Na passada Segunda-feira, dia 17 do corrente mês de Outubro, decorreu no Hospital de Proximidade de Lamego uma Reunião entre a Deputada do PCP Ana Virgínia Pereira, acompanhada por alguns membros da estrutura local e regional do Partido, e a Administração do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), liderada pelo Dr. João Oliveira, Presidente do Conselho de Administração, a que se seguiu uma visita à unidade hospitalar, que permitiu constatar a excelência das instalações.
Foram-nos expostas as dificuldades actuais, nomeadamente na contratação de pessoal médico, reconhecendo a Administração virtualidades na proposta do PCP de estímulos financeiros e científicos à fixação de médicos no interior. Em algumas valências, como Urologia, a falta de especialistas leva a que existam 4 mil utentes em lista de espera na região abrangida pelo CHTMAD.
Para além das limitações que se colocam actualmente ao Serviço Nacional de Saúde em todo o território, acrescem aqui problemas específicos da interioridade, da dimensão da área de intervenção e de idade dos clínicos, a que a recente decisão do Ministério da Saúde, de proíbir o INEM de fazer o transporte de doentes entre hospitais, veio agravar, por fazer deslocar pessoal médico do serviço de urgências para este transporte.
A Comissão de Utentes dos Serviços de Saúde de Penalva do Castelo teve conhecimento em Novembro, pela comunicação social, que a Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro ia celebrar novo contrato com o médico Ivan Colesnic para que se mantivesse como médico de família no Centro de Saúde de Penalva do Castelo.
Seria uma boa notícia a demonstrar que a luta neste caso dos penalvenses valeu e vale a pena e dá frutos para manter os direitos sociais e pela melhoria das nossas condições de vida.
Mas, ao mesmo tempo, estranhámos e repudiámos publicamente a afirmação dos dirigentes da ARS Centro de que «O clínico ficaria ausente temporariamente até que a celebração do novo contrato fosse autorizada pelo ministério [da Saúde]». A ARS, bem como o ACES Dão Lafões III, sabiam perfeitamente que o contrato terminava a 31 de Dezembro de 2012. Mas nada fizeram para ultrapassar este espaço de tempo sem médico.
Entrámos no mês de Abril e passaram mais de 3 meses e a situação não se alterou! E perguntamos, qual seria a situação se o médico em causa tivesse ficado em casa em vez de se apresentar todos os dias ao trabalho? Seriam mais de 1.500 doentes sem consulta!!! E teríamos apenas 3 (três) clínicos para mais de 8 mil utentes. Quem pagou estes meses de trabalho? A Câmara Municipal? Mas não é da sua responsabilidade e está assim a fazer o frete ao Governo e ao Ministério da Saúde.
Sobre isto a ARS Centro nada diz. A mesma ARS que em Novembro foi veloz em tentar desvalorizar e descredibilizar a reclamação e a luta da população deste concelho em defesa do normal funcionamento do seu Centro de Saúde. Por outro lado a direcção do ACES nada sabe. Mas consta, no entanto, que o contrato está para assinar desde Janeiro no Ministério das… Finanças (!!!).
Isto tudo vindo do mesmo governo e do mesmo ministro que arranjaram em menos de 24 horas 1.500.000.000€ para acudir a um banco (Banif) que valia em bolsa 500.000.000€, mas que está há mais de três meses para rubricar um contrato com um médico. Dois pesos e duas medidas: tudo para os ricos, nada para os do costume, os pobres e desfavorecidos deste país.
A saúde dos utentes do Centro de Saúde de Penalva do Castelo não pode andar ao sabor de erros de burocráticos e de gestão. É um erro os utentes estarem sem médico de família. Por isso reafirmamos que a situação só voltará à normalidade quando voltarmos a ter o mesmo número de médicos e de enfermeiros.
Penalva do Castelo, 04 de Abril de 2013
Comissão de Utentes dos Serviços Públicos de Saúde de Penalva do Castelo
Ao ouvir a resposta da ARS Centro nem queria acreditar: «O clínico deverá ficar ausente temporariamente até que a celebração do novo contrato seja autorizada pelo ministério [da Saúde]».
Mas estamos a falar de quê? De papéis ou de pessoas de carne e osso, com os seus problemas de saúde? E os utentes, enquanto esperam, que se lixem!!! É essa a lógica da ARS? E as consultas já marcadas? E...
Já não bastava o aumento brutal das taxas moderadoras.
Já não bastava a diminuição do apoio ao transporte de doentes.
Já não bastava a falta de médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde, no nosso Centro de Saúde.
Já não bastava o aumento do tempo de espera para cirurgias e consultas de especialidade.
Agora o Ministério da Saúde pretende retirar-nos mais um médico, o doutor Ivan Colesnic. Médico esse que presta serviço no Centro de Saúde desde 2005, há 7 anos. O pretexto é a não renovação do contrato de avença. Sem qualquer justificação.
