho», uma das mais conhecidas personagens criadas por Rafael Bordalo Pinheiro, é apresentado ao público nas páginas de A Lanterna Mágica, a publicação crítico-satírica que Bordalo dirigiu com Guilherme de Azevedo e Guerra Junqueiro.
A melhor definição desta personagem foi dada por Ramalho Ortigão no Álbum das Glórias:
«...Crescido, Zé Povinho correspondeu perfeitamente às esperanças que nele depositaram os solícitos poderes do reino. Como desenvolvimento de cabeça ele está mais ou menos como se o tivessem desmamado ontem. De músculos, porém, de epiderme e de coiro, endureceu e calejou como se quer, e, cumprindo com brio a missão que lhe cabe, ele paga e sua satisfatoriamente. De resto, dorme, reza e dá os vivas que são precisos. Um dia virá talvez em que ele mude de figura e mude também de nome para, em vez de se chamar Zé Povinho, se chamar simplesmente Povo. Mas muitos impostos novos, novos empréstimos, novos tratados e novos discursos correrão na ampulheta constitucional do tempo antes que chegue esse dia tempestuoso».
De calças remendadas e botas rotas, primeiro, fazendo um manguito, depois, o «Zé» continua presente na vida nacional.
De acordo com esta Lei a força da gravidade é diretamente proporcional às massas dos corpos em interação e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre eles. É a gravitação que mantém os planetas em órbita ao redor do Sol.
Donde se conclui que se as pessoas tivessem de facto visto o Sol a girar vertiginosamente com uma velocidade extrema o planeta Terra teria sido de imediato projectado no espaço cósmico e nenhum de nós estaria vivo.
É pressuposto qualquer estudante do ensino secundário saber isto! Mas pelos vistos não é bem assim...
A tecno-burocracia deste sistema não cessa de nos “surpreender”… E às vezes de tão estúpida (ou cretina) essa tecno-burocracia até nos faz puxar pela imaginação…em vez da indignação.
Desta vez, fomos alertados para as particularidades de certa legislação “euro-nacional” que obriga ao registo oficial (SNIRA) – em Fevereiro e em Setembro de cada ano - dos galináceos, incluindo os da chamada “retenção caseira” (até 100 bicos…). Alega-se com saúde animal e com saúde pública. O costume…
Mas o caricato da coisa concentra-se, ainda mais, num “Aviso” da DGAVeterinária (Ministério da Agricultura) que remete para um formulário – que o criador pode preencher via Internet (!...) – com a obrigatoriedade de “registar-fichar”, apenas, as Galinhas POEDEIRAS.
Primeira questão:- mas então há alguma galinha-galinha que não seja POEDEIRA? Não haverá, porque Galinha que se preze põe ovo ! E a minha mãe sabia muito bem ver (apalpar) se uma galinha trazia ou não ovo prontinho para ser posto…
Ah ! Mas, de facto, há aquelas (infelizes) Galinhas que são para engorda ( lá está o consumo humano…) e, por isso, são praticamente impedidas de “engravidarem”…com ovos (galados ou não)… Outras também vão para consumo humano quando ultrapassam a “menopausa galinácea”…e deixam de pôr ovo.
Bem, se a “galinha” não põe ovo é porque ou ainda é franga… ou, afinal, é obrigada a ser mais galo que galinha!... Já agora, se não põe ovo e se não canta nem gala, então deve ser algum galináceo “transexual”… Olhem, por exemplo o "famoso" Capão, de Freamunde... esse nem canta nem gala nem põe ovo. De facto, é uma espécie de galináceo "transexualizado"... Bem, pelo menos para já, esse também não precisa de se registar.
Cheios de natural curiosidade, fomos procurar esclarecer estes imbróglios…
E obtivemos uma definição cheia de ciência. Assim:- são consideradas galinhas POEDEIRAS – para o efeito deste tipo de registo obrigatório – as aves da espécie “gallus gallus” (a tradução deste vernáculo até parece ser “galo galo”…) que tenham atingido a maturidade sexual, sendo criadas para a produção de ovos de CONSUMO (humano)!
Outra questão:- mas então as galinhas que produzem ovos para reprodução – sobretudo aquelas que ainda são galadas pelo Galo-Galador – então essas Galinhas (felizardas…) não atingiram a maturidade sexual pois, para efeitos deste tipo de registo, não são consideradas galinhas POEDEIRAS?!
Ó Galos-Galadores ! Pois então os meus caros andam, a torto e a direito, a galar Galinhas que ainda não atingiram a maturidade sexual – segundo estes legisladores euro-nacionais ?! Os meus caros Galos-Galadores são, assim, uma espécie de “pedo-gallus”, por analogia com os humanóides pedófilos… Cuidado que ainda são condenados a fazer canja ou cabidela!!!
A não ser que, num ímpeto de manipulação genética de que o sistema gosta muito, o ovo-galado-fertilizado deixe de ser considerado ovo e reverta para a categoria de óvulo…
E até podemos encarar a coisa de outro ângulo:- pois então há aqui discriminação entre as galinhas-que-pôem-ovos-para-consumo – as quais têm direito a “ficha de Galinha-Cidadã” -- e as galinhas-que-põem-ovos-galados-para-reprodução -- que ficam desclassificadas, sem ficha e fora-da-lei das Poedeiras!!!
Pois, brincadeira à parte, este exemplo existe mesmo e também por ele se pode ver a estupidez deste sistema “euro-nacional”. Estupidez – disse eu ? Não, estupidez, não! Perversão, isso sim!
Sabem: é que também por aqui o sistema sacrifica a produção não-intensiva, familiar, que é a produção mais limpa e (muito) melhor! E os burocratas ao serviço deste sistema (que até discrimina galinhas…) entretêm-se a produzir estas manhosices que seriam estúpidas se não fossem tão cretinas!
Qual é a lei económica que dita tal barbaridade? Estarão os 16 países da Zona Euro certos? E será que todos os restantes 180 países do Planeta onde tal obrigatoriedade não se coloca, errados?
E eis que alguém me esclareceu.
Vejam e ouçam até ao fim! É imperdível. Confesso que nunca me passou pela cabeça que a «história» fosse esta...
«O PSI-20 (acrônimo de Portuguese Stock Index) é o principal índice da Euronext Lisboa. Ou seja, é o principal índice de referência do mercado de capitais português. É composto pelas acções das vinte maiores empresas cotadas na bolsa de valores de Lisboa e reflecte a evolução dos preços dessas acções, que são as de maior liquidez entre as negociadas no mercado português.» Wikipedia.
Em Junho/Julho de 2007 (vésperas do rebentar da bolha especulativa do imobiliário nos EUA) este índice atingiu os 13.500pontos.
No auge da crise bateu nos 4.500 pontos.
Nos últimos anos o PSI 20 tem andado entre os 5.500 e os 6.500 pontos.
E agora com a retoma em marcha?
Em 11 de Setembro o PSI 20 fechou a sessão a recuar para os 5.021,95 pontos.
Deve ser um sinal da «retoma» (haja alguém que me faça um desenho para eu perceber...).
Pires de Lima, o senhor que ainda está de ministro da Economia, considerou que seria uma «obscenidade política» que o próximo Governo venha a ser liderado pelo PS, através de uma coligação de esquerda, afirmando que «quem perde as eleições não pode governar o país».