Quem usa a expressão «enfiar pela goela abaixo»? E a propósito de quê?
Comecemos por assinalar a elegância da expressão «enfiar pela goela abaixo». Mostra que quem a usa tem uma fina sensiblidade. Só pode ser uma «dama» ou um «cavalheiro». Mostra também que a pessoa (ou pessoas...) está (estão) habituada(s) a «enfiar pela goela abaixo» (a «goela» dos outros, claro...) o que muito bem entende(m).
Acabemos com o suspense: Quem usa a expressão do título é Pedro Passos «Palin» Coelho! Um «cavalheiro»! Um homem sensível!
Fê-lo no Congresso do PSD em que se tornou líder, no discurso final que alguns apelidam já de «histórico» [sem comentários...]
A expressão é usada a propósito dos direitos sociais dos trabalhadores. Pedro «Palin» não quer que lhe enfiem os direitos sociais dos trabalhadores «pela goela abaixo». O direito à saúde e o direito à educação, por exemplo.
Mas a verdade é que Pedro «Palin» Coelho importou a expressão que agora é moda entre a extrema-direita estado-unidense. Palin, a original, a Sarah, uma «dama»!, sempre que abre a «goela» usa a expressão que Pedro copiou (e a propósito de temas idênticos).
«This has been a really educational time for most Americans to realize that if we do not hold our politicians accountable, if we don't hold their feet to the fire and call them on these made-up deem and pass process that Pelosi and others want to use right now, then things like this can be crammed down our throats.»
«They are so desperate to get this health care thing passed through, shoved down our throats really, so that there is in their minds a win check mark in that column for President Obama.»
«And we have strayed in this last week because we're so concerned about the process that's being used and abused right now to get this thing rammed down our throat that the substance of the bill or bills itself hasn't been discussed as much.»
Para Ler, Ver e Ouvir:
- Palin and Hannity agree: 'Procedural tricks' on health care are 'unconstitutional' and 'un-American'
Vídeo (veja os expoentes da extrema-direita estado-unidense usando a mesma expressão de Passos):
Há agências de publicidade e conselheiros políticos que trabalham para estes pequenos «génios» (que fazem discursos «históricos»), que lhes «sopram» o que devem dizer, o que está «na moda», o que «funciona».
Quando ouvimos Passos a dizer o mesmo que Palin foi assim que aconteceu.
Quando Nuno Severiano Teixeira, Luís Amado, Augusto Santos Silva dizem coisas como «as nossas fronteiras não começam na fronteira territorial clássica», «a fronteira de segurança nacional está no Afeganistão», «as fronteiras são fluidas», «a fronteira entre a paz e a guerra se esbateu», estão apenas a repetir uma «cartilha» que circula internacionalmente.
Especialmente dedicado a Pedro Passos Coelho e à sua vontade de nos «enfiar pela goela abaixo» a destruição total dos direitos e conquistas sociais:
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