Em 7 anos Penalva do Castelo passou de 7 para 4 médicos. Pelos vistos ainda não estão satisfeitos! Agora pretendem reduzir para 3!!!
Num contexto que vem provar, se necessário fosse, como a desculpa da «falta de médicos» (e enfermeiros) é uma rematada aldrabice.
Quantos penalvenses vão morrer fruto destas políticas criminosas que se traduzem na falta de assistência médica e na diminuição da esperança de vida?
A população de Penalva do Castelo não aguenta mais!
Vamos defender o Serviço Nacional de Saúde, única forma de garantir o acesso de todos os portugueses aos cuidados de saúde.
Vamos manifestar junto da Direcção do ACES Dão Lafões III, junto da ARS Centro, junto do Ministério da Saúde, por todas as formas, a nossa firme oposição à saída de mais um médico do Centro de Saúde.
Penalva do Castelo, 20 de Novembro de 2012
Comissão de Utentes dos Serviços Públicos de Saúde de Penalva do Castelo
O alargamento do número de taxas moderadoras e o aumento significativo do seu valor estão a ter consequências dramáticas: uma redução de mais de 350 mil utentes no primeiro trimestre deste ano nas idas às urgências hospitalares e aos Serviços de Atendimento Permanente (SAP).
Pelo segundo fim-de-semana seguido e pelo terceiro dia, os utentes do Centro de Saúde de Penalva do Castelo depararam-se com as portas encerradas. O pretexto invocado é o da falta de médicos.
Não houve qualquer aviso prévio, nem do ACES Dão Lafões III, nem da Administração Regional de Saúde do Centro. População e autarcas foram apanhados de surpresa.
A Comissão de Utentes dos Serviços Públicos de Saúde do Distrito de Viseu (CUSPSDV), Núcleo de Penalva do Castelo, manifesta o seu mais veemente protesto e frontal oposição estes encerramentos.
Esta situação é absolutamente inadmissível e criminosa!
As únicas alternativas para os utentes são os Centros de Saúde do Sátão e de Mangualde, ou as urgências do Hospital de Viseu. Percursos entre 15 a 30 Km distantes do centro da vila e sem transportes públicos.
As verdadeiras causas deste encerramento, que vai continuar, são as políticas economicistas deste Governo. Políticas de Saúde que desprezam os cidadãos. Para os bancos há dinheiro, mas para os portugueses não.
É urgente e imperioso que os responsáveis pela manutenção deste estado de coisas assumam as suas responsabilidades. E sejam penalizados pelos seus actos.
A Comissão de Utentes dos Serviços Públicos de Saúde do Distrito de Viseu (CUSPSDV), Núcleo de Penalva do Castelo, está certa e segura que a população do concelho saberá dar a resposta necessária.
Desde já comparecendo na Concentração a realizar no próximo dia 14 de Abril, em Coimbra, pelas 15h00m, na Rotunda dos Hospitais da Universidade.
Penalva do Castelo, 6 de Abril de 2012
Comissão de Utentes dos Serviços Públicos de Saúde do Distrito de Viseu (núcleo de Penalva do Castelo)
Mais de duas mil assinaturas recolhidas em pouco mais de 15 dias em defesa das nossas reivindicações sobre o Centro de Saúde.
Abaixo-assinado entregue em mão a 18 de Março na maior manifestação realizada em Penalva do Castelo depois do 25 de Abril.
Plenário da população onde foi aprovada por unanimidade e aclamação uma moção reafirmando as nossas reivindicações:
Aumento do número de médicos;
Reabertura do Serviço de Atendimento Permanente;
Melhoria dos procedimentos.
Deslocação desta Comissão, acompanhada de outros utentes, a Coimbra à Administração Regional de Saúde do Centro.
Aí foi-nos transmitido o seguinte:
Os quatro clínicos assumem o atendimento dos doentes que não têm médico de família, e passam a acompanhá-los como se pertencessem ao seu próprio ficheiro de utentes;
Os procedimentos, nomeadamente marcação de consultas e passagem de receitas serão melhorados.
Significa isto que, fruto da nossa luta expressa no abaixo-assinado, na manifestação, no plenário e na concentração em Coimbra, obtivemos uma importante vitória. Estaremos atentos ao cumprimento integral dos compromissos assumidos. E dispostos à luta se os mesmos forem esquecidos.
Provou-se mais uma vez que: «Quem luta pode ganhar ou perder, mas quem não luta perde sempre».
-
VALEU A PENA LUTAR!
-
Penalva do Castelo, 29 de Agosto de 2011
Comissão de Utentes dos Serviços Públicos de Saúde do Distrito de Viseu (núcleo de Penalva do Castelo)